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UNIVERSIDADE FEEVALE

UBIRATAN JORGE DIAS FILHO

ANÁLISE DE VIABILIDADE TÉCNICA PARA COLETA DE


INFORMAÇÕES DE UM MONITOR MULTIPARAMÉTRICO

Novo Hamburgo
2018
2

UBIRATAN JORGE DIAS FILHO

ANÁLISE DE VIABILIDADE TÉCNICA PARA COLETA DE


INFORMAÇÕES DE UM MONITOR MULTIPARAMÉTRICO

Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado


como requisito parcial à obtenção do grau de
Bacharel em Ciência da Computação pela
Universidade Feevale.

Orientador: Profa. Dra. Marta Rosecler Bez

Novo Hamburgo
2018
3

RESUMO

O acompanhamento dos sinais fisiológicos de um paciente pós-operatório é de vital


importância, pois através do mesmo é possível identificar complicações oriundas da cirurgia.
Com o intuito de diminuir o tempo de detecção destes indicativos e prevenir as falhas que
podem ocorrer no processo que hoje é feito, muitas vezes, de maneira manual, este estudo de
viabilidade busca uma solução para coletar estas informações de forma automática,
diminuindo o tempo e a possibilidade de falha que ocorre no processo manual. Através de
uma pesquisa exploratória foi realizada a análise de ferramentas disponíveis no mercado, com
o intuito de identificar uma possível solução para o problema apresentado. Experimentos
foram realizados com equipamentos hospitalares que fazem a aferição dos sinais fisiológicos
do paciente à beira do leito, visando o alcance do objetivo principal do trabalho. Foi
identificada uma solução para esta necessidade, sendo o desenvolvimento e a validação deste
protótipo apresentados ao longo dos capítulos.

Palavras-chave: Monitoramento de Sinais fisiológicos. Automatização de coleta de


informações. Monitor Multiparamétrico.
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ABSTRACT

The follow-up of the physiological signs of a postoperative patient is of vital


importance, because through the same it is possible to identify complications from the
surgery. In order to reduce the detection time of these callsigns and to prevent the failures
that may occur in the process that is done today, this manual is often searched manually for a
solution to collect this information automatically, reducing the time and the possibility of
failure occurring in the manual process. Through an exploratory research was carried out the
analysis of tools available in the market, in order to identify a possible solution to the
presented problem. Experiments were performed with hospital equipment that measure the
physiological signs of the patient at the bedside, aiming at reaching the main objective of the
work. A solution was identified for this need, the development and validation of this
prototype being presented throughout the chapters.

Keywords: Monitoring of vital signs. Automation of information gathering.


Multiparametric Monitor.
5

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Tela de monitor multiparamétrico……………………………………..... 17


Figura 2 - Sensores de aferição de sinais fisiológicos…………………………….... 18
Figura 3- Esquema de funcionamento da central ProLife………………………. 24
Figura 4 - Dispositivos móveis disponibilizando as informações através PIIC iX 25
Figura 5 - Exemplo de distribuição de rede LS-NET……….………………....... 29
Figura 6 - Distribuição das Unimeds no Brasil………………………………….. 32
Figura 7 - Raspberry Pi 3 Model B……………………………………………... 34
Figura 8 - Monitor multiparamétrico Dixtal Modelo DX 2010............................. 35
Figura 9 - Parte traseira monitor Dixtal DX 2010.................................................. 36
Figura 10 - Monitor Multiparamétrico Dixtal modelo DX 2021........................... 37
Figura 11 - Parte traseira monitor Dixtal DX 2021................................................ 38
Figura 12 - Monitor GE modelo Omni 719........................................................... 49
Figura 13 - Teste de conexão via porta serial com DX 2010................................. 40
Figura 14 - Lista de cliente DHCP......................................................................... 41
Figura 15 - Aplicação Wireshark........................................................................... 42
Figura 16 - Aplicação Lanspy................................................................................ 43
Figura 17 - Tela de configuração HL7................................................................... 44
Figura 18 - Modelo da tabela para armazenamento das informações.................... 47
Figura 19 - Tabela criada com informações do arquivo HL7................................ 48
Figura 20 - Voluntário conectado ao monitor multiparamétrico............................ 49
Figura 21 - Informações e telas coletadas durantes validações.............................. 50
6

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Segmentos do arquivo HL7................................................................. 46


Quadro 2 - Quadro de comparação de dados coletados......................................... 52
7

