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Franchising - PT - Tudo o Que Deve Saber
Franchising - PT - Tudo o Que Deve Saber
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3.1 Caracterização
7.2 Os Bancos
Conclusão
Bibliografia
Introdução
Neste final de Século XX, a vida económica e as estruturas evoluem a uma velocidade que alguns
consideram vertiginosa.
As técnicas evoluíram de uma forma fulgurante, mercê da importância adquiridas pelas marcas e
pela promoção comercial do produto.
A importância actual dessa relação aliada ao conceito de que "cada vez mais o produto é mais
serviço", isto é, a componente física não encanta totalmente o consumidor e este já começou a
preferir a assistência pós-venda e até as garantias que a marca dá relativamente ao seu futuro.
Por outro lado, e como razão causal, as marcas sobrepõe-se claramente aos produtos. Assim, a
imagem de marca e empresas tornam-se elementos fundamentais de gestão de qualquer
empresa.
Por isso, a problemática do service management é hoje uma das peças prioritárias na gestão,
principalmente em mercados de grande concorrência.
O conjunto de serviços que se podem complementar aos que a marca já por si só signifique (bom
atendimento no acto da compra, imagem de qualidade diferente e melhor, de economia, de
durabilidade, de prestígio, de serviços pós-venda) influenciarão as decisões de compra dos
clientes.
O sucesso alcançado, que abrange inúmeros sectores económicos, explica-se pela atracção que o
franchising exerce sobre:
As relações de "parceria", facilitam uma melhor cobertura geográfica, quer a nível nacional,
quer internacional, mercê de uma rede exclusiva , sem terem de suportar totalmente os seus
encargos financeiros.
Este sistema de negócios em expansão a nível mundial, permite lucros a todos os intervenientes:
- Uma unidade empresarial poderá expandir a sua actividade, alargar a sua área de influência e
dimensão dos seus negócios sem os correspondentes investimentos directos.
- É possível tornar-se empresário sem riscos graves, sem um longo período de aprendizagem,
com prováveis resultados positivos logo após o arranque, numa actividade ou ramo que se
considere interessante.
É pois, sobre esta técnica de distribuição, o franchising, que se encontra em franca expansão no
nosso país nos últimos anos, que versará este trabalho.
No primeiro capítulo será feita uma análise sobre a evolução do franchising no estrangeiro e em
Portugal. Serão analisado os países que mais impacto tiveram no desenvolvimento deste sistema
de negócio e o seu desenvolvimento no nosso país. Serão ainda analisados, no capítulo 2, os
principais sectores de actividade onde o franchising se encontra melhor representado.
Na segunda parte, serão abordados assuntos de interesse para quem pretende expandir ou
adquirir um negócio em sistema de franchising. No capítulo 3 serão levantadas as dúvidas mais
comuns de quem quer por ele enveredar e é caracterizado o conceito do negócio.
Os empresários que querem expandir o seu negócio com o mínimo de custos deverão observar as
fases previstas no capítulo 5, assim como as suas vantagens e desvantagens. As condições de
sucesso de um sistema de franchising têm a ver com as características que o franqueador
procura no franqueado e o seu modo de relacionamento.
No capítulo 6, serão abordados alguns dos princípios básicos das relações entre os dois
contratantes. Depois de concretizado o negócio, há que alargar os horizontes e expandi-lo
internacionalmente. No capítulo 7 veremos quais as melhores formas.
Mas nem sempre a vida do mundo dos negócios é fácil. É preciso investir... e é necessário
capital...
No capítulo 8 serão tratadas algumas das principais soluções para quem quer investir e não tem o
capital necessário.
Na Idade Média, uma cidade franca ou franqueada, era uma cidade que oferecia a livre
circulação de pessoas e bens que nela podiam transitar. O verbo franquear significava conceder
um privilégio ou autorização mediante a cedência de uma serventia. Os Senhores ofereciam
então "Lettres de franchise" às pessoas, mediante pagamento de uma certa importância, e
concediam-lhes uma certa liberdade em prejuízo da sua autoridade.
o qual abrangeria fórmulas de fabrico, custos, clientes, fornecedores, contabilidade, enfim, tudo
o que se poderia relacionar com o negócio e suas relações, quer internas, quer externas.
É no século. XVII que encontramos uma situação mais próxima do actual franchising, na medida
em que, as empresas podiam conceder a uma filiada o privilégio do exercício de uma actividade
numa dada zona através do pagamento de uma renda anual.
No fim da Segunda Guerra Mundial, a expressão volta a aparecer nos Estados Unidos, agora já
conotada de outro significado, mais económico e indicava a criação de um novo sistema de
distribuição.
É a partir daqui que se desenvolverá este sistema que vigora até aos nossos dias, em constante
evolução.
Franchise - Francês
Franchising - Inglês
Franquia - Português
Regista-se uma certa controvérsia sobre a terminologia mais adequada para designar este novo
método empresarial, agora em franca expansão.
O termo mais utilizado é o inglês - franchising, quer nas publicações sobre o tema, quer na gíria
da gestão e dos negócios. Contudo, a Associação mais representativa do sector optou por
adoptar a terminologia francesa, designando por franchise a técnica em si e consagrando na
nossa língua dois galicismos - franchisador e franchisado - para designar as partes envolvidas
num eventual contrato. Assim, deverá chamar-se franchisador a quem concede o direito de
explorar uma marca, uma fórmula comercial, um método ou esquema industrial, um conjunto de
produtos ou serviços por si concebidos ou desenvolvidos, e transmite os conhecimentos e
experiência necessários à exploração da actividade.
Por outro lado recebe a designação de franchisado o agente económico a quem a concessão é
feita.
Esta nomenclatura, porém, está longe de ser pacífica. Quer os puristas na língua, quer uma
porção considerável de juristas, têm optado por utilizar os termos portugueses considerados
equivalentes: O método surge designado por franquia, bem como o correspondente contrato,
enquanto que para as partes envolvidas são utilizados os termos - franqueador e franqueado.
Sem menosprezar os argumentos que possam aduzir a favor de uma ou outra opção, no que
respeita a terminologia a adoptar, pode aceitar-se como razoável a utilização de qualquer uma
das variantes, na prática negocial, desde que se coloque zelo suficiente na explanação dos
termos utilizados - aspecto muito mais importante e decisivo, para as partes intervenientes.
Assim, ao longo deste trabalho poderão ser utilizados qualquer um destes termos.
Criado nos Estados Unidos logo após o final da Segunda Guerra Mundial, expandiu-se
rapidamente para o resto do mundo nas décadas seguintes, traduzindo-se numa rápida
proliferação de marcas franqueadas e consequentemente, de uma vasta rede de pontos de venda
franqueados.
A Europa está longe desta expansão mas começa a reconhecer as vantagens da venda de
conceitos a métodos uniformizados. A França é o país com maior número de adeptos deste tipo
de negócio.
Chegar a todo o lado com uma marca e poder oferecer um negócio a quem não tem experiência
de gestão fizeram do franchising a forma de expansão comercial mais segura e mais popular do
século XX.
Vende-se um Know-How, uma fórmula de sucesso, sobre a qual o interessado paga uma espécie
de direitos de autor.
Hoje tudo é franchisável, ou seja, basta ter encontrado uma forma de fazer negócio e vender a
ideia, uma licença, uma técnica ou um serviço.
É a diferença de mentalidades na Europa e nos Estados Unidos que explica o sucesso dos norte-
americanos. O empresário americano que assina um contrato de franchising está atrás do
balcão, conduz o negócio em família. Os europeus tendem a delegar as funções de atendimento
nos empregados.
Portugal não constitui excepção à regra apesar do atraso em relação aos seus parceiros
comunitários, tendo tido, no entanto, um impacto positivo e dinamizador no tecido empresarial
português. Embora tenha entrado no nosso país em 1987, só quase sete anos depois começava a
dar lugar às empresas portuguesas. Com efeito, este sistema era quase exclusivo das marcas
estrangeiras que, apesar de considerarem o nosso mercado bastante pequeno, não hesitaram em
explorar o território tornando o empresário português num potencial franqueado.
Conforme atrás referido, o ano de 1987 foi o ano de exploração deste sistema no nosso país,
prenunciando desde logo um crescimento rápido. Neste ano o país foi invadido por cadeias de
franchising, beneficiando as empresas estrangeiras das condições do nosso mercado.
A implantação de novas redes foi então favorecida pelo crescimento do consumo e pela
alteração das estruturas económicas tradicionais.
Este ambiente propício ao desenvolvimento do franchising foi favorecido nos anos seguintes com
algumas políticas governamentais, como seja, a gradual "destruição" das barreiras burocráticas e
as modificações introduzidas na rede cambial e nos pagamentos ao exterior.
Como já vimos ao longo deste trabalho, o mercado do franchising em Portugal está em plena
explosão. Estatísticas internacionais demonstram que o fenómeno é geral. Na base deste tipo de
negócio estão as parcerias e a exigência de transparência entre franqueadores e franqueados.
Alguns conselhos ajudam a manter esta relação saudável e a precaver-se contra possíveis
divórcios, antes mesmo que o casamento corra mal.
Muitas das maiores marcas mundiais abrem centenas de unidades por ano, mas fecham outras
tantas. O índice de sucesso mais fiável é o número de lojas fechadas, e não as que são abertas.
As marcas também não podem negar ao gestor interessado no negócio uma lista de franqueados
existentes. Com alguns telefonemas, o candidato ficará a saber muito mais do que se assistisse a
um seminário. Geralmente, os empresários estão entusiasmados por uma marca e só procuram
elementos que comprovem a sua boa escolha, menosprezando o contacto com os franqueados,
tornando-se por isso vulneráveis.
O contacto com os franqueados deve ser pessoal, tornando mais fácil fazer perguntas duras tais
como:
Quanto ganha com este negócio?
