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PUC-SP
São Paulo
2011
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO
PUC-SP
São Paulo
2011
Autorizo, exclusivamente para fins acadêmicos e científicos, a reprodução total ou parcial desta
Dissertação por fotocópia ou reprodução eletrônica.
________________________________________
________________________________________
________________________________________
Dedico este trabalho a meus pais, que sempre
me incentivaram nos estudos, e a meu filho, Igor,
o maior orgulho de minha vida.
AGRADECIMENTOS
À Prof.ª Dra. Célia Maria Carolino Pires, pelo incentivo, pelas valiosas orientações e
pelo carinho, dedicação e competência com que lidera nosso grupo de pesquisa.
À Prof.ª Dra. Marisa da Silva Dias e à Prof.ª Dra. Laurinda Ramalho de Almeida,
pelas importantes contribuições apresentadas no exame de qualificação deste
trabalho.
A meus amigos da E.E. Padre Anchieta, José Walter, Isabel, Carlos Eduardo,
Iolanda, Maria do Carmo, Alexandrina, Ivani, Marisa, Carlos Roberto, Mauro, Antonio,
Carlos Santana por me incentivarem nesta jornada.
A meus amigos do Amadei, Edna, Imperatriz, Fátima, Lurdinha, Vivien, Paulo César,
Eliana, Tadeu, Renato, Andréia, Robson, Paulo, Donizete e Marcelo, pelo ambiente
de trabalho agradável que juntos construímos.
À diretora da Emef Eng. José Amadei, Marina das Graças Moraes, pela competência
e carinho com que administra a unidade escolar e pelo apoio na realização deste
trabalho.
Aos professores do Programa de Estudos Pós-Graduados em Educação Matemática,
por manterem, com sua atuação profissional, o elevado nível do programa.
O presente trabalho faz parte de um projeto que tem por objetivo analisar o modo
como podem ser organizadas e desenvolvidas propostas didáticas em sala de aula,
explorando contextos do cotidiano, de diversas áreas de conhecimento e da
Matemática, com vistas a contemplar algumas expectativas de aprendizagem. Nossa
pesquisa envolve três professores de Matemática da rede pública estadual paulista,
cada qual com uma turma da terceira série do Ensino Médio, período noturno,
totalizando 122 alunos. Os professores convidados atuam na E.E. Padre Anchieta,
localizada em Diadema. O projeto visa a contribuir para o desenvolvimento
profissional dos professores de forma coerente com o que se pretende que seja sua
prática em sala de aula, mediante uma estratégia de estreita articulação entre teoria,
prática docente e pesquisa. Por meio de uma trajetória hipotética de aprendizagem
(THA) e do trabalho colaborativo, acreditamos que o professor pode refletir sobre
sua prática docente, privilegiando uma estratégia de ensino na qual o aluno seja
motivado a investigar e atribuir significado a sua aprendizagem de forma autônoma.
A THA preliminar foi elaborada pelo professor pesquisador, com a contribuição dos
professores aplicadores, e cada um destes a desenvolveu em uma turma. Nessa
etapa, o pesquisador fez observações e registro, por meio de gravações de áudio e
anotações, enquanto os professores aplicadores relataram, junto com os protocolos
dos alunos, o que ocorreu em cada atividade proposta, apontando os erros,
dificuldades, interações, hipóteses que foram questionadas na elaboração da
trajetória, além de outras observações.
The present work is part of a project that aims to examine how teaching proposal in
the classroom can be organized and developed, exploring the everyday contexts in
other areas of knowledge and of mathematics itself, with a view to building some
expectations learning. Our research involves three mathematics teachers from public
schools in São Paulo, each one with a class of Grade 3 High School, during the night,
totaling 122 students. The guest teachers work in school EE Padre Anchieta located
in Diadema (SP). The project aims to contribute to the professional development of
teachers in a consistent manner which is intended to be his practice in the classroom,
through a strategy of closely linking theory, teaching practice and research. Through
the collaborative work and the hypothetical learning trajectory (HLT), we believe that
teachers can reflect about their teaching practice, focusing on a teaching strategy in
which the student is motivated to investigate and assign meaning to their learning
autonomously. After the teachers know the whole project and the primary HLT by the
teacher researcher, with assistance from teachers applicators, that develop a course
in class. During this stage, the researcher observed and recorded with audio
recordings and notes, teachers reported applicators, along with the protocols of the
students, which occurred in each proposed activity, pointing out the mistakes,
difficulties, interactions, assumptions that were questioned in elaboration of the
trajectory and other observations.
1 APRESENTAÇÃO DA PESQUISA
1
Conselho Nacional de Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio, 1998.
2
Ministério da Educação e Cultura. Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Parâmetros
Curriculares Nacionais: Ensino Médio. Brasília: MEC, 1999.
15
3
As referências completas das obras constam da seção final de Referências. O texto de Pires (2009),
não é utilizado como fonte de segunda mão para acessar Simon (1995) e Gómez e Lupiáñez (2007),
mas para acessar a análise coletiva a respeito dos autores desenvolvida no seio do grupo de
pesquisa, além das reflexões da própria autora.
25
A leitura dos textos pelo grupo motivou a ampliação das discussões sobre a
atuação do professor de Matemática no que se refere às atividades de planejamento
do ensino, levando em conta que o aluno desempenha papel central na construção
de suas aprendizagens.
A esse respeito, Simon (1995) destaca que indicações sobre a importância da
interação de pequenos grupos e a manipulação de materiais, por exemplo, podem
ser instrumentos valiosos nas mãos dos professores de Matemática. Segundo o
autor, esses instrumentos não são suficientes para permitir que os professores
sejam arquitetos da produção de situações de aprendizagens que resultem num
crescimento conceitual de seus alunos. Professores novatos, por exemplo, muitas
vezes questionam o conhecimento de seus alunos, consciente ou inconscientemente,
esperando que no mínimo um deles esteja habilitado a explicar sua ideia para os
outros. E perguntam o que devem fazer para que um grupo de alunos construa
conceitos matemáticos.
26
Pires (2009) comenta que essas situações são bastante comuns, hoje, no
Brasil. Nos cursos de formação inicial, a chamada “Prática de Ensino” e as
atividades de estágio, de modo geral, estão bastante defasadas quanto aos estudos
sobre os elementos que possibilitem ao futuro professor a construção de THA, tanto
em termos teóricos como práticos.
4 5
de Bishop (1991) e Doll (1997), que apresentam alguns princípios
orientadores e que podem sustentar a construção de critérios de avaliação,
mas que ainda estão pouco discutidos entre nós.
4
BISHOP, Allan J. Enculturación matemática: la educación matemática desde una perspectiva
cultural. Barcelona: Paidós, 1991.
5
DOLL Jr., W. E. Currículo: uma perspectiva pós-moderna. Tradução Maria Adriana Veríssimo
Veronese. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997.
6
Os dados apresentados pelo autor foram coletados em uma sala de aula experimental, com 25
alunos, na qual o pesquisador acompanhou um professor de Matemática em tarefas sobre a
construção do conceito de área; a partir da análise dos dados coletados, ele trabalhou numa
fundamentação teórica visando à formulação de uma Pedagogia da Matemática.