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CO² Dióxido de Carbono

DHCP Dynamic Host Configuration Protocol

ECG Eletrocardiograma

FTP File Transfer Protocol

GPIO General Purpose Input/Output

HL7 Health Level Seven

HTTP HyperText Transfer Protocol

IP Internet Protocol

LCD Liquid Crystal Display

O² Oxigênio

POP3 Post Office Protocol

RAM Random Access Memory

SMTP Simple Mail Transfer Protocol

SOBECC Associação Brasileira de Enfermeiros de Centros


Cirúrgicos, Recuperação Anestésica e Centro de Material
e Esterilização

SPO² Parâmetro Indicativo de Saturação de Sangue

SRPA Sala de Recuperação Pós-anestésica

TCP/IP Transmission Control Protocol/Internet Protocol

USB Universal Serial Bus

UTI Unidade de Terapia Intensiva

VPN Virtual Private Network


8

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 10

1.1 PROBLEMA DE PESQUISA ........................................................................................... 10

1.2 OBJETIVOS ...................................................................................................................... 10

1.2.1 Objetivo Geral ............................................................................................................... 11

1.2.2 Objetivos Específicos .................................................................................................... 11

1.3 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO................................................................................. 11

2 SINAIS FISIOLÓGICOS E PROCESSOS DE COLETAS ................................................. 13

2.1 SINAIS FISIOLÓGICOS .................................................................................................. 13

2.2 PROCESSOS DE COLETA DE FISIOLÓGICOS ........................................................... 14

2.3 MONITORES MULTIPARAMÉTRICOS ........................................................................ 16

3 METODOLOGIA ................................................................................................................. 19

3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA ................................................................................. 19

4 SOLUÇÕES EXISTENTES NO MERCADO ..................................................................... 22

4.1 PROLIFE ........................................................................................................................... 22

4.2 PHILIPS INTELLIVUE INFORMATION CENTER IX (PIIC IX) ................................. 24

4.3 CENTRAL DE MONITORIZAÇÃO DIXTAL ................................................................ 26

4.4 CENTRAL DE MONITORIZAÇÃO DE LEITOS GE HEALTHCARE CML 256 ........ 27

4.5 NIHON KOHDEN CNS-9101........................................................................................... 27

4.6 ANÁLISE DAS SOLUÇÕES ............................................................................................ 29

5 AMBIENTE DE ESTUDO ................................................................................................... 31

5.1 UNIMED............................................................................................................................ 31

5.2 UNIMED VALE DO SINOS............................................................................................. 32

5.3 PROBLEMA INTERNO ................................................................................................... 33

5.4 PROPOSTA DE SOLUÇÃO ............................................................................................. 33

6 APLICAÇÃO DA PROPOSTA ........................................................................................... 35

6.1 EQUIPAMENTOS ............................................................................................................ 35


9

6.2 TESTE DE COLETA NOS MONITORES DIXTAL ....................................................... 40

6.3 TESTE DE COLETA NO MONITOR DA GENERAL ELECTRIC ............................... 43

7 VALIDAÇÃO DOS DADOS ............................................................................................... 49

7.1 MÉTODO DE VALIDAÇÃO ........................................................................................... 49

7.2 RESULTADOS OBTIDOS ............................................................................................... 51

CONCLUSÃO ......................................................................................................................... 54

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................................... 55

APÊNDICE A – Código fonte da aplicação desenvolvida ...................................................... 59

ANEXO A – Arquivo recebido do monitor multiparamétrico ................................................ 63

ANEXO B – Documentos com sinais fisiológicos coletados manualmente. .......................... 66


10

1 INTRODUÇÃO

Ao longo dos últimos anos, a área da saúde vem buscando recursos e alternativas para
a informatização de seus sistemas. A integralização de dispositivos de monitoração
hospitalares como monitores multiparamétricos em um único sistema, traria benefícios e
tornaria a monitoração dos pacientes mais ágil e eficaz BERWICK (1994).

Com o reconhecimento dos hospitais ao final da década de noventa, assimilando os


benefícios e suas evoluções, trazidas pela monitoração remota, os fabricantes de monitores
multiparamétricos se viram com a necessidade de desenvolverem sistemas de monitoração
remota para seus produtos. Sistemas mais modernos e com maior quantidade de recursos,
dentre eles a monitoração de curvas fisiológicas, tendências, parâmetros e alarmes.