Quanto tempo esperou até ter lucros?
Qual o volume de negócios da loja?
Quanto capital se deve ter em reserva para o caso de algo correr mal,
antes da abertura?
Quanto tempo trabalha por semana?
Colocar um empregado na loja enquanto se vai jogar ténis é uma ideia errada sobre franchising.
Tal como comprar um negócio para a esposa se entreter. Apesar de este formato de negócio
facilitar o início de actividade é logro pensar que não há riscos. Conquistar e manter clientes,
conseguir capital circulante e lidar com a concorrência são os segredos do sucesso e do fracasso.
E muitos franqueados arriscam tudo pelo negócio: poupanças, casa ou até crédito disponível.
Eis uma lista dos mitos mais comuns relacionados com o negócio:
Quadro 3.1 – Os mitos do franchising
Os mitos do franchising
1 - O franchising é um Qualquer negócio é arriscado. Apesar de alguns franqueados
investimento seguro? ganharem muito dinheiro, a contrapartida é a dedicação
exclusiva e longas horas de trabalho. No entanto, milhares
de franquias falham todos os anos.
2 - O franchising Nenhum negócio é à prova de recessão. No final dos anos
resiste à recessão? 80, o franchising na área do retalho sofreu quebras
acentuadas. Não há por isso garantias.
3 - As franquias são O franqueador ajuda-o a começar: terá apoio na escolha do
fáceis de gerir? local, formação em gestão e marketing. Mas depois de
abrir, passará pelo mesmo tipo de tarefas de outros
empresários: entrevistar e formar pessoal, encomendar
material, lidar com clientes desagradáveis.
4 - Os direitos dos Depois de assinar um contrato e da troca de capital, as
franqueados estão cláusulas terão de ser respeitadas, a não ser que o
protegidos por lei? franqueador falhe.
5 - Os franqueadores Ajudá-lo-ão enquanto os seus interesses não colidirem com
lutam pelos seus os deles. Existe sempre a possibilidade de este abrir outra
interesses? unidade, entrando em concorrência com o seu negócio.
6 - Possuir uma Não caia na ilusão de mandar no seu negócio. O
franquia é ter franqueador exerce alguma pressão para proteger a sua
liberdade? imagem, quota de mercado e lucros.
7 - As vendas e os As diferentes legislações aconselham o master a fornecer
lucros devem ser informações financeiras relevantes, mas proíbem as
revelados ao projecções de lucros não fundamentadas.
franqueado?
8 - Pode-se vender o Errado. As cláusulas do contrato devem ser respeitadas
negócio a qualquer durante o período que este vigora – 1, 5, 10 ou mesmo 20
momento? anos.
9 - O master trata da A maior parte dos franqueadores não trata dos seus
papelada? impostos, salários, contabilidade ou acções de
despedimento. Fornece um sistema de contabilidade que
deverá ser respeitado.
10 - Um contrato de Falso. Qualquer cláusula pode ser negociada e alterada com
franchising tem um o consentimento mútuo de ambas a parte.
formato imutável?
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Fonte: Revista "Exame", Julho98
Sem um bom conceito não há negócio que resulte, mesmo em franchising. O primeiro cuidado a
ter numa análise é saber qual é efectivamente o negócio da empresa e que vantagem traz em
relação à concorrência.
Ao contrário do que muitos pensam, um negócio, para ter sucesso, não precisa ser único no
mercado. Alguns dos melhores franchisings do mundo actuam em sectores maduros e bastante
competitivos. O essencial é que o conceito traga alguma vantagem que o diferencie. Pode ser o
preço, a qualidade do produto, o método utilizado na operação, uma política comercial ou de
marketing ,mais agressiva. Qualquer coisa que o torne diferente e que seja vista pelo
consumidor como uma característica importante.
Por exemplo, quando a 5 a Sec entrou em Portugal, já havia talvez milhares de lavandarias a
operar. Era um mercado com boa oferta e até concorrencial. Mas, em comparação com o que
havia na altura no mercado, a marca trouxe um novo conceito. Maior profissionalismo, uma
operação estudada e mais eficiente, preços mais baixos, campanhas de marketing. Foram
características que diferenciaram a marca da concorrência existente.
Hoje, neste mesmo sector, a concorrência dá-se a outro nível, muito mais profissional, sendo
quase todas as principais concorrentes, cadeias de franchising. A mesma ideia é válida para as
cadeias de franchising que venceram internacionalmente em sectores tão concorridos como a
limpeza industrial e comercial, o trabalho temporário, as oficinas de serviço para automóveis, a
hotelaria, etc.
Portanto, o facto de uma oportunidade se situar num sector tradicional, maduro, não é um
impeditivo. É preciso saber apenas se a empresa apresenta algum argumento forte para
combater a concorrência.
Negócios inéditos
Em relação aos negócio inéditos em Portugal há sempre a noção que são garantidos, pois não há
concorrência. Nem sempre isto é verdade. Na maioria das vezes estas empresas com conceitos
ditos "inéditos", apresentam na verdade, uma visão limitada do conceito de concorrência. Acham
que concorrente é apenas quem faz algo da mesma forma que eles. É preciso analisar a questão
mais a fundo. Se entendermos como concorrente todos aqueles que dão soluções idênticas,
parecidas ou completamente diferentes à mesma necessidade do consumidor, vamos descobrir
quase de certeza que existe concorrência e muitas vezes difícil de combater.
Um exemplo prático pode ser o sector da limpeza doméstica. Há poucas ou quase nenhuma
empresa em Portugal a dedicar-se à limpeza de residências. Em contrapartida há várias cadeias
internacionais de franchising nesta área. É o caso das Molly Maid, Mary Maid, Maids of America e
outras.
Aparecem por vezes pessoas interessadas nestas marcas, pois trazem um conceito inédito,
necessário e sem concorrência. Quanto ao "inédito e sem concorrência" podem estar quase
certos, mas a concorrência existe e deve ser vista com cuidado. São as mulheres a dias que
cobram preços comparativamente mais baixos e fazem um trabalho mais completo (engomam,
cozinham, lavam roupa.....).
Outra questão a reflectir em relação aos conceitos inéditos é o motivo pelo qual ainda não estão
instalados em Portugal. Em alguns casos a resposta pode ser que, simplesmente, não há mercado
suficiente que o justifique ou que não se adaptam aos hábitos nacionais. Portanto, nem sempre
os conceitos inéditos são os melhores. Um negócio novo, sem histórico sectorial é difícil de fazer
prospecções enquanto, em negócios já instalados é mais fácil definir objectivos reais e
identificar o grau de dificuldade para os atingir, bem como analisar os pontos fortes e fracos da
concorrência.
2.3 Conhecer melhor o conceito
Antes de nos perdermos nos números e promessas de riqueza é preciso entender a operação que
está por detrás e que justifica todos esses valores.
Como podemos calcular quanto vamos vender e qual o resultado que iremos ter se nem sequer
sabemos o que vamos vender e se alguém quer realmente comprar.
Para analisarmos uma oportunidade a sério é fundamental entender qual o negócio da empresa.
Afinal basta entrar num estabelecimento, ver os produtos e serviços e já sabemos qual é a
actividade da empresa. Na prática, porém, muitas empresas fracassaram por não terem claro o
seu negócio. A pergunta correcta a fazer é qual a necessidade que este conceito satisfaz. Um
pronto-a-vestir de gama alta vende na verdade status, reconhecimento social. O preço,
localização, atendimento, marcas, devem moldar-se para cumprir este objectivo. Em
compensação, conceitos como a Mango vendem praticidade, jovialidade. Por isso os produtos são
leves, e buscam uma combinação de design e preços acessíveis.
Depois de entender o negócio é fundamental saber como o conceito evoluiu para se adaptar às
mudanças do mercado. Um indicador são as alterações nas linhas de produto. Uma empresa que
mantém exactamente a mesma linha de produtos desde há décadas pode indicar uma empresa
que parou no tempo.
Quem é o cliente
Isto é importante para se poder pesquisar no nosso mercado de interesse o número de potenciais
clientes. Serão também estes indicadores que servirão de base para compararmos o nosso
mercado com o das lojas em funcionamento. Só assim se podem fazer, por comparação,
previsões mais realistas de vendas.
Uma empresa para ter êxito deve ter uma oferta equilibrada de linhas e produtos e serviços. É
importante identificar se a empresa em causa já encontrou esse equilíbrio. Verificar se a
empresa introduziu ou retirou alguma linha de produtos do conceito pode ser um indicador de
estabilidade em termos de mix de produtos. Obviamente em termos individuais pode haver uma
certa dinâmica de alterações, especialmente em sectores de rápida obsolescência, mas a
coerência das linhas de produtos deve ser respeitada. Um fast-food que começa a vender
bitoques com arroz demonstra um certo desespero, provavelmente originário num baixo volume
de vendas.
Outro aspecto a considerar é o preço. Algumas operações de franchising são muito bem
sucedidas quando se mantêm em certas zonas, mas, por praticarem preços mais elevados,
limitam-se a um certo tipo de clientela, inviabilizando por vezes o negócio em outras regiões.
Deve comparar-se sempre o preço com o da concorrência directa. Não é só por ser franchising
que se deve cobrar mais caro.
E o que fazer no Verão?
O negócio precede assim, o sistema, que vai reproduzir junto de terceiros. O franchising integra
uma relação contratual entre entidades autónomas e independentes - o franqueador e o
franqueado.
