Este white paper vem de uma necessidade que percebemos ao longo dos
3 anos de existência da Tradelab no Brasil: O mercado programático que
conhecemos é palpável, porém difícil de mapear em profundidade.
O primeiro estudo significativo desse gênero foi o do IAB Brasil: em 2018, esti-
mava que os displays programáticos no país correspondiam a 22,5%1 dos inves-
timentos em digital - mais de 3 bilhões de reais.
Excelente leitura!
A coleta das respostas foi feita entre janeiro e março de 2019, impulsio-
nada pela divulgação em redes sociais, grandes veículos dos mercados
de Propaganda e de Negócios e do portal especializado Mundo do
Marketing.
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COM QUEM FALAMOS
Os participantes foram convidados a se classificarem entre profissionais de
agência, anunciantes ou prestadores de serviços. Caso marcassem a última
opção, os respondentes eram levados à página de agradecimentos do
questionário, já que entendemos que um prestador de serviço conhece
profundamente o mercado programático e suas respostas poderiam enviesar
os resultados da pesquisa. É importante salientar que o número total de
respondentes não é igual em todas as perguntas – algumas questões do
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questionário aplicado dependiam de (e mudavam de acordo com) respostas
precedentes.
Descobrindo quem
setor de e-commerce/varejo.
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Dentro das agências, os setores mais atendidos eram os de bens de consumo,
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alimentos e bebidas e vestuário – mas até serviços para o Governo foram
mencionados.
Análises e percepções
do mercado
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UM MERCADO QUE DESCOBRE A PROGRAMÁTICA POR A busca por informação ocorre mais em veículos nacionais – por isso, a necessi-
dade da discussão de diferentes temas ligados à mídia, como mudanças em mo-
CAMADAS
delos de compras, alternativas, estratégias e contexto do Brasil pelos diferentes
Os profissionais brasileiros não são desinformados. Eles lêem sobre novos players que compõem esse mercado.
formatos de mídia e, mais do que isso, trocam informações sobre o tema com
parceiros e agências, além de ter como fontes as redes sociais.
Classifique, da mais frequente para a mais esporádica, as fontes
Entretanto, eles entendem que ainda há que se explorar a programática no Brasil. onde você costuma procurar sobre mídia programática
Boa parte dos entrevistados alega que poderia conhecer mais sobre a mídia
programática: embora mais de 35% dos entrevistados conheça bastante sobre o Sites brasileiros especializados
4.7
em publicidade
tema, apenas 5,4% dos profissionais afirma dominá-lo. A mesma porcentagem
de pessoas admite não o conhecer. Redes sociais (LinkedIn,
Facebook, Instagram, Twitter)
4.33
Newsletters sobre o
2.96
Não conheço 5.4% tema
Outros 2.30
Já li algo sobre, mas meu
32.4%
conhecimento é limitado
*Os resultados acima são baseados em um scoring de 0 a 10, ponderando as escolhas, múltiplas ou
Meu conhecimento
27% não, de cada usuário.
éintermediário
6 7
Ainda assim, nuances programáticas acabam confundindo a maior parte dos EM CONSTANTE EVOLUÇÃO
entrevistados:
A mídia programática pode não estar sedimentada no país, mas os dados
apontam que essa é uma situação temporária. Essa é uma conclusão inferida
tanto pelo entendimento do uso estratégico da programática, quanto pela per-
cepção da performance brasileira, com relação à internacional.
Para você, é clara a diferença entre mídia
programática e RTB (real-time bidding)?