1.1 PROBLEMA DE PESQUISA

Na Unimed Vale do Sinos os dados dos monitores são capturados ainda de forma
manual, o profissional de saúde realiza a anotação das informações fisiológicas do paciente
no prontuário físico do paciente, posteriormente, transcreve esta mesma informação para o
sistema hospitalar utilizado na cooperativa. O processo atual possibilita a falha humana e
ocupa um expressivo tempo do profissional de saúde.

1.2 OBJETIVOS

A seguir serão apresentados os objetivos a serem atingir com a realização deste


projeto.
11

1.2.1 Objetivo Geral

A inserção das informações fisiológicas do paciente de forma automática no


prontuário eletrônico otimizaria o tempo do profissional de saúde, onde o mesmo poderia
dedicar este tempo para assistência direta ao paciente.

Portanto, o objetivo deste trabalho é realizar a análise de viabilidade e apresentar


soluções para o uso de monitores multiparamétricos em uma sala de recuperação pós-
anestésica, coletando automaticamente as informações de sinais fisiológicos dos pacientes,
para estes serem utilizados posteriormente pela instituição de saúde.

1.2.2 Objetivos Específicos

Com a finalidade de atender o objetivo geral, os objetivos específicos para a


contribuição do alcance do mesmo, serão:

● Analisar processos de coleta de sinais em centros pós-operatórios.


● Identificar meios disponíveis no mercado para coleta de dados em monitores
multiparamétricos.
● Estudar e validar as possibilidades de coleta de informações de monitores
multiparamétricos.

1.3 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

Este trabalho é apresentado em sete capítulos, o primeiro apresenta uma introdução


sobre os assuntos que serão abordados, seguida dos objetivos a serem atingidos.

No segundo capítulo trata-se da fundamentação teórica, onde são abordados aspectos


básicos sobre fisiologia humana, seguida da descrição dos processos de coleta de sinais
fisiológicos em centros de recuperação pós anestésico. O funcionamento e definição de
monitores multiparamétricos também são apresentados neste capítulo.
12

O terceiro capítulo descreve a metodologia utilizada para desenvolvimento do


trabalho, que caracteriza-se como aplicada e classifica-se como qualitativa. Quanto aos
procedimentos técnicos, utilizou-se pesquisa bibliográfica e experimental.

No quarto capítulo são apresentadas tecnologias presentes no mercado que supram as


dificuldades encontradas neste meio, assim como as técnicas necessárias para realizar a coleta
destas informações. A conclusão desta pesquisa exploratória é apresentada no fim do
capítulo.

O sexto capítulo apresentada três monitores multiparamétricos, de duas marcas


distintas, Dixtal e General Electric. É descrito no capítulo o desenvolvimento de cinco testes
aplicados nos mesmos, onde conseguiu-se obter informações do monitor General Electric. As
ações realizadas para esta coleta são apresentadas ao longo do capítulo.

O sétimo capítulo descreve o experimento realizado para obtenção dos dados


fisiológicos de um voluntário, os mesmos são analisados e validados com o auxílio de um
profissional de saúde. Por fim é descrito a conclusão do trabalho e os trabalhos futuros
sugeridos.
13

2 SINAIS FISIOLÓGICOS E PROCESSOS DE COLETAS

Este capítulo apresenta os principais sinais fisiológicos e os processos de coleta dos


mesmos em uma Sala de Recuperação Pós-anestésica (SRPA), foco deste estudo.

2.1 SINAIS FISIOLÓGICOS

Na conduta médica e de enfermagem é de extrema importância a aferição constante


dos sinais fisiológicos, com a finalidade de identificar precocemente alterações do estado de
saúde de um indivíduo. Os sinais fisiológicos incluem temperatura corporal, pulso, amplitude
e frequência respiratória, pressão arterial e saturação de O². Na sequência, estes sinais são
explicados.

Segundo Timby (2007), a temperatura corporal refere-se a temperatura do organismo


humano. Ela é produzida principalmente pelo exercício e pelo metabolismo dos alimentos. O
calor é dissipado do corpo através da pele, dos pulmões e dos produtos de eliminação do
organismo. A temperatura externa do corpo, ou da superfície da pele, costuma ser inferior à
temperatura central, aquela que está localizada em locais profundos do corpo, como o cérebro
e o coração.

Ainda de acordo com Timby (2007), o pulso, uma sensação ondular que pode ser
palpada em uma das artérias periféricas, é produzido pelo movimento do sangue durante a
contração do coração. A frequência do pulso é o número de vezes que o coração palpita em
um minuto.