28
professores com apoio em reflexões sobre THA de seus alunos, num processo de
permanente elaboração.
Simon (1995) destaca que a perspectiva construtivista no ensino tem sido
foco para muitos dos estudos empíricos e referenciais teóricos na Educação
Matemática e que, como resultado, tem contribuído para inovações nas reformas do
ensino da Matemática, como é o caso, nos Estados Unidos, das proposições do
Conselho Nacional de Professores de Matemática (NCTM).
Para o autor, embora o construtivismo tenha apresentado aos professores de
Matemática caminhos proveitosos para o entendimento de como se processam as
aprendizagens, a tarefa da reconstrução de uma Pedagogia da Matemática baseada
na visão construtivista de ensino é um desafio considerável, em que a comunidade
de Educação Matemática tem apenas começado a trabalhar. Em sua opinião, o
construtivismo pode contribuir com importantes caminhos para o ensino da
Matemática em sala de aula, embora não estipule um modelo particular.
Ao referir-se à Pedagogia da Matemática, Simon (1995) explica que o termo
“pedagogia” tem a intenção de significar todas as contribuições para a Educação
Matemática na sala de aula. Dessa maneira, o autor inclui não apenas um trabalho
multifacetado do professor, mas também a construção do currículo e o
desenvolvimento de materiais de ensino. O foco específico de seu trabalho está na
tomada de decisão a respeito de conteúdos matemáticos e nas tarefas de ensino de
Matemática em sala de aula.
Para expor sua proposta de Ciclo de Ensino de Matemática e de THA, Simon
(1995) busca situar sua posição quanto às perspectivas construtivistas e às relações
entre construtivismo e Pedagogia da Matemática, que resumimos nos dois próximos
itens.
7
BLUMER, H. Symbolic interaction: perspective and method. Englewood Cliffs, New Jersey:
Prentice-Hall, 1969.
8
BAUERSFELD, P. C. The emergence of mathematical meaning: interaction in classroom cultures.
New Jersey, 1988.
9
COBB, P.; YACKEL, E.; WOOD, T. Young children‟s emotional acts while doing mathematical
problem solving. In: MCLEOD, D. B.; ADAMS, V. M. (Eds.). Affect and mathematical problem
solving. A new perspective. New York: Springer-Verlag, 1989.
30
10
GLASERSFELD, E. von. Distinguishing the observer: An attempt at interpreting Maturana.
Methodologia, nº 8, p. 57-68, 1991.
11
COBB, P. Experimential, cognitive, and anthropological perspectives in mathematics education ,
1989.
31
12
COBB, P.; YACKEL, E.; WOOD, T. Young children‟s emotional acts while doing mathematical
problem solving. In: MCLEOD, D. B.; ADAMS, V. M. (Eds.). Affect and mathematical problem
solving. A new perspective. New York: Springer-Verlag, 1989.
32
Simon (1995) destaca mais uma vez que, ao citar o construtivismo como
teoria epistemológica, pondera que ele não define uma orientação particular de
ensino. O desenvolvimento do conhecimento está presente no professor ou no
ensino realizado. Não existe uma simples função que mapeie a metodologia de
ensino dentro de princípios construtivistas. Ou seja, o construtivismo epistemológico
não determina a propriedade ou impropriedade de estratégias de ensino.
Para Bauersfeld 13 (1988 apud SIMON, 1995), a construção cognitiva – de
natureza essencialmente humana – e a processual – emergente dos temas,
regularidades e normas, entrecruzando Matemática e interação social –, para trazer
a cognição e o social juntos, não podem ser construídas com simples sumários
prescritivos de ensino.
Assim, Pires (2009, p. 153) afirma:
Simon (1995) propõe que “Para uma perspectiva teórica a questão que
precisa de atenção é a seguinte: „Em que o construtivismo contribui para o
desenvolvimento de um proveitoso trabalho teórico estruturado, para a Pedagogia
da Matemática?‟”
Pires (2009, p. 154) concorda com esse autor, ao afirmar que
13
BAUERSFELD, P. C. The emergence of mathematical meaning: interaction in classroom cultures.
New Jersey, 1988.
33
2.4 THA
14
STEFFE. L. Mathematics curriculum design: A constructivist perspective . In L. Steffe and T. Wood
(Eds), Transforming children´s mathematics education : International perspectives,pp.389-398,
Hillsdale, NJ: Lawrence Erlbaun Associates. 1990.
35
Trajetória hipotética de
aprendizagem (THA)
Conhecimento do
professor Objetivo do professor para a
aprendizagem dos alunos
15
STEFFE. L. Mathematics curriculum design: A constructivist perspective . In L. Steffe and T. Wood
(Eds), Transforming children´s mathematics education : International perspectives,pp.389-398,
Hillsdale, NJ: Lawrence Erlbaun Associates. 1990.
16
STEFFE. L,E.,Richards, J.,& Cobb, P. Children´s counting types: Philosophy, theory, and
application. New York: Praeger Scientific.1983.
37
THA
Objetivo do professor
para a aprendizagem
dos alunos
Plano do professor
para atividades de
aprendizagem
Hipótese do professor
sobre o processo de
aprendizagem dos
alunos
Para Simon17 (1995 apud PIRES, 2009, p.158), a noção de THA pressupõe a
importância da relação entre a meta pretendida, o raciocínio sobre decisões de
ensino e a hipótese sobre esse percurso. Para ele, o desenvolvimento de um
processo hipotético de aprendizagem e o de atividades de aprendizagem têm uma
relação simbólica. A geração de ideias para atividades de aprendizagem é
subordinada à hipótese do professor sobre o desenvolvimento do pensamento e da
aprendizagem de seus alunos.
A escolha da palavra “trajetória” é significativa para designar um caminho.
Simon (1995, p. 35) convida a uma analogia:
17
SIMON, M. A. Reconstructing mathematics pedagogy from a constructivist perspective. Journal for
Research in Mathematics Education, 26 (2), p. 114-145, 1995.
38
Façamos uma analogia: considere que você tenha decidido viajar ao redor
do mundo para visitar, na seqüência, lugares que você nunca tinha visto. Ir
para a França, depois Havaí, depois Inglaterra, sem um itinerário a seguir.
Antes, você adquire conhecimento relevante para planejar sua possível
jornada. Você faz um plano. Você pode inicialmente planejar toda a viagem
ou uma única parte dela. Você estabelece sua viagem de acordo com seu
plano. No entanto, você deve fazer constantes ajustes, por causa das
condições que irá encontrar. Você continua a adquirir conhecimento sobre a
viagem e sobre as regiões que você deseja visitar. Você muda seus planos
a respeito da seqüência do seu destino. Você modifica o tamanho e a
natureza de sua visita, de acordo com o resultado da interação com as
pessoas no decorrer do caminho. Você adiciona os destinos à sua viagem e
que não eram de seu conhecimento. O caminho que você utilizará para
viajar é sua “trajetória”. O caminho que você antecipa em algum ponto é a
sua “trajetória hipotética”.