Tal relação contratual, concedida por um franqueador a um franqueado,
Permite ou exige que o franqueado desenvolva, um determinado negócio utilizando um
dado nome pertencente ao franqueador;
Dá ao franqueador o direito de controlo permanente, durante o período do contrato,
sobre o modo como o franqueado desenvolve o negócio objecto de franchising;
Obriga o franqueador a prestar assistência ao franqueado na condução do negócio objecto
do franchising, nomeadamente no que se refere a organização da actividade, formação
do pessoal, comercialização dos produtos e gestão;
Exige que o franqueado, durante a vigência do contrato, pague periodicamente ao
franqueador montantes em dinheiro relativos ao franchising ou por bens ou serviços
fornecidos;
Não é uma transacção entre uma empresa-mãe e uma subsidiária, ou entre subsidiárias de
um mesmo grupo, ou entre um indivíduo e uma empresa controlada por ele.
Antes de efectuar contratos de franchising num determinado negócio, o eventual franqueador
deve testar minuciosamente a adequabilidade desse negócio ao franchising, montando pelo
menos um (de preferência vários) estabelecimento-piloto, o qual deve operar utilizando
exactamente os mesmos sistemas e métodos aplicáveis aos franqueados. É igualmente
importante que a actividade seja desenvolvida em condições de mercado idênticas às que os
franqueados irão enfrentar.
Em contrapartida dos direitos e serviços que recebe do franqueador, o franqueado tem de pagar
a este, na maior parte dos casos, uma quantia inicial vulgarmente designada de " direito de
entrada", (uma espécie de "jóia de adesão" e que remunera o franqueador pelos seus anos de
experiência, notoriedade da marca e ainda pelos seus serviços iniciais prestados aos franqueados
na fase de abertura da unidade); "royalties" periódicos em função da facturação ou do volume de
negócios, que consistem numa taxa a pagar aos franqueadores ao longo da existência da loja
pelo direito de uso contínuo da marca e pelos serviços de apoio prestados; e ainda uma
contribuição para um fundo de publicidade. Esta contribuição é feita por todas as unidades,
incluindo o franqueador. Constitui um fundo comum que será utilizado na promoção conjunta da
marca e produtos da empresa, o qual não deve ser visto como um ganho para o franqueador mas
como um serviço.
7 chaves do sucesso
MARCA Ter uma marca e nome de estabelecimento registados
Ter já granjeado notoriedade para essa marca
KNOW HOW Deter um know how próprio relativamente ao negócio, que
implique:
- A existência de um conhecimento real e não fictício
- De aplicação prática
- Não imediatamente acessível ao público
- Não patenteado
- Conferindo àquele que domina uma vantagem económica
concorrencial
PRODUTO/SERVIÇO Deter uma carteira de produtos e ou serviços original, de
preferência de carácter
inédito no mercado
Constituindo no seu conjunto um mix equilibrado e completo
MERCADO Perfazendo uma carteira de oferta real e não fictícia
RENTABILIDADE Deter um mercado/clientela reais
Existir um mercado futuro de potencial crescimento
CULTURA E PARCERIA Tratar-se de um negócio rentável não no desejo do seu empresário
mas na evidência dos seus números
FÓRMULA MÁGICA Ter descoberto a fórmula do sucesso do seu negócio
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Fonte: Executive Digest - Maio/98
3.2 Modelos de franchising
Ou "franchising moderno", é o sistema tal como hoje o conhecemos e que, tem tido grande
notoriedade no mundo dos negócios. A sua expansão data dos anos 50 e 60. A grande diferença
introduzida neste método, está na base da relação franqueador/ franqueado, que neste caso não
assenta apenas no direito de uso de marca e distribuição de produtos e serviços, mas sim na
transferência para o franqueado do conceito completo de negócio. Neste tipo de franchising o
franqueador deve apoiar o franqueado em todas as fases do negócio, a começar pelo arranque e
mantendo-se por toda a existência da unidade. Esta transferência global do Know-How
acumulado pelo franqueador e o controlo da sua aplicação é o factor que permite ao franqueado
reproduzir o sucesso alcançado pelas outras unidades da rede.
Assim o " business format franchise" é uma forma de fazer negócio em parceria, na qual uma
empresa com sucesso comprovado concede a terceiros o direito de explorar os seus
produtos/serviços, marca comercial e ainda utilizar todos os métodos de gestão.
______________________________________________________
Fonte: Franchising: Uma nova forma de negociar
3.3 Tipos de franchising
Caso Benetton
Em 1955, dez anos após o fim da II Guerra Mundial, Treviso transforma-se numa cidade onde
engrossavam cada vez mais as fileiras da nova burguesia. Com isto, havia também um interesse
cada vez maior pelo desporto e actividades de tempos livres. Os jovens começavam a ter algum
poder de compra e exigências específicas, em termos de vestuário.
Neste contexto, Luciano Benetton tem a ideia de começar a produzir, com a sua irmã, pulóveres
de malha que agradassem às pessoas, quer pela sua qualidade, quer pelo preço. Segundo ele,
iria preencher uma lacuna no mercado do vestuário, sentida pelas pessoas: a existência de peças
confortáveis para serem usadas nos tempos livres. Com algum esforço, os irmãos compram a sua
primeira máquina de tricotar e surge, assim, a colecção de malhas Très Jolie, que se
diferenciava dos produtos já existentes pela diversidade das cores. Em 1956, compram mais duas
máquinas e admitem as suas duas primeiras trabalhadoras. Em 1960, a produção dos irmãos
Benetton já atingia as 800 peças por mês.
É neste ano que Luciano viaja até Roma, cidade onde decorriam os Jogos Olímpicos. Nesta
cidade, fica impressionado com a especialização das lojas, pois na sua terra estas para serem
rentáveis tinham de vender de tudo um pouco.
Assim, de volta a Treviso, é preparada uma nova colecção de malhas, criada de modo a
suplantar os produtos vistos na capital.
Em 1962 Luciano viaja até ao Reino Unido, para investigar novos métodos de fabrico, e compra
alguma maquinaria mais sofisticada. Consegue a colaboração de um tintureiro no restauro das
cores, surgindo a ideia de tingir as peças just-in-time, isto é, consoante e à medida que as
encomendas vão sendo feitas, o que permitiu o aumento das encomendas totais. Em 1964 abre a
sua primeira loja, que obtém um sucesso imediato, graças às características apelativas das
roupas e ao ambiente acolhedor. Em cerca de dez anos abriram mais de 200 lojas. Com vista a
atingir outro segmento de clientes, nem todas as lojas ostentavam o nome Benetton, sendo
antes denominadas pela marca que vendiam - Sisley, Tomato, Merceria e 012. Deste modo se
alguma dessas redes não tivesse o sucesso esperado, não haveria consequências para a marca
Benetton.
Hoje em dia a Benetton encontra-se em cerca de 100 países. Através de 7 mil lojas e de 80
representantes, que não são mais que franqueados principais.
Outros sectores de forte implantação, nomeadamente em França, Bélgica, Itália, etc., são os da
distribuição alimentar, dos super e hipermercados, como por exemplo o Intermarché, e também
sectores tão diversos como a bricolage, brinquedos, cobrindo uma alargada e diversificada área
de sectores, de mercados.
O franqueador oferece aos seus franqueados uma fórmula de prestação de serviços acompanhada
por um método específico com provas dadas da sua eficiência ao nível da exploração e da
rentabilidade do serviço oferecido aos consumidores. O franqueado presta os serviços sob um ou
mais sinais distintivos de comércio pertencentes ao franqueador, usando igualmente, como nos
outros casos, o Know-How, assistência e instruções técnicas do franqueador. São exemplo, as
cadeias de hotéis como a Novotel e a Holiday Inn ou aluguer de automóveis como a Hertz e a
Avis.
Caso Futurkids
De facto nas últimas duas décadas, a informática tem atravessado uma evolução espectacular:
depois dos anos 80, marcados pela popularização do ensino assistido por computador, os anos 90
presenciaram a introdução da multimédia e o desenvolvimento da interactividade. Por isso,
enquanto que até à bem pouco tempo, o computador procurava somente substituir o formador,
sendo o aluno praticamente um elemento passivo, agora a interacção entre o aluno e o
computador conferem uma nova perspectiva ao ensino. A missão é pois criar as condições para
que as crianças de hoje venham a integrar, a longo prazo, uma comunidade de dimensão
mundial com pleno domínio das novas tecnologias.
Outro ponto a assinalar é o treino proporcionado aos professores dos centros Futurkids, uma vez
que lhes é prestada uma formação muito completa em várias áreas críticas, como o ensino a
crianças, a informática e temas académicos diversos. Só deste modo se consegue garantir o
ensino de qualidade que a Futurkids se preocupa em ministrar.
É a mais antiga das categorias de franchising, a apresenta-se de uma forma bastante diferente
das outras anteriormente descritas.
O contrato tem, portanto, de abranger pontos tão complicados como a patente, a marca e, por
vezes, mesmo as fontes de abastecimento das matérias-primas necessárias para o fabrico.
Este tipo de franchising pode abranger ainda a distribuição, o que implica pôr à disposição do
franqueado o conjunto de sinais distintivos necessários à homogeneidade da rede e captação da
clientela.
3.3.5 Outros tipos de franchising
Além das quatro grandes categorias referidas, podem encontrar-se mais seis modelos derivados
do franchising, que apesar de não serem tão representativos, podem ser encontrados no nosso
mercado:
É este tipo de contrato que aparece e se desenvolve sem qualquer texto legal que lhe sirva de
base, mas cujo incremento origina que actualmente um terço do comércio retalhista americano,
10% do comércio retalhista do Reino Unido e 10% do volume total de negócios do sector da
distribuição em França sejam em regime de franchising.
Não existe na legislação portuguesa, e também de resto não abunda noutras legislações, sejam
elas europeias ou não, uma definição legal deste tipo de contrato.
Constitui por isso o que tecnicamente se chama um contrato atípico, visto que não é
regulamentado por quaisquer preceitos legais que lhe sejam especificamente destinados, e que
se desenvolve ao abrigo da liberdade contratual, previsto no artº 405º do Código Civil.