Timby (2007, p. 175) explica que “a pressão sanguínea é a força exercida pelo sangue
no interior das artérias”. Ele ainda explica que “em uma pessoa saudável as paredes arteriais
são elásticas, alongam-se e encolhem-se para absorver a variação do volume de circulação
sanguínea. Três fatores determinam a saúde de um sistema circulatório: a capacidade das
artérias de se alongarem, o volume de sangue em circulação e a resistência do coração ao
bombear esta quantidade de sangue”.

A respiração é a troca de oxigênio e de dióxido de carbono. Esta troca ocorre nas


membranas alveolares e capilares. Denominada ventilação, é o movimento do ar que entra e
14

sai dos pulmões sendo controlada pela medula. A frequência respiratória é o número de
ventilações que ocorre durante um minuto.

Segundo Costill e Wilmore (2001) a oximetria de pulso é um método de medição


empírica da saturação de oxigênio no sangue arterial, esta apresenta a porcentagem de
oxigênio que o sangue está transportando no nosso corpo. Atualmente é um importante
método de monitoração contínua de SpO².

Ainda de acordo com Costill e Wilmore (2001) capnografia é o parâmetro que registra
a pressão parcial de dióxido de carbono durante o ciclo respiratório por um sensor aplicado
nas vias aéreas do paciente ou pela aspiração de uma amostra de ar nas vias aéreas processada
por um sensor. São sinalizados pelas siglas CO².

2.2 PROCESSOS DE COLETA DE FISIOLÓGICOS

O paciente, ao entrar em uma SRPA, é submetido a verificações frequentes dos sinais


fisiológicos, ou seja, sinais que refletem o perfeito funcionamento do corpo. Os mecanismos
corporais que regulam estes sinais são demasiadamente sensíveis a alterações na fisiologia,
sendo sinais medidos em intervalos periódicos, para que seja monitorado o estado de saúde
do paciente. Segundo SOBECC (2013) (Sociedade Brasileira de Enfermeiros de Centro
Cirúrgico, Recuperação Anestésica e Centro de Material e Esterilização), as recomendações
de periodicidade para a verificação dos sinais fisiológicos são:

● Durante a admissão hospitalar, ao serem obtidos os dados iniciais;


● De acordo com as prescrições médicas descritas;
● Uma vez ao dia quando o paciente estiver estável;
● Em um intervalo máximo de 4 horas, quando o paciente estiver com algum sinal
anormal;
● A cada 5 ou 15 minutos, quando um paciente estiver instável ou correr risco de
mudanças fisiológicas rápidas, como após uma cirurgia;
● Sempre que a condição do paciente parece ter-se modificado;
● Uma segunda vez ou a intervalos mais frequentes, quando houver uma diferença
significativa em relação à medida anterior;
● Quando o paciente relatar sensação incomum;
● Antes, durante e após uma transfusão sanguínea; e
15

● Antes de administração de medicamentos capazes de afetar qualquer um dos


sinais fisiológicos e, em seguida, para monitorar o efeito da droga.

Segundo Cunha et al. (1977), o Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, presta uma
assistência de enfermagem ao paciente pós-operado que chega ao Centro de Recuperação e aí
permanece de seis a vinte e quatro horas, sendo submetido à verificação dos sinais
fisiológicos, cuja rotina é a seguinte:

● Durante a primeira hora pós-cirúrgica os sinais fisiológicos são verificados a


cada quinze minutos; se não houver alterações, a frequência de verificação dos
mesmos passa a ser feita a cada trinta minutos.
● A partir da terceira hora passa-se a verificá-los a cada sessenta minutos,
consecutivamente, até completar as seis ou vinte e quatro horas de permanência
no Centro de Recuperação.

Segundo a SOBECC (2013) a verificação dos sinais fisiológicos de um paciente


adulto, no período pós anestésico, deve ocorrer a cada 15 minutos na primeira hora após a
chegada na sala de recuperação, a cada 30 minutos na segunda hora e a cada hora a partir da
terceira hora.

Apresentado no processo ‘Atendimento no Centro Cirúrgico’, a Unimed Vale do


Sinos (2018) descreve a coleta dos sinais fisiológicos da mesma forma já apresentada por
SOBECC (2013).

As informações são coletadas de modo manual, sendo inseridas no prontuário do


paciente à beira do leito, em papel. Após a alta do mesmo, estas informações são transcritas
para o sistema hospitalar da cooperativa.

