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FACULDADE UNINASSAU – CAMPUS REDENÇÃO

CURSO: BACHARELADO EM FARMÁCIA


DISCIPLINA: BIOQUÍMICA CLÍNICA
PROFESSORA: Me. TACYANA PIRES DE CARVALHO COSTA

COMPOSTOS NITROGENADOS
NÃO PROTÉICOS
DEFINIÇÃO
▸ São compostos originados do catabolismo de proteínas e
ácidos nucléicos.
▸ Tradicionalmente utilizado para monitorar a função renal.
▸ Mais de 15 compostos são de interesse clínico.
Compostos % de NNP
Uréia 40
Aminoácidos 20
Ácido Úrico 20
Creatinina 5
Creatina 1-2
Amônia 0-2
Principais compostos de nitrogênio de baixo peso molecular (conforme Burtis et al. 1994):

NITROGÊNIO COMPOSTO BAIXO FONTE SIGNIFICADO CLÍNICO E BIOQUÍMICO


PESO MOLECULAR
Uréia Amônia Doença hepática
Doença renal
Aminoácidos Proteínas Doença hepática
Doença renal
Erros inatos do metabolismo
Ácido Úrico Nucleotídeos de Distúrbios do metabolismo da purina
purina Lise celular excessiva
Creatinina Creatina Doença renal
Amônia Aminoácidos Doença hepática
Doença renal
Erros congênitos de enzimas da ciclo de uréia
Principais compostos de nitrogênio de baixo peso molecular (conforme Burtis et al. 1994):
NITROGÊNIO COMPOSTO BAIXO PESO MOLECULAR FONTE SIGNIFICADO CLÍNICO E BIOQUÍMICO

Uréia Amônia Doença hepática


Doença renal
Aminoácidos Proteínas Doença hepática
Doença renal
Erros inatos do metabolismo
Ácido Úrico Nucleotídeos de purina Distúrbios do metabolismo da purina
Lise celular excessiva
Creatinina Creatina Doença renal

Amônia Aminoácidos Doença hepática


Doença renal
Erros congênitos de enzimas da ciclo de ureia

Proteólise Transaminação Ciclo da uréia


desaminação oxidativa
Proteínas Aminoácidos Amônia Ureia
Esquema: Relações entre alguns compostos nitrogenados
ÁCIDO ÚRICO
▸ BIOQUÍMICA
Produto principal do catabolismo das purinas.
xantina-oxidase
Xantinas Ácido Úrico
 Convertido no Fígado e transportado pelo plasma, do fígado
para os rins. Onde é filtrado pelos glomérulos.
 Reabsorção de 98 a 100% nos túbulos proximais e pequenas
quantidades secretados nos túbulos distais.
Dosagem de Ácido Úrico
Trinder Enzimático – Uricase
Colorimétrico

Finalidade
Determinação quantitativa do ácido
úrico no soro, plasma e urina para uso
de diagnóstico
Amostra
Soro; Plasma (EDTA, heparina);Urina
e Líquidos (amniótico e sinovial).
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Dosagem de Ácido Úrico
Trinder Enzimático – Uricase
Colorimétrico
Interferências
Bilirrubina > 19mg/dl
Hemoglobina > 90mg/dL
Triglicérides > 1800mg/dL
Intervalo de referência
Crianças: 2,0 a 5,5 mg/dL
Adultos: Homens: 3,5 a 7,0 mg/dL
Mulheres: 2,5 a 6,0 mg/dL
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SIGNIFICADO CLÍNICO
Hiperuricemia
Primária: Metabolismo das purinas
 Gota

Defeitos de Excreção:
 Insuficiência Renal: Glomerulonefrite Aguda - precede a retenção de
Uréia. Na Nefrite Crônica, Anúria Obstrutiva (Câncer de Próstata), Rim
Policístico.
 Insuficiência Cardíaca Congestiva: devido a eliminação retardada de
origem circulatória.

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Doenças Relacionadas - GOTA
Sinopse Fisiopatológica

Sumário das Dosagens de Ácido Úrico


Ácido Úrico no soro: Aumentado
Ácido Úrico na urina: *Normal ou Aumentada

* Geralmente associado à insuficiência renal crônica

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CREATININA
Bioquímica
 Sintetizada no fígado pâncreas e rins, de aminoácidos arginina,
glicina e metionina.
 Transportado através do sistema circulatório para os
músculos,cérebro e outros órgãos onde é convertido em
fosfocreatina que serve como fonte de reserva de energia mais
comumente como ATP.
 É produzida como produto da degradação de creatina e
fosfocreatina.
 Quantidade creatinina medida é proporcional à massa
muscular.

 Corrente sanguínea excretada pela urina.


