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Prova 1 –Direito Ambiental

Aula 1 – Princípios Informadores do Direito Ambiental

Noções

“Princípios são as ideias centrais de um sistema, ao qual dão sentido lógico,


harmonioso, racional, permitindo a compreensão de seu modo de organizar-se”.
O principio confere fundamento às regras estabelecidas e, como tal, possui o traço da
normatividade.

Princípios do Meio Ambiente

• O meio ambiente como um direito humano.


Chamado de direito de Terceira Geração; é uma classe do direito relativo ao meio
ambiente, à biodiversidade e ao desenvolvimento – Voltado para as futuras gerações.
“Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum
do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o
dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e as futuras gerações.”

• Desenvolvimento sustentável.
Essa expressão tem a ver com o futuro. As atividades humanas desenvolvidas devem
considerar a disponibilidade de recursos utilizados, a possibilidade de manter-se ao longo do
tempo, para as gerações futuras.
“O desenvolvimento econômico deve, necessariamente, incluir a proteção do meio
ambiente, em todas as suas ações e atividades, para garantir a permanência do equilíbrio
ecológico e da qualidade da vida humana, inclusive das futuras gerações.”

• Princípio da prevenção.
Prevenir significa dispor antecipadamente, fazer com antecipação e informar com
antecedência.
Diz que havendo uma análise prévia dos impactos que um determinado
empreendimento possa causar ao meio ambiente, é possível, adotando-se medidas
compensatórias e mitigadoras, e mesmo alterando-se o projeto em análise, se for o caso,
assegurar a sua realização, garantindo-se os benefícios econômicos dele decorrentes, sem
causar danos ao meio ambiente.
“Exigir, na forma de lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora
de significativa degradação do meio ambiente, Estudo Prévio de Impacto Ambiental, a que se
dará publicidade.”
• Princípio da precaução.
Precaução significa o que se faz por prevenção, para evitar qualquer mal, é a medida
antecipada que visa prevenir um mal.
Trata-se de uma precaução contra o risco, que objetiva prevenir já uma suspeição de
perigo ou garantir uma suficiente margem de segurança da linha de perigo. Ou seja, na dúvida
é mais adequado que se tomem providencias drásticas, para evitar danos futuros,
determinando que não se licencie uma atividade, toda vez que não se tenha certeza de que ela
não causará danos irreversíveis ao ambiente.
“Em caso de risco de danos graves ou irreversíveis, a ausência de certeza cientifica
absoluta não deve servir de pretexto para procrastinar a adoção de medidas visando prevenir a
degradação do meio ambiente.”

PRECAUÇÃO X PREVENÇÃO

Os vocábulos precaução e prevenção, na língua portuguesa, são sinônimos. No


entanto, a doutrina jurídica do meio ambiente optou por distinguir o sentido desses termos,
consistindo o principio da precaução um conceito mais restritivo que o da prevenção. A
precaução tende à não autorização de determinado empreendimento, se não houver certeza
cientifica de que ele não causará no futuro um dano irreversível. A prevenção versa sobre a
busca da compatibilização entre a atividade a ser licenciada e a proteção ambiental, mediante
a imposição de condicionantes ao projeto.
Segundo Alexandre Kiss,
A diferença entre o principio da prevenção e o principio da precaução está na avaliação
do risco que ameaça o meio ambiente. A precaução é considerada quando o risco é elevado –
tão elevado que a total certeza cientifica não deve ser exigida antes de se adotar uma ação
corretiva, devendo ser aplicado naqueles casos em que qualquer atividade possa resultar em
danos duradouros ou irreversíveis ao meio ambiente, assim como naqueles casos em que o
benéfico derivado da atividade é completamente desproporcional ao impacto negativo que essa
atividade pode causar ao meio ambiente.
QUANTO MAIOR A PROBABILIDADE DE SE ACONTECER UM DANO MAIOR É O
RISCO.
• Principio da Ubiquidade.
Diz que o Meio Ambiente deve ser considerado em toda e qualquer atividade, visto que
os impactos diretos ou indiretos devem ser mitigados e controlados de maneira que este seja
minimamente atingido.
• Principio da cooperação.
Cooperar é agir conjuntamente. É somar esforços. A cooperação surge como uma
palavra-chave quando há um inimigo a combater.
“Na luta contra a poluição e a degradação do meio ambiente, e considerando que, por
sua natureza, os recursos naturais não se submetem necessariamente às fronteiras políticas,
cabe aos Estados que os compartilham atuar de forma coordenada, mesmo no que se refere
às ações internas, para evitar a ocorrência de danos, assim como para racionalizar as medidas
de proteção que se fizerem necessárias.”

• Reparação integral.
Este princípio constitui uma obrigação que complementa o direito constitucional ao
meio ambiente ecologicamente equilibrado.
“A reparação integral impõe ao poluidor e ao predador, a obrigação de recuperar e/ou
indenizar os danos causados, e ao usuário, de contribuição pela utilização de recursos
ambientais com fins econômicos... esta referida norma obriga ao poluidor, independentemente
da existência da culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a
terceiros, afetados por sua atividade.”

• Informação
A informação, no geral, constitui a base para qualquer tomada de decisão, seja no
âmbito dos governos, seja na iniciativa privada, seja nas movimentações sociais, trata-se do
conhecimento e da análise dos fatos que se podem propor medidas pertinentes e a busca por
caminhos adequados.
“É de direito de todo o cidadão receber dos órgãos públicos informações de seu
interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob
pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da
sociedade e do Estado.”

• Participação social.
A sociedade civil, regida pela democracia, tem o direito de atuar de modo expressivo,
reivindicando a sua participação nos processos decisórios, inclusive naqueles relativos ao meio
ambiente. Esse princípio está assegurado pelo artigo 225 que diz “o direito de todos ao meio
ambiente ecologicamente equilibrado.”.
Verificam-se nesse dispositivo duas vertentes de participação:
1. Respeitar as normas sobre proteção ambiental;
2. Exigir do Poder Público, por meio da sociedade civil organizada, medidas para
solucionar as questões relativas ao meio ambiente, desde a formulação de novas regras, até a
atuação efetiva dos órgãos e entidades de controle ambiental, na luta contra a degradação, a
poluição e principalmente a omissão. = PRINCIPIO DA OBRIGATORIEDADE DE
INTERVENÇÃO DO PODER PUBLICO.
• Poluidor- pagador.
Significa que o poluidor deve arcar com os custos relativos às medidas de prevenção e
luta contra a poluição.
SOB NENHUMA HIPÓTESE ESSE PRINCIPIO SIGNIFICA PAGAR PARA POLUIR.
Exemplos: tratamentos de efluentes industriais, da adoção de tecnologias limpas, dos
sistemas de reuso de águas e etc.
Ou seja, esse princípio busca internalizar os custos de produção agregando ao produto
devido valor para que esse cause o menor dano possível ao meio ambiente.
No entanto sob situação de poluição, o poluidor deve arcar com os custos relativos às
medidas de recuperação do meio ambiente, assegurado pelo principio de Reparação Integral
citado anteriormente.