Simon (1995, p. 36) afirma que a geração de uma THA prioriza buscar a
forma pela qual o professor desenvolve seu planejamento em atividades de sala de
aula, mas também identificar como o professor interage com as observações dos
alunos, coletivamente, constituindo uma experiência e construindo novos
conhecimentos:
18
SIMON, M. A. Reconstructing mathematics pedagogy from a constructivist perspective. Journal for
Research in Mathematics Education, 26 (2), p. 114-145, 1995.
39
19
CLEMENTS, D. H.; SARAMA, J. Learning trajectories in mathematics education. Mathematical
Thinking and Learning, Philadelphia, 6 (2), p. 81-89, 2004.
20
STEFFE, L. P. On the construction of learning trajectories of children: The case of conmensurable
fractions. Mathematical Thinking and Learning, Philadelphia, 6 (2), p. 129-162, 2004.
40
21 22
Os trabalhos de Steffe (2004), Lesh e Yoon (2004) e Clements, Wilson e
23
Sarama (2004) são trabalhos essencialmente de investigação nos quais
se explora a THA para temas específicos.
24 25
Por outro lado, os trabalhos de Gravemeijer (2004) e Simon e Tzur (2004)
mesmo explorando também THA, preocupam-se com maior ênfase por seu
26
uso no planejamento do professor. Finalmente, o trabalho de Batista (2004)
centra-se na avaliação. (GÓMEZ; LUPIÁÑEZ, 2007)
Mesmo que haja professores que participam de alguns projetos, não são
eles que produzem os resultados das explorações. De fato, alguns destes
27 28
trabalhos, como o de Steffe (2004) e de Gravemeijer (2004), vêem a
construção de THAs como um trabalho do investigador, cujos resultados
podem apoiar o trabalho do professor. (GÓMEZ; LUPIÁÑEZ, 2007)
21
STEFFE, L. P. On the construction of learning trajectories of children: The case of commensurable
fractions. Mathematical Thinking and Learning, Philadelphia, 6 (2), p. 129-162, 2004.
22
LESH, R.; YOON, C. Evolving communities of mind – In which development involves several
interacting and simultaneously developing strands. Mathematical Thinking and Learning,
Philadelphia, 6 (2), 205-226, 2004.
23
CLEMENTS, D. H.; SARAMA, J. Learning trajectories in mathematics education. Mathematical
Thinking and Learning, Philadelphia, 6 (2), p. 81-89, 2004..
24
GRAVEMEIJER, K. Local instruction theories as means of support for teachers in reform
mathematics education. Mathematical Thinking and Learning, Philadelphia, 6 (2), p. 105-128, 2004.
25
SIMON, M. A.; TZUR, R. Explicating the role of mathematical tasks in conceptual learning: an
elaboration of the hypothetical learning trajectory. Mathematical Thinking and Learning,
Philadelphia, 6 (2), p. 91-104, 2004.
26
BATTISTA, M. T. Applying cognition-based assessment to elementaryschool students‟
development of understanding of area and volume measurement. Mathematical Thinking and
Learning, Philadelphia, 6 (2), p 185-204., 2004.
27
STEFFE, L. P. On the construction of learning trajectories of children: The case of commensurable
fractions. Mathematical Thinking and Learning, Philadelphia, 6 (2), p. 129-162, 2004.
28
GRAVEMEIJER, op. cit.
41
Gravemeijer29 (2004 apud GÓMEZ; LUPIÁÑEZ, 2007, p. 107) indica que sua
proposta de teorias locais de ensino é a “descrição e a fundamentação para o
caminho de aprendizagem prevista em sua relação a uma coleção de atividades de
ensino para um tema”.
Steffe30 (2004 apud GÓMEZ; LUPIÁÑEZ, 2007) e Lesh e Yoon31 (2004 apud
GÓMEZ; LUPIÁÑEZ, 2007) também utilizam a noção para descrever a
aprendizagem dos estudantes ao longo de várias sessões nas quais se trabalha um
tema. Já Simon e Tzur32 (2004 apud GÓMEZ; LUPIÁÑEZ, 2007) vêem a THA como
uma ferramenta para o planejamento de atividades matemáticas no dia a dia de uma
aula.
Finalmente, Baroody et al. 33 (2004 apud GÓMEZ; LUPIÁÑEZ, 2007, p. 4)
sugerem que a noção de THA pode ser utilizada para promover o “desenvolvimento
micro-conceitual”, sendo esta a atividade central de ensino na aula.
Uma questão importante discutida por Gómez e Lupiáñez (2007) indaga sobre
a relação entre a atividade diária do professor e a noção de THA. Para eles, um
aspecto ligado à atuação do professor tem a ver com o caráter reflexivo inerente à
noção de THA: “há uma relação reflexiva em que a THA é o subsídio de juízos e
decisões locais que, por sua vez, modificam a THA” (GRAVEMEIJER et al.34, 2000,
p. 233 apud GÓMEZ; LUPIÁÑEZ, 2007, p. 4).
Os mesmos autores destacam ainda que, em seus trabalhos, Simon e Tzur35
(2004, p. 93 apud GÓMEZ; LUPIÁÑEZ, 2007, p. 4), também enfatizam o papel do
29
Ibidem.
30
STEFFE, L. P. On the construction of learning trajectories of children: The case of commensurable
fractions. Mathematical Thinking and Learning, Philadelphia, 6 (2), p. 129-162, 2004.
31
LESH, R.; YOON, C. Evolving communities of mind – In which development involves several
interacting and simultaneously developing strands. Mathematical Thinking and Learning,
Philadelphia, 6 (2), 205-226, 2004.
32
SIMON, M. A.; TZUR, R. Explicating the role of mathematical tasks in conceptual learning: an
elaboration of the hypothetical learning trajectory. Mathematical Thinking and Learning,
Philadelphia, 6 (2), p. 91-104, 2004.
33
BAROODY, A. J. et al. Comments on the use of learning trajectories in curriculum development and
research. Mathematical Thinking and Learning, Philadelphia, 6 (2), p. 227-260, 2004.
34
GRAVEMEIJER, K. et al. Symbolizing, modeling, and instructional design. In: COBB, P.; YACKEL,
E.; MCCLAIN, K. (Eds.). Symbolizing and communicating in mathematics classrooms.
Perspectives on discourse, tools, and instructional design. Hillsdale: Lawrence Erlbaum Associates,
2000. p. 225-273.
35
SIMON, M. A.; TZUR, R. op. cit.
42
36
STEFFE, L. P. On the construction of learning trajectories of children: The case of commensurable
fractions. Mathematical Thinking and Learning, Philadelphia, 6 (2), p. 129-162, 2004.
37
LESH, R.; YOON, C. Evolving communities of mind – In which development involves several
interacting and simultaneously developing strands. Mathematical Thinking and Learning,
Philadelphia, 6 (2), 205-226, 2004.
38
SIMON, M. A.; TZUR, R. Explicating the role of mathematical tasks in conceptual learning: an
elaboration of the hypothetical learning trajectory. Mathematical Thinking and Learning,
Philadelphia, 6 (2), p. 91-104, 2004.