Mas, esclareça-se desde já que o contrato de franchising não anula nem dispensa uma certa base
de independência entre as partes, que permanecem juridicamente distintas. Cada franqueado
assume os seus próprios riscos no negócio e é também o principal responsável pelos seus
proveitos, que dependerão em larga medida da sua capacidade e empenho.
Este poderá existir ou não, aliás, consoante os condicionalismos das legislações nacionais
eventualmente aplicáveis, mas no caso de existir, não passará de um elemento acessório e
secundário, mesmo marginal, estranho à essência da relação contratual típica entre franqueador
e franqueado.
"Acordo de compra"
"Acordo de franchising"
A Bíblia
a qual não é mais do que um manual ou conjunto de manuais operatórios que permitem
apreender e reproduzir, o mais fielmente possível o conceito de negócio idealizado e testado
com sucesso.
Todos os contratos prevêem a transmissão física do know-how mediante uma bíblia, não podendo
o franqueador prescindir dela.
Todavia, este manual (que será referido mais detalhadamente no ponto 5.1) nem sempre é
suficiente para travar alguns conflitos, entre as partes envolvidas de modo a impedir
incumprimentos, não dispensando cada um dos lados o recurso aos serviços de um advogado.
A relação contratual entre franqueador e franqueado envolve especificidades que são próprias
do tipo de negócio que ambos pretendem estabelecer. Não há portanto, um clausulado fixo para
todas as relações de franchising, o que não obsta a que qualquer franqueador imponha aos
potenciais franqueados, como condição de acesso à exploração do seu negócio, um contrato e
conteúdo estandardizado.
Duração do contrato;
Devem ficar estabelecidas, com o maior detalhe possível, as condições de cedência da marca e
dos demais sinais distintivos utilizados pelo franqueador, bem como as condições de transmissão
dos conhecimentos técnicos e comerciais testados, e ainda as formas que deverá revestir a
prestação de assistência ao franqueado.
Cessação do contrato
A duração do contrato deve permitir não só a amortização dos investimentos feitos pelo
franqueado, mas também garantir um período razoável para a obtenção de ganhos líquidos
suficientemente compensadores. A cláusula que estabelece o período de validade do contrato
deverá igualmente precisar as condições em que o prazo inicial pode ser renovado, o modo e a
oportunidade de renovação ou prorrogação do contrato. Geralmente são concebidos para uma
duração de 1 a 10 anos, sendo na maior parte dos casos, estabelecido um prazo de 3 a 5 anos,
podendo ser renovados uma ou mais vezes por períodos iguais.
O contrato deve ainda definir de forma clara as condições em que cada uma das partes pode pôr
prematuramente termo ao contrato. Uma das principais preocupações do franqueador é manter
o valor das suas marcas comerciais e a reputação assegurando que o franqueado adere aos
métodos operacionais estipulados.
Quando o franqueado, pela primeira vez se desvia de forma grave dos procedimentos, o
franqueador deve avisá-lo por escrito. Se, contudo, o franqueado continuar a infringir os
procedimentos exigidos, então o franqueador pode procurar pôr termo ao contrato. É correcto
que o franqueador possa reservar-se esse direito, mas o franqueado deve certificar-se que o
franqueador não o faz "por tudo e por nada".
Direitos territoriais
Muitos acordos de franchising incluem um compromisso do franqueador segundo o qual ele não
venderá franchisings adicionais dentro do território que o franqueador opera. Um tal
compromisso deve ser redigido de forma cuidada, para não violar a legislação relativa ao direito
de concorrência. Quer tais direitos territoriais sejam ou não concedidos ao franqueado, não é
interesse a longo prazo do franqueador saturar uma área com mais estabelecimentos do que o
que ele pode realmente suportar. No caso de serem concedidos quaisquer direitos territoriais, o
franqueado deve apurar se eles são fixados para o período de vigência do contrato ou se o
franqueador pode reduzir ou alterar o território, e em que condições.
O franqueado deve ter o direito de passar o seu negócio a terceiros, sujeitando-se a certas
condições impostas pelo franqueador. O contrato especifica que o franqueador pode vectar a
venda a qualquer indivíduo que lhe pareça não ter o perfil adequado. Normalmente o
franqueado só é autorizado a vender o negócio a uma pessoa que esteja disposta a seguir o
programa de treino do franqueador e pagá-lo.
Muito acordos concedem ao franqueador o direito a uma primeira recusa, no caso do franqueado
querer trespassar o negócio. No entanto, o franqueado deve ter a possibilidade de o vender ao
valor do mercado, pelo que, se o acordo determinar o direito a uma primeira recusa por parte
do franqueador, então deve estipular também a base de avaliação.
Depois do franqueado ter trespassado o seu negócio, é normalmente impedido, por meio de uma
cláusula restritiva, de operar em concorrência com o franqueador ou qualquer dos seus
franqueados por um dado período de tempo.
O franqueado pode ser sujeito a abusos nomeadamente a propósito das seguintes questões: a
informação de que possa dispôr sobre as condições de prossecução da actividade económica que
lhe é proposta pelo licenciador; e as condições em que o contrato é renovado ou pode ser
terminado.
O problema da informação é aquele que se pode pôr com mais frequência ao franqueado. Com
efeito, deve entender-se que o candidato a franqueado deve obter o franqueador todas as
informações necessárias sobre a actividade económica em que se vai integrar.
O abuso pela falta de renovação do contrato. A retoma das existências, as clásulas de não
concorrência e a indemnização por perda de clientela são as principais questões que os parceiros
do franchising têm de resolver nos casos do contrato ser renovado ou, pelo contrário, ser
terminado.
A decisão de uma empresa se desenvolver desta forma é uma opção realmente importante para
o seu futuro. Razões essas que passam entre outras, pela distribuição tradicional se mostrar
obsoleta e envelhecida, pois não existe nada mais atraente para um empresário do que
conseguir que o seu trabalho seja reconhecido, nomeadamente por outros empresários. Além
disso o franchising é uma fórmula ao serviço de todos os sectores económicos, pois quando a
este "penetra" num sector de actividade, quase sempre o conquista, servindo os interesses dos
fabricantes, prestadores de serviços e consumidores.
O mais espantoso desta técnica comercial é a sua extrema flexibilidade na adaptação aos
diferentes constrangimentos que lhe são impostos.
É importante referir que o franchising poderá ser uma resposta a todas as necessidades que vão
desde a fabricação, distribuição e até aos serviços.
A segurança de uma rede de franchising passa pela realização de estudos prévios de mercado.
Este deve ser bastante importante para que o desenvolvimento de uma rede se justifique . O
arranque de uma cadeia alargada de franchising pode saturar prematuramente o mercado, e por
isso, será prudente avaliar bem o potencial antes de se lançar na difusão da fórmula. O mercado
deve apresentar-se com características de durabilidade evitando os riscos de certas actividades
de crescimento rápido, mas de vida curta, como os negócios de prendas e moda.
O franqueador opta pelo franchising, para, em primeiro lugar, repetir o êxito da sua fórmula,
através do recurso aos franqueados. A diversificação do produto e a diversificação geográfica são
outros factores a considerar. O contacto com um novo mercado ou um novo segmento de
clientela, dos quais se conhecem mal as técnicas ou comportamentos, pode ser facilitado pela
cooperação prestada pelos franqueados. Também a associação a um master-franchising para
atacar e penetrar um mercado estrangeiro assegura a representação e controlo do
comportamento e gestão dos subfranqueados junto do franqueador. No entanto, são os motivos
financeiros, os determinantes para a difusão do franchising.
Em resumo:
As causas que obrigam tradicionalmente as empresas a optarem pelo franchising são:
Para que o processo de expansão do negócio através do franchising seja bem sucedido é
necessário que a empresa percorra um caminho, com vista à preparação, para que, uma vez
chegada a hora de iniciar a comercialização, tudo corra bem.
Agora chegou o tempo de o revelar. Antes todas as ideias estavam na nossa cabeça e eram
usadas consoante as circunstâncias e necessidades. Agora temos de aprender a distinguir e
destacar o conceito, dando-lhe corpo e vida própria. Aquilo que não conseguirmos reduzir a
escrito não tem substância ao nível do conhecimento, não constituindo, por isso, know-how e
não sendo possível transmitir.
Ao longo deste itinerário o negócio vai ficando delineado. No fim desta fase, tem de ficar claro o
conceito de negócio de modo a ser perceptível por terceiros.
Consideramos que o conceito está definido quando conseguimos estruturar a "fórmula mágica".
Uma vez definido o conceito de negócio, é necessário saber a que potência ele pode ser elevado
em termos da sua reprodução física no mercado em análise, isto é, o factor de multiplicação da
rede.
Se tivermos por exemplo, como objectivo de expansão o mercado nacional, temos de calcular
quantas unidades franqueadas esse território comporta. O mal de muitos franqueadores é
desconhecer quantos franqueados vão ter.
Ora, este verdadeiro salto no vazio irá trazer um problema grave, que é o da avaliação da área
de influência vital do ponto de venda, com vista a poder concessionar contratualmente em
coerência o "território exclusivo".
A justa e equilibrada definição da área de concessão a licenciar constitui, pois uma das chaves
de uma estratégia de sucesso na planificação da rede.
Primeiro deverá começar-se por uma análise macro-económica, que consiste na avaliação do
mercado potencial, identificando e quantificando o mercado consumidor e o mercado alvo de
desenvolvimento da empresa. Depois proceder-se-à à definição da área de influência vital da
unidade franchisada-tipo, para definir em que condições e em que locais se justifica e compensa
economicamente a abertura de um novo ponto de venda.