• Usuário-pagador.
Este se refere ao uso autorizado de um recurso ambiental, observadas as normas
vigentes, inclusive os padrões legalmente fixados. Trata-se de pagar pelo uso privativo de um
recurso ambiental de natureza pública, em face de sua escassez, e não como penalidade
decorrente de ilícito.

• Acesso equitativo aos recursos naturais.


Para que todos possam usufruir o direito ao meio ambiente, é preciso que o sistema
jurídico organize as atividades que utilizam os recursos ambientais, favorecendo medidas que
propiciem ao maior numero de pessoas o melhor uso destes recursos.
“Os recursos não renováveis do Globo devem ser explorados de tal modo que não haja
risco de serem exauridos e que as vantagens extraídas de sua utilização sejam partilhadas a
toda a humanidade.”

Aula 2 – O meio ambiente na Constituição Federal e Competências.

Art. 225
O fundamento do direito ambiental brasileiro consiste em todos terem “direito ao meio
ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essência à sadia
qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e
preservá-lo para as presentes e futuras gerações.”.
O meio ambiente é definido na constituição como “bem de uso comum do povo”, no
entanto é um bem que não está na disponibilidade particular de ninguém, nem de pessoa
privada nem de pessoa pública.
São deveres do poder público:
I. Preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais;
II. Preservar e fiscalizar a diversidade e integridade do patrimônio genético;
III. Definir em todas as unidades da Federação espaços territoriais e seus
componentes a serem especialmente protegidos.
IV. Exigir na forma de lei, para instalação de obra ou atividade, potencialmente
causadora de danos, estudo prévio de impacto ambiental. – EPIA
Etc.

O BEM AMBIENTAL É UMA NOVA CATEGORIA DE BEM E ALGUNS AUTORES O


CHAMAM DE BEM DIFUSO.

Art. 81 – Código de defesa do consumidor.


A defesa dos interesses e direitos dos consumidores e das vítimas poderá ser exercida
em juízo individualmente, ou a título coletivo.
A defesa coletiva será exercida quando se tratar de:
I - interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efeitos deste código, os
transindividuais, de natureza indivisível, de que sejam titulares pessoas indeterminadas e
ligadas por circunstâncias de fato;
II - interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, para efeitos deste código, os
transindividuais, de natureza indivisível de que seja titular grupo, categoria ou classe de
pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica base;
III - interesses ou direitos individuais homogêneos, assim entendidos, os decorrentes
de origem comum.
(http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/anotada/2322134/art-81-do-codigo-de-defesa-
do-consumidor-lei-8078-90)

Art. 170 – Ordem Econômica


“A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa,
tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social.”
Inciso VI: “a defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado
conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e
prestação.” – Principio do Desenvolvimento Sustentável.
Art. 186 – Função social da propriedade rural.
“A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente,
segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, a requisitos dentre os quais; a
utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente.”
Dessa forma, onde há função não há autonomia da vontade, nem a liberdade em que
se expressa, nem a autodeterminação da finalidade a ser buscada, nem a procura de
interesses próprios e pessoais.
Art. 220
Dispõe sobre a proteção da manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a
informação. E confere ao Congresso Nacional a competência para estabelecer “os meios legais
que garantam à pessoa e à família a possibilidade de se defenderem da propaganda de
produtos, práticas e serviços que possam ser nocivos à saúde e ao meio ambiente”.
Determinando que a propaganda comercial de tabaco, bebidas alcoólicas, agrotóxicos,
medicamentos e terapias estarão sujeita a restrições legais, e conterá, sempre que necessário,
advertências sobre os malefícios decorrentes de seu uso.

Competências
É a faculdade juridicamente atribuída a uma entidade, ou a um órgão ou agente do
Poder Público para emitir decisões. Trata-se das diversas modalidades de poder de que se
servem os órgãos ou entidades estatais para realizar suas funções.

Competências Legislativas
Constituem de uma atribuição constitucional conferida a União, Estados, Distrito
Federal ou Municípios, para que editem leis sobre determinadas matérias. É privativa da União;
concorrente entre União, Estados e Distrito Federal; dos Estados; dos Municípios e do Distrito
Federal.
• Competência Privativa da União.
“Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas
das matérias relacionadas no artigo 22”
Ou seja, os Estados poderão legislar sobre as matérias contidas no art. 22 se
devidamente autorizados, o que significa que a privatividade não é absoluta. Não se
mencionam os municípios.
Art. 22 - Compete a União privativamente legislar sobre:
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico,
espacial e do trabalho;
II - desapropriação;
IV - águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão;
IX - diretrizes da política nacional de transportes;
X - regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, marítima, aérea e aeroespacial;
XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia;
XXVI - atividades nucleares de qualquer natureza.

• Competência Concorrente.
“A competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais, que se aplicam a
todo território nacional, cabendo a cada Unidade da Federação o respectivo detalhamento,
conforme as características e necessidades locais, limitadas pelas regras impostas pela União.”
Ou seja, a União determinará normas, que por alguma razão, convém ao interesse
público que sejam tratadas por igual, entre todas as ordens da Federação, enquanto que cada
Unidade da Federação poderá detalhar essas normas da maneira que melhor se adapte às
suas condições.

Art. 24 – Compete a União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente


sobre:
VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos
recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição;
VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico;
VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de
valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico;
IX - educação, cultura, ensino e desporto.

Competência Material ou Administrativa.


Refere-se a ações administrativas ou ao poder-dever da administração de cuidar dos
assuntos de interesse público. A competência administrativa é fixada para: (1) União; (2) o
exercício comum da União, (3) os Estados, e (4) os Municípios.

• Competência da União.
“As competências da União previstas no art. 21 enquadram-se fundamentalmente no
gênero das atividades materiais ou administrativas, vale dizer que; as atividades de cunho
político, administrativo, econômico ou social se inserem na órbita do Poder Executivo Federal.”
No entanto, em alguns casos, a atividade administrativa se completa com a edição de
normais legais.

Art. 21. Compete à União:


XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão:
b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento energético dos
cursos de água, em articulação com os Estados onde se situam os potenciais hidroenergéticos;
XV - organizar e manter os serviços oficiais de estatística, geografia, geologia e
cartografia de âmbito nacional;
XVIII - planejar e promover a defesa permanente contra as calamidades públicas,
especialmente as secas e as inundações;
XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer natureza e exercer
monopólio estatal sobre a pesquisa, a lavra, o enriquecimento e reprocessamento, a
industrialização e o comércio de minérios nucleares e seus derivados, atendidos os seguintes
princípios e condições:
a) Toda atividade nuclear em território nacional somente será admitida para fins
pacíficos e mediante aprovação do Congresso Nacional.
• Competência Comum.
“As competências previstas no art. 23 da CF dizem respeito às ações administrativos a
cargo do Poder Público, no atingimento de suas finalidades, portanto são competências
comuns da União, Estados, Distrito Federal e Municípios.”
Ou seja, a articulação e a integração das respectivas ações são fundamentais para
evitar a sobreposição de esforços, o desperdício de recursos e para garantir decisões
harmônicas, o que de resto vale para qualquer política pública.

Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios:
I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e
conservar o patrimônio público;
II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas
portadoras de deficiência;
III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e
cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos;
V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação e à ciência;
VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas;
VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;
VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento alimentar;
XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e
exploração de recursos hídricos e minerais em seus territórios;

Aula 3 – Política Nacional do Meio Ambiente, SISNAMA, SNUC.

PNMA – Política Nacional do Meio Ambiente.


”Preocupação da sociedade brasileira em assegurar o desenvolvimento do país,
garantindo a preservação dos recursos naturais.”
Para assegurar a efetividade da implantação da Política Nacional do Meio Ambiente
foram formuladas medidas de competência governamental:
I. Ação governamental na manutenção¹ do equilíbrio ecológico², considerando o
meio ambiente como um patrimônio público³ a ser necessariamente assegurado e protegido,
tendo em vista o uso coletivo³;
Principio da Obrigatoriedade da Intervenção do Poder Público¹
Principio do Meio Ambiente Equilibrado²,
Principio do Acesso Equitativo³.

II. Racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar;


Princípio do Desenvolvimento Sustentável.
III. Planejamento¹ e fiscalização² do uso dos recursos ambientais;
Princípio do Desenvolvimento Sustentável. ²
Princípio da Obrigatoriedade da Intervenção do Poder Público ²

IV. Proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas representativas;


Princípio do Meio Ambiente Equilibrado.

V. Controle e zoneamento das atividades potencial¹ e efetivamente poluidoras. ²


Princípio da Precaução¹.
Princípio da Prevenção².

VI. Incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas para o uso


racional e a proteção dos recursos ambientais;

VII. Acompanhamento do estado da qualidade ambiental;

VIII. Recuperação de áreas degradadas;


Princípio da Reparação Integral.

IX. Proteção de áreas degradadas;

X. Educação ambiental¹ a todos os níveis de ensino, inclusive a educação da


comunidade, objetivando capacitá-la para participação ativa² na defesa do meio ambiente.
Principio da Informação. ¹
Princípio da Participação².

Conceitos.

• Meio ambiente: conjunto de condições, leis, influencias e interações de ordem


física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas.
• Degradação ambiental: a alteração adversa das características do meio
ambiente.
• Poluição: degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que
direta ou indiretamente:
a) Prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população;
b) Criem condições adversas às atividades sociais e econômicas;
c) Afetem desfavoravelmente a biota;
d) Afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente;
e) Lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais
estabelecidos.
• Poluidor: pessoa jurídica, de direito publico ou privado, que poderia ser
responsável, direta ou indiretamente por atividade causadora de degradação ambiental.
• Recursos ambientais: a atmosfera, as águas interiores, superficiais e
subterrâneas, os estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo, os elementos da biosfera, a
fauna e a flora.
Para que as medidas sejam cumpridas foram desenvolvidos instrumentos da PNMA:
I. Estabelecimento de padrões de qualidade ambiental;
II. O zoneamento ambiental. (ZEE’s)
III. Avaliação de impactos ambientais. (AIA)
IV. O licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras.
(EIA/RIMA)
V. Os incentivos à produção e instalação de equipamentos e a criação ou
absorção de tecnologia, voltados para a melhoria da qualidade ambiental.
VI. A criação de espaços territoriais especialmente protegidos pelo Poder Público
Federal, Estadual e Municipal, tais como áreas de proteção ambiental, de relevante interesse
ecológico e reservas extrativistas. (APP’s)
VII. O sistema nacional de informações sobre o meio ambiente;
VIII. O Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumento de Defesa Ambiental;
IX. As penalidades disciplinares ou compensatórias aplicáveis no caso de não
cumprimento das medidas necessárias à preservação ou correção da degradação ambiental;
X. A instituição do Relatório de Qualidade do Meio Ambiente, a ser divulgado
anualmente pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis –
IBAMA;
XI. Garantia da prestação de informações relativas ao Meio Ambiente, obrigando-
se o Poder Público a produzi-las, quando inexistentes.
XII. O Cadastro Técnico Federal de atividades potencialmente poluidoras e/ou
utilizadoras dos recursos ambientais;
XIII. Instrumentos econômicos, como concessão florestal, servidão ambiental,
seguro ambiental e outros.

SISNAMA – Sistema Nacional do Meio Ambiente.

É um conjunto de órgãos e entidades federais, estaduais e municipais da


Administração Pública, instituídos por leis que fixaram as respectivas atribuições relativas à
proteção ambiental. Tem como característica fundamental a coordenação das ações de seus
componentes, no entanto é de grande importância a articulação institucional, em que cada
órgão ou entidade, no exercício de suas atribuições, possua uma interface com os outros
atores do sistema, para que não se perca de vista a visão de conjunto, na busca do
atingimento do principio da eficiência.
“O SISNAMA representa a articulação dos órgãos ambientais existentes e atuantes em
todas as esferas da Administração Pública.”
Estrutura:
• Conselho de Governo: integra a Presidência da Republica, como órgão de
assessoramento imediato ao Presidente, sendo órgão superior ao SISNAMA. Cuja função é
pronunciar-se sobre as questões relevantes apresentadas pelo Governo Federal, em que se
incluem os problemas emergentes, de grave complexidade e implicações sociais. “...
formulação de política nacional e, principalmente, as diretrizes governamentais para o meio
ambiente e os recursos ambientais.”
• CONAMA: Conselho Nacional do Meio Ambiente é o órgão consultivo e
deliberativo do SISNAMA, e tem por finalidade assessorar, estudar e propor ao Conselho de
Governo diretrizes de políticas governamentais para o meio ambiente e os recursos naturais e
deliberar, no âmbito de sua competência, sobre normas e padrões compatíveis com o meio
ambiente ecologicamente equilibrado e essencial à sadia qualidade de vida.
• MMA: Ministério do Meio Ambiente é o órgão central do SISNAMA, cuja
finalidade é planejar, coordenar, supervisionar e controlar, como órgão federal, a política
nacional e as diretrizes governamentais fixadas para o meio ambiente.
São componentes do MMA:
Agencia Nacional de Águas;
IBAMA;
Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade;
Instituto de Pesquisas do Jardim Botânico;
Companhia de Desenvolvimento de Barcarena.
• IBAMA: Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis, cujas competências estão voltadas ao exercício do poder de policia ambiental,
observadas as diretrizes fixadas pelo Ministério do Meio Ambiente, tem por finalidade executar
e fazer executar, como órgão federal, a política e as diretrizes governamentais ficadas para o
meio ambiente. Ações:
1. Licenciamento ambiental;
2. Controle da qualidade ambiental;
3. Autorização de uso dos recursos naturais;
4. Fiscalização, monitoramento e controle ambiental.
• ICM- BIO: Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade compete
a essa entidade as atribuições concernentes às políticas de proteção das Unidades de
Conservação instituídas pela União, no que se refere à sua proposição, implantação, gestão,
proteção, fiscalização e a seu monitoramento, exercendo o poder de policia ambiental nesses
espaços, sem descartar o exercício supletivo do poder de policia ambiental pelo IBAMA.
• Órgãos Seccionais: entidades estaduais responsáveis pela execução de
programas, projetos e pelo controle e fiscalização de atividades capazes de provocar
degradação ambiental.
• Órgãos Locais: entidades municipais responsáveis pelo controle e fiscalização
dessas atividades, nas suas respectivas competências.

