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1. No momento em que o país se prepara para uma reforma da Previdência, que vai exigir
que as pessoas trabalhem por mais tempo para garantir a aposentadoria, dados do IBGE
mostram que o brasileiro ainda começa a trabalhar cedo. Em 2015, 44,2% dos ocupados
maiores de 14 anos haviam começado a trabalhar antes de completar essa idade. Dez anos
antes, esse indicador era ainda pior: os trabalhadores precoces representavam 56% do
total de pessoas trabalhando.
A entrada precoce no mercado de trabalho é mais comum entre os idosos: em 2015, dois
terços deles (67,7%) tinham começado a trabalhar com até 14 anos. Entre os ocupados de
15 e 29 anos de idade essa parcela também é expressiva: 29,2% entraram no mercado de
forma ilegal, já que a legislação brasileira proíbe o trabalho para jovens até 14 anos. Os
dados são da Síntese de Indicadores Sociais do IBGE, divulgada em 02/12/2016.
Diante deste cenário, Dante Henrique Moura traz propostas para o campo educacional.
Sobre estas propostas, é correto afirmar:
a) Este cenário facilita a implementação de uma educação omnilateral, pois o trabalho se
faz cada vez mais presente no percurso do jovem que ainda está na Educação Básica.
b) Baseando-se em pensadores como Marx, Engels e Gramsci, Dante defende a
profissionalização especializada, ou seja, o aprendizado de técnicas específicas que
dariam autonomia e independência aos jovens no mercado de trabalho.
c) Dante defende a potencialização da unilateralidade nos primeiros anos da Educação
Básica. Pensando a longo prazo, esta proposta possibilitaria a superação de índices
negativos da presença dos jovens no mercado de trabalho.
d) A educação omnilateral ou politécnica, nos moldes pregados por Marx e Engels, ou
mesmo a escola unitária de Gramsci, não seria possível na atual sociedade. A formação
humana integral é vista num futuro onde a classe operária conquistaria o poder político.
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superpopulação acelerada piora as condições sanitárias das moradias. As péssimas
condições de moradia e a superpopulação são duas anotações constantes sobre os
bairros operários londrinos. Com o pouco tempo de descanso, os operários procuram se
alojar próximos das fábricas, aglomerando mais ainda a região central da cidade,
vivendo de forma precária, degenerando a imagem visual das ruas de Londres.
Este foi o contexto no qual Marx e Engels produziram parte de seus textos. A superação
desta difícil situação pela qual passava a classe trabalhadora seria dada seguindo alguns
passos. Sobre este percurso, é correto afirmar:
a) Devido à gravidade da situação, Marx e Engels propunham a rápida transformação da
sociedade em comunista.
b) A unificação da educação com a produção material era vista apenas em uma sociedade
futura, após o domínio do poder político pela classe operária.
c) Enquanto não houver a superação completa do capitalismo, não se pode falar de
avanços no campo educacional.
d) Marx e Engels colocam a possibilidade plena de unificação entre educação e produção
material na sociedade de sua época.
3. “Um fantasma ronda a Europa – o fantasma do comunismo”. Com essa frase, Karl
Marx e Friedrich Engels introduzem o texto do Manifesto Comunista, elaborado a partir
de uma solicitação da Liga Comunista, organização internacional que reunia artesãos e
operários europeus em meados do século 19. O texto consolida diversos conceitos que já
estavam em discussão na época, como a questão da luta de classes entre burgueses e
proletários e a proposta de abolição da propriedade privada. Ambos defendem que a plena
unificação entre educação e produção material ocorrerá:
a) No início do movimento revolucionário, sendo importante para uma posterior tomada
do poder político pela classe operária.
b) Apenas em uma sociedade futura, após o domínio do poder político pela classe
operária.
c) Juntamente com a tomada de poder político da classe operária, produzindo avanços
qualitativos e quantitativos.
d) Com a perda gradual do poder político da burguesia dominante.
4. Numa de suas frases mais famosas, escrita em 1845, Karl Marx dizia que, até então, os
filósofos haviam interpretado o mundo de várias maneiras. "Cabe agora transformá-lo",
concluía. Coerentemente com essa ideia, durante sua vida combinou o estudo das ciências
humanas com a militância revolucionária, criando um dos sistemas de ideias mais
influentes da história. Direta ou indiretamente, sua obra originou várias vertentes
pedagógicas comprometidas com a mudança da sociedade. No que diz respeito a sua
perspectiva de politecnia, pode-se afirmar que:
a) Sua implementação está condicionada a um contexto onde a classe trabalhadora tenha
o domínio do poder político.
b) É o reflexo de uma sociedade capitalista onde o trabalhador deve desempenhar diversas
funções, refletindo, assim, a sua alienação.
c) Enquanto houver sociedade burguesa, não será possível avançar em direção à
politecnia.
d) Diz respeito à aquisição de uma grande variedade de técnicas sem a necessidade da
reflexão teórica, pois esta, por pertencer ao plano ideal, distancia-se da materialidade do
mundo real.
