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Geografia

A população portuguesa
Portugal, a partir da segunda metade do séc. XX, teve alterações significantes nos comportamentos demográficos
que influenciam a evolução da população absoluta, que aumentou em cerca de 2M de habitantes, neste período.

 Na década de 1950 – 1960

A população sofre um aumento devido:

 Crescimento natural muito elevado Crescimento populacional assente


 Forte influência da Igreja Católica em altos níveis da TN
 Baixo nº de mulheres a trabalhar fora de casa
 Desconhecimentos de métodos contracetivos
 1960 – 1970
A população sofreu um decréscimo devido:
Decréscimo populacional assente
 Vaga de emigração para países da Europa Ocidental num saldo migratório fortemente
 Saída de grande quantidade de soldados rumo à Guerra Colonial negativos, apesar de um
 Decréscimo da natalidade e do crescimento natural crescimento natural positivo
 1970 – 1980
A população sofre um aumento acentuado devido:
 Saldo migratório positivo (regresso de muitos emigrantes dos países da Europa Ocidental e fim a da Guerra
Colonial.
 Aumento ligeiro do crescimento natural devido a um aumento da natalidade.

O saldo migratório nesta década é positivo devido a:


 Diminuição da emigração provocada pelo choque Petrolífero em 1973, com consequentes restrições à
emigração decretadas pela França e Alemanha (…).
 Expetativa do desenvolvimento do nosso país após a revolução do 25 de abril de 1974.
 Regresso dos Portugueses das antigas colónias africanas (os chamados “Retornados”).
 Regresso dos exilados políticos após a Revolução de 25 de abril de 1974.
 1980 – 1990
A população manteve-se relativamente estável, sofrendo um ligeiro decréscimo na segunda metade desta década.
Tal evolução é divido a:
 Saldo migratório negativo.
 Diminuição do crescimento natural, devido, sobretudo, à diminuição da natalidade.

 1990 – 2000
A população sofreu um ligeiro aumento, devido a:

 Crescimento natural ligeiramente positivo, sofrendo um decréscimo em relação à década anterior.


 Saldo migratório positivo.

 2000 – 2010
A população sofreu um ligeiro aumento devido a:

 Crescimento ligeiramente positivo com tendência para se tornar estacionário (crescimento natural negativo
em 2007, 2009 e 2010)
 Saldo migratório positivo com tendência de decréscimo. A crise económica provocou a diminuição da
imigração e o aumento da emigração.
 2010 – 2020
 O Crescimento Natural é negativo, envelhecimento da população.
 O Saldo Migratório é negativo.
Demografia ≠ Geografia da população

Povo/descrição Analisa os dados da demografia


e explica as dinâmicas da
Demografia é a ciência população e os seus impactos
que estuda a população no território.
do ponto de vista
quantitativo, estatístico.
Organizações responsáveis pelas estatísticas
INE – Instituto Nacional da Estatística – Recenseamento geral da população (CENSOS), realiza-se de 10 em 10 anos
no 1º ano de cada década.
EUROSTAT – Estatísticas da Europa

O que são os Censos

 São as maiores operações estatísticas realizadas em qualquer país do Mundo; destinam-se a obter
informação sobre toda a população residente, as famílias e o parque habitacional.

 Os censos integram um sistema estatístico nacional, que pode incluir outros recenseamentos (por exemplo,
da agricultura), inquéritos, registros e arquivos administrativos. Fornecem, em intervalos, de tempo regulares,
o valor de referência da contagem da população, a nível nacional e local. Para as pequenas áreas
geográficas ou subpopulação, podem construir a única doente de informações para um conjunto alargado de
características demográficas socioeconómicas e no domínio da habitação.

Indicadores Demográficos
Indicadores demográficos Sigla Definição Fórmula

População absoluta PA Nº de habitantes de uma


determinada região
Densidade populacional DP Nº de habitantes por km2 DP= PA ÷ Sup. (km2)

Natalidade N Nº total de nados-vivos


ocorridos durante 1 ano
num determinado território
Mortalidade M Nº de óbitos ocorridos
durante 1 ano num
determinado território
Crescimento natural/saldo CN/SF Diferença entre a N e a M CN= N – M
fisiológico durante 1 ano num
determinado território
Taxa bruta de natalidade TN Nº total de nascimentos por TN= N ÷ PA × 1000 (‰)
cada 1000 hab. numa
determinada área e num
determinado período de
tempo
Taxa bruta de mortalidade TM Nº total de óbitos por cada TM= M ÷ PA × 1000 (‰)
1000 hab. numa
determinada área e num
dado período de tempo
Taxa de crescimento TCN CN por 1000 hab. diferença TCN= TN – TM (‰)
natural entre a TN e a TM
Taxa de mortalidade infantil TMI TMI = M < 1 ano ÷ N × 1000

Esperança de vida à Nº medio de anos que uma


nascença pessoa à nascença pode
esperar viver
Taxa de fecundidade TF Nº total de nado-vivos por TF= N ÷ nº mulheres (15-
cada 1000 mulheres em 49) × 1000
idade fértil (15-49)
Índice de renovação das Nº de filhos que cada
gerações mulher devia ter para que
as gerações pudessem ser
substituíveis (2,1)
Emigração E Saída de nacionais do país