Aula 4 – SNUC – Sistema Nacional de Unidades de Conservação


Sistema que fixa critérios e regras para criação e implantação dessas unidades
estabelecendo condições para a gestão dos mesmos com vistas a dar efetividade á sua
proteção.
A Unidade de Conservação (UC) é conceituada na lei como:
“espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com
características naturais relevantes, legalmente instituídos pelo Poder Publico, com objetivos de
conservação e limites definidos, sob-regime especial de administração, ao qual se aplicam
garantias adequadas de proteção.”

As Unidades de Conservação são divididas em duas Categorias:


1. Unidades de Conservação de Proteção Integral: em níveis maiores ou
menores, de acordo com a caracterização de cada subcategoria, é restrita a atividade humana,
não se admitindo a presença nem das populações tradicionais. Trata-se de uma forma mais
restritiva de proteção de áreas, o que indica maior fragilidade dos bens ambientais a serem
protegidos.

2. Unidades de Conservação de Desenvolvimento Sustentável: tem por objetivo


básico a compatibilização da conservação da natureza com o uso sustentável de parcela dos
seus recursos naturais. “uso sustentável é a exploração do ambiente de maneira a garantir a
perenidade dos recursos ambientais renováveis e dos processos ecológicos, mantendo a
biodiversidade e os demais atributos ecológicos, de forma socialmente justa e economicamente
viável.”

São unidades de proteção integral:


I. Estação Ecológica: áreas representativas de ecossistemas brasileiros,
destinadas à realização de pesquisas básicas e aplicadas de Ecologia, à proteção do ambiente
natural e ao desenvolvimento da educação conservacionista.
II. Reservas Biológicas: possuem a finalidade de resguardar atributos
excepcionais da natureza, conciliando a proteção integral da flora, da fauna e das belezas
naturais com a utilização para objetivos educacionais, recreativos e científicos.
III. Parque Nacional: são monumentos públicos naturais, que perpetuam em sua
composição florística primitiva, trechos do país, que, por circunstancias peculiares, o mereçam.
IV. Monumento Natural: são as regiões, os objetos, ou as espécies vivas de
animais ou plantas, de interesse estético ou valor histórico ou valor cientifico, aos quais é dada
proteção absoluta, com o fim de conservar um objeto especifico ou uma espécie determinada
de flora ou fauna, declarando uma região, um objeto, ou uma espécie isolada, monumento
natural inviolável, exceto para a realização de investigações cientificas devidamente
autorizadas, ou inspeções oficiais.
V. Refugio da Vida Silvestre: tem como finalidade a proteção de ambientes
naturais onde se asseguram condições para a existência ou reprodução de espécies ou
comunidades da flora local e da fauna residente ou migratória.

São unidades de uso sustentável:

I. Área de Proteção Ambiental (APA): quando existe um interesse publico


relevante, pode se declarar determinadas áreas do território nacional como de interesse para a
proteção ambiental, a fim de assegurar o bem-estar das populações humanas e conservar ou
melhorar as condições ecológicas locais.
II. Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE): são áreas que possuam
características naturais extraordinárias ou abriguem exemplares raros da biota regional,
exigindo cuidados especiais de proteção por parte do Poder Público.
III. Floresta Nacional (FLONA): são áreas delimitadas pelo Governo Federal,
submetidas à condição de inalienabilidade e indisponibilidade, em parte ou no todo,
constituindo-se bens da União, administradas pelo IBAMA, sob supervisão do MMA e da
Amazônia Legal.
IV. Reserva Extrativista: são áreas consideradas de interesse ecológico e social,
ou seja, que possuam características naturais ou exemplares da biota que possibilitem a
exploração autossustentável desses recursos, sem prejuízo da conservação ambiental, e
manutenção da população extrativista tradicional, cuja subsistência depende dessa atividade e
agricultura.
V. Reserva de Fauna: trata-se de área natural com populações animais de
espécies nativas, terrestres ou aquáticas, residentes ou migratórias, adequadas para estudos
técnicos-cientificos sobre o manejo econômico sustentável de recursos faunísticos.
VI. Reserva de Desenvolvimento Sustentável: tem como objetivo preservar a
natureza e, ao mesmo tempo, assegurar as condições e os meios necessários para a
reprodução e a melhoria dos modos e da qualidade de vida e exploração dos recursos naturais
pelas populações tradicionais.
VII. Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN): área de domínio privado a
ser especialmente protegida, por iniciativa de seu proprietário, mediante reconhecimento do
Poder Publico, por ser considerada de relevante importância pela sua biodiversidade, ou pelo
seu aspecto paisagístico, ou ainda por suas características ambientais que justifiquem ações
de recuperação.
Aula 5 - EPIA, Licenciamento.

EPIA: Instrumento de caráter constitucional, nova denominação para o EIA, ocorre no


âmbito do processo de licenciamento ambiental, este constitui detalhamento adicional do
próprio procedimento do licenciamento, nos casos em que a Administração Pública entender
necessário.
“Para assegurar o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, a exigência, na
forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa
degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará
publicidade.”.

CONAMA: exige a realização de Estudo de Impacto Ambiental e respectivo Relatório


de Impacto Ambiental (RIMA) para o licenciamento de atividades modificadoras do meio
ambiente. No entanto qualquer atividade humana causa impacto ambiental, então as atividades
que devem depender do EIA são as atividades que causam impactos significativos, ou seja,
atividades que alterem as propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente,
causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas.

Durante a análise o EIA deve:


1. Contemplar todas as alternativas tecnológicas de localização, confrontando-as
com a hipótese de não execução do projeto;
2. Identificar todos os impactos ambientais gerados nas fases de implantação do
projeto;
3. Definir a área de influencia;
4. Considerar os planos e programas governamentais propostos e a implantar
nova área de influencia do projeto e sua compatibilidade.

E em seu relatório deve constar:


1. Diagnostico ambiental da área de influencia do projeto e completa descrição e
análise dos recursos ambientais e suas interações, tal como existem, de modo a caracterizar a
situação ambiental da área, antes da implantação do projeto.
2. Análise dos impactos ambientais do projeto e de suas alternativas, através de
identificação, previsão da magnitude e interpretação da importância dos prováveis impactos
relevantes.
3. Definição de Medidas mitigadoras dos impactos negativos, entre elas os
equipamentos de controle e sistemas de tratamento de despejos, avaliando a eficiência de
cada uma delas.
4. Elaboração do programa de acompanhamento e monitoramento dos impactos
positivos e negativos, indicando os fatores e parâmetros a serem considerados.
EIA X RIMA

A partir do Estudo Prévio de Impacto Ambiental, deve ser elaborado um Relatório de


Impacto Ambiental (RIMA), que constitui um resumo do EPIA, abordando os pontos
fundamentais do estudo, com linguagem acessível, cuja finalidade é facilitar o acesso à
informação acerca do projeto proposto.
Somente pode elaborar o EIA/RIMA profissionais legalmente habilitados, a expensas
do empreendedor.

