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Apatia.

O termo Apatia significa um estado de indiferença, estranhamento, passividade e falta


de interesse pelos fenômenos políticos. É um comportamento ditado muitas vezes pelo
sentimento de ALIENAÇÃO (V.) As instituições políticas e as demais manifestações da vida
política ocupam, no horizonte psicológico do apático, uma posição bastante periférica. Ele não
é nunca ativo protagonista de acontecimentos políticos, mas acompanha-os como espectador
passivo e, mais freqüentemente, ignora-os inteiramente. A Apatia política é acompanhada do
que se poderia chamar de uma baixa receptividade em relação aos estímulos políticos de todo
o tipo, e, freqüentemente, embora nem sempre, de um baixíssimo nível de informação sobre
os fenômenos políticos. Pesquisas sobre o comportamento político demonstraram que o
fenômeno está bastante difundido até nas modernas sociedades industriais de tipo avançado,
que também são caracterizadas por altos níveis de instrução e de difusão capilar das
comunicações de massa. O fenômeno se dá em regime de tipo democrático e nos regimes
autoritários e totalitários e, não obstante isso, a existência de mecanismos competitivos que
direta ou indiretamente solicitam a participação do público nos primeiros e a existência de
mecanismo de mobilização e de enquadramento das massas, a partir de cima, nos segundos.
Tudo faz pensar que as taxas de Apatia são maiores na sociedade tradicional em vias de
modernização; certamente era assim nos sistemas autocráticos do passado, antes da
integração de grandes estratos de público na vida política. Os fatores ligados à Apatia são
múltiplos: juntamente com certas propriedades estruturais do sistema político (visibilidade,
acesso, etc.), são consideradas certas características da cultura política a presença ou a
ausência de traços culturais ou subculturais que premiam ou desencorajam o interesse pelos
fenômenos políticos. Outros fatores de ordem sociológica, que todavia parecem variar
bastante de sistema para sistema, parecem também relevantes. Num sistema político
caracterizado por uma larga Apatia, as margens de manobra das elites são bastante maiores.
Todavia, deve-se lembrar que exatamente esta larga indiferença representa um obstáculo
bastante sério quando o alcance de metas sócioeconômicas pressupõe o envolvimento e a
motivação de largos estratos da população. Do ponto de vista da dinâmica interna do sistema
e do equilíbrio das forças políticas, deve-se notar enfim que a existência de amplos estratos de
apáticos constitui um reservatório não indiferente de potenciais participantes, que as elites
governamentais e de oposição podem tentar atrair e mobilizar, na tentativa, respectivamente,
de reforçar suas posições ou de
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