39
GRAVEMEIJER, K. Local instruction theories as means of support for teachers in reform
mathematics education. Mathematical Thinking and Learning, Philadelphia, 6 (2), p. 105-128, 2004.
40
BAROODY, A. J. et al. Comments on the use of learning trajectories in curriculum development and
research. Mathematical Thinking and Learning, Philadelphia, 6 (2), p. 227-260, 2004.
44
41
DUVAL R, Sémiosis et pensée humaine: registres sémiotiques et apprentissages intellectuels,
Peter Lang, 1995.
45
42
GARNICA, A. V.; PEREIRA M. A. A pesquisa em Educação Matemática no Estado de São Paulo:
um possível perfil. Bolema, Rio Claro, ano 11, nº 12, p. 59-74, 1996.
48
qual fazia parte para visitar algumas instituições, a fim de procurar e coletar material
que pudesse ser utilizado em seu trabalho.
Ao procurar antecipar ações posteriores, Pinto (2000) revelou novos passos
que podem ser seguidos por outros acadêmicos, abrindo espaço para discussão de
ideias dentro da comunidade científica, proporcionando uma maior reflexão sobre os
fenômenos e processos envolvidos no ensino e aprendizagem de Geometria
Analítica.
Atividade 1
(e)
52
( ) ( )
( ) ( )
( ) ( )
( ) ( )
Atividade 2
2.1
(a) Localize no plano cartesiano um ponto com ordenada igual à abscissa.
Quantas respostas possíveis você poderia dar a esta solicitação?
(b) Localize outro ponto que possua esta mesma propriedade (ordenada igual à
abscissa).
(c) Estes dois pontos pertencem a uma reta? Se você acredita que sim, desenhe
esta reta.
(d) Identifique uma expressão algébrica que represente todos os pontos desta
reta.
2.2
(a) Localize, no mesmo plano, um ponto com ordenada igual ao dobro da
abscissa. Quantas respostas possíveis você poderia dar a esta solicitação?
(b) Localize outro ponto que possua esta mesma propriedade.
54
(c) Estes dois pontos pertencem a uma reta? Se você acredita que sim, desenhe
esta reta.
(d) Identifique uma expressão algébrica que represente todos os pontos desta
reta.
2.3
(a) Localize, no mesmo plano, um ponto com ordenada igual ao triplo da abscissa.
Quantas respostas possíveis você poderia dar a esta solicitação?
(b) Localize outro ponto que possua esta mesma propriedade.
(c) Estes dois pontos pertencem a uma reta? Se você acredita que sim, desenhe
esta reta.
(d) Identifique uma expressão algébrica que represente todos os pontos desta
reta.
2.4
(a) Localize, no mesmo plano, um ponto com ordenada igual à metade da
abscissa. Quantas respostas possíveis você poderia dar a esta solicitação?
(b) Localize outro ponto que possua esta mesma propriedade.
(c) Estes dois pontos pertencem a uma reta? Se você acredita que sim, desenhe
esta reta.
(d) Identifique uma expressão algébrica que represente todos os pontos desta
reta.
2.5
Nesta etapa, seu professor apresentará algumas imagens, conforme são
solicitadas nas tarefas:
55
(e) Que hipótese você tem sobre a expressão algébrica da reta colorida em
amarelo que aparece no gráfico?
(f) Se uma reta tem equação dada pela expressão y = ax, o que se pode dizer em
relação a este “a”?
Na figura acima, pode-se ver que foi construído um triângulo retângulo ABD
com o prolongamento dos segmentos que formam os pontos A e B. O ângulo α que
aparece como ângulo interno do triângulo ABD é exatamente o ângulo que a reta AB
forma com a horizontal, pois se tem a situação de duas retas paralelas cortadas por
57
cat.oposto y- y
tan α = = b a=a
cat.adjacente xb - xa
Observe que o valor do coeficiente que multiplica o “x” na equação reduzida é
numericamente igual à tangente do ângulo que a reta faz com o eixo horizontal.
Devido a esse fato, esse coeficiente recebe o nome de COEFICIENTE ANGULAR,
pois determina a direção da reta.
Atividade 3
3.1
(a) Localize no plano cartesiano um ponto cuja ordenada seja igual à abscissa
mais 1. Quantas respostas possíveis você poderia dar a esta solicitação?
58
3.2
(a) Localize, no mesmo plano, um ponto cuja ordenada seja igual à abscissa
mais 3. Quantas respostas possíveis você poderia dar a esta solicitação?
(b) Localize outro ponto que possua esta mesma propriedade.
(c) Estes dois pontos pertencem a uma reta? Se você acredita que sim, desenhe
esta reta.
(d) Identifique uma expressão algébrica que represente todos os pontos desta
reta.
3.3
(a) Localize, no mesmo plano, um ponto com ordenada seja igual à abscissa
menos 2. Quantas respostas possíveis você poderia dar a esta solicitação?
(b) Localize outro ponto que possua esta mesma propriedade.
(c) Estes dois pontos pertencem a uma reta? Se você acredita que sim, desenhe
esta reta.
(d) Identifique uma expressão algébrica que represente todos os pontos desta
reta.
59
3.4
(a) Localize, no mesmo plano, um ponto com ordenada igual ao oposto da
abscissa, mais 3.
(b) Localize outro ponto que possua esta mesma propriedade.
(c) Estes dois pontos pertencem a uma reta? Se você acredita que sim, desenhe
esta reta.
(d) Identifique uma expressão algébrica que represente todos os pontos desta
reta.
3.5
Nesta etapa, seu professor projetará algumas imagens, com os gráficos
construídos nos itens anteriores:
60
61
(a) Nas figuras projetadas, os gráficos explorados nos itens anteriores foram
colocados num mesmo sistema de eixos.
(b) O que há de semelhante e de diferente nos gráficos destas retas?
62
(a) Que hipótese você tem sobre a expressão algébrica da reta colorida em verde
que aparece no gráfico?
63
3.6
Determine as equações reduzidas das retas que passam pelos pontos indicados
abaixo:
(a) A (1, 5) e B ( 0 , 2 ) (c) E (0,0) e F (2 , 4)
3.7
Uma reta, que pertence ao 1º e ao 3º quadrantes, passa pela origem do sistema de
coordenadas e tem uma inclinação maior que a reta definida pela função identidade.
64
(c) Que condição deve ter a inclinação para que satisfaça a condição dada?
(d) Entre quais valores se encontram a amplitude do ângulo que forma com o
semi-eixo positivo x ?
3.8
Uma reta, que pertence ao 1º e ao 3º quadrantes passa pela origem do
sistema de coordenadas e tem uma inclinação menor que a reta definida pela função
identidade.
(a) Que condição deve ter a inclinação para que satisfaça a condição dada?
(b) Entre quais valores se encontram a amplitude do ângulo que forma com o
semi-eixo positivo x ?
3.9
(a) Dada a reta y = 2x, exiba duas outras equações de retas que sejam paralelas
a esta reta. Quantas respostas possíveis você poderia dar a esta solicitação?
(b) Dada a reta y = x + 4 exiba duas outras equações de retas que sejam
paralelas a esta reta.