Imigração I Entrada de estrangeiros


para o nosso país
Saldo migratório SM Diferença entre a I e a E, SM= I - E
durante 1 ano num dado
território
Taxa de crescimento efetivo TCE Crescimento real da pop. TCE= (N-M) + (I-E) ÷ PA ×
durante 1 ano por cada 1000
1000 hab.
Índice de Envelhecimento IE Relação entre o nº de IE= P. 65+ ÷ Pop. 0-14
idosos (65+) e o nº de ×100
jovens (0-14)
Índice de dependência de IDJ Relação entre o nº de IDJ = Pop. 0-14 ÷ pop. 15 –
jovens jovens e a Pop. em idade 64
ativa
Índice de dependência de IDI Relação entre o nº de IDI= pop. 65+ ÷ pop. 15-64
Idosos idosos e a pop. em idade
ativa
Índice de dependência total IDT Relação entre a pop. IDT= pop. 0-14 + pop. 65 +
dependente e a pop. em ÷ pop. 15-64 anos
idade ativa

Evolução da TN em Portugal desde meados do séc. XX


 A tendência do nº de nascimento em Portugal neste período é de um decréscimo.
 O período de 1975 a 1977 contraria esta evolução devido a fatores como o regresso dos portugueses das ex-
colónias.
 Entre 1960 e 2011, o ano que registrou o nº de nados-vivos.
 Mais elevado foi em 1960 (220000 nascimentos)
 Mais baixos foi em 2011 (97000 nascimentos)

A diminuição da TN neste período deve-se a:

 Desenvolvimento e prática corrente do planeamento familiar e a generalização da utilização dos métodos


contracetivos.
 Emancipação feminina e crescente entrada da mulher no mercado de trabalho.
 Aumento das despesas com os filhos com a educação, saúde e a alimentação.
 Melhoria do nível de vida da população e a maior preocupação em possuir e manter um maior conforto e
qualidade de vida.
 O decréscimo do nº de casamentos e o aumento do nº de divórcios.
 As dificuldades na aquisição de habitações, sobretudo nas cidades, dado o seu alto preço.
 Aumento da idade do casamento e do nascimento do primeiro filho devido, em parte, ao prolongamento dos
estudos e das dificuldades de acesso ao primeiro emprego e do crescente desemprego entre os jovens.
 Desejos de realização profissional por parte da mulher.

O período entre 1995 e 2000 foi uma exceção na tendência de descida do último meio século.
A ligeira subida foi devido:

 À numerosa população imigrante presente no nosso país.


 À alteração no calendário da natalidade, ou seja, o adiar do nascimento do primeiro filho, o que traduz um
aumento da idade média da mulher no momento do nascimento do seu primeiro filho.

A TN é mais elevada nas RAA e RAM bem como nas áreas litorais de Portugal Continental.
A TN é mais baixa no interior e norte de Portugal Continental.

Evolução da TM em Portugal desde meados do séc. XX


Temos assistido a uma diminuição da TM neste último meio séc.
Assistindo-se a uma certa estabilização em valores que rondam os 10 óbitos por cada 1000 hab.

 Nos tempos mais recentes, temos verificado um ligeiro acréscimo da M na população com idade superior a 75
anos.

A diminuição da TM neste período deve-se a fatores como:

 A melhoria do nível de vida da população, que se refletiu na melhoria nas condições alimentares e das condições
de habitabilidade, como o saneamento básico.
 O desenvolvimento da medicina preventiva e curativa.
 A intensificação dos cuidados primários de saúde e a melhoria na assistência médica.
 A melhoria dos hábitos de higiene.
 A melhoria das condições de trabalho, como a redução do nº de horas diárias e as melhores condições de
segurança.
 A diminuição da taxa de analfabetismo.

Os últimos anos são marcados por um ligeiro aumento da TM, sobretudo na população mais idosa fruto de:~

 Envelhecimento da população.
 Doenças cardiovasculares, cancro e diabetes.
 Acidentes de viação.

Distribuição da TM no território português na atualidade


É mais elevada na Beira Baixa, Alto/ Baixo Alentejo, Beiras e Serra da Estrela, (Interior mais deslocado para o
Alentejo).

É mais baixa em Lisboa, Norte e Litoral.

A evolução da TMI em Portugal desde meados do séc. XX


 A TMI tem decrescido significamente em Portugal sendo o nosso país, no seio da EU, aquele que registrou um
maior decréscimo desde 1960.
 A variação da TMI traduz uma melhoria das condições de vida da população, do modo de vida e do
desenvolvimento medico-sanitário que o nosso país sofreu neste período.

TMI decréscimo acentuado


 Melhoria da assistência medica materno-infantil (cuidados prestados, vacinação)
 Crescente procura das mães por serviços associados à maternidade.
 Melhoria das condições de higiene.
 Melhoria da dieta alimentar, da mãe e das crianças.

Distribuição da TMI no território português na atualidade


É mais elevada na região Centro.
É mais baixa no Litoral.

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