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5. A "Crítica ao programa de Gotha", publicada postumamente, é considerada um dos
escritos de Marx de maior valor, por ser uma das mais pormenorizadas quanto à sua
descrição de "Comunismo".
A carta é direcionada à cidade alemã de Gotha, onde um congresso do partido ocorreria.
No congresso, os militantes de Eisenach planejavam se unir com os Lassaleanos, de forma
a unificar o partido para mais tarde se tornar mais poderoso sob o nome Partido Social
Democrata da Alemanha. Os "Eisenaches" enviaram o esboço do programa para a união
dos partidos para Marx fazer seus comentários. Este acreditou que o programa estava
negativamente afetado pela influência de Ferdinand Lassalle, a quem Marx via como um
oportunista desejando limitar as exigências do movimento operário em troca de
concessões governamentais. Contudo, no congresso em Gotha, ao final de maio de 1875,
o rascunho do programa foi aceito pela maioria com alterações mínimas.
A carta de Marx, só foi publicada em 1891, oito anos após sua morte, quando a Social
Democracia Alemã declarou suas intenções de adotar novo programa, e Engels utilizou a
carta de Marx como possível programa, publicando-a.
Nesta carta, Marx faz considerações importantes sobre a educação. Neste sentido, é
incorreto afirmar:
a) O programa de Gotha trazia propostas que não seriam implementadas sem haver
primeiramente a tomada do poder político pela classe operária.
b) Ao defender o dualismo na educação, Marx critica o programa por trazer uma
perspectiva de educação omnilateral.
c) Marx defendia a ligação das escolas técnicas com as escolas primárias.
d) A educação igual para todos era defendida por Marx em uma perspectiva futura,
fazendo com que os jovens filhos da elite dominante tivessem a mesma educação dos
mais pobres.
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"Poderíamos utilizar a excelente qualidade acadêmica das nossas universidades públicas
colocando mais alunos em sala de aula, aumentando as vagas no setor público. Não vejo
por que no nosso Brasil não podemos aumentar um pouco mais o número de estudantes
na sala de aula".
Relacionando a fala citada do ministro da educação com o que propunha Antônio Gramsci
no âmbito educacional, é correto afirmar:
a) Ambos estão de acordo sobre o aumento da quantidade de alunos em sala de aula.
b) Ambos discordam na relação quantitativa professor x aluno. Gramsci propunha o
aumento do corpo docente para tornar a escola mais eficiente.
c) A perspectiva do ministro se adequa à proposta da escola unitária: todos juntos, numa
mesma escola, em contato com os mesmos professores.
d) Gramsci defendia o aumento da quantidade de alunos por professor, o que acarretaria
em mudanças estruturais nas instituições educacionais.
10. Considerando que quem cuida de afazeres domésticos está trabalhando, evidencia-se
que 41,9% dos adolescentes da faixa etária dos 16 aos 17 anos de idade residentes no
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Brasil trabalham. Se se levasse em consideração que os 3,3% dessa faixa etária que não
realiza nenhuma atividade (nem trabalha nem estuda) estão muito mais próximos do
trabalho do que da escola, chega-se ao percentual de 45,2% dos jovens entre 16 e 17 anos
de idade como sendo trabalhadores, empregados ou não. Além disso, não é insignificante
a quantidade de crianças que trabalham, pois são 2.517.412 (11,8%) da faixa etária dos
10 aos 15 anos de idade nessa condição, cabendo destacar que no Brasil é legalmente
proibido trabalhar antes dos 14 anos de idade, ou seja, nessa faixa etária apenas os que
estão entre 14 e 15 anos poderiam trabalhar legalmente, na condição de aprendizes. Ainda
mais, dos jovens que trabalham entre os 10 e os 17 anos de idade, 19,1% deles começaram
a vida laboral até os nove anos de idade. A maioria das pessoas entre 10 e 17 anos estão
inseridas em famílias pobres ou muito pobres, pois dos 58,5 milhões dessa faixa etária,
que moram em domicílios particulares, 77,1% residem em habitações cuja renda per
capita mensal é de, no máximo, um salário mínimo. Caso esse limite seja aumentado para
dois salários mínimos, o percentual sobe para 91,7%.
Diante desse panorama, é correto afirmar:
a) Há uma desvalorização em se investir em um sistema educacional voltado
exclusivamente para os que não trabalham.
b) A realidade socioeconômica brasileira exige, do ponto de vista teórico e ético-político,
conceber e materializar um tipo de ensino médio que garanta a manutenção do status quo,
garantindo a educação diferenciada conforme a classe social, como proposto por Gramsci.
c) Perde-se a importância de se propor uma base unitária para todos, pois a concepção de
formação humana integral, omnilateral ou politécnica, perde o seu sentido frente aos
dados apresentados.
d) Os eixos estruturantes trabalho, ciência, tecnologia devem dar lugar a uma educação
profissional tecnicista, para justamente se adequar à realidade laboral dos jovens que
frequentam a escola.