Participação do Público
• Audiência realizada pelo representante da entidade licenciadora;
• Exposição objetiva do projeto e do RIMA;
• Abertura das discussões com os interessados presentes, cabendo uma
regulamentação sobre as manifestações.
• Acompanhamento do estudo.

Licenciamento Ambiental
É um instrumento de gestão do meio ambiente que analisa os impactos que um
empreendimento poderá causar em determinado território utilizando parâmetros definidos pelas
varias ciências que dão suporte técnico ao direito ambiental, constituindo um processo
administrativo, submetido ao regime jurídico de direito publico. O licenciamento ambiental se
diferencia do EIA pela ausência de significância nos impactos ambientais a serem analisados,
sendo considerados todos e quaisquer impactos que esse empreendimento possa causar.
A competência de emitir o licenciamento ambiental é um pouco confusa
porque, constitucionalmente, Municípios, Estados e a própria União poderiam emiti-la, no
entanto essa ideia é contrária à competência comum de proteção do meio ambiente, quebra a
hierarquia administrativa, e pode sugerir uma invasão de competências, cuja Resolução não
pode atribuir e repartir competências.).
O procedimento de licenciamento ambiental segue algumas diretrizes burocráticas
fundamentais:
• Definição de documentos necessários para o requerimento da licença;
• Requerimento da licença ambiental pelo empreendedor e dar devida
publicidade a esta;
• Analise e realização de vistorias;
• Solicitação de esclarecimentos e complementações;
• Emissão de parecer técnico conclusivo e , quando couber, jurídico;
• Deferimento ou indeferimento do pedido de licença.

Sendo licença um ato administrativo pelo qual o órgão ambiental competente


estabelece as condições, restrições e medidas de controle ambiental que deverão ser
obedecidas pelo empreendedor para seguir com suas atividades utilizadoras dos recursos
ambientais consideradas efetiva ou parcialmente poluidoras.

Existem três tipos de licenças estabelecidas:


1. Licença Previa: (LP) expedida na fase preliminar do planejamento das
atividades, contém os requisitos básicos a serem atendidos nas fases de localização,
instalação e operação, de uso do solo. Refere-se a uma fase anterior a qualquer ato material
em relação ao empreendimento, após a emissão da LP, a critério do licenciador, estabelece-se
uma serie de requisitos a serem observados pelo empreendedor e cujo cumprimento será
fiscalizado pelas fases de licenciamento posteriores.
2. Licença de Instalação: (LI) autoriza o inicio da implantação de acordo com as
especificações constantes do Projeto Executivo aprovado. Refere-se à autorização da
implantação do projeto, de maneira que a construção deste já não causa os impactos
ambientais previamente analisados, e ainda assim sua operação dependerá do atendimento
dos requisitos previstos pela fase de licenciamento de operação executada por fim.
3. Licença de Operação: (LO) autoriza, após todas as verificações, o inicio da
atividade licenciada e o funcionamento de seus equipamentos de controle de poluição, de
acordo com o previsto nas licenças Prévia e de Instalação. Para expedição dessa serão
verificadas as exigências fixadas na LP como condição essencial de sua concessão, será
aferido se houve o cumprimento das normas e dos padrões de qualidade e então é autorizado
o inicio das atividades.

Cassação: descumprimento ocorre posteriormente.


Anulação: ilegalidade na origem.
Revogação: mudança nas condições.

Responsabilidades Civil e Penal.


1. Senão não houve EIA/RIMA e o órgão público estiver convencido da
RAIAS/RAP (Relatório Ambiental Prévio trata-se de estudos científicos elaborados por equipe
multidisciplinar que oferecem instrumentos para a análise do) o Poder Público será
responsável.
2. Senão houve EIA/RIMA totalmente favorável e a licença foi concedida sem
responsabilidade do Estado – foi ato vinculado.
3. Se houve EIA/RIMA desfavorável e a licença foi concedida é responsabilidade
solidária do Estado.
4. Se houve EIA/RIMA desfavorável e a licença não foi concedida então não é
responsabilidade do Estado.

Outros relatórios...
Relatório de Controle Ambiental (RCA): contem a descrição da atividade de perfuração,
riscos ambientais, identificação de impactos e medidas mitigadoras.
Estudo de Viabilidade Ambiental (EVA): avaliação ambiental e indicação das medidas
de controle a serem adotadas.
Relatório de Avaliação Ambiental (RAA): elaborado pelo empreendedor, deve conter o
diagnostico ambiental da área onde já se encontra implantada a atividade, a descrição dos
novos empreendimentos ou ampliações, a identificação e avaliação do impacto ambiental e as
medidas mitigadoras a serem adotadas.
Projeto de Controle Ambiental (PCA): elaborado pelo empreendedor de petróleo e gás,
e contem os projetos executivos de minimização dos impactos ambientais avaliados nas fases
de licenciamento.

Aula 6 – Zoneamento

Conceituado como a divisão de um determinado território em setores reservados a


certas atividades. Trata-se do uso e ocupação do solo. Inicialmente destinado a fixar as
diversas áreas do solo municipal, ou seja, a fixar as diversas áreas para o exercício das
funções urbanas elementares e posteriormente foi implantado o zoneamento ambiental que,
possui semelhante função ao anterior, visa à divisão do uso do solo e a implantação de
atividades e empreendimentos sujeitos a regras e níveis específicos de proteção.

Zoneamento Ecológico- Econômico (ZEE)

É um instrumento do desenvolvimento sustentável, na medida em que, na distribuição


das atividades econômicas, deve levar em conta a importância ecológica, as limitações e as
fragilidades dos ecossistemas, estabelecendo vedações, restrições e alternativas de
exploração do território – limitações ao direito de propriedade- e determinando, quando for o
caso, inclusive, a relocalização de atividades incompatíveis com suas diretrizes gerais.
Sua função é estabelecer medidas e padrões de proteção ambiental destinados a
assegurar a qualidade ambiental, dos recursos hídricos e do solo e a conservação da
biodiversidade, garantido o desenvolvimento sustentável e consequente melhoria nas
condições de vida da população.
Para a elaboração e implantação de uma ZEE é necessário:
1. A participação dos diferentes níveis de administração publica e da sociedade
civil;
2. A busca da sustentabilidade ecológica, econômica e social, compatibilizando
com o crescimento econômico e a proteção dos recursos naturais.
3. A base cientifica multidisciplinar, que indicará, sob os aspectos técnicos, os
caminhos mais adequados em favor das presentes e futuras gerações.
Alteração da ZEE: não poderá reduzir o percentual de reserva legal definido em
legislação especifica nem as áreas protegidas, com Unidades de Conservação ou não.

Zoneamento Industrial
Dividido em três áreas:
1. Estritamente industrial: indústrias poluidoras, áreas com capacidade de
assimilação, infraestrutura e serviços para funcionamento e segurança.
2. Predominantemente industrial: poluição passível de controle e possui áreas de
proteção ambiental.
3. Diversificado: indústrias complementares, compatibilidade com atividades
mesmo sem métodos de controle de poluição.

Zoneamento: Revogação, Anulação e Cassação da Licença.

Zoneamento e Direito adquirido.


