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Noções
• Desenvolvimento sustentável.
Essa expressão tem a ver com o futuro. As atividades humanas desenvolvidas devem
considerar a disponibilidade de recursos utilizados, a possibilidade de manter-se ao longo do
tempo, para as gerações futuras.
“O desenvolvimento econômico deve, necessariamente, incluir a proteção do meio
ambiente, em todas as suas ações e atividades, para garantir a permanência do equilíbrio
ecológico e da qualidade da vida humana, inclusive das futuras gerações.”
• Princípio da prevenção.
Prevenir significa dispor antecipadamente, fazer com antecipação e informar com
antecedência.
Diz que havendo uma análise prévia dos impactos que um determinado
empreendimento possa causar ao meio ambiente, é possível, adotando-se medidas
compensatórias e mitigadoras, e mesmo alterando-se o projeto em análise, se for o caso,
assegurar a sua realização, garantindo-se os benefícios econômicos dele decorrentes, sem
causar danos ao meio ambiente.
“Exigir, na forma de lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora
de significativa degradação do meio ambiente, Estudo Prévio de Impacto Ambiental, a que se
dará publicidade.”
• Princípio da precaução.
Precaução significa o que se faz por prevenção, para evitar qualquer mal, é a medida
antecipada que visa prevenir um mal.
Trata-se de uma precaução contra o risco, que objetiva prevenir já uma suspeição de
perigo ou garantir uma suficiente margem de segurança da linha de perigo. Ou seja, na dúvida
é mais adequado que se tomem providencias drásticas, para evitar danos futuros,
determinando que não se licencie uma atividade, toda vez que não se tenha certeza de que ela
não causará danos irreversíveis ao ambiente.
“Em caso de risco de danos graves ou irreversíveis, a ausência de certeza cientifica
absoluta não deve servir de pretexto para procrastinar a adoção de medidas visando prevenir a
degradação do meio ambiente.”
PRECAUÇÃO X PREVENÇÃO
• Reparação integral.
Este princípio constitui uma obrigação que complementa o direito constitucional ao
meio ambiente ecologicamente equilibrado.
“A reparação integral impõe ao poluidor e ao predador, a obrigação de recuperar e/ou
indenizar os danos causados, e ao usuário, de contribuição pela utilização de recursos
ambientais com fins econômicos... esta referida norma obriga ao poluidor, independentemente
da existência da culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a
terceiros, afetados por sua atividade.”
• Informação
A informação, no geral, constitui a base para qualquer tomada de decisão, seja no
âmbito dos governos, seja na iniciativa privada, seja nas movimentações sociais, trata-se do
conhecimento e da análise dos fatos que se podem propor medidas pertinentes e a busca por
caminhos adequados.
“É de direito de todo o cidadão receber dos órgãos públicos informações de seu
interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob
pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da
sociedade e do Estado.”
• Participação social.
A sociedade civil, regida pela democracia, tem o direito de atuar de modo expressivo,
reivindicando a sua participação nos processos decisórios, inclusive naqueles relativos ao meio
ambiente. Esse princípio está assegurado pelo artigo 225 que diz “o direito de todos ao meio
ambiente ecologicamente equilibrado.”.
Verificam-se nesse dispositivo duas vertentes de participação:
1. Respeitar as normas sobre proteção ambiental;
2. Exigir do Poder Público, por meio da sociedade civil organizada, medidas para
solucionar as questões relativas ao meio ambiente, desde a formulação de novas regras, até a
atuação efetiva dos órgãos e entidades de controle ambiental, na luta contra a degradação, a
poluição e principalmente a omissão. = PRINCIPIO DA OBRIGATORIEDADE DE
INTERVENÇÃO DO PODER PUBLICO.
• Poluidor- pagador.
Significa que o poluidor deve arcar com os custos relativos às medidas de prevenção e
luta contra a poluição.
SOB NENHUMA HIPÓTESE ESSE PRINCIPIO SIGNIFICA PAGAR PARA POLUIR.
Exemplos: tratamentos de efluentes industriais, da adoção de tecnologias limpas, dos
sistemas de reuso de águas e etc.