Ter um conceito "perfeito" do ponto de vista do mercado é condição necessária para o êxito do
negócio, mas não condição suficiente. É imprescindível que ele seja viável também do ponto de
vista económico-financeiro. Por outro lado, não basta que o negócio propriamente dito seja
viável, é preciso também que o sistema de rede o seja. Há que analisar duas realidades
distintas: a do negócio e a da rede.
Os custos que irá ter com o projecto de franchising são fundamentalmente cinco:
A formatação do negócio
A unidade-piloto
A comercialização do franchising
Direito de entrada
Royalties
Uma vez definido, no plano teórico, o conceito de negócio, deverá proceder-se, no plano
operacional, à instalação e implementação da unidade-piloto com o objectivo de confirmar a
viabilidade do negócio.
Caso venham a ser definidos mais do que um tipo ou formato de ponto de venda, a primeira
decisão a tomar será a escolha do conceito que vai ser testado pela unidade-piloto. No caso de
haver dois formatos diferentes, pode decidir-se sobre o teste de ambos, abrindo duas unidades-
piloto.
De um modo geral os serviços a prestar aos franqueados serão tanto menores quanto mais
completo for o package-deal.
Os manuais de operações deverão organizar-se segundo duas ópticas distintas, se bem que
entrosadas:
Uma segunda questão que se coloca refere-se ao âmbito dos manuais, isto é, que áreas
abrangem, onde começam e onde acabam.
Uma vez definido o âmbito da intervenção, importa precisar o nível de profundidade com que se
vão manualizar as operações, isto é, o grau de pormenorização desejável e aconselhável.
Esta decisão deverá tomar em consideração questões como sejam o modelo de gestão da
empresa, a sua cultura organizacional, especificidades próprias da actividade e do negócio.
Os manuais de operações deverão ser concebidos com o propósito de serem o mais definitivos
possível. No entanto, sabendo que a empresa não é um organismo estático, deverão ser
estruturados de modo a permitir actualizações.
PAPEL DO FRANQUEADOR
Apesar das contrapartidas e dos cuidados a ter, o franchising é, de certo modo, uma via segura
para se iniciar um negócio:
DISPÕE DE
TEM ACESSO A
______________________________________________________
Fonte: Franchising: franquia, inovação e crescimento
Se há muitas vantagens num negócio de franchising, ele também apresenta alguns "espinhos". É
preciso que os potenciais investidores estejam atentos aos projectos que lhes são apresentados.
Desde logo temos o pagamento de
Direitos de entrada
Fundos de publicidade
Royalties
que variam consoante as marcas. Todavia, estes funcionam como o pagamento pela diminuição
do risco que representa aderir a um franchising ao invés de montar um negócio de raiz. Para
muitos o aspecto que se segue poderá ser francamente condicionador na tomada de uma
decisão. É que não lhe será permitida uma grande margem de criatividade, uma vez que o
negócio está todo montado e "pronto a usar". O franqueado poderá não ver com bons olhos a
existência de outros elementos da marca que podem denegrir a imagem colectiva.
Por outro lado, o pagamento de royalties e as visitas de rotina para ver como está o andamento
do negócio poderão parecer-lhe desnecessárias se tudo correr sobre rodas e até ultrapassar os
valores que estavam previstos aquando da assinatura do contrato.
Se o negócio não correr bem e o franqueado quiser abandonar a rede poderão surgir alguns
problemas resultantes do que está estipulado no contrato. O mesmo poderá ocorrer se ao fim do
prazo estabelecido as duas partes não entrem em acordo acerca da renovação do contrato de
franchising.
O franqueado poderá ainda não ter o retorno do investimento ou ainda não ter alcançado os
lucros que esperava e por outro lado o franqueador poderá, através do que estiver estipulado no
contrato, rescindir o contrato se não forem cumpridas escrupulosamente todas as cláusulas por
ele estipuladas.
Assim, as desvantagens mais comuns para o franqueado podem ser enumeradas da seguinte
maneira:
Comissões sobre Factoring (Comissão do serviço pode atingir 2,5% do valor facial
financiamentos concedidos das dívidas cobradas)
pelo franqueador
______________________________________________________
5. FRANCHISING: AS CONDIÇÕES DO SUCESSO
Para que o franchising seja um negócio de sucesso é necessário que estejam reunidas
determinadas condições, quer em relação ao franqueador, quer em relação ao franqueado. Se
por um lado o franqueador deve ter a capacidade e competência em relação ao negócio que
propõe, o franqueado deve ter as características de um empreendedor. Após a escolha dos
parceiros é necessário que as suas relações atinjam um nível de total confiança e respeito
mútuo.
Numa relação marcada pela parceria e cooperação, cada uma das partes envolvidas tem
obrigações específicas que não devem ser descuradas, pois são a base do sucesso do franchising.
Assim é dever do franqueador:
Se por um lado o franqueador tem deveres para com o franqueado com vista a uma evolução
favorável do negócio, com vista ao sucesso, também o franqueado tem as suas obrigações:
Existem vários princípios básicos que podem ser usados, no dia-a-dia, por todas as pessoas
envolvidas no sistema de franchising, para construir relações de trabalho positivas com os
franqueados. Estes princípios constituem a base sobre a qual são construídos as aptidões de
operação do sistema de franchising e que contribuem para o seu sucesso.
Quando os franqueados são tratados como não tendo importância, como não tendo qualquer
contributo a dar ou como sendo um incómodo, estes perdem o interesse em trabalhar ou
cooperar com o franqueador. Podem, inclusivé, desistir de solucionar problemas existentes, o
que resulta frequentemente em prejuízo da sua actividade e optar por se alienar dos outros
franqueados.
A forma como algo é dito pode ser tão importante como aquilo que é dito. Às vezes, a confiança
que se mostra nas pessoas (ou a falta dela), mesmo aquela que se deixa transparecer pelo
telefone através do tom de voz, tem mais impacto no seu desempenho que aquilo que é dito de
facto.
Uma parte do processo e das operações de franchising destina-se a avaliar situações e comunicar
aos franqueados quando algum aspecto necessita de ser melhorado. Uma grande parte das
pessoas aceitam críticas sobre a sua gestão desde que não sejam atacadas pessoalmente.
Mas, se os franqueados se sentem realmente atacados, têm tendência a responder com a mesma
agressividade ou simplesmente evitam o franqueador. Preocupam-se em se defender em vez de
fornecerem as informações correctas ou resolver o problema.
Estas reacções defensivas são humanas, mas não contribuem para melhorar a situação. Dado que
as observações feitas pelo franqueador são muito importantes para o sucesso da actividade, é
essencial considerar os factos da situação e não as características pessoais do franqueado. Desta
forma, o franqueado estará mais disposto a ouvir aquilo que o franqueador disser e responderá à
situação de forma mais construtiva.
Como primeiro elo de ligação, as pessoas envolvidas exercem uma influência muito forte na
forma como os franqueados vêem o franqueador e todo o sistema de franchising. Relações fracas
tornam tudo mais difícil; por vezes funcionam como um verdadeiro obstáculo à consecução de
objectivos. Relações saudáveis podem oferecer uma confiança mútua, reduzir o stress e permitir
que o franqueador e os franqueados concentrem as suas energias no desenvolvimento conjunto
da actividade. Manter relações construtivas, e este princípio (a chamada "Regra de Ouro") não se
aplica só nos sistemas de franchising mas a todas as situações do nosso dia-a-dia, significa
simplesmente dar às pessoas o tratamento que gostaríamos que nos dessem a nós. Todas as
pessoas apreciam respeito e cortesia.
Avançar com ideias para melhorar as coisas é essencial para o sucesso das operações de
franchising. Tomar a iniciativa, pode também significar actuar no sentido de evitar ou adiantar-
se a um potencial problema, ou actuar no sentido de tomar uma operação de resultados
"aceitáveis" numa operação de resultados "excelentes".
Dar o exemplo
A actuação do franqueador tem uma influência enorme nos franqueados e nos seus
colaboradores, até as pequenas coisas que o franqueador faz muitas vezes. São estas coisas que
o franqueado observa com maior atenção porque elas transmitem o que é mais importante para
o franqueador. Este deve estar sempre consciente de que a sua actuação e resposta às situações
são observadas pelo franqueado, pois estas orientam-no quanto àquilo que é mais importante
para o franqueador, quanto ao que contribui para o sucesso e quanto à forma como o
franqueador deseja que o franqueado actue. O franqueador não deve subestimar a influência do
seu comportamento. Deve dirigir dando o exemplo.
Embora cada franqueador tenha os seus próprios critérios na selecção dos franqueados, há no
entanto determinadas características que todos os franqueados devem possuir.
Estas qualidades básicas constituem os alicerces com que os franqueadores constróem aquilo que
é o perfil de um franqueado ideal. Este perfil deverá incluir as características que possam ser
essenciais para um determinado franchising. A arte de seleccionar o franqueado adequado vai
mais além do que a mera selecção da pessoa certa para o trabalho certo. Implica a capacidade
por parte do franqueador de seleccionar.
Saúde;
Recursos Financeiros;
Experiência;
Competência;
Capacidade De Gestão;
Independência;
Integridade;
Compatibilidade.
Se olharmos para as diferentes estatísticas sobre franchising disponíveis, um dos pontos que se
destacam é que a grande maioria dos franqueados trabalham muito, normalmente durante
muitas horas, e têm uma vida desafogada. Trabalho intenso implica stress e tensão.
Dado que muitos franqueados nunca tinham tido um negócio próprio antes de enveredarem pelo
franchising , a tensão de gerir o seu próprio negócio pode ser considerável. Gerir um negócio nos
tempos que correm é complicado e tem-se tornado cada vez mais difícil, pelo que o franqueado
terá de ser capaz de lidar com o stress e as pressões que daí advém.