Essa questão se refere a atividades previamente existentes que, com o novo
zoneamento, deixaram de ser permitidas, no entanto é garantido pela Constituição Federal o
Direito Adquirido que pode ir contra a decisão de mudança de zoneamento.
A finalidade do zoneamento é a proteção contra a poluição provocada pela indústria, se
esta estiver em total conformidade com as normas ambientais pode se supor que ela não está
poluindo, e então esta não fica obrigada a procurar outra localização, e em caso de
desapropriação segue o pagamento de indenização.
Logo o zoneamento não tem por objetivo a não poluição, mas a poluição em níveis
aceitáveis fixando padrão de qualidade ambiental. Então se uma indústria que polui está dentro
dos padrões aceitáveis e com a mudança de zoneamento ela é obrigada a se modificar, o
órgão poderá na renovação da licença tornar mais exigentes esses padrões e se a indústria
cumprir permanece, se não cumprir perde a licença e a autorização do Poder Público para
funcionar naquele local. Ou seja, há o direito adquirido de permanecer naquele local porem não
há o direito adquirido de poluir.

Aula 7 – APP e Reserva Legal

Áreas de Preservação Permanente (APP)


É uma área protegida que pode ou não estar coberta por vegetação nativa, com a
função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a
biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das
populações humanas.
A localização, os parâmetros, as definições e os limites das APP são áreas situadas:
• Em faixa marginal medida a partir do nível mais alto, em projeção horizontal,
com a largura mínima.
• Ao redor de nascente ou olho d’água, ainda que intermitente, com raio de 50m
de tal forma que proteja, em cada caso, a bacia hidrográfica contribuinte;
• Ao redor de lagos e lagoas naturais, em faixas de metragem determinadas.
• Nos topos de morros e montanhas;
• Nas encostas e escarpas.
• Nas restingas.
• Etc.
As funções dessas áreas são:
1. Atenuar erosão das terras;
2. Fixar as dunas;
3. Formar faixas de proteção ao longo de rodovias e ferrovias;
4. Auxiliar na defesa do território;
5. Proteger sítios de excepcional beleza ou de valor cientifica e histórico;
6. Asilar fauna e flora ameaçados de extinção;
7. Assegurar condições de bem-estar públicos.

A área de preservação permanente possui uma função ambiental logo sempre estará
coberta por vegetação mesmo que essa não seja nativa, para que essa função, seja cumprida.

Supressão da APP
Quando necessária à execução de obras, planos, atividade ou projetos de utilidade
publica ou interesse social o Poder Executivo Federal pode admitir a supressão parcial ou total
da vegetação de uma APP.
No entanto o interesse social e utilidade pública resultaram num descaso com a
proteção da APP, então foi necessária a determinação do que significa os termos acima, sendo
autorizada a supressão das app’s para:
• Abertura de vias de acesso interno, pontes necessárias à travessia de cursos
água.
• Implantação de instalações necessárias à captação condução de água e
efluentes tratados.
• Implantação de corredor de acesso de pessoas e animais para obtenção de
água
• Etc.

Reserva Legal
É definida como área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural,
excetuada a de preservação permanente, necessária ao uso sustentável dos recursos naturais,
à conservação e a reabilitação dos processos ecológicos, à conservação da biodiversidade e
ao abrigo e proteção de fauna e flora nativas.
É uma imposição legal possuir em seu território uma porcentagem de terra destinada à
preservação – reserva legal.
Essa reserva possui a mesma porcentagem para todos os proprietários de terras, e
esse valor varia de acordo com o bioma da região.

PROVA 2

Aula 10 – Infrações e Sanções do Direito Ambiental

Para se tratar de infrações deve se considerar a responsabilidade por um dano, assim


temos como definição de dano “prejuízo causado ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado”.
Sabemos que a legislação não exige que deixemos intacta a natureza, assim a função
do direito ambiental consiste em nortear as atividades humanas, impondo limites, induzindo
comportamentos por meio de instrumentos econômicos, com o objetivo de garantir que essas
atividades não causem danos irreversíveis ao meio ambiente, impondo assim
responsabilidades e penalidades aos transgressores.
Mas para que sejam impostas as responsabilidades deve se considerar o tipo de dano
que será causado tendo dois principais tipos:
Natureza = sendo patrimonial ou extrapatrimonial.
Interesse lesado = podendo ser individual ou coletivo.

Dos danos causados à natureza tem-se:


Patrimonial = refere-se a perdas materiais, o patrimônio como propriedades
afetadas – uma indústria sofre com um derramamento de produtos que atinge diretamente uma
propriedade de um cidadão.
Extrapatrimonial = lesão de fatores imateriais, causam alteração do bem-estar
– uma indústria não utiliza um filtro de liberação de gases adequado liberando assim gases
com odores fétidos.
Individual = refere-se a perdas materiais individuais – como no exemplo citado
a poluição afeta somente um individuo.
Coletivo = refere-se à poluição ao meio ambiente comum – como
derramamento de óleo combustível em baías, praias e etc. é um tipo de poluição que atinge um
bem coletivo.

No entanto os princípios prevenção, precaução e informação nos remetem a pensar


que a população em geral deve tomar todos os cuidados para minimizar/mitigar a possibilidade
de causar danos ao meio ambiente.
Porém toda e qualquer atividade humana acaba por causar um dano ao meio
ambiente, o problema está em mensurar a significância de tal dano – se insignificante ou se
significante. Neste ponto entra o principio da reparação integral e da Independência de
Responsabilidades.
O primeiro já discutido em outros capítulos trata da restauração do ambiente a sua
condição original ou próxima à original.
Já o principio da Independência de Responsabilidades diz que as condutas e
atividades consideradas lesivas ao meio ambiente, sujeitarão aos infratores, pessoas físicas e
jurídicas, sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os
danos causados.
Ou seja, o infrator será responsabilizado legalmente pelo dano causado e terá que
reparar esse mesmo, essa responsabilização é imposta por sanções civis, penais e
administrativas que podem ser aplicadas cumulativamente.

Responsabilidade Civil e Criminal


A responsabilidade civil é independente da penal. Assim quando ocorre absolvição do
réu na esfera penal por ausência de provas, esse não necessariamente será absolvido na
esfera administrativa e civil; já que para ser culpado na esfera penal é necessário o dolo – a
intenção de causar o dano e nas demais somente é considerado a existência do dano –
independente da intenção.
Então mesmo que encerrado o processo criminal, ainda será proposta uma ação civil
de reparação e danos e um procedimento administrativo para aplicação de sanções contra os
atos violadores das normas ambientais.

