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I
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1
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Rio de Janeiro
Fundação Getúlio Vargas
Instituto de Estudos Avançados em Educação
1989
--~ _.- I
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1
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1
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I A meu pa..i,
A Noêm.ia.,
6.il ho /) da. t:. elOta.
1 na. f~a.nca. e em Mina./)
lheh devolvo a.qui um poueo
do que me delta.m.
!
11
APRESENTACÃO
çaj
IV
bowski que, com a sua competência e coerência, foi de funda-
mental importância nesta caminhada.
v
SUMÁRIO
1.1 - Introdução 21
1.5 - Conclusão 88
VI
CAP!TULO 2 - A EMERGENCIA DE UMA CLASSE - (1974-78) 91
2.1 - Introdução 91
VIII
3.3.1.5 - A luta pelo preço da produção, contra os interme-
diários e o banco. Os grupos de revenda 254
3.3.1.6 - A luta pelas vicinais 265
3.3.1.7 - A luta dos pescadores contra os predatores. A con-
quista da Colônia Z 20 271
IX
4.2.5.2 - Intervenção gorada 354
4.2.5.3 - O incêndio da sede do STR 360
se e.ncontrar 385
ANEXOS 417
..
GLOSS~RIO 421
BIBLIOGRAFIA 424
x
R E S UMO
XI
teracão, concretizado nas suas lutas (por terra, saúde, es-
trada, melhores preços para a sua produção, contra a pesca
'predatória, etc.) e na sua organização, o campesinato santa-
reno forja a sua identidade coletiva, sua consciência de
classe.
XII
RESUME
XIII
trois "degrés" ou "moments" constitutifs, selon Gramsci, de la
conscience de classe: le "moment économique-corporatif", le mo-
ment syndical et le moment politique. Dans ce processus d'inter-
action concrétisé dans ses luttes Cpour terre, santé, routes et
transports, meilleurs prix pour la production, préservation de
la pêche, etc.) et dans son organisation, la paysannerie de San
tarém forge son identité collective, sa conscience de classe.
XIV
INTRODUÇÃO
O FOGO DO INCENDIO
te.
do poder do Estado.
-
Processo e , portanto, o surgimento constante mas
sempre renovado do homem coletivo. Como o animal que vai
trocando de pele com a nova estação, ele se renova, se puri
fica. Gramsci chama a isso de "catarsis":
I
19
f
f
20
CAPfTULO 1
PERCORRER OS CAMINHOS DA
RESISTENCIA, HUMANIZAR O ESPAÇO, FAZER A HISTÓRIA
canta de dor
can-
tar,
-
......
o, --
o, o, o, o
Ecoa noite e dia/ es o vencedor/
ai mas que agonia/ ê o canto do
trabalhador/ este canto que devia/
ser um canto de alegria/ soa apenas
......
como um soluçar de dor, o, o, o, ......
o. "
(Canto das três raças)
1
1
.21
1.1 - INTRODUÇÃO
Ií
De fato, nao seria a afirmação de Marx demasiadame~
I
â
e internacional - não seria história, mas no máximo
crônica de datas, dados e acontecimentos. Se fazer
mera
histó-
ria é agir sobre o nosso mundo, transformá-lo e humanizá-lo,
I
é impossível separar o campesinato de Santarém das grandes
forças sociais em açao no mundo e que o "puxaram" e "puxam"
para participar.
j I
!
I
,-
-;)
tes ressalvas:
I - O mapa I apresenta a geografia física. ~ preciso nao
imaginar esse espaço como se fosse uma superfície de gr~
cada - -
da varzea no sentido transversal, mostra os tipos
de nichos criados pela alternância de enchentes e vazantes
do rio. A cada um corresponde um ambiente original em que
o solo (fertilidade), a água, a vegetação combinam-se de mo
do diferente, propiciando formas de vida e de atividade hu
mana diferenciadas.
I
l
Nesse ambiente viviam tribos dispersas preocupadas
em controlar um território suficiente para assegurar sua so
!
i
brevivência, combinando de modo diferenciado, conforme a
t
] sua referência principal - a mata ou o rio -
e a epoca do
ano, a pesca, a caça, a colheita dos frutos silvestres e a
cultura do roçado: mandioca, milho, algodão, frutas.
f
-,
.' ,
I
amplia. O resultado, no plano interno no
Brasil, é uma divisão do trabalho entre
a região de produção do açúcar e a re-
gião de captura do índio"(Grzybowski, c.
1979, p. 39-40).
-
tava-se a agromanufatura do açucar, e os colonos apelavam
1
I
para a escravização do índio amazonense (Aquind, 1982, p.