59.3% 40.7%
Não Sim Quando perguntados, os brasileiros classificaram a programática como uma
ferramenta útil para branding, mas orientada para os resultados da perfor-
mance. Eles foram estimulados a posicionar, entre branding e performance,
onde a automação se encaixaria, sendo Branding o marco zero e Performance, o
máximo (100):
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E, apesar de reconhecerem que ainda falta um caminho de amadurecimento na Qual modelo de atribuição você utiliza na
prática, já consideram que o mercado brasileiro vive um momento de empresa em que trabalha?
maturidade intermediária, com relação aos mercados estrangeiros. Quando soli-
citamos a classificação entre nada maduro (0) e muito maduro (100), a nota 45%
média foi de 37:
40%
35%
30%
Nada maduro 37 Muito maduro
25%
20%
Outra evidência, não declarativa, de que o mercado ainda tem a evoluir é o tipo de 15%
modelo de atribuição que os profissionais usam atualmente. Para mais de 40% 10%
deles, o last click ainda parece o modelo mais adequado.
5%
conversão ao último impacto com clique (enquanto uma campanha pode ter Outros Teste AB Linear Last Click Pós-view
construído todo o caminho daquele clique, antes que o consumidor se decidisse
por ele).
10 11
Por fim, um último aspecto que leva acreditar em um amadurecimento próximo PRINCIPAIS INSIGHTS
do mercado programático é a tendência de maior utilização dessa mídia entre
os tomadores de decisão: entre os que ainda não usam programática no plano • 94,6% já estão familiarizados, em algum nível, com a programática;
de mídia (25,9%), mais da metade (57,2%) pretende integrá-la ao plano de mídia
até o fim de 2020: • Sites brasileiros e redes sociais são as principais fontes de informação;
Mais de 1 ano 14,3% • 71,4% dos entrevistados que ainda não usam programática pretendem
integrá-la ao plano de mídia no futuro.
Entre 6 meses e 1 ano 42.9%
Isso pode vir, em parte, pela presente necessidade de digitalização das agências
e, por outro lado, das dificuldades encontradas por alguns anunciantes para fazer
rápidas transições.
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3
AFINAL, COMO SE USA A PROGRAMÁTICA NO BRASIL?
Ao serem perguntados sobre os investimentos em programática dentro do uni-
verso dos planos de mídia digitais, os profissionais responderam que destina-
vam, em média, 35% do budget à automação de mídia. Apesar de não atingir a
marca dos 80%, como os países mais versados nessa operação de mídia, já se
revela uma porcentagem significativa de investimento para esse fim5.
PRÁTICA ATUAL,
10%
5%
0%
EXPECTATIVAS E AÇÕES
Video Formatos IAB Rich Media Formatos de Native Formatos Outros
alto impacto advertising exclusivos mobile
PARA O FUTURO
*Atenção: as somas acima excedem 100%, pois são relativas às médias declaradas para cada formato
5Pode parecer tentador, mas essa não é uma estimativa comparável ao AdSpend IAB 2018, por causa das meto-
dologias e, sobretudo, das amostras utilizadas
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ENTRE ‘MOBILE FIRST’ E ‘MOBILE ONLY’, MOBILE ALWAYS Além de permear novos formatos de campanha, uma notícia animadora para o
mercado programático é a importância que ele conquista entre os meios
Ao perguntarmos sobre os principais devices usados para as campanhas pro- não-programáticos:
gramática, concluímos que, apesar da maioria das campanhas ser cross-de-
vice, um suporte é preferência nacional: o mobile.
Outro 0%
Entre os meios que mais cederam recursos para as campanhas programáticas,
Video Game 0% estão os impressos (50%), eventos (33%) e social (33%).
Tablet 41.2%
Quem usa a programática entende bem uma coisa: se a busca é por audiência,
essa é a mídia certa para se usar (de acordo com 90% dos entrevistados).
Desktop 88.3%
Outras vantagens percebidas são o alcance e a facilidade em avaliar a perfor-
Smartphone 100%
mance da campanha.
Por outro lado, a mídia não é interpretada como um meio seguro para a publi-
*Atenção: as somas acima excedem 100%, pois os entrevistados
podiam escolher mais de um device
cidade, mesmo com o surgimento de empresas destinadas exclusivamente
para garantir a segurança das marcas na internet. Um terceiro ponto a se notar
é que vantagens frequentemente comunicadas pelos players da mídia pro-
gramática, como maior oferta de inventário e mensuração, não são facilmente
lembradas pelo mercado.