(c) Quantas respostas possíveis você poderia dar a esta solicitação?
(d) Formule um procedimento que permita identificar se duas retas são paralelas.
3.10
(a) Dada a reta y = x exiba duas outras equações de retas que sejam
perpendiculares a esta reta.
65
Atividade 4
4.1
(a) Localize no plano cartesiano, os pontos A (1,1) e B (5,1)
(b) O que estes pontos têm em comum?
(c) O que você observa na reta determinada pelos pontos A e B?
(d) Como você faria para determinar a distância entre os pontos A e B?
(e) Os pontos C (x1 , 1) e D ( x2, 1) pertencem à reta determinada por A e B?
(f) Como você calcularia a distância entre os pontos C e D ?
4.2
(a) Localize, no mesmo plano, o ponto C ( 5, 4) .
(b) O este ponto têm em comum com o ponto B ?
(c) O que você observa na reta determinada pelos pontos B e C ?
(d) Como você faria para determinar a distância entre os pontos B e C ?
(e) Os pontos E (5 , y1) e F ( 5, y2) pertencem à reta determinada por B e C?
(f) Como você calcularia a distância entre os pontos E e F?
4.3
(a) Trace os segmentos de reta cujas extremidades são os pontos A e B, B e C
e A e C.
(b) Você reconhece o polígono que estes pontos determinam?
(c) Como você calcularia a distância entre A e C?
67
4.4
(a) Localize, no mesmo plano cartesiano, o ponto médio do segmento AB.
(b) Descreva as propriedades algébricas que você consegue identificar ao
comparar as coordenadas do ponto médio com as coordenadas das
extremidades A e B.
(c) Localize o ponto médio do segmento BC.
(d) As propriedades deste ponto são as mesmas do ponto médio do segmento
AB?
(e) Localize o ponto médio do segmento AC.
(f) As propriedades do deste ponto são as mesmas verificadas nos dois itens
anteriores?
(g) Como você identificaria as coordenadas do ponto médio do segmento
determinado pelos pontos P (x1,y1) e Q (x2,y2) ?
68
Atividade 5
5.1
(a) Represente no plano cartesiano a reta r, cuja equação reduzida é y = 2x+1
69
(c) Observando estas retas no plano, você acredita que exista algum ponto que
pertence ao mesmo tempo à reta r e à reta s? Você consegue identificá-lo ao
observar os gráficos?
Atividade 1
Diante da dificuldade apresentada pela turma, com vários alunos que não
tinham sequer iniciado a resolução, o professor solicitou que o aluno A1
compartilhasse esta primeira resolução com o grupo. Depois de apresentar a tabela
na lousa, o aluno justificou sua resposta: “como para todo x tem um y igual, então é
o segundo gráfico da segunda coluna”.
O professor confirmou a explicação, solicitou que a partir daí cada dupla
trabalhasse por conta própria, e ficou aguardando a próxima manifestação. Vários
alunos se apresentaram não-familiarizados com a representação gráfica, como
mostram outros protocolos.
73
Figura 5: Representação cartesiana produzida durante Atividade 1, por aluno do professor Fábio
Figura 6: Tabela construída durante Atividade 1, por dupla de alunos do professor Fábio
A2 respondeu: “São os pontos onde o gráfico corta o eixo x”, demonstrando assim
ter entendido a explicação do professor e já saber o significado gráfico das raízes de
uma equação.
Antes de os alunos calcularem as raízes, o professor afirmou que não seria
necessário calcular seu valor, mas somente determinar quantas elas são, sempre
fazendo perguntas para si mesmo:
Seno de 30º = .
Seno de 45º = 0.
Seno de 60º = .
Então você vai desenhando no gráfico... Aí, você pega: Seno de 90º = 1.
120º. 120 você tem que conhecer a circunferência trigonométrica, seno de
120º é a mesma coisa que o seno de 60º, então ele vai começar a cair.
Seno de 120º = .
Seno de 180º = 0.
Seno de 270º = -1.
Seno de 360º = Seno de 0º = 0.
Atividade 2
Figura 9: Respostas aos itens 2.1, 2.2, 2.3, 2.4 da Atividade 2, por alunos do professor Fábio
Figura 10: Resposta ao item 2.5 da Atividade 2, por alunos do professor Fábio
Figura 11: Respostas ao item 2.5 da Atividade 2, por alunos do professor Fábio
Atividade 3
Figura 12: Resolução dos itens 3.1, 3.2, 3.3 e 3.4 da Atividade 3, por alunos do professor Fábio
Figura 13: Respostas ao item 3.5 da Atividade 3, por alunos do professor Fábio
Figura 14: Respostas ao item 3.5 da Atividade 3, por alunos do professor Fábio
essa atitude o professor interrompeu o processo, não permitindo que os alunos que
ainda estavam percorrendo o processo da atividade atingissem suas conclusões.
Conforme os alunos descreviam o que haviam percebido na imagem
projetada, o professor fazia anotações na lousa, apresentando então a reta, em sua
equação reduzida (y = ax + b), na qual a e b eram seus coeficientes angular e linear,
respectivamente.
Para a resolução do item 3.6, o professor orientou os alunos a procurarem
uma equação de reta do tipo "y = ax + b", usando as conclusões da atividade
anterior.
Figura 15: Resolução do item 3.6 da Atividade 3, por alunos do professor Fábio
Figura 16: Resolução do item 3.6 da Atividade 3, por alunos do professor Fábio
82
Figura 17: Respostas ao item 3.7 da Atividade 3, por alunos do professor Fábio
43
Graphmatica é um programa de domínio público criado por Keith Hertzer, capaz de representar
graficamente funções de qualquer grau, funções exponenciais, logarítmicas, trigonométricas entre
outras. Disponível em: <www.baixaki.com.br/download/graphmatica.htm>. Acesso em: 28 mar. 2011.
83
Figura 18: Respostas ao item 3.7 da Atividade 3, por alunos do professor Fábio
Figura 19: Respostas ao item 3.9 da Atividade 3, por alunos do professor Fábio
84
Figura 20: Respostas ao item 3.9 da Atividade 3, por alunos do professor Fábio
Figura 21: Respostas ao item 3.10 da Atividade 3, por alunos do professor Fábio
Figura 22: Respostas ao item 3.10 da Atividade 3, por alunos do professor Fábio
Atividade 4
Figura 23: Respostas ao item 4.1 da Atividade 4, por alunos do professor Fábio
Figura 24: Respostas ao item 4.2 da Atividade 4, por alunos do professor Fábio
Figura 25: Respostas ao item 4.3 da Atividade 4, por alunos do professor Fábio
Figura 26: Respostas ao item 4.4 da Atividade 4, por alunos do professor Fábio
Nessa etapa, alguns alunos que não participaram das aulas anteriores
tentaram se integrar ao processo. O professor autorizou-os a consultar os colegas
que já estavam com as atividades resolvidas. Esses colegas, porém, não se
mostraram muito disponíveis na tarefa de auxiliá-los, respondendo o suas perguntas
sem se aprofundar muito nas discussões. Isso, associado à falta de familiaridade
com o vocabulário matemático, fez com que tais alunos apresentassem, em seus
protocolos, evidências de que desconhecem certos termos, ou ainda se confundem
com eles, como “sobre dois” e “elevado a dois (ao quadrado)”.