48).
I
Além desse imperativo decorrente da economia do
açúcar, a ocupação da Amazônia e a economia extrativista
impunham a escravização indígena. Como escreve o historia
dor da Amazônia, Arthur Cezar Ferreira Reis:
I
f
I
As conseqtlências para a população indígena em ge-
I
ral e a do Tapajós em particular foram dramáticas. Se hoje
If
f
-
so se encontram os índios Munduruku, ocupantes do médio
e alto Tapajós, voltados para a mata, caçadores e agricult~
II
f
r
pois a escravidão indígena era um negócio interno à colônia
e não trazia lucros no seu comércio para a metrópole. Porém,
ao "domesticar" e destribalizar os índios, a política jesuJ.
ta levava, no fim, ao mesmo resultado: o desaparecimento das
nações e tribos indígenas. Ademais, envolvida nas ativida-
des comerciais, mesmo que destinadas a sustentar a Ordem,
a Companhia de Jesus estava sintonizada com o espírito que
presidiu à colonização do Brasil.
1
1 j
I
j
saltos decorrentes dos sucessos políti-
I
I I
1
I
39
I
coso índios e escravos africanos, traba
lhados por espíritos agitadiços, opunham
embaraço ao tráfego e i exploração das 'drogas'
I que se colhiam secularmente na floresta.
Recordando (uma operação militar ante-
j rior) apelava para a consciência do go-
vernante, a fim de que viesse em socorro
dos que desejavam criar riqueza na expl~
I
,
r
I
40
I
fatura" (Aquino, 1982, p. 171).
I
dor, o português aparecia como dominador e essa situação ser
via bem aos interesses ingleses que lucravam com a colônia,
sem ter o ônus da administração da colônia e o desgaste de
serem os colonizadores. Neste contexto, como se situavam !
I
as diferentes forças sociais no Pará, às vésperas da
dência?
Indepe~
I
I
t
categorias: os latifundiários, "que mantinham braços escra-
I
I
J
I!
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vos na lavoura, na pecuária e no extrativismo, explorando,
ainda, os sem-terra, transformados em foreiros( ... ) e os
!
f
grandes comerciantes, os exportadores de Belém" (Rocque, ,
1984, p. 52). Boa parte dos fazendeiros era composta de ~
I
l
Havia "roças comuns (ou'fábricas nacionais') que nada mais
eram do que núcleos agrícolas onde os selvagens eram conse~
t
velha monarquia portuguesa. Os latifundiários eram libe-
I
I rais, moderados ou exaltados, conforme a região, sendo que J
IJ I
!
as camadas médias urbanas eram formadas por liberais exal-
tados, setor político que propunha mais amplas reformas.
A Reg~ncia foi dominada pelos liberais moderados, mas n0 Pa
rá, na realidade, continuava o domínio dos conservadores,os
caramurus, apoiados politicamente pela Reg~ncia, "que teim~
I
!
!
14). Em julho de 1837, depois de meses de resist~ncia he-
j I
I
~ I
I r6ica, caiu Ecuipiranga, onde se tinham refugiado os
4-1
caba-
nos. E o que de longe atemorizava as tropas legais, auxilia
das pelos índios Munduruku, que se lançaram ao ataque do
forte, veio revelar a criatividade dos guerrilheiros
nos: "O que aparecia nas trincheiras eram troncos de palmei
caba-
I t
ras pintadas de preto que, vistas de longe, davam a impres-
sao de serem canhões" (id. ibid.). Por muitos meses conti
nuaram lutas esparsas até o aniquilamento da resistência.
Ii
j
do morto pelos Cabanos:
I
!
t I
I I
I
"Ninguém imagina os martírios de que fo-
ram vítimas os infelizes que caíram em
poder das chamadas expedições! Falam so
mente na selvageria dos cabanas e esque-
cem da brutalidade dos apregoados legais!
Destes referem atos cruéis que não depõem
menos contra a natureza humana! Os rebel
des, verdadeiros ou supostos, eram proc~
I
amarrados, sofriam suplícios bárbaros que
muitas vezes lhes ocasionavam a morte!"
(id. ibid. p. 524).
t
Só recentemente está sendo reabilitada a Cabanagem.
Durante quase 150 anos, os "historicidas", assassinos da Hi~
I
tória, segundo Rocque, fi zeram reinar o "terror cul tural".
