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PREPARATÓRIO PROFEPT 2019

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2º Simulado referente ao texto O ENSINO INTEGRADO, A POLITECNIA E A


EDUCAÇÃO OMNILATERAL. POR QUE LUTAMOS?. Este simulado está
classificado como sendo de nível MÉDIO. Portanto, para a aprovação nesta prova, é
necessário obter no mínimo 80% de acertos. Você poderá refazer o simulado, desde que
não finalize esta aula. Em breve, estará disponível a correção em vídeo deste simulado.
Ainda haverá as versões médio e difícil de simulados sobre este mesmo artigo.
Boa prova!

1. O IBGE identificou uma consequência triste da crise econômica de que o brasil tenta
se livrar há quatro anos. Em 2017, aumentou o número de cidadãos em situação de
pobreza e de extrema pobreza. No cálculo, o IBGE utiliza a linha proposta pelo Banco
Mundial, que considera pobre quem tem rendimento de até US$ 5,50 por dia – em 2017,
R$ 406 por mês. Entre 2016 e 2017, a proporção de pessoas pobres no Brasil subiu de
25,7% para 26,5% da população, um aumento de dois milhões. Agora, são quase 55
milhões de brasileiros passando por todo tipo de privação. Concentrando o olhar nas
regiões, fica claro que o Sul tem o menor índice. As regiões Norte e Nordeste têm mais
de 40% da população vivendo com, no máximo, R$ 406 por mês. No Brasil, a pobreza
expõe a concentração de riqueza. Os 10% mais ricos acumulam 43% do total de
recursos. Na outra ponta, os 40% mais pobres detêm apenas 12% do total. Os pretos e
os pardos são maioria nesse grupo. Pensando o Ensino Médio que é disponibilizado a
esta população que vive em situação de pobreza e de extrema pobreza numa perspectiva
de uma educação socialista revolucionária, é correto afirmar:
a) Esta perspectiva é amparada em referenciais teóricos e renomados, que, por meio do
rigor científico, elimina as situações contraditórias, pois são nocivas ao homem.
b) Nesta perspectiva, o foco está mais na ideia do movimento do que na visão estática
do universo.
c) A educação socialista revolucionária leva os indivíduos a se acomodarem diante da
realidade, evitando, assim, que os jovens de hoje se tornem nocivos à sociedade.
d) Esta educação é socialista revolucionária porque propunha a superioridade dos
trabalhadores diante dos donos dos meios de produção.

2. Na base do pensamento de Marx está a ideia de que tudo se encontra em constante


processo de mudança. O motor da mudança são os conflitos resultantes das contradições
de uma mesma realidade. Para Marx, o conflito que explica a história é a luta de classes.
Segundo o filósofo, as sociedades se estruturam de modo a promover os interesses da
classe economicamente dominante. No capitalismo, a classe dominante é a burguesia; e
aquela que vende sua força de trabalho e recebe apenas parte do valor que produz é o
proletariado. Dentre as mudanças propostas por Marx e Engels, é correto afirmar:
a) A mudança em direção à exclusão da luta de classes é a eliminação da divisão social
do trabalho. Esta divisão faz com que o trabalhador se distancie do produto do seu
trabalho, tornando-se alheio a ele.
b) Nesse processo dialético de mudanças, a divisão social do trabalho, que se reflete na
divisão da própria sociedade, deve ser combatida exclusivamente pela via da educação
informal.
c) O foco em melhores condições de trabalho e possibilidade de aumento das horas-
extras levaria a um sentimento de pertencimento a uma classe social, consequentemente,
união para reivindicar direitos e garantias.

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d) Uma educação crítica e omnilateral deve ser visada, sempre buscando se aproximar
da ideologia dominante do momento, pois esta representa o ápice do conhecimento
científico ao qual as condições materiais da sociedade chegaram.

3. “Considero que os educadores brasileiros marxistas, ao erguerem na atualidade a