Figura 27: Respostas ao item 4.4 da Atividade 4, por alunos do professor Fábio
88
Atividade 5
Apesar das dificuldades apresentadas por alguns alunos, outros tiveram bom
desempenho, não apresentando maiores dificuldades para a determinação algébrica
da interseção das retas dadas.
Atividade 1
Atividade 2
Figura 32: Resolução do item 2.1 da Atividade 2, por alunos do professor Dirceu
Figura 33: Resolução dos itens 2.1, 2.2, 2.3 e 2.4 da Atividade 2, por alunos do professor Dirceu
Figura 34: Resolução do item 2.5 f da Atividade 2, por alunos do professor Dirceu
95
Atividade 3
Figura 35: Resolução dos itens 3.1, 3.2, 3.3 e 3.4 da Atividade 3, por alunos do professor Dirceu
Figura 36: Resolução dos itens 3.1, 3.2, 3.3 e 3.4 da Atividade 3, por alunos do professor Dirceu
Figura 37: Resolução do item 3.5 da Atividade 3, por alunos do professor Dirceu
tan = =
solicitou que todos prestassem atenção à verificação que seria feita. Primeiro
reproduziu a solução dos alunos na lousa e, em seguida – usando o computador, o
projetor de imagens e o programa Graphmatica –, verificou se a equação obtida (y =
3x + 2) passava pelos pontos dados A (1, 5) e B (0, 2). Concluiu então que a
equação estava correta, solicitando que os alunos continuassem a resolver a
atividade e esclarecendo que poderiam usar o computador para testar as respostas
encontradas.
Figura 38: Resolução do item 3.6 da Atividade 3, por alunos do professor Dirceu
Quando um aluno fazia alguma pergunta que poderia ajudar aos outros, a resposta
era apresentada na lousa.
Figura 39: Resolução dos itens 3.7, 3.8 e 3.9 da Atividade 3, por alunos do professor Dirceu
“E entre as retas ?“
Depois dessas perguntas, três alunos B10, B11 e B12, de grupos diferentes,
dirigiram-se ao computador, testaram algumas equações e concluíram: “Os
coeficientes angulares devem sem opostos e inversos”. O professor elogiou-os,
porém, corrigiu a resposta apresentada: “Vocês perceberam o mais importante. O
100
coeficiente angular de uma reta deve ser igual ao oposto do inverso do coeficiente
angular da outra”. E concluiu, afirmando: “Se os coeficientes angulares forem iguais,
as retas são paralelas; e se o produto entre os coeficientes angulares foi igual a -1,
então as retas são perpendiculares.”
Atividade 4
Figura 40: Resolução dos itens 4.1, 4.2 e 4.3 da Atividade 4, por alunos do professor Dirceu
segmento em mais do que duas partes, os alunos deveriam usar a mesma lógica.
Atividade 5
Atividade 2
Figura 48: Resolução do item 2.5 da Atividade 2, por alunos da professora Melissa
Atividade 3
Figura 49: Resolução dos itens 3.1 a 3.4 da Atividade 3, por alunos da professora Melissa
Figura 50: Resolução do item 3.5 da Atividade 3, por alunos da professora Melissa
Figura 51: Resolução do item 3.6 da Atividade 3, por alunos da professora Melissa
111
Atividade 4
Figura 54: Resolução do item 4.3 da Atividade 4, por alunos da professora Melissa
113
Atividade 5
4.3.1 Interações
4.3.2 Dificuldades
em sua postura. Ele aderiu aos grupos e percebeu a necessidade de ir até a lousa
para ampliar suas explicações, já que as exclusivamente orais estavam se
mostrando ineficientes.
Os professores utilizavam as atividades também como uma forma avaliativa,
para motivar a participação e interação dos alunos no decorrer das aulas e,
consequentemente, despertar-lhes o interesse para o trabalho desenvolvido. Os
educadores constataram, por meio de sua experiência profissional, que se não
adotassem essa metodologia alguns alunos não realizariam as tarefas.
Figura 56: Síntese dos resultados obtidos pela aplicação da THA, a partir da avaliação dos alunos,
segundo a turma
cada etapa desse processo é fundamental para seu sucesso, e visualizamos uma
pluralidade de fatores que nele intervêm, o que nos motiva a continuar estudando-o.
Atividade 1
atividades que serão desenvolvidas nesta e nas próximas aulas têm como objetivo
fazer com que eles tenham contato com a chamada Geometria Analítica.
A Geometria Analítica, também conhecida como Geometria com
coordenadas, integra a álgebra e a geometria e possibilita interpretações
geométricas de fatos algébricos e o estudo algébrico de fatos geométricos.
Historicamente, um dos seus criadores foi René Descartes (1596 - 1650),
filósofo e matemático francês que em sua obra La Geométrie introduziu a noção de
coordenadas no plano, ao estabelecer dois eixos fixos que se interceptam em um
ponto chamado origem do sistema.
Proponha que realizem uma pesquisa sobre Geometria Analítica e sobre
René Descartes e produzam um texto para a próxima aula.
(j)
( ) ( )
( ) ( )
123
( ) ( )
( ) ( )
Atividade 2
2.1
(a) Localize no plano cartesiano um ponto com ordenada igual à abscissa.
Quantas respostas possíveis você poderia dar a esta solicitação?
(b) Localize outro ponto que possua esta mesma propriedade (ordenada igual à
abscissa).
(c) Estes dois pontos pertencem a uma reta? Se você acredita que sim, desenhe
esta reta.
(d) Identifique uma expressão algébrica que represente todos os pontos desta
reta. Verifique algebricamente se os pontos que você encontrou solucionam
esta expressão.
2.2
(a) Localize, no mesmo plano, um ponto com ordenada igual ao dobro da
abscissa. Quantas respostas possíveis você poderia dar a esta solicitação?
(b) Localize outro ponto que possua esta mesma propriedade.
(c) Estes dois pontos pertencem a uma reta? Se você acredita que sim, desenhe
esta reta.
(d) Identifique uma expressão algébrica que represente todos os pontos desta
reta. Verifique algebricamente se os pontos que você encontrou solucionam
esta expressão.
125
2.3
(a) Localize, no mesmo plano, um ponto com ordenada igual ao triplo da abscissa.
Quantas respostas possíveis você poderia dar a esta solicitação?
(b) Localize outro ponto que possua esta mesma propriedade.
(c) Estes dois pontos pertencem a uma reta? Se você acredita que sim, desenhe
esta reta.
(e) Identifique uma expressão algébrica que represente todos os pontos desta
reta. Verifique algebricamente se os pontos que você encontrou solucionam
esta expressão.
2.4
(a) Localize, no mesmo plano, um ponto com ordenada igual à metade da
abscissa. Quantas respostas possíveis você poderia dar a esta solicitação?
(b) Localize outro ponto que possua esta mesma propriedade.
