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A análise desse gênero nos indica que, ao resenhar um livro, desenvolvemos quatro
etapas em que realizamos as ações de:
Em geral, essas ações tendem a aparecer nessa ordem e podem variar em extensão, de
acordo com o que queremos enfatizar em nossa análise do livro, ou em frequência, de acordo
com as características da obra ou o estilo do resenhador. Assim, se o autor recebeu um prêmio
Nobel, poderemos dedicar maior espaço no texto para seu currículo (atendendo assim a um
provável interesse do público) do que se esse autor estiver apenas iniciando sua carreira
acadêmica. Por outro lado, dependendo do estilo do resenhador, a descrição e a avaliação de
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A resenha deve possuir as mesmas qualidades de estilo imprescindíveis a todo texto escrito,
como: simplicidade, clareza, concisão, propriedade vocabular, precisão vocabular, objetividade e
impessoalidade. Além disso, a resenha deve apresentar imparcialidade, atitude científica e privilegiar o
essencial. Veja seguir.
Imparcialidade Seja na defesa ou no ataque, o resenhista deve julgar as ideias da obra sem paixão,
devendo posicionar-se criticamente como um juiz e apresentar tanto os aspectos positivos quanto os
negativos da obra, sem defender ou lado ou outro devido a motivos externos à obra (amizade com o
autor, imposição de editoras, professores, colegas, etc.)
Cientificidade A resenha, assim como todo trabalho acadêmico, deve ter cunho científico, ou seja,
estar em conformidade com as exigências de objetividade e impessoalidade.
Privilegiar o essencial Você deve falar apenas do que é mais importante na obra, pois seu leitor
raramente estará interessado em muitos detalhes ou em partes menos importantes. Devido a isso é
necessário respeitar o tempo que ele está reservando para ler seu texto.
Na resenha acadêmica crítica, os oito passos a seguir formam um guia ideal para uma
produção completa:
1. Identifique a obra: coloque os dados bibliográficos essenciais do livro ou artigo que você vai
resenhar;
2. Apresente a obra: situe o leitor descrevendo em poucas linhas todo o conteúdo do texto a ser
resenhado;
1
Tendência verificada em um corpus de 180 textos publicados em inglês nos periódicos acadêmicos mais citados nas áreas de
Economia, Linguística e Química entre 1993 e 1994 (Mottha-Roth, 1995).
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3. Identifique o autor: Cuidado! Aqui você fala quem é o autor da obra que foi resenhada e não do
autor da resenha (no caso, você). Fale brevemente da vida e de algumas outras obras do escritor ou
pesquisador.
4. Descreva a estrutura: fale sobre a divisão em capítulos, em seções, sobre o foco narrativo ou até, de
forma sutil, o número de páginas do texto completo;
5. Descreva o conteúdo: Aqui sim, utilize de 3 a 5 parágrafos para resumir claramente o texto
resenhado;
6. Analise de forma crítica: Nessa parte, e apenas nessa parte, você vai dar sua opinião. Argumente
baseando-se em teorias de outros autores, fazendo comparações ou até mesmo utilizando-se de
explicações que foram dadas em aula. É difícil encontrarmos resenhas que utilizam mais de 3
parágrafos para isso, porém não há um limite estabelecido. Dê asas ao seu senso crítico.
7. Recomende a obra: Você já leu, já resumiu e já deu sua opinião, agora é hora de analisar para quem
o texto realmente é útil (se for útil para alguém). Utilize elementos sociais ou pedagógicos, baseie-se na
idade, na escolaridade, na renda etc.
8. Assine e identifique-se: Agora sim. No último parágrafo você escreve seu nome e fala algo como
―Acadêmico do Curso de Administração do IFFar – campus Júlio de Castilhos (seu nome pode ser
colocado no início com nota de rodapé).
Na resenha acadêmica descritiva, os passos são exatamente os mesmos, excluindo-se o passo
de número 6. Como o próprio nome já diz, a resenha descritiva apenas descreve, não expõe a opinião o
resenhista.