bandeira da politecnia, acenam semanticamente para uma posição teórica
historicamente ultrapassada que, entretanto, representou, nos anos de 1990, o
posicionamento majoritário desses educadores. Quem discordasse disso era
considerado, quase sempre, alheio ao campo teórico marxista, ou, pelo menos,
duvidava-se de sua plena ortodoxia. No entanto, o marxismo é um método de
investigação que continuamente se renova e, por isso, amplia seus objetos de pesquisa,
aprofunda seus conceitos e atualiza sua linguagem, sem prejuízo da ortodoxia
metodológica.” (Trabalho e perspectivas de formação dos trabalhadores: para além da
formação politécnica”, de Paolo Nosella)
Ao falar sobre a semântica da palavra politecnia, Maria Ciavatta ressalta que seu uso e
significado nos autores mais expressivos que dele trataram trazem o aspecto histórico
do próprio termo. Há um sentido histórico que o termo politecnia adquiriu no Brasil, de
acordo com as transformações socioeconômicas e políticas do país e as políticas
educacionais que lhe deram sustentação. No que diz respeito à historicidade do termo
politecnia, considerando-se o contexto brasileiro, é correto afirmar:
a) Este termo surge pela primeira vez nas discussões ocorridas nas duas primeiras
décadas dos anos 2000 em propostas de implementar a formação integrada entre a
educação profissional e o ensino médio.
b) Inclusão da educação moral e cívica, educação física, educação artística, e programas
de saúde como matérias obrigatórias do currículo, além do ensino religioso facultativo,
proporcionaram a implantação de uma educação politécnica em 1971, seguindo os
princípios socialistas.
c) A Lei 5.692/71, que instituiu a terminalidade legal ao fim do 2º Grau, com a
obrigatoriedade de todos os alunos receberem formação profissional, não se refletiu em
uma educação integral.
d) A educação integral, nos moldes socialistas, só será possível no Brasil a partir da
década de 1990, com o investimento do capital estrangeiro no sistema educacional
nacional.

4. A Revolução Russa de 1917 foi uma série de eventos políticos na Rússia, que, após a
eliminação da autocracia russa e depois do Governo Provisório, resultou no
estabelecimento do poder soviético sob o controle do partido bolchevique. O resultado
desse processo foi a criação da União Soviética, que durou até 1991. No começo do
século XX, a Rússia era um país de economia atrasada e dependente da agricultura, pois
80% de sua economia estava concentrada no campo (produção de gêneros agrícolas). Os
revolucionários bolcheviques tinham total clareza do papel que a educação teria para a
construção do socialismo. No plano educacional, eles tinham imediatamente um duplo
desafio: superar o atraso relegado pelo antigo regime tsarista e educar as novas gerações
para a nova sociedade que então se formava. No que diz respeito à proposta de educação
implementada no período de 1917 a 1931, é incorreto afirmar:
a) A educação tinha que estar relacionada com as tarefas da luta de classes, da
construção do Estado operário e com o projeto comunista. As tarefas da educação eram
impensáveis se afastadas das tarefas da política. O velho ponto de vista burguês que
separava a instrução das tarefas políticas da luta de classes e da construção do
socialismo deveria ser radicalmente abandonado.
b) Nesta educação, não basta assimilar as máximas comunistas ou as conclusões da
ciência comunista. Nesta perspectiva, cometerá um erro crasso quem pensar que se pode

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ser um comunista sem haver assimilado os conhecimentos acumulados pela humanidade
e dos quais o próprio comunismo é consequência.
c) Além da democratização do conhecimento e da universalização do acesso à escola, os
comunistas defendiam que ele não poderia seguir simplesmente encerrado nas escolas,
permanecendo separado da vida agitada que corria na sociedade.
d) Buscou-se eliminar as heranças daquilo que de mais avançado que a escola burguesa
produziu e fazê-la avançar para que pudesse cumprir as tarefas imediatas da revolução e
das tarefas mediadas de construção do comunismo, construindo um novo sistema
educativo: a Escola Única do Trabalho.

5. Afinadas com os ideais da revolução, da superação das divisões de classes e do


controle democrático dos trabalhadores sobre a produção e a vida social, as escolas
soviéticas, no período de 1917 a 1931, deveriam se organizar com tal finalidade. Essas
escolas buscaram se organizar tendo o trabalho socialmente útil como seu guia central,
como forma de criar a autodisciplina e a iniciativa, individual e coletiva, necessárias
para a construção do socialismo, que só pode constituir sua economia, sua política e sua
cultura com base na iniciativa criadora das massas.
A escola torna-se única, ou seja, não apresenta caminhos distintos constrangidos pelas
origens sociais e de classe dos estudantes, buscando romper com os privilégios de classe
e os destinos que a velha sociedade guardava para os indivíduos, segundo sua origem.
Todos - meninos e meninas - teriam a mesma educação baseada na auto-organização
dos estudantes e na articulação entre as dimensões intelectuais, manuais e técnicas do
trabalho, buscando assim romper com a forma capitalista da divisão social e hierárquica
do trabalho e favorecendo o autogoverno.
Na perspectiva educacional sinalizada nos dois parágrafos acima, pode-se afirmar que:
a) Pelo trabalho social e produtivo e a auto-organização, queria-se valorizar o
conhecimento de caráter livresco, buscando nos livros didáticos a disciplina e fonte de
todo conhecimento que seria utilizado na educação soviética.
b) Buscava-se formar a autonomia necessária para a formação do sujeito histórico que
fosse ao mesmo tempo um intelectual, um técnico e um político: que se apropria da
cultura, que saiba trabalhar produtivamente e que possa ser um sujeito ativo na
construção da nova sociedade.
c) A tarefa da escola politécnica era preparar um especialista estreito, fragmentado, pois
apenas o conhecimento específico, profundo, poderia mover a revolução em direção à
superação da luta de classes.
d) Essa nova educação se ligava apenas à perspectiva do futuro. Era importante silenciar
ou mesmo deixar de lado as condições objetivas da Rússia Soviética, pois ainda
carregavam muitas heranças do antigo regime com seu baixo desenvolvimento
econômico e cultural.