Ou seja, esse princípio busca internalizar os custos de produção agregando ao produto
devido valor para que esse cause o menor dano possível ao meio ambiente.
No entanto sob situação de poluição, o poluidor deve arcar com os custos relativos às
medidas de recuperação do meio ambiente, assegurado pelo principio de Reparação Integral
citado anteriormente.
• Usuário-pagador.
Este se refere ao uso autorizado de um recurso ambiental, observadas as normas
vigentes, inclusive os padrões legalmente fixados. Trata-se de pagar pelo uso privativo de um
recurso ambiental de natureza pública, em face de sua escassez, e não como penalidade
decorrente de ilícito.
Art. 225
O fundamento do direito ambiental brasileiro consiste em todos terem “direito ao meio
ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essência à sadia
qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e
preservá-lo para as presentes e futuras gerações.”.
O meio ambiente é definido na constituição como “bem de uso comum do povo”, no
entanto é um bem que não está na disponibilidade particular de ninguém, nem de pessoa
privada nem de pessoa pública.
São deveres do poder público:
I. Preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais;
II. Preservar e fiscalizar a diversidade e integridade do patrimônio genético;
III. Definir em todas as unidades da Federação espaços territoriais e seus
componentes a serem especialmente protegidos.
IV. Exigir na forma de lei, para instalação de obra ou atividade, potencialmente
causadora de danos, estudo prévio de impacto ambiental. – EPIA
Etc.
Competências
É a faculdade juridicamente atribuída a uma entidade, ou a um órgão ou agente do
Poder Público para emitir decisões. Trata-se das diversas modalidades de poder de que se
servem os órgãos ou entidades estatais para realizar suas funções.
Competências Legislativas
Constituem de uma atribuição constitucional conferida a União, Estados, Distrito
Federal ou Municípios, para que editem leis sobre determinadas matérias. É privativa da União;
concorrente entre União, Estados e Distrito Federal; dos Estados; dos Municípios e do Distrito
Federal.
• Competência Privativa da União.
“Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas
das matérias relacionadas no artigo 22”
Ou seja, os Estados poderão legislar sobre as matérias contidas no art. 22 se
devidamente autorizados, o que significa que a privatividade não é absoluta. Não se
mencionam os municípios.
Art. 22 - Compete a União privativamente legislar sobre:
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico,
espacial e do trabalho;
II - desapropriação;
IV - águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão;
IX - diretrizes da política nacional de transportes;
X - regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, marítima, aérea e aeroespacial;
XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia;
XXVI - atividades nucleares de qualquer natureza.
• Competência Concorrente.
“A competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais, que se aplicam a
todo território nacional, cabendo a cada Unidade da Federação o respectivo detalhamento,
conforme as características e necessidades locais, limitadas pelas regras impostas pela União.”
Ou seja, a União determinará normas, que por alguma razão, convém ao interesse
público que sejam tratadas por igual, entre todas as ordens da Federação, enquanto que cada
Unidade da Federação poderá detalhar essas normas da maneira que melhor se adapte às
suas condições.
• Competência da União.
“As competências da União previstas no art. 21 enquadram-se fundamentalmente no
gênero das atividades materiais ou administrativas, vale dizer que; as atividades de cunho
político, administrativo, econômico ou social se inserem na órbita do Poder Executivo Federal.”
No entanto, em alguns casos, a atividade administrativa se completa com a edição de
normais legais.
Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios:
I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e
conservar o patrimônio público;
II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas
portadoras de deficiência;
III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e
cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos;
V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação e à ciência;
VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas;
VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;
VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento alimentar;
XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e
exploração de recursos hídricos e minerais em seus territórios;
Conceitos.
Participação do Público
• Audiência realizada pelo representante da entidade licenciadora;
• Exposição objetiva do projeto e do RIMA;
• Abertura das discussões com os interessados presentes, cabendo uma
regulamentação sobre as manifestações.
• Acompanhamento do estudo.