Exemplo disso ê dado pelo "historiador" santareno Paulo Ro-
driguez dos Santos, na sua crônica de Santarêm, "Tupaiulâ!!
dia". Embora bem recheada de fatos e casos, manifesta a CO!!
tinuidade no poder e na sua visão do mundo da classe domi-
I
nante moaorongo. Os cabanos
tinados, atiçados por más
sao para ele um "magote de amo
cabeças e pelo álcool", "canalha
I
alucinada pelo álcool", "horda vandálica" composta de uma
"malta de refinados malandros e índios viciosos vadios" "ma
tando, devastando, saqueando e pilhando". Retoma por conta
as palavras de Domingos Raiol: "Os rebeldes constituíam, em
sua máxima parte, a população embrutecida e sem escrúpulos,
dirigida por anarquistas afamados que mais se recomendavam
pela audácia e perversidade". o autor nos informa por aca-
J
1.2.5 - A volta do caboclo à marginalização
gr~
!
f
ves conseqUências que poderiam advir da abolição da escra
I
enraizamento do sertanejo, embora crescesse a população ru-
ral na várzea amazônica e no Vale do Tapajós. Na terra fir
me,o sertanejo ocupava-se, ainda de modo predominante, com
I
a produção florestal, assegurando a sua subsistência com a
I
pesca, a caça e a plantação de mandioca. Na varzea, traba-
r
lhava para o fazendeiro, no trato do gado ou nos cuidados da
roça de cacau, e pescava por conta própria, abastecendo a
cidade. Só a borracha tiraria o Norte dessa letargia.
I
i
1
mo ao Mato Grosso. As populações rurais da região abandona
ram suas atividades tradicionais para se lançar a - explora-
I
I t
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i•
t
çao desordenada dos seringais, acompanhada dos índios Mun-
durucus, habitantes do Alto Tapajós, e dos nordestinos, que
I
Ii começavam a chegar ã Amazônia.
destina, voltarei
Ao abordar a colonização no!
a falar da borracha. Quero aqui só as-
I ;
!
-lS I
sina1ar o esvaziamento da várzea santarena que a corrida p!
ra a borracha deve ter provocado nessa época.
I
1i
responsabilidade da direção dos votantes
( ... ) O sr. tenente Filisberto (fazendei
ro] toma conta dos votantes do Trombetas.
- Certamente, por esses me responsabili-
zo eu disse o tenente; - ficam por
minha conta; hei de agasalhá-los, alime~
t
1 tá-Ios e levá-los ã Igreja, sem que pe~
!
I
,f
soa alguma se incomode com eles.
- Eis um procedimento patriótico e digno
de imitar-se - disse amavelmente o Dr.
Justino [advogado] ( ••• ).
Alem dos votantes 'seguros' que andavam
I livremente pelas ruas, e que eram em nú-
1 mero menor, havia os dos 'viveiros', que
-
I
~
so sa1am em bandos, acompanhados sempre
por alguns dos patrões ou por um cabo de
I confiança. I
Os 'viveiros' eram as casas em que
'prendiam os votantes incertos, fartando
os de carne fresca e de cachaça ate a ho
se
I
I
ra de seguirem para a Igreja, em bandos,
guiados pelos chefes, e guardados por to
dos os cabos ( ••• ).
I
J
[
Havia dois grandes viveiros em Õbidos por
ocasião das eleições gerais e municipais
de 1870; um, liberal, em grande armazem
pertencente ao major Jose Bulcão; ou-
tro, conservador, em casa do tenente Fe-
lizberto ( ••• ).
Mal abeirava a canoa do matuto que vinha
para as eleições, ou para algum -
.
negoc10
seu, era o pobre diabo agarrado, obrigado
t a optar entre o 'viveiro do Sr. major' e
I
j
o 'viveiro do Sr. tenente'. -
Se nao
dos conhecidos como tendo dedicação cons
tante ao partido, era conduzido ao vivei
era
I
,
ro e lã encerrado até que chegasse
ocasião de aproveitar-se-lhe o voto" (In
glis de Souza, 1968, p. 122 e 136).
a
1
j
j
Ausente corno ator político, o caboclo, passada a
I
í
1.3.1 - O Nordeste em decadência
cesse escassa.
f
I
I
cional de trabalho, era reservado ao Brasil produzir apenas
a matéria-prima, o algodão, introduzido maciçamente na re-
gião nessa época.
para
I
as suas exportações atingindo trinta e cinco por cento d~
l
1878, de uma população cearense de 800 mil habitantes,
ram 120 mil pessoas. Nos três anos de estiagem, teriam saí
saí
I
I
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,- f)
..l.
l I
1
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I
• res, duas chícaras, duas panelas, uma ca
feteira, dois carreteis de linha e um agu
lheiro. Nada mais. Aí temos o nosso ho
mem no 'barracão' senhorial, antes de se
guir para a barraca, no centro, que o p~
I
I
de sal, 20 quilos de arroz, 30 de char-
i
que, 21 de cafe, 30 de açúcar,
banha, 8 libras de fumo e 20 gramas
6 latas de
de
I
quinino.