Responsabilidade Civil
Tem função satisfativa, punitiva, reparatória e preventiva.
E corresponde à obrigação de reparar ou indenizar pelos danos causados ao meio
ambiente.
É baseada em 3 fatores fundamentais: prática ilícita + dano + nexo causal entre
a prática e o dano.
Essa pratica pode ocorrer de forma omissiva (quando não se toma as
providencias preventivas, mesmo consciente das consequências danosas) ou comissiva
(quando se pratica o ato ilícito e causa o dano ao meio ambiente).
Independente de como esse dano é causado à atividade é classificada como ilícita.
Assim a responsabilidade civil é classificada em duas categorias:
• Responsabilidade subjetiva: é necessário verificar a existência de culpa, realização de
ação voluntária, que se traduz na vontade do agente em produzir ou permitir que
ocorra o dano. Portanto nesse caso se inclui o dolo ou culpa
• Responsabilidade objetiva: não é necessário verificar a existência de culpa – o dano já
é suficiente. Assim o ato ilícito pode ter sido causado sem conhecimento, intensão ou
qualquer conduta dolosa ou culposa do agente.
Mas configurado como ato ilícito já é classificado como responsabilidade civil e então
haverá a obrigação de reparação integral dos danos mesmo sem a culpa ou dolo –
TEORIA DO RISCO.
Nesse sentido se faz necessária a definição de dolo e culpa:
Dolo: quando há a intenção de produzir dano, assim sendo o agente assume um risco
de produzir determinado dano.
Culpa: quando o resultado é produzido por imprudência, negligencia ou imperícia.

Reparação do Dano Ambiental


Gera as seguintes obrigações para seu autor:
• Obrigação de não fazer – cessar a atividade causadora de dano.
Essa se trata da preferencia pela prevenção ou não agravamento do dano. Em caso de
prevenção não ocorre à obrigação da reparação já que o dano não foi causado.
• Obrigação de fazer – recuperar o bem danificado.
Uma vez ocorrido o dano este deve ser reparado por quem lhe causou.
• Obrigação de dar – indenizar, em caso de impossibilidade de recuperação do bem
danificado.
Então quando ocorrido o dano e esse é irreversível é imposta a obrigação de recuperar
com o pagamento de indenização.
Porém nos casos em que o meio não é possível de ser recuperado integralmente é
possível que o poluidor deva também, junto à tentativa de reparação, ser obrigado a
indenizar.
Assim para implantação de qualquer atividade poluidora ou não poluidora que pode causar
quaisquer danos ao meio ambiente, é separado uma porcentagem do valor da obra e
direcionado para a criação de Unidade de Conservação Permanente como atividade
compensatória.

Infrações e Sanções Administrativas


Refere-se aos efeitos jurídicos a que se sujeita o autor de um dano ambiental perante a
Administração Publica. Infrações e sanções são temas ligados, pois não há infração sem
uma sanção correspondente.
Infração é toda ação ou omissão que viole as regras jurídicas de uso, gozo, promoção,
proteção e recuperação do meio ambiente.
É geralmente causada por uma conduta ilícita de natureza objetiva, a aplicação de uma
sanção é feita por um funcionário da Administração Publica, as sanções administrativas
tem por fundamento imposição de conduta e poder de policia.
Dentro da Responsabilidade Administrativa temos:
• Medidas Administrativas: que visam prevenir a ocorrência de novas infrações,
resguardar a recuperação ambiental e garantir o resultado pratico do processo
administrativo. São exemplos de medidas: apreensão, embargo de obra, suspensão de
venda ou fabricação, suspensão de atividades, destruição de produtos e demolição.
Possuindo caráter de excepcionalidade e imediatismo. O caráter de excepcionalidade é
ligado à intensidade do dano causado que não permite aguardar decisão
administrativa.

• Sanções Administrativas: são impostas após a tramitação do processo legal de


apuração de infração, garantindo ao autuado o direito à ampla defesa. Não necessita
da excepcionalidade explicada anteriormente e o agente sofrerá punições advindas do
processo. São exemplos de sanções advertência, multa simples e diária, apreensão
dos produtos, destruição, suspensão de venda, embargo, demolição, suspensão e
restrição de direitos junto a Administração Pública.

Responsabilidade Penal por Dano ao Meio ambiente.


Lei de Crimes Ambientais – muito importante, pois definiu os crimes ambientais e de maneira
rigorosa, para pessoas físicas e jurídicas.
A aplicação da pena depende da gravidade do dano causado, dos antecedentes do agente e
da situação econômica do agente. Na responsabilidade penal é considerados o dolo ou culpa.
Em caso de culpa – quando o agente causa um dano culposo que não possuía intenção de
causar o dano, mas foi imprudente pode sofre “prisão de 4 anos”, pagamento de multa,
prestação de serviços públicos e etc.
Já em caso de dolo – quando o agente causa um dano doloso assumindo os riscos das
consequências desse dano sua pena é mais intensa.

Em ambos os casos temos as situações atenuantes e agravantes.


Atenuantes:
• Baixo grau de instrução ou escolaridade do agente.
• Arrependimento do infrator – manifestado pela espontânea reparação dos danos.
• Comunicação prévia do agente do perigo iminente de degradação ambiental – ele vai e
denuncia a própria ação.
• Colaboração com os agentes encarregados da vigilância e do controle ambiental.
Agravantes:
• Objetivando obter lucratividade com o dano.
• Coagindo outras pessoas para a execução do material da infração.
• Afetando ou expondo ao perigo de maneira grave a saúde publica ou meio ambiente.
• Causando danos a propriedade alheia.
• Atingindo áreas de unidades de conservação, áreas de preservação permanente e
reservas legais.
• Atingindo áreas urbanas ou quaisquer assentamentos humanos.
• Em período de defesa à fauna – época de reprodução e desova, por exemplo.
• Em domingos ou feriados ou anoite – menor fiscalização pelo Estado nesses períodos.
• Épocas de seca ou inundações – a fragilidade dos ecossistemas torna os crimes mais
intensos.
• Emprego de métodos cruéis para o abate ou captura dos animais.
• Fraude ou abuso de confiança.
• Abuso do direito de licença, permissão ou autorização ambiental – excedendo os
limites traçados.
• Interesse de pessoa jurídica mantida com total ou parcialmente por verbas publicas ou
beneficiada por incentivos fiscais.
• Atingindo espécies ameaçadas de extinção, listadas em relatórios oficiais das
autoridades competentes.
• Facilitação por funcionário publico no exercício de suas funções.
Em caso de pessoas jurídicas a pena pode ser:
Multa, Restrição de direitos – proibição de contratar com o poder público, receber subsídios
ou doações e etc. – além de poder sofrer interdição temporária e suspensão da licença,
prestação de serviços.
AULA 11 – MEIOS PROCESSUAIS.
A proteção do meio ambiente se vale de meios processuais adequados que fazem parte do
processo coletivo. Como:
• Lei da ação popular
• Lei da ação civil publica
• Mandado de segurança individual e coletivo
• Ação penal.
Os crimes ambientais possuem caráter de imprescritibilidade, pois se tratando de que é um
direito fundamental comum a toda a humanidade, não se submete a prescrição, pois uma
geração não pode impor as seguintes o eterno ônus de suportar a pratica de
comportamentos que podem destruir o próprio habitat do ser humano.