(c) Estes dois pontos pertencem a uma reta? Se você acredita que sim, desenhe
esta reta.
(d) Identifique uma expressão algébrica que represente todos os pontos desta
reta. Verifique algebricamente se os pontos que você encontrou solucionam
esta expressão.
2.5
Nesta etapa, seu professor apresentará algumas imagens, conforme são
solicitadas nas tarefas:
126
(c) Que hipótese você tem sobre a expressão algébrica da reta colorida em verde
que aparece no gráfico? Identifique pontos desta reta e verifique
algebricamente se os pontos que você encontrou solucionam esta expressão.
(d) Que hipótese você tem sobre a expressão algébrica da reta colorida em
amarelo que aparece no gráfico?
127
(e) Se uma reta tem equação dada pela expressão y = ax, o que se pode dizer em
relação a este “a”?
(f) O que ocorre com a reta quando este coeficiente “a” vale zero?
Na figura acima, pode-se ver que foi construído um triângulo retângulo ABD
com o prolongamento dos segmentos que formam os pontos A e B. O ângulo α que
aparece como ângulo interno do triângulo ABD é exatamente o ângulo que a reta AB
forma com a horizontal, pois se tem a situação de duas retas paralelas cortadas por
128
tan = =
Atividade 3
3.1
(a) Localize no plano cartesiano um ponto cuja ordenada seja igual à abscissa mais
1. Quantas respostas possíveis você poderia dar a esta solicitação?
129
3.2
(a) Localize, no mesmo plano, um ponto cuja ordenada seja igual à abscissa
mais 3. Quantas respostas possíveis você poderia dar a esta solicitação?
(b) Localize outro ponto que possua esta mesma propriedade.
(c) Estes dois pontos pertencem a uma reta? Se você acredita que sim, desenhe
esta reta.
(d) Identifique uma expressão algébrica que represente todos os pontos desta
reta.
3.3
(a) Localize, no mesmo plano, um ponto com ordenada seja igual à abscissa
menos 2. Quantas respostas possíveis você poderia dar a esta solicitação?
(b) Localize outro ponto que possua esta mesma propriedade.
(c) Estes dois pontos pertencem a uma reta? Se você acredita que sim, desenhe
esta reta.
130
(d) Identifique uma expressão algébrica que represente todos os pontos desta
reta.
3.4
(a) Localize, no mesmo plano, um ponto com ordenada igual ao oposto da
abscissa, mais 3.
(b) Localize outro ponto que possua esta mesma propriedade.
(c) Estes dois pontos pertencem a uma reta? Se você acredita que sim, desenhe
esta reta.
(d) Identifique uma expressão algébrica que represente todos os pontos desta
reta.
3.5
Nesta etapa, seu professor projetará algumas imagens, com os gráficos
construídos nos itens anteriores:
131
132
(d) Nas figuras projetadas, os gráficos explorados nos itens anteriores foram
colocados num mesmo sistema de eixos.
(e) O que há de semelhante e de diferente nos gráficos destas retas?
(f) Essas semelhanças e diferenças percebidas nos gráficos se traduzem de
alguma forma nas suas expressões algébricas? De que forma?
133
(c) Que hipótese você tem sobre a expressão algébrica da reta colorida em verde
que aparece no gráfico?
134
(d) Que hipótese você tem sobre a expressão algébrica da reta colorida em
amarelo que aparece no gráfico?
(e) Se uma reta tem equação dada pela expressão y = ax + b, o que se pode
dizer em relação a este “b”?
(f) O que ocorre com a reta quando anulamos este coeficiente “b”?
3.6
Determine as equações reduzidas das retas que passam pelos pontos indicados
abaixo:
(a) A (1, 5) e B ( 0 , 2 ) (c) E (0,0) e F (2 , 4)
3.7
Uma reta, que pertence ao 1º e ao 3º quadrantes, passa pela origem do sistema de
coordenadas e tem uma inclinação maior que a reta definida pela função identidade.
(c) Que condição deve ter a inclinação para que satisfaça a condição dada?
(d) Entre quais valores se encontram a amplitude do ângulo que forma com o
semi-eixo positivo x ?
3.8
Uma reta, que pertence ao 1º e ao 3º quadrantes passa pela origem do
sistema de coordenadas e tem uma inclinação menor que a reta definida pela função
identidade.
(c) Que condição deve ter a inclinação para que satisfaça a condição dada?
(d) Entre quais valores se encontram a amplitude do ângulo que forma com o
semi-eixo positivo x ?
3.9
(a) Dada a reta y = 2x, exiba duas outras equações de retas que sejam paralelas
a esta reta. Quantas respostas possíveis você poderia dar a esta solicitação?
(b) Dada a reta y = x + 4 exiba duas outras equações de retas que sejam
paralelas a esta reta.
(c) Quantas respostas possíveis você poderia dar a esta solicitação?
(d) Formule um procedimento que permita identificar se duas retas são paralelas.
3.10
(a) Dada a reta y = x exiba duas outras equações de retas que sejam
perpendiculares a esta reta.
(b) Quantas respostas possíveis você poderia dar a esta solicitação?
136
(c) Dada a reta y = 2x exiba duas outras equações de retas que sejam
perpendiculares a esta reta. Quantas respostas possíveis você poderia dar a
esta solicitação?
(d) Formule um procedimento que permita identificar se duas retas são
perpendiculares.
Atividade 4
4.2
(a) Localize, no mesmo plano, o ponto C ( 5, 4) .
(b) O este ponto têm em comum com o ponto B ?
(c) O que você observa na reta determinada pelos pontos B e C ?
(d) Como você faria para determinar a distância entre os pontos B e C ?
(e) Os pontos E (5 , y1) e F ( 5, y2) pertencem à reta determinada por B e C?
(f) Como você calcularia a distância entre os pontos E e F?
4.3
(a) Trace os segmentos de reta cujas extremidades são os pontos A e B, B e C
e A e C.
(b) Você reconhece o polígono que estes pontos determinam?
(c) Como você calcularia a distância entre A e C?
4.4
(a) Localize, no mesmo plano cartesiano, o ponto médio do segmento AB.
(b) Descreva as propriedades algébricas que você consegue identificar ao
comparar as coordenadas do ponto médio com as coordenadas das
extremidades A e B.
(c) Localize o ponto médio do segmento BC.
(d) As propriedades deste ponto são as mesmas do ponto médio do segmento
AB?
(e) Localize o ponto médio do segmento AC.
(f) As propriedades do deste ponto são as mesmas verificadas nos dois itens
anteriores?
(g) Como você identificaria as coordenadas do ponto médio do segmento
determinado pelos pontos P (x1,y1) e Q (x2,y2) ?
Atividade 5
5.1
(a) Represente no plano cartesiano a reta r, cuja equação reduzida é y = 2x+1
(c) Observando estas retas no plano, você acredita que exista algum ponto que
pertence ao mesmo tempo à reta r e à reta s? Você consegue identificá-lo ao
observar os gráficos?
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
44
GRAVEMEIJER, K. Local instruction theories as means of support for teachers in reform
mathematics education. Mathematical Thinking and Learning, Philadelphia, 6 (2), p. 105-128, 2004.
142
investigadores. No entanto afirmam que isso não quer dizer que a única coisa que
se pode entregar aos professores sejam meras sequências de ensino para usar.
Gravemeijer45 (2004 apud GÓMEZ; LUPIÁÑEZ, 2007) sugere assim dois elementos
que podem ser úteis para os professores: (a) um marco de referência e (b)
sequências de atividades que lhes sirvam de exemplo. Mas questiona: Que pode
fazer um professor com essa informação? Como pode usá-la para produzir e revisar
sistematicamente sua própria THA para um tema, um contexto e alunos reais?
Essas são questões a serem debatidas, especialmente num momento em que
as políticas públicas priorizam a oferta de materiais prontos, apostando em sua
eficiência, sem maior diálogo com os professores que os utilizam.
Outro ponto importante observado em nossa investigação foi o significado da
expressão “trajetória hipotética”, bastante significativo; a analogia da viagem
proposta por Simon (1995, p. 35) foi muito explicativa em nosso próprio percurso:
Façamos uma analogia: considere que você tenha decidido viajar ao redor
do mundo para visitar, na seqüência, lugares que você nunca tinha visto. Ir
para a França, depois Havaí, depois Inglaterra, sem uma série de itinerário
a seguir. Antes, você adquire conhecimento relevante para planejar sua
possível jornada. Você faz um plano. Você pode inicialmente planejar toda a
viagem ou uma única parte dela. Você estabelece sua viagem de acordo
com seu plano. No entanto, você deve fazer constantes ajustes, por causa
das condições que irá encontrar. Você continua a adquirir conhecimento
sobre a viagem e sobre as regiões que você deseja visitar. Você muda seus
planos a respeito da seqüência do seu destino. Você modifica o tamanho e
a natureza de sua visita, de acordo com o resultado da interação com as
pessoas no decorrer do caminho. Você adiciona os destinos à sua viagem e
que não eram de seu conhecimento. O caminho que você utilizará para
viajar é sua “trajetória”. O caminho que você antecipa em algum ponto é a
sua “trajetória hipotética”.
45
GRAVEMEIJER, K. Local instruction theories as means of support for teachers in reform
mathematics education. Mathematical Thinking and Learning, Philadelphia, 6 (2), p. 105-128, 2004.
143
Em nossa pesquisa, vimos como nosso olhar de professores para o que está
acontecendo ou aconteceu em sala de aula é pouco “treinado”. Na condição de
observador, pudemos perceber quanto é difícil captar o que está acontecendo para
além do fato de os alunos se mostrarem interessados ou fazerem perguntas. Na
conversa com os professores também verificamos que a análise fica em pontos mais
superficiais, e menos na formulação de hipóteses sobre a pertinência das atividades
ou sobre as dificuldades dos alunos.
No que concerne a como as pesquisas na área de Educação Matemática
podem contribuir para a organização de um ensino que potencialize boas situações
de aprendizagem dos alunos, avaliamos que no caso do Ensino Médio ainda há
grandes perguntas a serem respondidas. Em nosso levantamento sobre o ensino e
aprendizagem de Geometria Analítica, esperávamos encontrar mais trabalhos que
pudessem apoiar a elaboração de uma THA.
Desse modo, muitas dúvidas foram surgindo, e ficaram sem resposta, como:
que conexões deveriam ser feitas com os conhecimentos que os alunos já têm? O
que seria necessário trabalhar antes para que eles pudessem compreender o que
queremos comunicar? Como potencializar o uso de um software nas atividades de
investigação? Também no ressentimo-nos de pesquisas, na área de formação de
professores, sobre forma de comunicação e compartilhamento de experiências entre
pares.
Enfim, esta pesquisa tornou muito evidente para nós que não basta ter em
mãos um planejamento de ensino com uma perspectiva construtivista, se o professor
que irá desenvolvê-la em sala de aula não atuar de maneira adequada com essa
perspectiva, se não for capaz de desafiar os alunos na medida certa, de fazer
intervenções adequadas, de dar informações quando elas são necessárias, de não
apenas socializar mas também sistematizar o que foi aprendido.
Isso pode ser observado em atividades envolvendo resolução de problemas,
investigação, uso de softwares, pois ainda há muita dificuldade por parte dos
professores em trabalhar dessa forma em sala de aula, já que predomina a ideia de
que os alunos só podem aprender mediante suas exposições e explicações prévias.
No quadro em que Simon (1995) destaca a relação entre os vários domínios
do conhecimento do professor, a THA e as interações com os alunos, é possível ver
144
Hipóteses
Conhecimento de THA do professor
Matemática do sobre o conhecimento
Professor dos estudantes
Objetivos
de aprendizagem
do professor Teorias
do professor sobre
Conhecimento ensino-aprendizagem
de atividades Hipóteses
matemáticas do professor
e representação sobre o processo Conhecimento
do professor de aprendizagem do professor
da aprendizagem
dos alunos
de um dado conteúdo
Avaliação
do conhecimento dos
alunos
REFERÊNCIAS
ANEXOS
1) Nome
2) Formação
Graduação Plena em Matemática ou Complementação
3) Nome da escola que leciona e sua localização.
4) Tempo de magistério.
5) Professor Efetivo ou OFA
6) Segmento que leciona: ( ) E.F. I ( ) E.F.II ( ) E.M.
7) Pós-Graduação cursada e/ou em andamento
a) ( ) Extensão
b) ( ) Aperfeiçoamento
c) ( ) Especialização
d) ( ) Mestrado
e) ( ) Doutorado
f) ( ) sem pós-graduação
11) Este ano o ensino da escola pública está passando por mudanças no qual o
professor deve cumprir o conteúdo apresentado pela SEE-SP do respectivo
bimestre e série utilizando uma apostila cedida ao professor que nesta,
surgem sugestões de abordagens do tema. Antes desse sistema e/ou dentro
dele, utiliza recursos didáticos além do livro?
13) Costuma trabalhar com resolução de problemas para desenvolver e/ou aplicar
o conceito?
16) Comente o que você acha sobre a utilização de softwares para o estudo do
gráfico.
149
2. Consignas do
professor sobre a
tarefa e explicitação
dos objetivos de
aprendizagem
3. Combinados com a
classe
5. Eventuais
problemas
relacionados à leitura
e compreensão do
texto
150
6. Interação entre
alunos na realização
das tarefas
7. Dificuldades
observadas e
possíveis causas
8. Interesse (ou
desinteresse) pelo
assunto por parte dos
alunos
9. Adequação do
tempo previsto para a
atividade
10. Intervenções do
professor durante a
realização da atividade
11. Socialização e
151
sistematização das
conclusões
15. Outras
observações
152
DESTAQUES:
Perguntas,
explicações,
depoimentos do
professor que
merecem destaque
Perguntas,
explicações,
depoimentos dos
alunos, que merecem
destaque
1
2) Dadas as retas (r) y = 2x+1 , (s) y = 3x-1 , (t) y = 2x – 5 , (u) y = - x +2 e
3
1
(v) y = x + 2:
3
a) Entre elas, quais são paralelas?