750$000.
Tudo isto lhe custa cerca
- deu um talho de
Ainda nao
chadinha, ainda e o 'brabo' canhestro,
de
ma- I
t
I
cha. O Tapaj ós "era por exce lência o rio da borracha" (Reis,
1979, p. 168), e Santarém, o centro que comandava todo o co
I
I I I
I
1870 1887 1900 1910 1911 1912 1915
I
~
Ásia 3 8.753 15.800 28.194 105.867
1
1
I Como resistir? O Brasil dependia totalmente do mercado
externo, do capital estrangeiro que agora seria investido na
Ásia, enfim, de países "que dispunham de todos os setores e
alavancas econômicas da economia da borracha" (Prado Junior,
I
1974, p. 239). Além disso, não havia concorrência possível
entre uma região de extração primitiva e uma plantation r~
f
f
f
as únicas fontes de riqueza pública, nao -
pode assegurar prosperidade real, tendo
a depreciação inevitável na sua forma ru
dimentar e pelo seu meio de devastar sem
culturas e replantas. ~ o que se vê nos
lotes gratuitamente concedidos, os quais,
apos a queima das florestas e a colheita
de algumas culturas, são abandonados em
capoeiras inúteis, sem nenhuma cultura
que garanta a produção efetiva e fixe o
homem. Esse resultado induz a favorecer
as grandes explorações, cujos capitais
exigirão culturas permanentes para asse-
gurar uma prosperidade menos efê~era, b~
rateando o custo da vida no Estado e con
tribuindo para a solução geral da subsi~
tência universal" (Veríssimo, 1935, p.
41).
- Ford
Veríssimo (1935) escreveu o livro A aoncessao
no Par~ para manifestar sua indignação e preocupação. Hist~
I
I
J
I
f
üS
I
munhão nacional, entre os negócios priv~
dos e os negócios políticos, entre o co
mercio e as medidas militares, entre o
dólar e a diplomacia" (id. ibid., p.46).
I f
Já aludi à tensão existente na economia amazônica
durante a época da borracha - bem como o drama vivido por
sua população - entre o produto de exportação, drenando ho
mens e dinheiro, e as culturas de subsistência, para as
quais ambos faltavam. Em 1913, por ocasião da exposição na
cional da borracha, no Rio de Janeiro, o seringalista Ra~~
II
do Pereira Brasil, prefeito de Itaituba, principal área de f
extração da borracha no Tapajós, escrevia, ao propor
mas de colonização:
progr~
I
~
I
I
jós, do Ituqui aos "fundos" do município. A sua formação
geológica é da época do Terciário. Seus solos, de modo ge-
ral, "são bastante arenosos, ácidos e frouxos, profundame~
I
quais 80% nordestinos. Comenta um colono:
f
I
-:' 1
I
1.4 - A FORMAÇÁO DO CAMPESINATO DAS ESTRADAS
}
o que haveria por trás desse discurso, do "milagre
da integração nacional" que, com certeza, arrancava lágri-
mas ao Coronel Andreazza - autor do prefácio ao livro de
Gomes - , Ministro do Interior na época, transformado em
crente da "terra prometida"?
I
I
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75
1
Nordeste, e freando as migrações do Nordeste em direção
às grandes cidades do Sul;
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;" ,
I
78
I
81
adquirir
Ia ter transporte entao. Fala
Eu ficava imaginando: eu
I
vou pra Amazônia e de lá eu vou comunicar
ã família de que eu tou lá" (ent. 1).
I
82
I
t
83
cassos.
i
I
I
88
1.5 - CONCLUSÃO
Tabela 2
Tabela 3
2.1 - INTRODUÇÃO
I ff·
!
1 t
9~
1
ta de liberalização gradual e limitada, cujo tempo e dire-
p. 47).
res empresarias.
feito, sem maior reação popular. "O caso deu causa a que
t
t
q~
- I
eleições de 1974.
militar.
• 181:IOJEUJI-........
MOAQAO GETOLlO VABGM
I 101
I
1
J
102
I !