 Indivíduo normal , clearence de creatinina excede a filtração
glomerular na razão de 10 a 40%.
 Pequenas quantidades podem ser reabsorvidas pelos túbulos
renais numa razão de baixo fluxo.
 A concentração de creatinina no soro é diretamente
proporcional à função renal dos glomérulos e massa muscular
do corpo

 Geralmente é um pouco mais alto homens do que nas


mulheres.
Dosagem de Creatinina

▸ Métodos Químicos - Jaffé


▸ Métodos Enzimáticos:
Cinético de Jaffé

Creatinina reage com ácido pícrico em


meio alcalino para formar produto
amarelo-alaranjado.

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Dosagem de Creatinina Jaffé modificado

Finalidade
Determinação quantitativa da
creatinina no soro, plasma e urina
para uso de diagnóstico.

Princípio
A creatinina reage com picrato
alcalino,formando um complexo de
cor amarelo avermelhado (reação de
Jaffé).
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Dosagem de Creatinina Jaffé modificado

AMOSTRAS
Soro e plasma (heparina, citrato,
EDTA, oxalato e fluoreto) A creatinina
é estável por 4 dias de 2 a 8 ºC.
Urina: Utilizar amostra colhida no
período de 24 horas, não havendo
necessidade de adicionar
conservantes.
Estável por 4 dias de 2 a 8 ºC.

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Dosagem de Creatinina Jaffé modificado

Interferências
Bilirrubina > 5mg/dl
Hemoglobina > 180mg/dL
Triglicérides > 250mg/dL
Dosagens no sangue:
Evitar exercício excessivo 8 horas
antes do teste;
Evitar ingestão de carne vermelha
em excesso durante 24 horas antes
de coletar o sangue.
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Dosagem de Creatinina Jaffé modificado

Intervalo de referência
Soro e Plasma
Adultos Mulheres: 0,5 - 1,1mg/dL
Adultos Homens: 0,6 - 1,2mg/dL
Recém-nascido: 0,3 - 1,2mg/dL

Urina
Mulheres: 16 a 22mg/kg peso/24 horas
Homens: 21 a 26mg/Kg peso/24 horas
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SIGNIFICADO CLÍNICO (Sangue)
Valor Aumentado
Diminuição do Fluxo sanguíneo Renal: Insuficiência Cardíaca Congestiva,
Choque, Desidratação.
Insuficiência Renal por decréscimo de filtração glomerular.
Obstrução do trato urinário
Intoxicação por metanol
Drogas:metildopa, trimetropim, cefalosporinas, ácido Ascórbico.

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SIGNIFICADO CLÍNICO (Sangue)
Valor Diminuído
Desnutrição
Diminuição da massa muscular
Doença hepática severa
Gravidez

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Significado Clínico - Urina

Aumentada
Diabete mellitus
Doenças infecciosas
Encefalite Diminuída
Hipotireoidismo Distrofia muscular
Adenoma Hipofisário Doença Muscular inflamatória.
Hipertireoidismo
Anemia
Leucemia

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URÉIA
Bioquímica
Produto metabólico nitrogenado, formado no fígado como
produto final da quebra de aminoácidos. Depois que a uréia é
formada no fígado, ela é transportada pelo plasma até os rins,
onde é excretada na urina. Esta uréia em “trânsito” é
mensurada em uma amostra de plasma e, portanto, a
concentração plasmática de uréia pode ser afetada por vários
fatores diferentes.
Amônia Uréia
FATORES QUE INFLUENCIAM CONCENTRAÇÃO DE URÉIA NO PLASMA

 Fatores alimentares

 Fatores metabólicos

 Falha no ciclo da ureia

 Insuficiência renal
Dosagem de Ureia METODOLOGIA - UREASE

FINALIDADE - determinação
quantitativa da ureia no soro,
plasma e urina.

PRINCÍPIO
A Uréia é hidrolisada a íons amônio e CO2 pela urease
Uréia + 3 H2O Urease→2 NH4+ + CO2 + 2 OH. A amônia reage dando
origem a um composto esverdeado cuja intensidade de cor é proporcional à
concentração de Ureia na amostra analisada.
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Dosagem de Ureia METODOLOGIA - UREASE

Amostra
Soro; Plasma (Fluoreto,
Oxalato,Iodoacetato, EDTA,
heparina) e Urina;
A Ureia é estável no plasma ou soro
por 7 dias entre 2 e 8º C e 90 dias a -
10 ºC.
Urina: coletar amostra de 24horas em
frasco contendo 2,0 mL de HCl a 50%
(V/V).
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Dosagem de Ureia METODOLOGIA - UREASE
Influências Analíticas
O anticoagulante Fluoreto pode inibir
a urease.
Não utilizar anticoagulante contendo
amônia.
Há aumento após exercícios, com a
idade, alimentação(mulheres).
Mulheres grávidas há diminuição dos
valores.
Há variação cicardiana. Fazer os
testes no mesmo horário.
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Dosagem de Ureia METODOLOGIA - UREASE

