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Outras classificações alternativas são usadas por diversos anatomistas, mas com termos
equivalentes. Por exemplo, Léo Testut usava os termos músculos de la vida
animal e músculos de la vida orgánica o vegetativa. Histologicamente, os músculos são
classificados como músculo liso ou músculo estriado, havendo certa associação entre
músculos de contração involuntária e fibras musculares lisas e músculos de contração
voluntária e fibras estriadas. Contudo, a generalização desta premissa revela-se errônea,
com a existência de notáveis excepções como o miocárdio. É precisamente devido a esta
realidade histológica que existem músculos ditos involuntários, mas de contração
rápida.
Situação do músculo
O termo situação, por vezes substituído por localização, emprega-se, em
miologia, para classificar os músculos em dois grandes grupos: músculos
superficiais ou cutâneos e músculos profundos ou aponevróticos.
Os músculos superficiais encontram-se imediatamente abaixo da pele, possuindo
inserções na face profunda da derme. Basta uma das inserções musculares ser em tecido
subcutâneo para que se empregue tal epíteto, embora na maioria dos casos os músculos
deste tipo apresentem apenas inserções cutâneas.
Já os músculos profundos encontram-se abaixo de bainhas aponevróticas de
revestimento e daí a sua denominação alternativa de subaponevróticos. A grande
maioria destes músculos apresentam inserções ósseas, constituindo, assim, parte
integrante do sistema de locomoção humana. São, mais propriamente, os órgãos de
locomoção activa; por oposição aos ossos, que são órgãos de locomoção passiva. Para
além dos músculos esqueléticos, podemos ainda encontrar músculos subaponevróticos
ligados a órgãos dos sentidos (por exemplo: o músculo grande recto superior do olho)
ou associados a órgãos dos sistemas digestivo, respiratório e reprodutivo (por exemplo:
o músculo constrictor médio da faringe). Estes são, na anatomia clássica, considerados
como verdadeiros anexos destes sistemas, pelo que o seu estudo é uma área de
abrangência sobreponível pela miologia e pelas estesiologia (estudo dos órgãos
sensoriais) e esplancnologia (estudo das vísceras).
Direção de um músculo
A grande maioria dos músculos é paralela ao eixo do corpo ou ao eixo do
membro, sendo por isso chamados de rectilíneos. Conforme se inclinam mais ou
menos sobre esse eixo serão descritos como oblíquos e transversos. À laia de
exemplo, refiram-se os músculos do membro superior, onde encontramos
músculos rectilíneos - como o bicípite braquial -, músculos oblíquos - como
o redondo pronador - e músculos transversos - como o quadrado pronador.
Nos casos precedentes - músculos de direção rectilínea, oblíqua e transversa - as
fibras musculares descrevem uma linha (mais ou menos) recta entre as suas
duas inserções. Contudo, casos há em que um músculo segue primeiro numa
direção e sofre uma mudança brusca para se continuar numa outra. Estes
músculos são, então, constituídos por duas porções, cada uma com uma
direção distinta, que se unem num ângulo mais ou menos acentuado e que se
denominam de músculos reflexos. Exemplos de músculos reflexos são o músculo
oblíquo superior do olho, os músculos flexores do pé, o músculo omo-hióideo ou
o músculo obturador interno.
Conformação exterior de um músculo
Os músculos apresentam-se numa miríade de diferentes formas que são
classificadas consoante a relação entre as suas dimensões.
Bibliografia
Testut, Léo; Latarjet, M. (1978). Tratado de Anatomia Humana (em espanhol). 1 (Osteologia,
Artrologia, Miologia) 1ª ed. Barcelona: Salvat Editores, S.A. pp. 736–763. ISBN 84-345-1144-2
Verifique |isbn= (ajuda)
Esperança Pina, J.A. (1999). Anatomia Humana da Locomoção. Anatomia Humana Passiva
(Osteologia e Artrologia) e Activa (Miologia) 3ª ed. Lisboa: Lidel. Pp. 269–274. ISBN 978-972-
9018-99-2
Esperança Pina, J.A. (2001). Anatomia Geral e Dissecção Humana 3ª ed. Lisboa: Lidel. Pp. 24–
26. ISBN 978-972-757-000-3