Também, dependendo da natureza do franchising, pode muito bem ser que, além da tensão de
trabalhar horas seguidas, esteja envolvida também actividade física intensa. Um franqueado
necessita assim de ser saudável quer física, quer psicologicamente para ser capaz de aguentar o
stress e as pressões do seu negócio.
Uma das principais razões pela qual as empresas franquiam é o grande valor que dão ao facto
dos franqueados serem mais eficientes no negócio pois estão envolvidos num negócio próprio e
não são apenas gerentes. Logo, aos franqueadores não agradará a situação de um franqueado
que esteja sempre ausente do negócio por motivos de saúde.
O facto de um franqueado não ter tido experiência prévia na área do negócio em que esteja
interessado é visto pela maioria dos franqueadores como um factor positivo pois permite que a
formação do franqueado seja mais fácil.
De facto, há muitos franqueadores que excluem interessados que tenham tido anteriormente
experiência nessa área, pois querem que o franqueado faça as coisas da maneira que o
franqueador lhes vai transmitir e não da maneira em que este aprendeu noutro lado. O problema
é óbvio, é muito difícil, para não dizer impossível "destreinar" alguém. O franqueador não quer
com isto dizer que a maneira de trabalhar do candidato é errada, apenas que é diferente, e
como é a maneira de o franqueador operar que o torna mais bem sucedido que os concorrentes,
acabam por preferir candidatos que venham com a abertura de espírito suficiente e como se
fosse uma folha em branco onde o franqueador pode imprimir o seu sistema.
Deverá ser mantido um equilíbrio entre um indivíduo que seja demasiado independente e um
que não mostre qualquer independência. O primeiro irá rapidamente verificar que se encontra
em choque com o franqueador e sentir-se desafiado pelo sistema do franqueador. O segundo,
por outro lado, tornar-se-á cada vez mais dependente do apoio do franqueador, mostrando
pouca iniciativa e sendo-lhe cada vez mais difícil tomar decisões - de facto está a tornar-se um
empregado do franqueador.
Um franqueado que esteja entre estes dois extremos terá mais possibilidade de se adaptar ao
sistema de franchising e de obter sucesso.
As qualidades que os franqueadores procuram são as de alguém que seja não só capaz de seguir
orientações, mas também de conservar um certo grau de independência que lhe permita ser
activo, motivado, inovador, retirando daí vantagens, não só para si, mas também para outros
dentro da rede de franchising da qual ele é membro.
Em todo o caso, convém não esquecer que o recursos a técnicas mistas, independentes ou
coadjuvantes, acaba por revelar-se em certos casos, como uma solução adequada.
Este sistema apresenta, sem dúvida, vantagens do ponto de vista da economia de meios, de não
ter que repartir retribuições, nem royalties, da plena utilização do pessoal do franqueador e do
relacionamento directo que se estabelece entre franqueado e franqueador. Contudo, fora dos
casos de proximidade geográfica e de razoável identidade cultural, o franchising directo tem os
inconvenientes da dificuldade de exercer efectivamente e da melhor maneira, o controlo e
assistência de grande parte dos franqueados, e da pouca familiaridade do franqueado e do seu
pessoal com a legislação, costumes e características do país onde decidiu estabelecer uma rede.
Este conjunto de inconvenientes leva, em alguns casos, o franqueador a preferir como sub-
franqueador uma filial ou uma sociedade na qual tenha participação, designadamente, uma
joint-venture. Esta última solução, afigura-se ideal na medida em que o franqueador partilha os
riscos, aufere maiores rendimentos do que se o franqueado principal for totalmente
independente, controla de forma mais eficaz o funcionamento do sistema e aproveita os
conhecimentos do seu parceiro no mercado em questão.
A maior desvantagem decorre do risco de haver um único franqueado, que em caso de litígio,
compromete, não só o pagamento dos royalties, como põe em causa a imagem da rede.
A Pizza Hut é o exemplo de uma rede desenvolvida através de um area developer: a Sonae.
A montagem de uma rede noutro país é, sem dúvida uma operação delicada pelo que, em certos
casos, a experiência tem demonstrado a utilidade da celebração de acordos-teste ou piloto
destinados a ensaiar as potencialidades de determinado sistema e identificar as correcções
necessárias em domínios extremamente diversos: viabilidade do conceito, marketing, aceitação
do produto, regulamentação aplicável, tributação, apresentação, funcionamento dos
estabelecimentos, suficiência do manual operativo.
Os riscos financeiros são, assim, diminuídos tanto para o franqueador como para o franqueado
que não terá de pagar as retribuições iniciais nem royalties, enquanto o sistema não estiver apto
para ser desenvolvido. Estes contratos experimentais apresentam ainda uma vantagem
importante de natureza psicológica, na medida em que promovem um real empenhamento de
ambas as partes na procura de soluções adequadas ao bom funcionamento e sucesso do
franchising. No caso do ensaio demonstrar resultados manifestamente desencorajantes, não
existem normalmente dificuldades em desfazer o sistema entretanto montado.
Com a mudança que se pretende operar a nível do comércio, novas formas de distribuição
começam a surgir no mercado, assumindo-se como alternativas viáveis ao comércio tradicional.
Uma empresa ao ver-se confrontada com a possibilidade de desenvolvimento ou implantação no
mercado internacional necessita de ponderar sobre a melhor alternativa de empreender este
tipo de iniciativa.
Contrato de Agência
Nesta figura, o agente apesar da sua autonomia actua no mercado em nome e por conta do
comitente, e afigura-se a um mero auxiliar de comércio, sendo remunerado simplesmente em
função do seu volume de vendas realizadas através de uma comissão.
Diferentemente o franqueado exerce uma actividade por sua conta e risco, sendo remunerado
pelos lucros que obtém em resultado da produção, distribuição ou prestação de serviços.
Podemos considerar esta figura - a representação comercial que mais se afasta do franchising.
Contrato de licença
Com efeito, os contratos de franchising envolvem tal tipo de licença, todavia o que o
caracteriza, é o facto de entre o franqueador e o franqueado se estabelecer uma relação que
pressupõe uma actuação deste em função de conhecimentos e indicações daquele e submetida
ao seu controlo, sendo a actividade do franqueado gerida e apresentada como se do franqueador
se tratasse.
Contrato de Concessão
Contrariamente ao franchising, que não tem uma definição única, legal ou regulamentar, a
noção de concessão foi definida por uma circular de 31 de Março de 1960, segundo a qual um
contrato de concessão em matéria comercial é uma convenção que liga o fornecedor a um
limitado número de comerciantes que se reservam o direito de venda de um produto, mediante
a satisfação de determinadas condições.
Por vezes, tal como o franqueado, o concessionário beneficia de uma exclusividade territorial
que lhe permite usufruir da notoriedade da marca.
A parceria que liga um fabricante ao seu concessionário fica-se pelas exclusividades recíprocas,
encarregando-se este último de encontrar os meios e métodos que lhe permitam alcançar os
níveis fixados no início de cada ano. Para os alcançar, o concessionário vê-se entregue a si
próprio, sabendo que se não alcançar os objectivos, o fabricante poderá preteri-lo. Este último,
por seu lado, também não obterá do primeiro toda a disponibilidade e espírito de equipa que
teria o direito de esperar de um verdadeiro parceiro, tendo em conta os esforços e os
investimentos feitos.
Inversamente, nas relações franqueadores/franqueados, tecnicamente mais estreitas, basear-se-
ão no princípio fundamental da franquia, princípio que pretende que o primeiro forneça ao
segundo a receita para o sucesso e para a rentabilidade.
Verifica-se assim, a existência de uma certa analogia entre o contrato de concessão e o contrato
de franchising, sendo no entanto os vínculos contratuais estabelecidos entre franqueador e
franqueado mais complexos do que os que se estabelecem entre concessionário e concedente, os
quais permitem a distinção dos dois contratos. Além disso, ao concessionário não é imposto, o
uso dos métodos e técnicas do concedente, assim como também não é normalmente imposto
qualquer "direito de entrada" ou pagamento regular de royalties, limitando-se a escoar produtos
com uma assistência técnica mais ou menos desenvolvida.
Contrato de subcontratação
Caracteriza-se por uma não transferência de tecnologia, encontrando-se na maioria dos casos
associada ao respeito por caderno de encargos.
Por outro lado o subcontratado não comercializa, não tem qualquer acesso ao mercado
(característica essencial da franquia).
A "Joint-Venture"
Ambas as partes, isto é, a empresa proprietária das marcas comerciais e o parceiro individual
interessado apenas num estabelecimento, efectuam um investimento financeiro significativo no
estabelecimento, sendo portanto, proprietários comuns.
No entanto, a relação entre as duas partes é muito semelhante à que se estabelece entre
franqueador e franqueado. A empresa determina como o estabelecimento deve ser dirigido
sendo o parceiro individual responsável pela condução diária da unidade.
Utilizando uma "joint-venture" a empresa beneficiará de um gestor muito mais motivado, dado
que ele é co-proprietário do estabelecimento.
Estabelecimentos Próprios
Por outro lado, devido a serem excessivamente procurados por um número elevado de marcas
diferentes, o revendedor contenta-se na generalidade dos casos, em oferecer aos clientes
produtos em stock, ou seja, a oferta limita-se a apresentar estantes com produtos para venda....
Para uma empresa que dirige uma cadeia de franchising, uma alternativa de expansão será a
abertura de estabelecimentos próprios, dirigidos por gestores contratados, em vez da venda de
mais franchisings.
Assim, o franqueador pode utilizar o sistema de franchising para expandir rapidamente a sua
cadeia, ganhando desta forma uma grande quota de mercado e atingindo a dimensão crítica, na
qual beneficiará das economias de escala nos fornecimentos.
Uma vez atingida a prosperidade da cadeia de franchising, o franqueador pode ter à sua
disposição o capital suficiente, ou pelo menos ter acesso a fundos em resultado da sua crescente
reputação junto dos bancos, para conseguir readquirir alguns dos estabelecimentos franqueados.