Segundo Cunha et al. (1977), a coleta de sinais fisiológicos obtidos desta maneira
demanda um expressivo tempo quando se fala de centro de recuperação com ampla área de
espaço, centros com um número maior de leitos. Esta mesma informação, posteriormente, em
alguns centros, deve ser transcrita para o sistema de suporte à saúde do hospital ou entidade.

O tempo gasto para locomoção entre os leitos e na transcrição de informação ocupa


boa parte do tempo dos profissionais de enfermagem. Tempo esse que poderia ser aplicado na
assistência direta ao paciente, gerando mais segurança nas salas de recuperação.
16

Após a análise dos processos de coletas de sinais fisiológicos, é possível verificar que
nos casos onde este é realizado da forma manual, o mesmo ocupando boa parte do tempo do
profissional de saúde, ainda possibilita a coleta incorreta desta informação.

2.3 MONITORES MULTIPARAMÉTRICOS

Nas décadas de 70, início dos anos 80, os computadores eram utilizados somente em
áreas administrativas em um hospital. Estes computadores, conhecidos como “Mainframes”,
eram utilizados nos setores financeiros para processamento de dados. Com a popularização e
redução de custo, outras áreas do hospital passaram a utilizar essa tecnologia, principalmente
para armazenamento de dados clínicos (LINDBERG; HUMPHREYS, 1995).

No início dos anos 90, começaram a ser desenvolvidas as centrais hospitalares, que
tinham o objetivo de reunir todas as informações dos leitos em um único ponto. O Instituto de
Medicina dos Estados Unidos da América publicou um relatório intitulado “The Computer-
Based Patient Record: An Essential Technology for Health Care”, que alertava a comunidade
internacional de medicina sobre os inúmeros problemas causados pelo fato das informações
dos pacientes serem armazenadas em papel, recomendando sistematização destas
informações ou “Computer-Based Patient Record” (KAREN et al., 2009). Este passo
importante ofereceu mais que uma simples versão eletrônica dos prontuários. As tecnologias
desenvolvidas a partir daí proporcionaram uma assistência no cuidado com o paciente, com
lembretes, alertas, decisões clínicas e diagnósticos anteriores, se tornando um grande auxílio
aos profissionais da saúde.

Com a importância desta nova tecnologia, criou-se a necessidade dos fabricantes de


monitores multiparamétricos desenvolverem, cada vez mais, sistemas de monitoração remota
para estes produtos.

A monitorização multiparamétrica é realizada em tempo real, mostrando a frequência


cardíaca, a saturação de oxigênio, a capnografia da pressão arterial, a temperatura corporal e a
frequência respiratória do paciente. Este monitor (Figura 1) pode ser configurado pela equipe de
enfermagem e médica. Porém, todos desta área devem entender as funções do mesmo,
configurando e alterando os parâmetros conforme a necessidade dos pacientes.
17

Figura 1 - Tela de monitor multiparamétrico

Fonte: Ribeiro (2018)

Na Figura 1, os sinais fisiológicos são apresentados em formato gráfico. Podemos ver


que no primeiro traçado, a cor verde demonstra a frequência cardíaca, no traçado azul é
demonstrado o nível de oxigênio no sangue do paciente, no traçado de cor roxa é
demonstrada a pressão arterial invasiva do paciente, já o traçado azul claro apresenta a
capnografia e o traçado branco demonstra a respiração por minuto do paciente.

Cada parâmetro fisiológico é aferido por um determinado sensor, sendo estes ligados
ao monitor multiparamétrico. Exemplos de sensores são apresentados na Figura 2.
18

Figura 2 - Sensores de aferição de sinais fisiológicos.

Fonte: Cardioequipo (2018)

O primeiro sensor apresentado na Figura 2 é responsável pela aferição de pressão


arterial não invasiva, é conhecido como braçadeira ou manguito. Em seguida é apresentado o
cabo onde serão conectados os sensores de eletrocardiograma (ECG), responsável por
monitorar o batimento cardíaco. A terceira imagem mostra o sensor de SpO2, responsável por
medir a porcentagem de oxigênio no sangue, este em alguns casos também é responsável por
aferir o batimento cardíaco. O quarto sensor é responsável por monitorar a temperatura do
paciente.

