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FACULDADES ANHANGUERA DE BRASILIA

Curso de Direito -N

NIKOLAS VINICIUS DE OLIVEIRA RA:388085116195

TERCEIRO TRABALHO DE DIREITO DO TRABALHO

BRASILIA / DF
MAIO / 2021
Questionário a ser respondido.

Trabalho Acadêmico apresentada ao curso de


Direito da Faculdade Anhanguera de Brasília,
unidade Taguatinga, Noturno, como requisito
parcial à obtenção do título de Bacharel em
Direito.

Orientador: Prof. Thiago C. Luz.

BRASILIA
2021
I-RESUMO

Com base nos ensinamentos apreendidos em sala de aula e com fundamento em


pesquisas jurisprudenciais e doutrinárias explique os seguintes pontos:

II-PERGUNTAS

1. O que é o contrato intermitente e porque ele é tratado como assemelhado ao


contrato “zero hora” existente na Inglaterra. Explique com base em pesquisas
doutrinárias?

Resposta:

- O contrato de trabalho intermitente é uma modalidade de contrato de trabalho criado pela


reforma trabalhista, onde é considerado como intermitente o trabalho pela qual a prestação de
serviços, com a devida subordinação, não é continua e ocorre alternadamente entre períodos de
prestação de serviços e de inatividade.
Este contrato, também é chamado de “Zero Hora”, porque o trabalhador nunca sabe
previamente quanto tempo irá trabalhar e nem o valor que recebera ao final de cada mês.
Na Inglaterra ele já tirou uma grande quantidade de pessoas da informalidade, por não precisar
de fornecer uma garantia mínima de horas trabalhadas ou de remuneração, ao mesmo tempo
tendo a liberdade de aceitar ou não esta convocação.

2. Quais os requisitos e as peculiaridades do contrato intermitente? O que


acontece na hipótese em que o empregado se ativa para desempenhar aquele
múnus, mas não cumpre o que foi determinado?

Resposta:

- Segundo regem o art. 452-A da CLT e o art. 2º da Portaria MTB 349/2018, os contratos de
trabalhos intermitentes devem conter necessariamente,
 a identificação, assinatura e domicílio ou sede das partes.
 o valor da hora trabalhada que não pode ser inferior ao valor do salário
mínimo ou àquele devido aos demais empregados do estabelecimento que
exerçam a mesma função em contrato intermitente ou não, assegurada a
remuneração de adicional noturno.
 o local e o prazo de pagamento da remuneração
Além disso, também podem ser inseridas clausulas que estipulem os locais de prestação de
serviços, como previsto no art. 3º da Portaria MTB 349/2018.
Conforme o art. 443, em seu § 5º O período de inatividade não será considerado tempo à
disposição do empregador, podendo o trabalhador prestar serviços a outros contratantes.
Mas, se o empregador estabelece um período para a jornada diária e este prazo não é
cumprido, este empregador poderá fazer descontos, mas respeitando o artigo 71 da C.L.T. que
determina em qualquer trabalho continuo de mais de 06 horas a obrigatoriedade da concessão
de uma pausa para repouso e ou refeição.

3. Seria possível enquadrar o desempenho dos profissionais de aplicativos (Uber,


Ifood, 99) ao contrato de trabalho intermitente? Esses profissionais que atuam
nas plataformas digitais cumprem todos os requisitos de uma relação de
emprego?

Resposta:
Sim seria possível, mas já há algumas mudanças no Brasil, assim como já ocorreram no
exterior, como já houve uma interpretação da 15ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho, que
também reconheceu a existência de vínculo entre o Uber e um motorista.
“A desembargadora Beatriz Lima Pereira, relatora do processo, escreveu em sua decisão que
o condutor não possui verdadeira autonomia e é obrigado a obedecer às regras de conduta
impostas pelo aplicativo.
Houve também, a compreensão do juiz Bruno da Costa Rodrigues, da 2ª Vara do Trabalho
de Campinas, que em sua sentença, também reconheceu a existência de vínculo entre o
trabalhador e o aplicativo.
“Segundo ele, não se pode admitir “alegorias jurídicas ou normativas” na busca de ocultar a
exploração do trabalho em atividade econômica, bem como não se deve aceitar “roupagens
formais” que visam a fuga da proteção social ao trabalho.
Para o magistrado, o Uber não deve ser considerado uma “plataforma digital facilitadora”,
mas uma “plataforma digital que utiliza a tecnologia da informação para dirigir uma atividade
econômica que lhe é própria”, no caso, o serviço de transporte.”

4. Ao final o conceito de Gig Economy e em que esse conceito influi nas relações
atuais de trabalho e de emprego.

Resposta:

O conceito é uma forma de trabalho baseada em pessoas que tem empregos temporários ou
fazem atividades de trabalho freelancer, pagas separadamente, em vez de trabalhar para um
empregador fixo. Sendo os principais exemplos deste trabalho, a AirBnB e a Uber.
Este conceito deu acesso a uma oportunidade de ganhos para os trabalhadores não se
encaixavam em nenhuma das categorias profissionais regulamentadas, por conceder um nível
de flexibilidade inédito para as partes envolvidas que são pagos apenas durante os momentos
que realmente trabalham para um cliente.
Neste momento em que vivemos, a Gig Economy e a economia do compartilhamento são
campos a mais de oferta de trabalho para profissionais desempregados ou para aqueles que
buscam complementar sua renda principal.

III-CONCLUSÃO:

Em meio a inúmeras mudanças no mercado de trabalho, o nosso poder judiciário não


ficou parado, encontra-se no STF um julgamento sobre a constitucionalidade deste trecho da
reforma trabalhista de 2017, paralisado pelo pedido de vistas e sem data de retomada de
julgamento.
O trabalho intermitente é alvo de Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADI) que
estão em tramitação no Supremo Tribunal Federal, ajuizadas por entidades que representam os
trabalhadores, sob a principal alegação de que essa modalidade contratual representa uma
precarização nas relações de emprego.
Esta legalidade, foi questionada inicialmente pela Federação Nacional dos Empregados
em Postos de Serviços de Combustíveis e Derivados de Petróleo, a Federação Nacional dos
Trabalhadores em Empresas de Telecomunicações e Operadores de Mesas Telefônicas e a
Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria.
Segundo estas entidades, este modelo de trabalho favorece entre outras coisas, o
pagamento de remuneração abaixo do salário mínimo e também impede a organização coletiva
dos trabalhadores.
Os empregadores querem a utilização deste modelo, alegando ser uma forma de tornar
as contratações mais flexíveis, criando mais empregos, mas as entidades afirmam que este tipo
de trabalho só agrava o sistema já precário de trabalho.
“Muito embora o julgamento tenha sido suspenso pelo pedido de vistas da ministra Rosa
Weber, devendo ser retomado apenas após o recesso do Poder Judiciário, ao que tudo indica o
STF declarará a constitucionalidade do trabalho intermitente, garantindo a harmonização entre
os fundamentos constitucionais do valor social do trabalho e da livre iniciativa.”

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