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J I
1 03
vimento" da "comunidade".
f
tivo "promover, nas parcelas da população com as quais tra-
balha, a educação e o desenvolvimento, incentivando para
I
i
I
I
.!
tal comportamentos de participação e solidariedade, criando
ou estimulando, para esse fim, atividades, organismos e as-
sociações" (Estatutos). A entidade foi muito marcada pelo l
f
1 I
lOS
Ii
desenvolvimento comunitário. Criou e divulgou, entre 1968
e 1973, um método de "criatividade comunitária", que enfati
za a "auto-ajuda". Mas, também nesses anos entraram na Fase
pessoas com trejetória ligada às Ações Católicas e/ou açao
política e sindical. A sua atuação em Santarém, então, não
escapa às contradições apontadas pela história da entidade.
Está no campo da Igreja, mas pro~ura incentivar a organiz!
ção independente; pretende, através de projetos técnicos e
da auto-ajuda, promover a melhoria de vida dos lavradores e,
contraditoriamente, contribui, assim, para integrá-los me-
lhor no sistema ·ao mesmo tempo que procura ajudá-los a questi~
oc~
I
t
dente, e esta ideologia •.. serve para per
I
petuar e reforçar a dominação do mundo
I
ocidental sobre os outros
Uma terceira corrente, formada
continentes.
oficial- I
f
I
f
mente nesta década, parte dos problemas
que encontra. Ela vai ã realidade e a
partir dela faz teologia. Não leva res-
p os tas p r o n tas" ( No tas ma nus c r i tas, 1975).
l
1
tradições, sua capacidade de resolver os seus problemas, sem
1
que seja ajudado a se colocar como trabalhador frente a ou-
tra classe, como cidadão com direitos e deveres frente ao
1
Estado (Lins, 1980, p. 158-162). Integração porque essa ma.!:
I
1
ginalidade social está conforme o papel atribuído ao campe-
sinato pelas classes dominantes, pois não impede e até faci
lita que parte dele tenha acesso, inclusive pel~ educação e
açao comunitárias, ã classe media rural, e outra parte ace~
l
I
rem a sua dependência para com eles, agentes de Pastoral.
Um deles diz:
I
1
tar de 1964, tornou-se possível a geração de um novo movi-
i
I !
}09
I
,
f
I
110
!
2.3 - A SITUAÇÃO ECONOMICO-SOCIAL DOS RURALISTAS ~~S
I
I e o preço fixado era bem alto. Estava extinto, portanto, o
regime de posse que existira precariamente entre a extinção
das sesmarias, em 1822, e a lei de 1850. Era precl
so reter o trabalhador perto das fazendas,como morador/agre-
gado ou como assalariado. Fora algumas áreas de imigração
(notadamente no sul) e de colonização, não restava outra aI
i
ternativa ao homem do campo que queria fugir do
senao a posse. "Mais do que uma simples forma de
cativeiro
existên-
!
cia econômica, a posse é uma expressão de luta. E este -
e
um traço fundamental da formação histórica do campesinato bra
sileiro" (Martins, 1979, p. 77).
1
a delimitação dos seringais" (Reis, 1953, p. 78). Mas, uma
vez terminado o auge da borracha, muitos seringais foram
abandonados por seus donos, pois o seu valor estava nas se-
ringue iras e não na terra. De qualquer modo, não faltava
espaço.
empresas
i
f
113
1
i
i tes, em especial, o programa de regularização fundiária, pr~
I visto no Polamazônia.
I
J
114
I
J
200h que, em 1970, eram apenas 231. Acredito que os acres-
centados tenham sido quase todos lotes dos colonos do PIC-
Itaituba.
Tabela 4
-
Classes de area
Número de
estabelecimentos
Área por classes
(ha)
(ha)
Total I (%) Total I Média 1(%)
Menos de 10 5.132 39,17 25.465 5,0 5,96
10 a menos de 100 6.350 48,47 181.252 28,50 42,43
100 a menos de 200 1.525 11,64 156.681 102,0 36,68
200 a menos de 1.000 81 0,61 31.215 385,0 7,30
1.000 a menos de 10.000 14 0,10 19.032 1.359, O 4,45
Mais de 10.000 1 0,01 13.500 3,16
Total 13.103 100,00 427.145 32,59 100,00
I
f
f
f
I
115
__ ---=:t:.~~ _____________________ _
116
1idade.
I
124
I
1 '7
.. I
I
1 ::;1
dos.
I
j
1
2.4.2 - A luta pela terra no Ituqui: a saída de um silêncio
secular
I
14 :3
sa~ram, tocaram
fogo de um lado e teve que sair por ou-
tra parte, que queimou a rede, queimou
roupa, tem gente que queimou tudo" . (Cf.
depoimento do Sr. Leandro Barbosa da Sil
va) •
1
148
1
154
1
da a história de luta da classe trabalhadora.
ralizados.
_ _ _'t--
158
2.6 - CONCLUSÃO