O monitor multiparamétrico possui diversos tipos de alarmes que devem ser


configurados conforme a necessidade do paciente. Os principais alarmes são indicados para
os seguintes casos:

 Acelerações ou desacelerações da frequência cardíaca;


 Picos hipertensivos ou hipotensão; e
 Queda da saturação de oxigênio no sangue.

Após o estudo dos monitores multiparamétricos é possível entender sua importância


no meio da saúde, através do monitoramento constante do paciente pós-operatório, os alertas
ao profissional de saúde por meio sonoro ajuda a detecção de alguma anomalia nos sinais
fisiológicos do paciente.

No capítulo seguinte serão apresentadas soluções presentes no mercado que propõem


a centralização da informação dos sinais fisiológicos de pacientes de uma mesma ala
hospitalar.
19

3 METODOLOGIA

Neste capítulo será apresentado o método científico utilizado para fins do estudo. A
metodologia demonstra os artifícios que serão aplicados na pesquisa e que auxiliarão a
resolução do problema conduzindo para o alcance dos objetivos.

Para Prodanov e Freitas (2013, p. 14), “Metodologia é compreendida como uma


disciplina que consiste em estudar, compreender e avaliar os vários métodos disponíveis para
a realização de uma pesquisa acadêmica”. Os mesmos autores afirmam, ainda, que a
metodologia é um conjunto de procedimentos a serem seguidos, que possuem como objetivo
a condução da pesquisa, servindo de base para o desenvolvimento do trabalho científico.

Entende-se que a metodologia tem a função de auxiliar o pesquisador, buscando


respostas aos questionamentos através da orientação para o caminho científico adequado,
tornando as informações contidas no trabalho confiáveis, devido à validação daquilo que se
afirma.

3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA

Conforme Prodanov e Freitas (2013, p. 48), “a pesquisa científica é uma atividade


humana, cujo objetivo é conhecer e explicar os fenômenos, fornecendo respostas às questões
significativas para a compreensão da natureza.”.

Os autores explicam que para obter um resultado relacionado às indagações é


necessário utilizar o conhecimento anterior acumulado e manipulado de forma cuidadosa.
Segundo Prodanov e Freitas (2013), as principais formas de classificar são: de acordo com a
sua natureza, objetivos, procedimentos técnicos e forma de abordagem do problema. Assim,
esta pesquisa classifica-se da seguinte forma.

Segundo Prodanov e Freitas (2009), uma pesquisa pode ser de natureza básica ou
aplicada. Barros e Lehfeld (2000) afirmam que a pesquisa aplicada tem como objetivo
contribuir para fins práticos, visando à solução mais ou menos imediata dos problemas ou
necessidades concretas ou imediatas.
20

No caso do monitoramento multiparamétrico, caracteriza-se como de natureza


aplicada, pois visa à análise de viabilidade técnica de coleta de informações que pode
solucionar problemas concretos encontrados nas organizações de saúde, quando se trata de
monitoramento de sinais vitais de um paciente.

Quanto aos seus objetivos, as pesquisas podem ser classificadas como exploratória,
descritiva ou explicativa. Conforme Prodanov e Freitas (2013, p. 51) a pesquisa exploratória
“é quando a pesquisa se encontra na fase preliminar, tem como finalidade proporcionar mais
informações sobre o assunto que vamos investigar, possibilitando sua definição e seu
delineamento, isto é, facilitar a delimitação do tema da pesquisa; orientar a fixação dos
objetivos e a formulação das hipóteses ou descobrir um novo tipo de enfoque para o assunto.”

Segundo Severino (2007, p. 123) a pesquisa exploratória “busca levantar informações


sobre determinado objeto, delimitando assim um campo de trabalho, mapeando as condições
de manifestação desse objeto”. Dessa forma, neste trabalho será utilizada a pesquisa
exploratória, em razão de apresentar um estudo em determinadas áreas de ação, suas
premissas e necessidades para que, a partir disso, possa ser desenvolvida a análise de um
método de coleta de informações de um monitor multiparamétrico.

Quanto aos procedimentos técnicos, Prodanov e Freitas (2013) entendem que nos
procedimentos técnicos, as pesquisas podem ser classificadas como pesquisa bibliográfica,
documental, experimental, o levantamento, o estudo de caso, a pesquisa-ação e a pesquisa
participante. Neste trabalho, os procedimentos de pesquisa utilizados será a bibliográfico e
experimental.