6. A Revolução Cubana foi um processo histórico responsável pela derrubada do


governo ditatorial imposto por Fulgêncio Batista que resultou na tomada de poder da
guerrilha liderada por Fidel Castro no ano de 1959. Apesar de, a princípio, não se basear
em uma ideologia socialista, o movimento cubano acabou se alinhando ao comunismo
soviético. Fidel Castro se intitulou primeiro-ministro e pouco a pouco foi concentrando
o poder em si. Algumas medidas iniciais do novo governo foram: realizou a reforma
agrária, acabando com os grandes latifúndios existentes na ilha, e nacionalizou
empresas estrangeiras, afetando diretamente os interesses dos Estados Unidos na ilha.
No que diz respeito à educação implantada neste contexto, pode-se afirmar que:
a) Seguia o princípio da Abrangência da educação. Se a educação é um direito que
confere o Estado ao povo, como justa aspiração da sociedade, o governo tem que
garantir uma educação maciça, que propicie o trânsito de todas as crianças, de jovens e

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adultos pelo Sistema, o que significa que deve ser abrangente em todos os tipos de
ensino e em todos os níveis de educação, sem exclusão, seja por idade, sexo, diferenças
étnicas ou religiosas.
b) Tinha como princípio a igualdade de direitos de todos os cidadãos, não importando o
sexo, havendo apenas a distinção de ocupações profissionais que eram direcionadas
apenas a meninos filhos de militares.
c) O ensino cubano é gratuito em todo o Sistema e o Estado tem a responsabilidade de
garantir os professores, as instalações educativas e as facilidades escolares necessárias
para seu pleno desenvolvimento, excluindo apenas os estudos de pós-graduação.
d) A família, a comunidade e a sociedade, em seu conjunto, são estimuladas a ter uma
participação ativa em todos os aspectos relativos à educação como indivíduos, mas
também por meio de organizações sociais, profissionais e científicas às quais
pertencem, sendo as propostas de aperfeiçoamento dos planos e programas de estudo e
capacitação de professores exclusivas dos ministros de estado.

7. “Não há no país nem mesmo meninos de rua. Os órfãos, filhos de pessoas com
deficiências mentais ou de pessoas presas, vivem em instituições que lhes garantem
alimentação, assistência médica e educação, incluindo os estudos superiores. Mas eles
não são exceção, já que 100% das crianças e adolescentes cubanos frequentam a
escola, que é obrigatória por nove anos e segue sem custar um centavo até o nível
universitário, onde até mesmo os livros são gratuitos.
A lei cubana obriga os pais a enviarem seus filhos à escola. Se for considerado que este
direito da criança foi violado, a pena para eles pode ser até mesmo a perda da guarda
do menor e outras medidas judiciais.
Nenhuma criança fica de fora da rede educacional. Os cerca de 60 mil menores de
idade com limitações físicas ou psíquicas da ilha frequentam escolas especiais, onde,
além de aulas, recebem tratamento fisioterápico e atendimento psicológico, uma
combinação que permite com que eles desenvolvam ao máximo suas habilidades.”
Fonte:https://www.bbc.com/portuguese/reporterbbc/story/2009/01/081231_cuba_exitos
_cq.shtml
O texto retirado de uma reportagem realizada por Fernando Ravsberg, da BBC,
representa muito bem os princípios da educação cubana. Assinale a alternativa que não
faz referência ao que segue o sistema educacional de Cuba.
a) Abrangência da educação.
b) Combinação do estudo com o trabalho.
c) Coeducação.
d) Caráter antidemocrático.