16 17
Quais as vantagens que você associa à mídia programática?
CURIOSAMENTE, BRAND SAFETY FOI CLASSIFICADO COMO A MENOS
IMPORTANTE ENTRE AS QUESTÕES RELATIVAS À PROGRAMÁTICA.
Outros 5%
Controle e
20% Investimento 1 3.5 5
transparência
Desempenho 1 3.41 5
Fácil mensuracão 30%
Relevância 1 2.91 5
Alcance 50%
Transparência 1 2.77 5
Melhor
50%
performance Brand safety 1 2.41 5
Targeting de
90%
audiência
*Gráfico baseado em um sistema de scoring, em que os entrevistados
deveriam atribuir uma nota, de 1 (mais importante) a 5 (menos impor-
*Atenção: as somas acima excedem 100%, pois os entrevistados tante), a cada um dos desafios citados
podiam escolher mais de uma opção
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Com relação à mensuração, nota-se uma influência grande das outras táticas digi- DADOS, DADOS EM TODOS OS LUGARES
tais sobre a percepção programática: o CPL se sobrepõe a métricas controláveis
pela programática, como viewability e CPM. Tão importante quanto saber de que forma o ecossistema programático se
organiza é saber como alimentá-lo com dados. Segundo os entrevistados, os
principais dados utilizados eram os 1st party, que são de posse (e de confiança)
do próprio anunciante.
Quais indicadores você considera importantes para uma campanha programática?
*Atenção: as somas acima excedem 100%, pois os entrevistados podiam escolher mais de uma
opção *Atenção: as somas acima excedem 100%, pois os entrevistados podiam
escolher mais de uma opção
APESAR DO CONHECIMENTO SOBRE ALTERNATIVAS, ESTRATÉGIAS Essa divisão é positiva, indicando que são poucos os anunciantes que
DE MENSURAÇÃO PROGRAMÁTICA NÃO SÃO TÃO DESENVOLVIDAS. subestimam o uso de dados nas campanhas e que eles confiam muito nos dados
próprios. Por outro lado, o baixo uso de dados de terceiros revela que a variedade
de estratégias programáticas ainda pode crescer muito.
20 21
Quais fatores externos você acredita que influem no sucesso de
Outro fato que indica caminhos de melhoria é que metade dos entrevistados uma estratégia de mídia programática?
que admitiu usar dados para as campanhas não busca dados reconciliados, o
que indica que nem todas as campanhas programáticas lançadas por eles têm
um controle fiel do impacto sobre os usuários: Device utilizado para o
24%
acesso
22 23
Ainda assim, para a maior parte dos entrevistados, as empresas não estão prepa- PRINCIPAIS INSIGHTS
radas para encarar as mudanças em um futuro próximo:
• Para 37,8% dos entrevistados, a programática ainda é um assunto para se
descobrir;
Você considera sua empresa • A programática é estudada em portais nacionais e redes sociais e sua
preparada para se adaptar à nova lei 54.6% 45.5% maturidade é percebida como intermediária entre os profissionais brasileiros;
brasileira de proteção de dados? Não Sim
Quais medidas têm sido adotadas? • A maior parte dos dados utilizados nessas campanhas (62,5%) são próprios
(first party);
Criação de processos internos
52.1%
de segurança e auditoria
• Apenas 45,5% das empresas se consideram preparadas para a LGPD
Contato com os clientes 57.2%
e a principal estratégia adotada por elas é a revisão dos canais digitais (79,7%).
Reavaliação de empresas
61%
parceiras
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TOP 10 INSIGHTS DESSE ESTUDO
• All you need is creativity: para 91%, o conceito criativo influencia mais a
programática do que o device (24%) ou a usabilidade (70%)
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