Licenciamento Ambiental
É um instrumento de gestão do meio ambiente que analisa os impactos que um
empreendimento poderá causar em determinado território utilizando parâmetros definidos pelas
varias ciências que dão suporte técnico ao direito ambiental, constituindo um processo
administrativo, submetido ao regime jurídico de direito publico. O licenciamento ambiental se
diferencia do EIA pela ausência de significância nos impactos ambientais a serem analisados,
sendo considerados todos e quaisquer impactos que esse empreendimento possa causar.
A competência de emitir o licenciamento ambiental é um pouco confusa
porque, constitucionalmente, Municípios, Estados e a própria União poderiam emiti-la, no
entanto essa ideia é contrária à competência comum de proteção do meio ambiente, quebra a
hierarquia administrativa, e pode sugerir uma invasão de competências, cuja Resolução não
pode atribuir e repartir competências.).
O procedimento de licenciamento ambiental segue algumas diretrizes burocráticas
fundamentais:
• Definição de documentos necessários para o requerimento da licença;
• Requerimento da licença ambiental pelo empreendedor e dar devida
publicidade a esta;
• Analise e realização de vistorias;
• Solicitação de esclarecimentos e complementações;
• Emissão de parecer técnico conclusivo e , quando couber, jurídico;
• Deferimento ou indeferimento do pedido de licença.
Outros relatórios...
Relatório de Controle Ambiental (RCA): contem a descrição da atividade de perfuração,
riscos ambientais, identificação de impactos e medidas mitigadoras.
Estudo de Viabilidade Ambiental (EVA): avaliação ambiental e indicação das medidas
de controle a serem adotadas.
Relatório de Avaliação Ambiental (RAA): elaborado pelo empreendedor, deve conter o
diagnostico ambiental da área onde já se encontra implantada a atividade, a descrição dos
novos empreendimentos ou ampliações, a identificação e avaliação do impacto ambiental e as
medidas mitigadoras a serem adotadas.
Projeto de Controle Ambiental (PCA): elaborado pelo empreendedor de petróleo e gás,
e contem os projetos executivos de minimização dos impactos ambientais avaliados nas fases
de licenciamento.
Aula 6 – Zoneamento
Zoneamento Industrial
Dividido em três áreas:
1. Estritamente industrial: indústrias poluidoras, áreas com capacidade de
assimilação, infraestrutura e serviços para funcionamento e segurança.
2. Predominantemente industrial: poluição passível de controle e possui áreas de
proteção ambiental.
3. Diversificado: indústrias complementares, compatibilidade com atividades
mesmo sem métodos de controle de poluição.
A área de preservação permanente possui uma função ambiental logo sempre estará
coberta por vegetação mesmo que essa não seja nativa, para que essa função, seja cumprida.
Supressão da APP
Quando necessária à execução de obras, planos, atividade ou projetos de utilidade
publica ou interesse social o Poder Executivo Federal pode admitir a supressão parcial ou total
da vegetação de uma APP.
No entanto o interesse social e utilidade pública resultaram num descaso com a
proteção da APP, então foi necessária a determinação do que significa os termos acima, sendo
autorizada a supressão das app’s para:
• Abertura de vias de acesso interno, pontes necessárias à travessia de cursos
água.
• Implantação de instalações necessárias à captação condução de água e
efluentes tratados.
• Implantação de corredor de acesso de pessoas e animais para obtenção de
água
• Etc.
Reserva Legal
É definida como área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural,
excetuada a de preservação permanente, necessária ao uso sustentável dos recursos naturais,
à conservação e a reabilitação dos processos ecológicos, à conservação da biodiversidade e
ao abrigo e proteção de fauna e flora nativas.
É uma imposição legal possuir em seu território uma porcentagem de terra destinada à
preservação – reserva legal.
Essa reserva possui a mesma porcentagem para todos os proprietários de terras, e
esse valor varia de acordo com o bioma da região.
PROVA 2
Responsabilidade Civil
Tem função satisfativa, punitiva, reparatória e preventiva.
E corresponde à obrigação de reparar ou indenizar pelos danos causados ao meio
ambiente.