8. Em Cuba, um significado especial tem o trabalho que desenvolvem os Conselhos de


Escola e de Círculos Infantis, fator importante de influência educativa, que constituem
uma força decisiva para apoiar a gestão institucional, coadjuvando os avanços e os
resultados que nela se registram. Também, as organizações estudantis, em suas
atividades quotidianas e nos congressos, analisam e discutem as problemáticas que
afetam sua formação e propõem soluções que são levadas em consideração pelas
autoridades educativas. Neste sentido, pode-se afirmar que:
a) A sociedade é como uma grande escola, manifestando o caráter democrático e
popular da educação cubana, que não só se estende às diferentes zonas e regiões do país
e a todas as camadas da população mas também o fato transcendente de que o povo
participa da realização e controle da educação e da garantia de seu desenvolvimento
exitoso.

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b) O Sistema Educacional de Cuba, sendo o resultado de um governo autoritário, limita
cada vez mais a busca pela igualdade e justiça social, mesmo havendo a criação dos
Conselhos de Escola e de Círculos Infantis.
c) A educação das massas só foi uma política de governo décadas após a revolução. A
partir da década de 1980, surgiram propostas de uma educação democrática, com foco
na alfabetização das classes mais pobres da sociedade.
d) A democratização da educação em Cuba só foi possível com a proibição da vinda de
professores de outros países. Assim, a educação pode girar em torno de questões mais
significativas ao povo cubano, sem a presença da ideologia capitalista estrangeira.

9. A chamada transição do feudalismo para o capitalismo (ou do sistema econômico


feudal para o sistema econômico capitalista) começou no período da Baixa Idade
Média, especificamente a partir do século XIV. Entretanto, a expressão “transição”
supõe um processo de continuidade progressiva, como se não houvesse, nesse período,
processos complexos de avanço e retrocesso econômico tanto no campo quanto na
cidade medieval. Mas o fato é que o sistema feudal entrou em profunda crise no século
XIV em razão de fatores como a ascensão da burguesia nas cidades medievais, que
passaram a ter uma intensa movimentação comercial nesse período; a crise no campo, as
revoltas camponesas, a Peste Negra, entre outros. Essa crise forçou tanto os senhores
feudais quanto os burgueses que estavam em ascensão a traçarem estratégias de
desenvolvimento de suas estruturas econômicas.
As características verificadas nesta transição, como a continuidade de algumas
características do regime velho no novo são abordadas por Maria Ciavatta, ao falar de
uma proposta de transição do sistema educacional implementado nos países socialistas
para países capitalistas, como o Brasil. Dentre as complexidades relatadas pela
pesquisadora nesse processo de implantação de uma educação de cunho socialista,
pode-se afirmar que:
a) No Brasil, as condições de vida são adversas a esta implantação. As relações de
trabalho são dominadas pelo poder hegemônico do capital, a educação não está
universalizada em acesso e em qualidade para toda a população.
b) A ideologização do consumo é um ponto positivo neste processo, pois contribui para
a superação da fetichização da mercadoria.
c) No Brasil, a atual mobilização educacional por um sistema público de qualidade é um
trunfo aos propósitos de implantar uma educação socialista no Brasil.
d) Em um país como o Brasil, onde o dualismo educacional foi descartado do campo
legal, as dificuldades maiores estão na ideologia veiculada pela grande mídia.

10. Antônio Gramsci, ao escrever sobre educação, propunha uma escola única comum a
todos, ou seja, uma mesma escola para todos os indivíduos, contraposta à cisão entre o
ensino técnico destinado às classes subalternas e o ensino humanista, intelectual
destinado às classes dominantes; no intuito de promover um equilíbrio entre formar no
aluno a capacidade de trabalhar manualmente, assim como desenvolver o exercício do
trabalho intelectual. Contudo, somente depois de adquirir uma série de conhecimentos,
nas palavras do revolucionário, de uma consciência moral e social sólida e homogênea
passar-se-á a uma das escolas técnicas ou ao processo de trabalho. Coadunando-se
com o pensamento gramsciano, Maria Ciavatta defende que:
a) O aprendizado autônomo e espontâneo do aluno deve ocorrer desde a sua chegada à
escola.
b) O sentido de formação integrada ou o ensino médio integrado à educação
profissional, sob uma base unitária de formação geral, é uma condição necessária para
se fazer a travessia para a educação politécnica e omnilateral realizada pela escola
unitária.

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c) As contradições não sejam temas discutidos no campo educacional. A busca deve ser
por um ideário igualitário, homogeneizador e antirrevolucionário.
d) A profissionalização ocorre nos anos iniciais do ensino fundamental, haja vista o
trabalho ser considerado como princípio educativo.

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