A aquisição pode ser feita, quer excedendo o direito consignado no acordo de franchising de
voltar a comprar a unidade franqueada no fim do período inicial, ou simplesmente comprando os
estabelecimentos, a quem os deseje vender antes do fim do período do contrato.
Uma outra razão por que os estabelecimentos propriedade do franqueador podem tornar-se mais
atractivos relaciona-se com o número de estabelecimentos dentro de uma determinada área
geográfica.
Diversas redes portuguesas de franchising dos mais diversos sectores estão a chegar a um ponto
de saturação no mercado nacional e preparam-se agora para "atacar" o mercado espanhol.
Espanha aparece como a primeira alternativa de internacionalização. Já este ano, a Lanidor vai
"invadir" o país vizinho com uma dezena de lojas. Com um volume de negócios de 1,5 milhões de
contos em 1997 ousou tentar a expansão para Espanha. Abriu uma loja-piloto em Barcelona e
está actualmente em negociações com uma empresa espanhola para aí lançar o franchising. A
Delta também tem estado a estudar hábitos de nuestros hermanos (que dão sinais de começar a
gostar de café puro e a largar a tradição do torrefacto) para definir os moldes em que irá
avançar, em 1999, com a abertura de uma nova série de boutiques de café.
No caso da Boxer Short, a internacionalização é já um facto. Apesar da marca só ter dois anos,
conta com duas lojas em Londres, uma em Bruxelas e cinco em diversas cidades espanholas.
A perspectiva peninsular, também está na mira da Planet, actualmente com cinco lojas, e que
vai aderir ao franchising para chegar às quatro dezenas.
A cautela é um sentimento comum aos empresários que equacionam uma expansão no exterior.
A Pano Branco, especializada em têxteis para o lar, vai abrir uma loja em Maputo, mas esta
experiência é encarada um pouco como uma aventura. Para já a prioridade é "consolidar a
marca no mercado interno", e só em 1999 se começarão a analisar os pedidos de abertura de
lojas em Espanha.
A Ursitos, rede de decoração de quartos é apontada como caso de sucesso dentro das marcas
nacionais. Em apenas dois anos, surgiram 13 lojas que impuseram um nome e uma imagem
própria.
Contrariamente à maioria das redes portuguesas, Espanha não é
a alternativa mais óbvia de internacionalização. Esta marca
optou pela expansão no Brasil, tendo aberto lojas no Rio de
Janeiro e em S. Paulo e têm como meta estender o projecto
Ursitos a todo o Brasil.
Foi numa pequena loja na Foz do Douro que a Boxer Shorts nasceu, em 1991, apostando numa
linha de produtos moderna e sedutora.
Actualmente, a empresa possui um capital social de 500 mil contos, 20 lojas em Portugal e está
a apostar claramente na internacionalização em países europeus.
O conceito da Boxers Shorts foi desenvolvido pelos três sócios fundadores, dos quais apenas um
se mantém na empresa. Os boxers foram, desde o início, os produtos estrela que foram sendo
complementados com uma linha de camisas e gravatas.
Após o arranque, os responsáveis aperceberam-se que a Boxer Short era um verdadeiro sucesso.
A aceitação do público foi enorme e, até 1996 foram abertas várias lojas, cobrindo dessa forma
praticamente todo o território nacional.
Apostar na expansão
Arriscaram
Cresceram
Tudo mudou: franquearam a marca e ficaram apenas com duas lojas em Portugal, deixando as
outras nas mãos dos franqueados.
Não foi uma decisão fácil, uma vez que os riscos eram grandes. A empresa necessitou de
aumentar o capital social para 500 mil contos e recorreu a consultores internacionais nas áreas
do marketing e do retailing. Além disso os responsáveis pela marca resolveram criar um novo
nome para as lojas no exterior: Throttlman. Actualmente, é essa a designação a nível
internacional.
A verdade é que ninguém duvida da qualidade da marca: a Boxer Shorts possui já seis lojas
franqueadas em Espanha e duas próprias. Em Inglaterra conta com dois espaços abertos ao
público e espera, até ao final de 1998, arrancar com o franchising. Em Bruxelas, o caminho a
seguir é exactamente o mesmo e a Boxer, ou Throttlman, já se posicionou no mercado com uma
loja própria.
Tal como as marcas que se instalam no nosso país, é por vezes necessário adaptar os conceitos.
A Boxer Shorts sabe hoje que os espanhóis gostam de lojas de rua e que os ingleses não gostam
de ser incomodados, preferindo um atendimento personalizado.
Em relação aos franqueados, a empresa oferece uma solução de negócio e não uma marca ou
produto. Assim, encarregam-se da imagem, publicidade, marketing, sistemas informáticos e
formação pessoal. No fundo, as lojas são o cartão de visita e é indispensável que funcionem
bem.
Os artigos da Boxer, que se destacam pelo colorido e originalidade, são todos produzidos em
Portugal, exceptuando as gravatas que são italianas. Toda a produção é subcontratada. A
escolha recai sobre as empresas portuguesas, porque o valor da nossa empresa têxtil é
reconhecido. As empresas nacionais produzem artigos de qualidade e preços competitivos.
Depois de ter arriscado, a Boxer Short caminha, a passos largos para a expansão a nível europeu
e mundial. Entretanto a marca portuguesa continua a orgulhar-se da enorme colecção de
boxers que possui: 350 modelos por ano. Pode utilizar, literalmente, uns boxers por dia. Isto é
o que se chama quebrar a rotina...
O sistema bancário conheceu uma profunda evolução nos últimos anos. A par do alargamento e
modernização das redes de balcões, a evolução tecnológica alterou tudo ou quase tudo na forma
de funcionar dos bancos. A grande maioria das operações deixou de ser feita aos balcões
passando para os terminais de rede de multibanco começando a processar-se a partir de
qualquer aparelho telefónico.
A oferta de crédito é agora incomparavelmente maior, mas os bancos continuam a sentir alguma
aversão ao risco que as PME representam, insistindo em financiamentos de curto prazo.
Actualmente, alguns bancos decidiram apostar no mercado PME, constituindo uma política de
crédito específica para elas, que se traduz necessariamente em condições mais favoráveis para
as empresas e uma margem reduzida para a banca, tendo reflexos altamente positivos sobre a
qualidade da carteira de crédito e reduzindo o volume de crédito mal parado.
7.2. Os Bancos
Para montar um negócio, o franqueado precisa apenas de conseguir uma boa localização e algum
dinheiro para as obras. Tudo parece fácil. Mas se, para pagar o trespasse do estabelecimento,
precisar de recorrer ao crédito bancário as dificuldades poderão começar.
Os bancos não são muito receptivos a este tipo de financiamento, por isso há que contornar a
situação. Também o financiamento para o direito de entrada, valor normalmente cobrado pelo
franqueador, não colhe as simpatias do banco. Mas tudo dependerá:
do montante a financiar.
Regra geral, todos os bancos, exigem que cerca de um terço do investimento total seja
suportado por capitais próprios. Se os montantes envolvidos no projecto não forem muito
elevados, o direito de entrada é, na maioria dos casos, incluído na fatia de autofinanciamento.
Mas, tratando-se de montantes elevados e de risco ponderado, é possível que o banco financie
todas as componentes do investimento inicial, desde que seja respeitada a regra de um terço
dos capitais próprios.
direito de entrada,
equipamento diverso,
fundo de maneio.
A taxa de juro depende do resultado do estudo que o banco faz do projecto de financiamento,
sendo o período de carência de um ano.
Apesar deste banco ser o único com uma linha de crédito especial para o franchising, as
condições de financiamento que oferece não são muito distintas das que os restantes bancos do
mercado oferecem para o lançamento de negócios nas áreas do comércio e serviços.
À partida as condições oferecidas pelas várias instituições não oferecem grandes variações, em
termos de custos. Mas só caso a caso, depois de avaliado todo o projecto de financiamento, o
estudo de viabilidade e o historial do cliente, é possível prever as condições a negociar.
Quem analisa o projecto vai provavelmente centrar-se mais no financiamento e não tanto na
viabilidade do negócio, pois já confia no franqueador. Este é um factor que pode ponderar na
escolha de um franchising.
A escolha do banco credor pode implicar ainda estudar as condições de um conjunto de produtos
comercializados em pacote. Actualmente, grande parte dos bancos estão integrados em grupos
financeiros, juntamente com companhias de seguros, sociedades de capital de risco, empresas
de leasing ou de ALD, entre outras. E, por lei, a criação de uma empresa nova obriga a adquirir
determinados produtos financeiros. O seguro de vida, no caso de o promotor ser um empresário
em nome individual, e o seguro multirriscos, contra riscos que ocorram na fase de
desenvolvimento da actividade empresarial, são alguns exemplos. Mas em todos os casos, há que
não esquecer que o custo de cada produto pode ser negociado com a instituição.
Se o projecto incluir a aquisição de veículos automóveis, pode acontecer que o banco opte por
encaminhar o financiamento para uma empresas de leasing ou ALD, normalmente do grupo.
Estes dois tipos de sociedades (financeiras e comerciais, respectivamente), oferecem em
princípio taxas mais baixas que os bancos. As condições de negócio são sempre ditadas caso a
caso. Um contrato de leasing pode ter um custo igual ou mais baixo que um ALD, e em alguns
casos, um ALD pode ultrapassar as taxas de crédito individual praticadas pelos bancos.