Finalmente, na resenha temática, você fala de vários textos que tenham um assunto (tema) em
comum. Os passos são um pouco mais simples:
1. Apresente o tema: Diga ao leitor qual é o assunto principal dos textos que serão tratados e o motivo
por você ter escolhido esse assunto;
2. Resuma os textos: Utilize um parágrafo para cada texto, diga logo no início quem é o autor e
explique o que ele diz sobre aquele assunto;
3. Conclua: Você acabou de explicar cada um dos textos, agora é sua vez de opinar e tentar chegar a
uma conclusão sobre o tema tratado;
4. Mostre as fontes: Coloque as referências Bibliográficas de cada um dos textos que você usou;
Partindo de tudo que foi dito, talvez você já tenha uma boa ideia sobre o que escrever
em sua resenha e até mesmo sobre a estrutura que deve seguir. Mas vamos falar
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especificamente de uma das perguntas que eu mais ouço dos alunos: Como começar uma
resenha?
Há uma série de questões que você deve tentar responder em sua introdução. Veja:
Outro ponto em que muitos têm dúvidas é na hora de escrever a conclusão. Esse espaço final da
resenha serve para expor sua avaliação geral sobre a obra. Até aqui você já deve ter discutido os
argumentos do autor e como ele os defende, assim como ter avaliado a qualidade e a eficiência de
diversos aspectos do livro ou artigo.
Agora é o momento de avaliar o trabalho como um todo, determinando coisas como se o autor
conseguiu ou não atingir os objetivos propostos e se a obra contribui de maneira significante para a área
de conhecimento da qual faz parte. Ao escrever a conclusão, você pode considerar as seguintes
perguntas:
- Qual o comentário final mais importante que você faria a respeito dessa obra? Você tem sugestões
para futuras pesquisas nessa área? De que maneiras ler/assistir essa obra contribuiu para sua
formação?
1.6 QUANTOS PARÁGRAFOS TEM UMA RESENHA? E QUANTAS PÁGINAS?
O tamanho do seu texto pode variar muito, principalmente de acordo com o material que você
estiver resenhando. Por isso, não há regra quanto ao número de parágrafos, mas se você estiver
escrevendo uma resenha para a faculdade, por exemplo, dificilmente você deve pensar em menos do
que 2 páginas do Word, o que daria entre 6 e 10 parágrafos, aproximadamente.
Quanto ao número de páginas, não há regra fixa, mas tente nunca ficar abaixo das duas páginas do
Word.
Quando falamos de textos acadêmicos, pouca coisa muda em relação aos demais tipos de
materiais (livros, filmes, palestras, etc.). Você deve considerar, no entanto, que um texto acadêmico
deve ser impessoal — seus verbos nunca serão escritos em primeira pessoa (eu, nós).
Portanto, ao resenhar esse tipo de texto, siga as dicas já expostas acima, mas tenha um cuidado
ainda maior com a linguagem e atente para as normas da ABNT.
1.8 CONCLUSÃO
Fazer uma resenha parece muito fácil à primeira vista, mas devemos tomar muito cuidado, pois
dependendo do lugar, resenhistas podem fazer um livro mofar nas prateleiras ou transformar um filme
em um verdadeiro fracasso.
As resenhas são ainda, além de um ótimo guia para os apreciadores da arte em geral, uma
ferramenta essencial para acadêmicos que precisam selecionar quantidades enormes de conteúdo em
um tempo relativamente pequeno.
Este texto baseou-se nos estudos de André Augusto Gazola. Ele é formado em letras, professor
de literatura e história da arte, pós-graduado em metodologia de ensino de língua portuguesa e
literatura e fundador do blog lendo.org. e de MOTTA-TOTH, Désirée; HENDGES, Graciela H. Produção
textual na universidade.
Podemos construir uma descrição esquemática para o gênero:
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Vimos também que, embora a avaliação seja a função que define o gênero resenha,
ela não é seu único componente. Logo, o gênero é, ao mesmo tempo, avaliativo e
informativo, mas esse teor avaliativo, entretanto, varia entre as disciplinas, pois cada
área tem seus próprios critérios de avaliação.
REFERÊNCIAS
MOTTA-TOTH, Désirée; HENDGES, Graciela H. Produção textual na universidade. São Paulo: Parábola
Editorial, 2010.
VAL, Maria da Graça Costa. Redação e textualidade. São Paulo: Martins Fontes, 1991.