• Ação Penal
Ocorre somente em casos de crimes definidos em lei.
Crimes mais leves: tem como pena – imediata aplicação de pena restritiva de direitos e
suspensão condicional.
É publica e incondicionada, mas permite ação privada subsidiaria, é proposta pelo
Ministério Publico, em casos de infrações penais ambientais e independente da pena
aplicada poderá haver fixação de valor para indenização.
• Ação Popular
Pode ser conferida a qualquer cidadão que vise anular o ato lesivo ao patrimônio publico
ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e
ao patrimônio histórico e cultural, ficando o auto, salvo comprovada má-fé, isento de custas
judiciais e do ônus da sucumbência.
• Ação Civil Publica
É destinada à proteção dos direitos difusos em que se inclui o meio ambiente, e tem por
objeto a condenação em dinheiro pelo dano ambiental, a obrigação de fazer – reparar o
dano causado, e a obrigação de não fazer – prevenir a ocorrência de danos cessando as
atividades.
Sendo a obrigação de não fazer a principal – já que a intenção é não prejudicar o meio
ambiente.
Só pode propor a ação civil publica, o Ministério Público, a Defensoria Publica, a União,
Estados e Municípios, empresas publicas, fundações ou sociedade de economia mista,
ONGs e etc. em casos de danos morais e patrimoniais ao meio ambiente – realizados ou
potenciais, contra o agente causador do dano com a finalidade de condenar – indenizar,
obrigar a reparar ou cessar – evitando dano.
• Mandado de Segurança Coletivo Ambiental.
Podem ser proposto por associações, partidos, organizações sindicais em situações de
ofensa ao direito liquido e certo oriunda de ilegalidade ou abuso de poder – emissão de
licença sem EPIA adequado; nesse caso a ação se dá contra o Poder Publico já que o
abuso de poder é dos funcionários da União e tem como finalidade anular o ato ilegal ou
oriundo de abuso de poder - podendo anular licenciamento ambiental concedido sem o
respeito às leis que regulam tal procedimento.
• Habeas Data Ambiental
É proposto por qualquer pessoa já que todos têm direito a receber dos órgãos públicos
informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo, ressalvadas aquelas de
sigilo, portanto é um meio processual aplicado quando ocorre negação ou não atendimento
de solicitação de informações ambientais é utilizada contra os órgãos públicos
responsáveis a fim de se obter a informação ambiental desejada.
• Outros tipos de ação que não convém detalhar:
• Ação civil de responsabilidade por improbidade administrativa em matéria ambiental.
• Ação direta de inconstitucionalidade
• Mandado de injunção – sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o
exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à
nacionalidade, à soberania e à cidadania.

AULA 12 – PALESTRA SOBRE POLITICA NACIONAL DE RESIDUOS SOLIDOS

Plano Nacional de Saneamento Básico


Que estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico e para a politica federal de
saneamento básico. Para isso considera-se saneamento básico como conjunto de serviços,
infraestruturas e instalações operacionais de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos.
Não constitui serviço publico a ação de saneamento executada por meio de ações individuais e
empresas privadas.
O lixo originário de atividades comerciais, industriais e de serviços cuja responsabilidade de
manejo não seja atribuída ao gerador pode por decisão do poder publico ser considerado
resíduo solido urbano.
Assim sendo esta lei institui a Politica Nacional de Resíduos Sólidos, dispondo sobre seus
princípios, objetivos e instrumentos assim como à gestão integrada e ao gerenciamento de
resíduos sólidos gerais às responsabilidades dos geradores e do poder publico.
Estão sujeitas a essa lei, pessoas físicas ou jurídicas responsáveis direta ou indiretamente pela
geração de resíduos sólidos.
Definições:
• Acordo setorial – ato de natureza contratual firmado entre o poder público e
fabricantes, importadores, distribuidores ou comerciantes a implantação da
responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida do produto.
• Ciclo de vida do produto – serie de etapas que envolvem o desenvolvimento do
produto, obtenção de matérias-primas e insumos, processo produtivo, consumo e
disposição final.
• Coleta seletiva – coleta de resíduos sólidos previamente segregados conforme sua
constituição ou composição
• Destinação final ambientalmente adequada – reutilização, reciclagem, compostagem,
recuperação e o aproveitamento energético ou outras destinações admitidas pelos
órgãos competentes, evitando danos ou riscos à saúde publica e a segurança e a
minimizar os impactos ambientais adversos.
• Disposição final ambientalmente adequada – distribuição ordenada de rejeitos em
aterros de modo a evitar os danos citados acima.
• Geradores de resíduos sólidos – pessoas físicas ou jurídicas que geram resíduos
sólidos por meio de suas atividades, nelas incluído o consumo.
• Gerenciamento de resíduos sólidos – conjunto de ações exercidas direta ou
indiretamente nas etapas de coleta, transporte, transbordo, tratamento e destinação
final ambientalmente adequada dos resíduos sólidos e disposição final dos rejeitos de
acordo com o plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos ou com o plano
de gerenciamento – exigidos na forma desta lei.
• Gestão integrada de resíduos sólidos – conjunto de ações voltadas para a busca de
soluções para os resíduos sólidos, de forma a considerar as dimensões politica,
econômica, ambiental, cultural e social com controle social e sob a premissa do
desenvolvimento sustentável.
• Logística reversa – instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado
por um conjunto de ações destinadas a viabilizar a coleta e restituição dos resíduos
sólidos ao setor empresarial – reaproveitamento – retornável.
• Reciclagem – processo de transformação dos resíduos sólidos envolvendo alteração
de suas propriedades físicas, químicas ou biológicas – em insumos ou novos produtos.
• Rejeitos – resíduos sólidos que, depois de esgotadas todas as possibilidades de
tratamento e recuperação por processos tecnológicos disponíveis e economicamente
viáveis não apresentam outra que não a disposição final.
• Resíduos sólidos – qualquer material descartado resultante de atividades humanas em
sociedade cuja destinação final se procede nos estados sólidos ou semissólidos ou que
liberem gases e líquidos que os tornam inviáveis de serem lançados na rede publica de
esgotos ou em corpos d’água e exijam para isso soluções técnicas inviáveis.
• Responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos – conjunto de
atribuições dos compradores/consumidores e do serviço público de limpeza de
minimizar o volume de resíduos sólidos e rejeitos gerados bem como reduzir os
impactos causados a saúde e qualidade ambiental decorrentes do ciclo de vida dos
produtos.

São instrumentos da Politica Nacional de Resíduos Sólidos os planos de resíduos sólidos,


inventários e sistema declaratório anual de resíduos sólidos, coleta seletiva, sistemas de
logística reversa e outras ferramentas relacionadas à implementação da responsabilidade
compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos.
Assim como o incentivo a criação de cooperativas, associações de catadores de materiais
recicláveis, cooperação técnica e financeira entre os setores públicos para o desenvolvimento
de pesquisas de novos processos de tratamento de resíduos.
E um Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras de
Recursos Ambientais.
Para que ocorram gestão e gerenciamento de resíduos sólidos as ações devem ocorrer com a
seguinte ordem: NÃO GERAÇÃO, REDUÇÃO, REUTILIZAÇÃO, RECICLAGEM,
TRATAMENTO E DISPOSIÇÃO FINAL DOS REJEITOS.
Poderão ser utilizadas tecnologias visando à recuperação energética dos resíduos sólidos
desde que tenha sido comprovada sua viabilidade técnica e ambiental e com a implantação de
programa de monitoramento de emissão de gases tóxicos aprova pelo órgão ambiental.

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