ALD
Leasing
É utilizado para o financiamento de vários tipos de bens imóveis e móveis, apesar de os veículos
automóveis liderarem o negócio. Mas o crédito destinado a certos equipamentos, como máquinas
muito especializadas e de difícil colocação no mercado, não é de fácil acesso. No entanto,
mostra-se uma solução interessante para o franqueado pois envolve numerosas vantagens:
Capital de risco
Pode ser outro instrumento de financiamento de uma nova empresa. No entanto em Portugal não
tem peso nos negócios de franchising, uma vez que, o comércio, sector em que se insere
normalmente este tipo de negócio, não é dos mais atractivos para as sociedades de capital de
risco.
Estas sociedades, vocacionadas para tomarem uma participação temporária no capital social de
uma empresa, estão mais interessadas em projectos industriais, devido à dimensão, o que não
significa que o capital de risco rejeite à partida projectos de franchising. A cadeia de geladarias
"Baskin & Robbins" entrou em Portugal devido à iniciativa da "Sociedade de Capital de Risco -
Comptris".
Os bancos disponibilizam ainda outros serviços para as empresas, como a gestão de cobrança de
cheques ou a emissão de cartões de crédito para o franqueado, do tipo cash & carry, quando o
fornecedor é o próprio franqueador.
Para o financiamento de tesouraria, existem também várias formas de crédito a curto prazo,
entre elas o desconto comercial, a conta-corrente ou outras formas de crédito resultantes do
acordo que for feito entre franqueados e franqueadores.
Não só porque esse plano é, normalmente, solicitado pela entidade financiadora, mas também
porque é muito importante para que o investidor possa demonstrar a si mesmo que o negócio
vale realmente a pena. Por isso é recomendável que o promotor se envolva na elaboração do
plano de negócios, em especial na definição dos seus pressupostos, que deve conhecer em
detalhe.
É possível montar um negócio em franchising com poucos capitais próprios. Basta conhecer os
programas de apoio disponíveis e os truques para obter um contrato de crédito ou de leasing
vantajosos. Mas não esqueça que é fundamental ter um pé-de-meia que dê um bom empurrão
ao negócio
O franchising pode beneficiar de subsídios a fundo perdido aprovados no âmbito de programas
nacionais ou comunitários, assim como da bonificação de juros e rendas ou empréstimos à taxa
de juro zero.
Há apoios destinados apenas à criação de emprego, outros ao desenvolvimento das PME, outros
ao financiamento de investimento imobilizado corpóreo ou incorpóreo.
Uma primeira triagem pode vir a ser útil para evitar que, por desconhecimento da legislação que
regulamenta o programa, a candidatura seja entregue e imediatamente recusada. «É até
aconselhável que o promotor se empenhe, pessoalmente, em conhecer as normas legais que
regulamentam o sector da nova empresa e verifique a conformidade da candidatura às
exigências».
à actividade económica,
à localização do investimento,
A lista de programas de apoio disponíveis é numerosa e cheia de particularidades. Uma vez que a
maioria dos projectos de franchising se destina a desenvolver empresas comerciais (Divisões 50,
51 e 52 do CAE), poderemos seleccionar os seguintes programas:
Os pontuais destinam-se apenas a pequenas e médias empresas que queiram apoio para a
modernização do comércio, com objectivos de desenvolvimento regional. O tipo de projecto
pode consistir no apetrechamento técnico e tecnológico e modernização das estruturas físicas
das empresas ou na racionalização da actividade através do seu redimensionamento,
especialização ou diversificação.
O PROCOM para projectos pontuais pode disponibilizar uma bonificação da totalidade dos juros
em 45% do investimento elegível, referente a empréstimos bancários e rendas de locação
financeira.
Tratando-se de projectos integrados que, além das PME, têm como destinatários as empresas
individuais ou associadas a um grupo de empresas que possuam um volume de facturação anual
global a 10 milhões de contos, o apoio visa ainda projectos de dinamização de empresas,
nomeadamente através da sua racionalização, inovação e expansão.
Este programa é dirigido a projectos de reorganização das empresas aos níveis técnico e
tecnológico , remodelação ou reforço da imagem e integração de recursos humanos qualificados.
E ainda o reforço da produtividade, melhoria da qualidade e diversificação ou expansão do
negócio.
Entre as despesas elegíveis para este programa destacam-se o activo fixo corpóreo afecto
directamente à realização do projecto, nomeadamente realização de obras e aquisição de
equipamentos, e a elaboração dos estudos ou a constituição de um fundo de maneio. No apoio
concedido pelo PROCOM/ Projectos Integrados inclui a bonificação da totalidade dos juros,
entre 45% e 65% das despesas elegíveis, referente a empréstimos bancários e/ou rendas de
contratos de locação financeira, e ainda o empréstimo à taxa de juro zero até certo montante.
A integração de quadros técnicos, através de subvenção a fundo perdido também é prevista
Tem como objectivo o apoio de projectos que contribuam de forma significativa, para a
melhoria da competitividade da empresa.
Os destinatários são empresas que possuam menos de 50 trabalhadores e que apresentem uma
facturação anual máxima de 7,5 milhões de contos, exceptuando as situações previstas na
regulamentação específica. São consideradas elegíveis as despesas em capital fixo não
directamente produtivo, corpóreo e incorpóreo, incluindo as despesas de formação profissional e
as despesas de investimento directamente produtivo.
Entre os apoios a conceder encontram-se subsídios a fundo perdido, para investimentos não
produtivo ou mesmo para a formação profissional e bonificações de 50% dos juros.
Os sistemas de incentivos
Visa a criação directa de postos de trabalho, a dinamização das regiões menos desenvolvidas e o
apoio ao desenvolvimento de actividades como o artesanato, as artes e ofícios tradicionais e
ainda as técnicas de comercialização e distribuição dos bens e serviços daí resultantes.
No âmbito do RIME é elegível como despesas todo o investimento em capital fixo indispensável
ao exercício da actividade, incluindo a adaptação e ampliação de edifícios e instalações, assim
como os estudos do projecto. Entre os apoios a conceder às microempresas prevêem-se subsídios
a fundo perdido para investimento e para a criação de novos empregos.
Tem por objectivo o apoio a projectos que visem a criação, expansão e modernização de
empresas detidas maioritariamente por jovens empresários, com idades compreendidas entre os
18 e os 35 anos. Os promotores devem ser pequenas e médias empresas e consideram-se
despesas elegíveis, entre outras, a aquisição de terrenos, a construção ou aquisição de
instalações e trespasses e as despesas com aquisição de equipamento em estado de uso.
Mas, mesmo que o projecto reúna as condições necessárias para obter o apoio de um destes
programas, é preciso assegurar previamente que não vai ser o próprio franqueador a levantar
obstáculos. A Futurkids, por exemplo, considera o financiamento por capitais próprios um factor
preferencial na escolha dos franqueados.
Há que fazer bem as contas, conversar com o franqueador - que pode abrir as portas da banca -
e elaborar um plano de negócios exemplar, que se candidate ou não a um financiamento.
Em suma....
- O que os bancos querem saber sobre o seu projecto
A elaboração do plano de negócios é fundamental. Não só porque esse plano lhe é exigido
quando pede um financiamento, mas também porque é através dele que se certifica de que o
seu negócio tem «pés para andar». Conheça os elementos económico-financeiros fundamentais.
- O empresário e a sua equipa. Mais vale uma ideia de investimento razoável concretizada
por um empreendedor brilhante do que uma excelente ideia aplicada por um empresário sem
talento. Com efeito, a análise da capacidade empresarial e técnica dos promotores e da sua
equipa é o primeiro factor que os bancos avaliam. A adequação do perfil do promotor ao
projecto apresentado é também fundamental.
- Break even. Para calcular este ponto é necessário estimar os valores das vendas, dos custos
variáveis (os que estão associados à produção ou ao serviço prestado e que dependem da
quantidade vendida) e dos custos fixos (os que não dependem das vendas, tais como os custos
com pessoal permanente, amortizações de equipamentos, rendas, etc.). O cálculo desta variável
indica-lhe o montante de facturação abaixo do qual a empresa não é viável.
Para que o seu negócio comece sobre rodas, veja a lista de entidades que terá de contactar.
Recolha de informação
Constituição da empresa
Financiamento
Bancos.
Sociedades de leasing.
Sociedades de capital de risco.
Incentivos
IAPMEI.
Associação Nacional de Jovens Empresários.
Direcção-Geral do Desenvolvimento Regional.
Conclusão
Por toda a parte o franchising se desenvolveu fortemente nos últimos anos. Em Portugal, que
recentemente conheceu esta forma de negociar, o crescimento tem sido exponencial.
Esta fórmula contribui para o sucesso comercial de certas empresas que a souberam utilizar,
comandando o seu desenvolvimento.
O franchising encontra um terreno favorável sempre que haja um grande profissionalismo nos
diferentes sectores de actividade e em especial no comércio a retalho, apresentando-se como
uma via interessante na aplicação de um marketing diferenciado.
O seu interesse para o consumidor reside no facto de reproduzir uma oferta comercial que é
capaz de responder a necessidades diferentes e, provavelmente, ao melhor preço.
Mas, como sempre acontece quando surge um novo sistema económico, aos adventos
rapidamente se seguem perguntas relativas ao futuro...
O franchising, porém, não é a solução miraculosa para todos os desafios da vida económica
actual. Este sistema não deverá representar, para um empresário diligente, um rápido meio para
este se desenvolver sem investir, enfeitando-se com o título de franqueador. Já vimos que este
sistema de negócio requer uma prévia e delicada preparação, por vezes prolongada e onerosa,
para quem toma a iniciativa. De igual modo e reciprocamente o franchising não é panaceia para
quem quer que procure uma actividade para ocupar o tempo. A situação do franqueado requer
uma preparação psicológica, financeira e técnica que impede qualquer decisão irreflectida e
impulsiva de adesão a uma rede de comércio associado. Como em qualquer união , a reflexão é
primordial.
A evolução económica exigirá cada vez mais que esta fórmula seja enriquecida com duas
precisões suplementares: