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das doenças
DE EDUCAÇÃO
crônicas não
PERMANENTE transmissíveis
EM SAÚDE na Atenção
DA FAMÍLIA Primária à Saúde
UNIDADE 3
Hipertensão arterial
Leonardo Aarestrup de
Aquino e Sousa
Frederico Fernando
Esteche
Hipertensão Arterial
Nesta unidade, vamos aprender sobre como diagnosticar a hipertensão na Atenção Pri-
mária; saber como medir a pressão arterial de forma precisa e consistente; orientar como
estimar o risco total de doença cardiovascular, como diferenciar a hipertensão primária da
secundária; e proporcionar uma visão geral das orientações mais recentes sobre o manejo
não farmacológico de pacientes com hipertensão arterial sistêmica. Vamos começar?
O que é hipertensão?
A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma condição clínica multifatorial, caracterizada por
níveis elevados e sustentados de pressão arterial. De acordo com a Organização Mundial
da Saúde (OMS) e a International Society of Hypertension, a hipertensão pode ser definida
como a pressão arterial sistólica acima de 140 mmHg ou a pressão arterial diastólica acima
de 90 mmHg ou ambas em, pelo menos, três ocasiões separadas (WHO, 1999).
A hipertensão é um dos mais importantes fatores de risco preveníveis das principais causas
de morte no Brasil. Frequentemente, está associada a alterações funcionais e/ou estrutu-
rais de órgãos-alvo e a alterações metabólicas, podendo levar a doenças cardiovasculares,
acidente vascular cerebral e insuficiência renal quando não é detectada precocemente e
tratada de maneira adequada.
A incidência de hipertensão aumenta com a idade, mas, em geral, cerca de 32% dos adultos
no Brasil têm essa condição (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2010). Estima-se ainda
que 20% das consultas anuais de um médico na Atenção Primária são devido à hipertensão.
A pressão arterial e o risco cardiovascular parecem estar diretamente associados, sendo que
os pacientes com o maior risco cardiovascular são os que mais se beneficiam do tratamento,
independentemente da pressão arterial inicial. Isso destaca a importância de identificar e
tratar a hipertensão em pacientes individuais e na população de pacientes.
O diagnóstico não requer tecnologia sofisticada, e a doença pode ser tratada e controlada
com mudanças no estilo de vida, com medicamentos de baixo custo e de poucos efeitos
colaterais, comprovadamente eficazes e de fácil uso na Atenção Primária à Saúde (APS).
Todos os profissionais que medem a pressão arterial devem ser treinados na técnica corre-
ta, por isso recomenda-se que seu desempenho seja analisado periodicamente. A medição
padronizada da pressão arterial é crucial para diagnosticar e controlar a hipertensão!!!
O equipamento para medir a pressão arterial deve ser inspecionado e recalibrado regular-
mente, conforme recomendações técnicas do fabricante. Equipamentos com manutenção
incorreta como, por exemplo, com danos no tubo de borracha, podem fazer com que o pro-
fissional subestime a pressão arterial.
Escolha do equipamento
Recém-nascido ≤ 10 4 8
Criança 11-15 6 12
Infantil 16-22 9 18
20-26 10 17
Adulto pequeno
Adulto 27-34 12 23
• O braço do paciente deve ser colocado sobre uma superfície de maneira que o manguito
fique no mesmo nível que o coração.
• Insufle rapidamente o manguito até 20 mmHg acima do ponto onde o pulso braquial desa-
parece.
• Insufle novamente o manguito até 20 mmHg acima do ponto no qual o pulso braquial
desaparece
• Com uma das mãos, coloque o estetoscópio sobre a artéria braquial, garantindo o contato
total com a pele sem roupas entre os dois.
Controle das Doenças Crônicas Não Transmissíveis na Atenção Primária à Saúde
Hipertensão arterial 6
• Esvazie lentamente o manguito a 2-3 mmHg por segundo, ouvindo os sons de Korotkoff:
• Fase I: o primeiro surgimento de sons de batidas claras, repetitivas e fracas, aumentando gradual-
mente em intensidade e com duração de, pelo menos, dois batimentos consecutivos. Observe a
pressão sistólica.
• Fase II: pode ocorrer um breve período quando os sons se suavizam ou se transformam em um
“sussurro”.
• Fase III: o retorno de sons mais agudos se tornando ligeiros por um curto período.
• Fase IV: o amortecimento distinto e abrupto dos sons, que se tornam suaves e assumem um aspec-
to de sopro.
• Fase V: o ponto no qual todos os sons desaparecem completamente. Observe a pressão diastólica.
Todo adulto com 18 anos ou mais de idade, quando for à Unidade Básica
de Saúde (UBS) para consulta, atividades educativas, procedimentos, entre
outros, e não tiver registro no prontuário de ao menos uma verificação da
PA nos últimos dois anos, deverá tê-la verificada e registrada (BRASIL, 2013a).
Caso seja necessário, a medida da PA pode ser realizada fora do ambiente do consultório
médico para esclarecer o diagnóstico e afastar a possibilidade do efeito do avental (ou jale-
co) branco (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2011). Pode ser difícil saber quando o
paciente tem hipertensão do avental branco e deve-se considerar essa hipótese em pessoas
que relatam medições normais de monitores domiciliares e em pessoas que são particular-
mente ansiosas.
No entanto, tais opções são indisponíveis na maioria dos contextos de recursos limitados
encontrados pelos pacientes brasileiros que se consultam na rede pública. Desse modo, o
diagnóstico da HAS pode ser firmado pela média aritmética da PA maior ou igual a 140/90
mmHg, verificada em pelo menos três ocasiões diferentes com intervalo mínimo de uma
semana entre as medidas. Ou seja, soma-se a média das medidas do primeiro dia mais as
duas medidas subsequentes e divide-se por três.
A automedida da pressão arterial (Ampa) é realizada por pacientes ou familiares, não profis-
sionais de saúde, fora do consultório, geralmente com aparelhos digitais no domicílio, repre-
sentando uma importante fonte de informação adicional. A principal vantagem da Ampa é a
possibilidade de obter uma estimativa mais real dessa variável, tendo em vista que os valo-
res são obtidos no ambiente em que as pessoas passam a maior parte do dia. No entanto,
destaca-se que os aparelhos de uso domiciliar, adquiridos pelo próprio usuário, não seguem
um padrão de manutenção e calibração frequente.
Tabela 2 - Classificação da pressão arterial para adultos maiores de 18 anos (JNC 7 – 2003)
Os pacientes que estão em uso de medicação anti-hipertensiva são definidos como ten-
do hipertensão, a despeito dos valores da pressão arterial observada. A classificação deles
geralmente é considerada de acordo com os níveis pressóricos pré-tratamento.
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Hipertensão arterial 10
A pessoa com PA normal, menor que 120/80 mmHg, deverá ser
orientada e verificar novamente a PA em até dois anos. Pessoas
com PA entre 120/80 e 139/89 mmHg deverão fazer avaliação
para identificar a presença de outros fatores de risco (FR) para
doenças cardiovasculares (DCV). As pessoas sem comorbidades
ou fatores de risco modificáveis para doenças cardiovasculares
(DCV) que apresentarem PA até 139/89 mmHg deverão realizar
a aferição anualmente. Na presença desses fatores, a pessoa
deverá ter o risco cardiovascular estratificado. A PA deverá ser
novamente verificada em mais duas ocasiões em um intervalo
de 7 a 14 dias.
Por isso é importante, durante a consulta médica, que se estabeleçam a confirmação diag-
nóstica da hipertensão arterial com medidas de pressão adequadas e a estratificação de
risco baseada na presença de fatores de risco cardiovascular (diabetes, dislipidemia, taba-
gismo, obesidade) e de doenças associadas (insuficiência cardíaca, doença coronariana, aci-
dente vascular cerebral).
O fluxograma a seguir (Figura 4) apresenta uma sugestão feita pelo Ministério da Saúde
no Cadernos de Atenção Básica nº 37 sobre o fluxo de rastreamento e a conduta conforme a
classificação da PA.
• idade;
• sexo;
• grupo socioeconômico;
Os principais objetivos do exame físico são avaliar os sinais de lesão de órgãos-alvo (como
retinopatia) e verificar evidências de uma causa identificável de hipertensão (secundária).
• dor torácica;
• dispneia;
• edema maleolar;
• palpitações.
• potássio sérico;
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• perfil lipídico (colesterol total e frações + triglicérides).
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Estabelecendo o risco total de doença cardiovascular
Diretrizes baseadas em evidências recomendam o cálculo do risco de eventos cardiovasculares
em pessoas hipertensas usando ferramentas baseadas em estudos epidemiológicos, sendo o
Escore de Framingham a mais utilizada (derivado dos dados gerados no estudo de Framingham).
O Escore de Framingham é uma ferramenta útil e de fácil aplicação no cotidiano. Ele classifi-
ca os indivíduos por meio da pontuação nos seguintes graus de risco cardiovascular e auxilia
na definição de condutas (BRASIL, 2013b).
• Baixo risco – quando existir menos de 10% de chance de um evento cardiovascular ocorrer
em dez anos. O seguimento dos indivíduos com PA limítrofe poderá ser anual após orienta-
ções sobre estilo de vida saudável.
• Alto risco – quando existir mais de 20% de chance de um evento cardiovascular ocorrer
em dez anos, ou houver a presença de lesão de órgão-alvo, tais como IAM, AVC/AIT, hiper-
trofia ventricular esquerda, retinopatia e nefropatia. O seguimento dos indivíduos com PA
limítrofe de alto risco poderá ser trimestral após orientações sobre estilo de vida saudável e,
se disponível na UBS ou comunidade e for desejo da pessoa, encaminhamento para ações
coletivas de educação em Saúde.
Outras calculadoras estão disponíveis atualmente, como, por exemplo: American Heart
Association – <http://tools.acc.org/ASCVD-Risk-Estimator/> e QRISK®2 – <https://www.qrisk.
org/2016/>.
Hipertensão secundária
A hipertensão secundária ocorre em menos de 5% das pessoas com hipertensão e descreve a
situação na qual a pressão arterial elevada é decorrente de uma doença subjacente (secundária).
• síndrome de Cushing;
• aldosteronismo primário;
• tireotoxicose;
• feocromocitoma;
• medicamentos ou drogas.
A implementação dos cuidados de controle de HAS deverá ocorrer de acordo com as neces-
sidades e com o grau de risco da pessoa e da sua capacidade de adesão e motivação para o
autocuidado, em cada consulta.
Depois de diagnosticar hipertensão e concluir sua avaliação de risco, qual deve ser seu pró-
ximo passo, se o paciente não precisar de tratamento urgente?
Você tem três opções de controle principais: investigar e/ou encaminhar em caso de alta
probabilidade de hipertensão secundária, iniciar o tratamento medicamentoso, ou orientar
mudanças no estilo de vida e monitorar. O tratamento da HAS será abordado nas aulas
seguintes desta unidade. Vamos lá?
Pessoas que não se enquadram nos critérios descritos anteriormente e que decidem, em
conjunto com o médico, não iniciar medicação nesse momento, podem adotar hábitos sau-
dáveis para atingir a meta por um período de três a seis meses. Durante esse intervalo de
tempo devem ter a pressão arterial avaliada pela equipe, pelo menos, mensalmente. Quan-
do a pessoa não consegue atingir a meta pressórica pactuada ou não se mostra motivada no
processo de mudança de hábitos, o uso de anti-hipertensivos deve ser oferecido, de acordo
com o método clínico centrado na pessoa. Todos os pacientes devem ser submetidos a
modificações apropriadas no estilo de vida (terapia não farmacológica), independentemente
da opção pelo uso ou não de medicamentos anti-hipertensivos.
Animação 3
A modificação efetiva do hábito de vida pode diminuir a pressão arterial tanto quanto um medi-
camento anti-hipertensivo isolado (SCOTTISH INTERCOLLEGIATE GUIDELINE NETWORK, 2007). E
mesmo quando a terapia medicamentosa é necessária, modificações do hábito de vida podem
ter um efeito aditivo na redução da pressão arterial. Por isso, recomenda-se fornecer informa-
ções por escrito complementando as orientações verbais dadas durante a consulta.
Redução do peso
Recomenda-se orientar os pacientes a buscar o peso corporal ideal, que traga seu índice
de massa corporal para o intervalo de 20 a 25 k/m2. As evidências sugerem que a perda de
peso, mesmo se for moderada e não atingir a meta de IMC < 25 kg/m2, pode ter um efeito
benéfico na pressão arterial: 10 kg de perda de peso causam uma redução média de 5-10
mmHg na pressão arterial sistólica (HE et al., 2000).
Atividade física
Deve-se incentivar pacientes sedentários a praticar regularmente atividades físicas aeróbi-
cas, como corrida ao ar livre, ciclismo, natação ou esteira ergométrica. Os exercícios físicos,
quando realizados por 30 minutos ou mais por pelo menos cinco dias da semana, produzem
reduções médias de 4-9 mmHg da pressão arterial sistólica (WHELTON et al., 2002).
Mudanças na dieta
Os pacientes devem reduzir o consumo de sal para menos de 6 g (cerca de uma colher de
chá) por dia. Isso pode ser atingido parando de adicionar sal à mesa ou durante o preparo
das refeições.
Controle das Doenças Crônicas Não Transmissíveis na Atenção Primária à Saúde
Hipertensão arterial 20
Esses níveis de restrição de sal causam reduções médias de 2-8 mmHg da pressão arterial
sistólica (VOLLMER et al., 1997). Planos alimentares, como os Métodos Nutricionais para
Combater a Hipertensão (conhecidos como “dieta DASH”, da sigla em inglês), podem dar
suporte a essas mudanças alimentares.
Há evidências limitadas que apoiam reduções moderadas, em curto prazo, na pressão arte-
rial causadas por intervenções, como controle do estresse, ioga e biofeedback, mas benefí-
cios em longo prazo são desconhecidos, portanto, não é possível fazer recomendações pres-
critivas. As evidências atuais não identificam um papel para a suplementação com cálcio,
magnésio, potássio ou outros materiais, vitaminas ou preparações complementares.
Deve-se, então, avaliar com a pessoa e a família o quanto as metas de cuidados foram alcan-
çadas e o seu grau de satisfação em relação ao tratamento. Observar se ocorreu alguma
mudança a cada retorno à consulta. Avaliar a necessidade de mudança ou de adaptação no
processo de cuidado e reestruturar o plano de acordo com essas necessidades. Registrar
em prontuário todo o processo de acompanhamento.
Nas reavaliações, deve ser examinado o êxito dos pacientes com as modificações do hábito de
vida e a concordância com as propostas terapêuticas, bem como quaisquer efeitos colaterais do
tratamento. É prudente, nesse momento, considerar se são necessárias investigações adicionais.
Em alguns pacientes, talvez sejam encontrados níveis de pressão arterial que estejam no alvo
de forma consistente ou abaixo dele. Nesses pacientes, principalmente naqueles sem lesões de
órgão-alvo estabelecidas e com baixo risco cardiovascular, é válido considerar a redução das medi-
das terapêuticas ou mesmo a suspensão do tratamento. O êxito será mais provável se o paciente
for jovem, estiver motivado a manter a modificação no hábito de vida ou estiver sob monoterapia.
Olá, cursista! Nesta aula, vamos fornecer aos profissionais de saúde uma visão geral das
orientações mais recentes sobre o tratamento medicamentoso da hipertensão, para que
saibam quando iniciar e como monitorar a terapia farmacológica anti-hipertensiva; de que
maneira podem auxiliar pacientes a fazerem uma escolha informada sobre seus medica-
mentos; como entender os benefícios de realizar uma abordagem centrada no paciente; e
saber quando encaminhar para investigação e controle adicionais.
• nos homens, a mortalidade por todas as causas foi reduzida de 43% para 31%, e a mortali-
dade cardiovascular foi reduzida de 28% para 13%.
• nas mulheres, a mortalidade por todas as causas foi reduzida de 34% para 21%, e a morta-
lidade cardiovascular foi reduzida de 19% para 9%.
Recomenda-se manter a pressão arterial sistólica entre 125 e 130 e a diastólica < 90 mmHg
em pacientes que apresentam um ou mais dos seguintes fatores de risco adicionais para
doença cardiovascular:
• doença renal crônica estágios III ou IV (taxa de filtração glomerular estimada entre 20 e 59
mL/min/1,73 m2);
Controle das Doenças Crônicas Não Transmissíveis na Atenção Primária à Saúde
• alto risco cardiovascular em 10 anos. Hipertensão arterial 26
Idosos frágeis, com mais de 80 anos ou que tenham baixa pressão diastólica (< 70 mmHg) têm
maior probabilidade de desenvolver efeitos colaterais significativos com a redução da pressão
arterial. Em tais pacientes, a meta de pressão sistólica < 150 mmHg é apropriada. Esses alvos
de pressão arterial também se aplicam a idosos com hipertensão sistólica isolada.
Em muitos casos, o nível de pressão arterial sistólica que é atingido com dois ou três agentes
anti-hipertensivos (mesmo que superior a 140 mmHg) pode ser um objetivo interino mais
razoável. A pressão arterial diastólica não deve ser reduzida a valores menores que 60 em
pessoas com doença coronariana conhecida devido ao risco de hipoperfusão miocárdica.
Hiponatremia
Hipocalcemia
Inibidores da ECA Hipotensão Hipersensibilidade a inibidores da
ECA
Comprometimento renal
Insuficiência renal com creatinina >
Tosse seca persistente 200 µmol/L
Erupção cutânea Estenose da artéria renal conhecida
Transtornos gastrointestinais Estenose aórtica grave
Testes da função hepática anormais
(raramente evolui para insuficiência
hepática fulminante)
BRA Tontura As mesmas dos inibidores da ECA
Hipercalemia Colestase
Angioedema
Bloqueadores de Dor abdominal Insuficiência cardíaca não controlada
canal de cálcio
Náuseas Estenose aórtica grave
Palpitações Porfíria
Rubor
Cefaleia
Fadiga
Tontura
Perturbação do sono
Betabloqueadores Transtornos gastrointestinais Asma
Animação 4
Agora, vamos aprender sobre os principais tratamentos que podem ser executados na APS
para evitar mais dúvidas como essas da dona Ednelza! Vamos lá!
Monoterapia inicial
A monoterapia inicial é bem-sucedida em muitos pacientes com hipertensão primária leve
(hipertensão “essencial”). No entanto, é improvável que a monoterapia atinja a meta da pres-
são arterial em pacientes cuja pressão sanguínea é mais do que 20/10 mmHg acima do seu
alvo pressórico. Nesses pacientes, recomenda-se a combinação inicial com dois fármacos.
Não existe consenso sobre quais fármacos anti-hipertensivos devem ser administrados na
terapia medicamentosa inicial da HAS. As principais opções são:
Os efeitos adversos mais comuns dos tiazídicos são complicações metabólicas, como hipo-
calemia, intolerância à glicose e hiperuricemia. Alguns pacientes têm uma indicação de fár-
macos específicos que não estão relacionados com a hipertensão primária.
As recomendações gerais para a terapia inicial devem ser alteradas nesses pacientes com
condições subjacentes específicas nas quais determinadas classes de agentes anti-hiper-
tensivos podem oferecer benefícios específicos, independentemente do controle da pres-
Controle das Doenças Crônicas Não Transmissíveis na Atenção Primária à Saúde
Hipertensão arterial 29
são arterial. Essas indicações incluem: betabloqueadores em pacientes com insuficiência
cardíaca com fração de ejeção reduzida, infarto do miocárdio prévio ou fibrilação atrial de
alta resposta ventricular; inibidores da ECA e bloqueadores dos receptores da angiotensina
II (BRA) em pacientes com insuficiência cardíaca, disfunção assintomática do VE, infarto do
miocárdio prévio, diabetes ou doença renal crônica proteinúrica.
• Os pacientes mais jovens respondem melhor aos inibidores da ECA, BRA e betabloqueado-
res. Contudo, ressalta-se novamente que os betabloqueadores não são comumente utiliza-
dos para a monoterapia inicial na ausência de uma indicação específica.
Em alguns pacientes, talvez você encontre níveis de pressão arterial que estejam no alvo de
forma consistente ou abaixo dele. Nesses pacientes, principalmente quando eles têm baixo
risco cardiovascular, considere reduzir ou suspender o tratamento. O êxito será mais provável
se o paciente for jovem, estiver motivado a manter a modificação no hábito de vida ou estiver
sob monoterapia (NATIONAL INSTITUTE FOR HEALTH AND CLINICAL EXCELLENCE, 2014).
Para mais informações, consulte o CAB nº 37, MS, 2013, disponível para acesso
em <http://dab.saude.gov.br/portaldab/biblioteca.php?conteudo=publicacoes/
cab37>.