É baseada em 3 fatores fundamentais: prática ilícita + dano + nexo causal entre
a prática e o dano.
Essa pratica pode ocorrer de forma omissiva (quando não se toma as
providencias preventivas, mesmo consciente das consequências danosas) ou comissiva
(quando se pratica o ato ilícito e causa o dano ao meio ambiente).
Independente de como esse dano é causado à atividade é classificada como ilícita.
Assim a responsabilidade civil é classificada em duas categorias:
• Responsabilidade subjetiva: é necessário verificar a existência de culpa, realização de
ação voluntária, que se traduz na vontade do agente em produzir ou permitir que
ocorra o dano. Portanto nesse caso se inclui o dolo ou culpa
• Responsabilidade objetiva: não é necessário verificar a existência de culpa – o dano já
é suficiente. Assim o ato ilícito pode ter sido causado sem conhecimento, intensão ou
qualquer conduta dolosa ou culposa do agente.
Mas configurado como ato ilícito já é classificado como responsabilidade civil e então
haverá a obrigação de reparação integral dos danos mesmo sem a culpa ou dolo –
TEORIA DO RISCO.
Nesse sentido se faz necessária a definição de dolo e culpa:
Dolo: quando há a intenção de produzir dano, assim sendo o agente assume um risco
de produzir determinado dano.
Culpa: quando o resultado é produzido por imprudência, negligencia ou imperícia.
• Ação Penal
Ocorre somente em casos de crimes definidos em lei.
Crimes mais leves: tem como pena – imediata aplicação de pena restritiva de direitos e
suspensão condicional.
É publica e incondicionada, mas permite ação privada subsidiaria, é proposta pelo
Ministério Publico, em casos de infrações penais ambientais e independente da pena
aplicada poderá haver fixação de valor para indenização.
• Ação Popular
Pode ser conferida a qualquer cidadão que vise anular o ato lesivo ao patrimônio publico
ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e
ao patrimônio histórico e cultural, ficando o auto, salvo comprovada má-fé, isento de custas
judiciais e do ônus da sucumbência.
• Ação Civil Publica
É destinada à proteção dos direitos difusos em que se inclui o meio ambiente, e tem por
objeto a condenação em dinheiro pelo dano ambiental, a obrigação de fazer – reparar o
dano causado, e a obrigação de não fazer – prevenir a ocorrência de danos cessando as
atividades.
Sendo a obrigação de não fazer a principal – já que a intenção é não prejudicar o meio
ambiente.
Só pode propor a ação civil publica, o Ministério Público, a Defensoria Publica, a União,
Estados e Municípios, empresas publicas, fundações ou sociedade de economia mista,
ONGs e etc. em casos de danos morais e patrimoniais ao meio ambiente – realizados ou
potenciais, contra o agente causador do dano com a finalidade de condenar – indenizar,
obrigar a reparar ou cessar – evitando dano.
• Mandado de Segurança Coletivo Ambiental.
Podem ser proposto por associações, partidos, organizações sindicais em situações de
ofensa ao direito liquido e certo oriunda de ilegalidade ou abuso de poder – emissão de
licença sem EPIA adequado; nesse caso a ação se dá contra o Poder Publico já que o
abuso de poder é dos funcionários da União e tem como finalidade anular o ato ilegal ou
oriundo de abuso de poder - podendo anular licenciamento ambiental concedido sem o
respeito às leis que regulam tal procedimento.
• Habeas Data Ambiental
É proposto por qualquer pessoa já que todos têm direito a receber dos órgãos públicos
informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo, ressalvadas aquelas de
sigilo, portanto é um meio processual aplicado quando ocorre negação ou não atendimento
de solicitação de informações ambientais é utilizada contra os órgãos públicos
responsáveis a fim de se obter a informação ambiental desejada.
• Outros tipos de ação que não convém detalhar:
• Ação civil de responsabilidade por improbidade administrativa em matéria ambiental.
• Ação direta de inconstitucionalidade
• Mandado de injunção – sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o
exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à
nacionalidade, à soberania e à cidadania.