Interferências
Bilirrubina > 32mg/dl
Hemoglobina > 80mg/dL
Triglicérides > 900mg/dL

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Dosagem de Ureia METODOLOGIA - UREASE

Intervalo de referência
Soro ou Plasma
Crianças e Adolescentes
Idade mg/dl
1 Dia a 12 meses 2 a 34
1 a 13 anos 8 a 36

Adultos : 15 a 45mg/dl

Urina: 26 a 43g/24 horas


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SIGNIFICADO CLÍNICO
Valor Elevado:
Fisiológico: Dieta hiperprotéica, > 40 anos
Catabolismo: Febre,Septicemia, Queimadura. Diminuição:
Causas Pré-renais: descompensação cardíaca, ocorre apenas em poucas
choque traumático, choque hemorrágico, situações, como na
desidratação aguda, perdas de eletrólitos insuficiência hepática
Renais: Insuficiência renal aguda e crônica, aguda, na inanição, no
pielonefrite, nefrite, necrose tubular. último trimestre da
Pós-Renais: Obstrução no trato urinário – gravidez.
cálculos,carcinoma, pólipos.
Doenças Relacionadas - DESNUTRIÇÃO
Sinopse Fisiopatológica

Sumário das Dosagens de Ureia e Creatinina


Ureia no sangue: Aumentada
Creatinina no sangue:Aumentada
Ureia na urina: Aumentada
Creatinina na urina:Aumentada

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Doenças Relacionadas – ÚLCERA GÁSTRICA COM SANGRAMENTO
Sinopse Fisiopatológica

Sumário das Dosagens de Ureia


Ureia no sangue: Aumentada
Ureia na urina: Aumentada

35
Doenças Relacionadas – INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CONGESTIVA
Sinopse Fisiopatológica

Sumário das Dosagens de Ureia e Creatinina


Ureia no sangue: Aumentada
Creatinina no sangue: Aumentada

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Doenças Relacionadas – DISTROFIA MUSCULAR
Sinopse Fisiopatológica

Sumário das Dosagens de Creatina e Creatinina


Creatina no sangue: Aumenta
Creatinina no sangue:Diminui
Creatina na urina: Aumenta
Creatinina na urina:Diminui

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CLEARENCE de
CREATININA
PROVAS DE FUNÇÃO GLOMERULAR

PROVAS DE DEPURAÇÃO (Clearance)


• É a medida da velocidade de remoção de uma substância do sangue
durante a sua passagem pelos rins.
• Depende da concentração plasmática da substância
e da taxa excretória que envolve a TFG.
• Melhor método disponível para estimar a presença de lesão glomerular
difusa de grau leve a moderado;
• Estimativa da depuração renal: D = UV/P U= concentração da urina
V= volume urinário
P= concentração de creatinina no plasma
PROVAS DE DEPURAÇÃO (Clearance)

Clearance ou depuração renal define o volume de plasma, do qual uma


substância X é toda removida e excretada na urina. Assim, a depuração
define o menor valor de plasma do qual X pode ser depurado. O clearance
de uma substância X é definido pela equação:
Cx = Ux . V
Px

Onde: Cx = Clearance da substância X


Ux = Concentração da substância X na urina(mg/ml)
V = Volume urinário por minuto (ml/min)
Px = Concentração plasmática da substância X (mg/ml)
PROVA DE DEPURAÇÃO DA CREATININA
1. Hidratar o paciente com no mínimo 500 mL de água, evitar a ingestão de chá, café e
drogas durante o dia da prova;
2. A seguir o paciente deve esvaziar completamente a bexiga e anotar a hora;
3. Recolher toda a urina por um período de tempo determinado(4,12 ou 24 horas),
guardando a mesma em refrigerador durante a coleta;
4. Manter o paciente bem hidratado durante a coleta para conseguir um fluxo urinário igual
ou maior que 2 mL/minutos;
5. A amostra de sangue deve ser obtida em qualquer momento durante o período de
colheita da urina;
6. Medir o volume de urina e anotar tanto o volume como o período de tempo de colheita
em minutos;
7. Determinar a concentração da creatinina plasmática e urinária.
Cálculos da Depuração
DCE = U x V x 1,73 / S x A

U = Creatinina na urina (mg/dL);


S = Creatinina no soro (mg/dL);
V = Volume minuto (volume de urina colhido/tempo
de colheita em minutos);
A = Área de superfície corporal do paciente;
1,73 = Área de superfície corporal média (K)
NOMOGRAMA PARA CÁLCULO DA SUPERFÍCIE CORPORAL
Valores de Referencia
Depuração de creatinina endógena:

Idade ml/min/1.73m2

Crianças 70 a 140
Adulto - Homem 88 a 128
Adulto - Mulher 97 a 137

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