O levantamento bibliográfico foi essencial para a elaboração do trabalho. Foi


realizado através de pesquisas em trabalhos acadêmicos, artigos, publicações e manuais
técnicos referente a procedimentos de enfermagem, ferramentas e métodos de monitoramento
de sinais vitais de pacientes e monitores de sinais vitais. O levantamento bibliográfico serviu
como base para a análise de viabilidade técnica de coleta de informações de monitores de
sinais vitais.

Na bibliográfica foram utilizados artigos, livros e materiais relacionados ao tema da


pesquisa. Beuren e Raupp (2008, p. 87) determinam que um procedimento bibliográfico é:
21

Todo referencial já tornado público em relação ao tema de estudo, desde


publicações avulsas, boletins, jornais revistas, livros, pesquisas, monografias,
dissertações, teses, entre outros. Por meio dessas bibliografias reúnem-se
conhecimentos sobre a temática pesquisada. Com base nisso é que se pode elaborar
o trabalho monográfico, seja ele em perspectiva histórica ou com o intuito de reunir
diversas publicações isoladas a atribuir-lhes uma nova leitura.

Em relação à pesquisa experimental, foi feita uma análise de viabilidade técnica que
visa solucionar um problema prático específico, observando como a tecnologia facilita os
processos dos profissionais de enfermagem e a garantia de informações corretas para as
organizações de saúde.

Segundo Gil (1991), a pesquisa experimental é caracterizada pela determinação de


um objeto de estudo para o qual são selecionadas as variáveis que poderiam influenciar,
definindo as formas de controle e de observação dos efeitos que esta variável pode causar.

Assim, foi utilizada a seguinte sequência no decorrer do trabalho:

● Pesquisa de mercado com soluções presentes que atendem esta demanda, com
intuito de obter conhecimento dos métodos utilizados por estes.
● Ambiente onde o estudo foi realizado, bem como a descrição do problema e
proposta de solução.
● Aplicação da proposta, apresentação dos equipamentos utilizados e as técnicas
utilizadas para coleta dos dados.
● Experimento de coleta dos sinais fisiológicos de um voluntário assim como a
validação dos mesmos.
22

4 SOLUÇÕES EXISTENTES NO MERCADO

Segundo Bowersox e Closs (2009), a utilização de tecnologias de informação pode


auxiliar na execução de processos interativos, capazes de oferecer um monitoramento das
ações de um sistema e possibilitar o controle e a coordenação nas atividades operacionais,
propiciando uma gestão eficiente, a partir da indicação correta dos dados coletados. Portanto,
o monitoramento em tempo real passa a ser um caminho para que as indústrias e
organizações de saúde implementem sistemas de gerenciamento e controle (ZAMBELLI,
2004).

Monitores de sinais fisiológicos atuais já dispõem de métodos para distribuição das


informações aferidas, painéis que centralizam estes dados em locais estratégicos, onde o
profissional de saúde não tem a necessidade de percorrer todo a ala para verificar o estado de
saúde do paciente. Em seguida são apresentados sistemas de monitoramento centralizado de
sinais fisiológicos existentes no mercado e suas principais características.

4.1 PROLIFE

O HEALTH LEVEL SEVEN, conhecido como HL7, é um protocolo internacional para


intercâmbio de dados eletrônicos em todos os ambientes da área da saúde, integrando
informações de natureza clínica e administrativa. Esta iniciativa vem ao encontro com a
crescente preocupação, na área da Saúde e da Tecnologia da Informação, de buscar soluções
que possam integrar os diversos sistemas de informações em Saúde de forma transparente e
flexível (HL7, 2018a). A adoção e o uso de padrões permitiram um avanço considerável no
desenvolvimento e modelagem de sistemas de informações voltados para a área de saúde.

O Instituto HL7 Brasil representa oficialmente o Brasil no Consórcio Internacional


HL7 Inc., que reúne 27 países, voltados para o desenvolvimento, a divulgação e a promoção
do padrão dentro dos domínios da área da saúde. Entre os diversos tipos de padrões
disponíveis (conteúdo, estrutura, representação, segurança, comunicação), o HL7 tem
assumido um papel importante na troca, no gerenciamento e na integração entre sistemas de
informações em saúde. São descritos como objetivos do consórcio os seguintes itens:
23

● Promover o uso dos padrões dentro dos domínios da área da saúde;


● Promover a educação e o treinamento de padrões de Interoperabilidade;
● Promover a compreensão dos padrões e seus usos comuns no acesso a
publicações dos padrões e na análise de necessidades para sua utilização;
● Prover metodologias para a criação de extensões a partir das bases dos padrões
de Interoperabilidade;
● Encorajar a aceitação e uso do HL7 no Brasil e nas Américas; e
● Colaborar com desenvolvedores da área da saúde e da informática no
desenvolvimento de suas habilidades e conhecimento dos padrões.

A Central de Monitorização da ProLife é um sistema de monitorização de parâmetros


fisiológicos de multi-leitos que permite a visualização de até 66 leitos equipados com os
monitores da marca, comunicados através de cabo de rede ou wi-fi. O mesmo utiliza o
protocolo de comunicação HL7 (PROLIFE, 2018).

Adequada para a monitorização contínua e simultânea de vários pacientes em UTI,


enfermarias e Centro Cirúrgico, a Central pode coletar e exibir parâmetros e formas de onda
de todos os parâmetros monitorados.

Segundo o fabricante ProLife (2018), a transmissão de dados no sistema é bilateral,


ou seja, as informações dos sinais fisiológicos do paciente obtidas pelos monitores
multiparamétricos são enviadas a central de monitorização e esta pode gerar dados de saída,
como alertas e acionamento remoto de aferição.
24

Figura 3 - Esquema de funcionamento da central ProLife

Fonte: ProLife (2018)

Na Figura 3 é apresentado o esquema de funcionamento da central ProLife, onde


diversos monitores são conectados a uma central de monitoramento, e esta apresenta a
informação dos mesmos, centralizando a informação em um único local estratégico no
ambiente hospitalar.

4.2 PHILIPS INTELLIVUE INFORMATION CENTER IX (PIIC IX)

A solução para a coleta de informações fisiológicas dos pacientes da Philips se dá


através do software IntelliVue Information Center iX (PHILIPS, 2018). Este apresenta ser um
dos mais completos, deixando de exibir somente informações em monitores centrais de
25

monitoração, ele dispõe de um acesso flexível. No hospital ou fora dele, é possível ter acesso
à informação do paciente via web e dispositivo móvel através de um aplicativo. Representa
uma visão abrangente do atendimento ao paciente.

Monitorando em tempo real até 1024 leitos, o sistema é capaz de enviar alertas
através do aplicativo, avisando os envolvidos em qualquer lugar que estejam. A
parametrização dos alertas é centralizada, suportando limite máximo e mínimo para todas as
informações fisiológicas coletadas, divididas por sexo e idade. Apresenta as informações em
forma de onda, a respiração, saturação de oxigênio, frequência cardíaca e a pressão arterial
que podem ser analisadas de forma visual, comparando a situação do paciente com a linha
base de um padrão normal, alertando também pacientes com uma tendência negativa. A
visualização nos dispositivos móveis é disponibilizada em forma de onda, numéricos ou
tendências, como é mostrado na Figura 4. Contribui com a identificação, avaliação e
tratamento de pacientes.

Figura 4 - Dispositivos móveis disponibilizando as informações através do PIIC iX

Fonte: Philips (2018)


26

Também utilizando o protocolo HL7 para comunicação através de redes cabeada ou


wi-fi, o PIIC iX dispõe de módulos para a conexão e o monitoramento de dispositivos de
terceiros, como ventiladores e bombas de infusão.

Através do PIIC iX Data Warehouse Connect é possível distribuir dados para outros
sistemas da instituição médica, fornecendo, assim, as informações coletadas à beira do leito
dentro do prontuário eletrônico do paciente.

4.3 CENTRAL DE MONITORIZAÇÃO DIXTAL

Comprada pela Philips em 2008, a Dixtal nasceu na década de 70 e foi a primeira


empresa brasileira de monitores multiparamétricos. Fabricava e comercializava equipamentos
de anestesia, monitoramento de pacientes, aparelhos de ventilação e eletrocardiogramas.

Com o intuito de centralizar as informações, a Dixtal dispõe da Central de


Monitoração Dixtal, capaz de interligar até 60 leitos através de rede cabeada ou wi-fi e exibir
42 leitos com um dispositivo de duas telas. Os dados são integrados através do protocolo
HL7, permitindo o acesso à informação dos pacientes em qualquer lugar do mundo.

Permite a integração dos equipamentos das famílias DX 2010, DX 2020 e DX 2021.


Disponibiliza toda a informação coletada pelo monitor multiparamétrico em um único local,
facilitando o acesso às informações fisiológicas dos pacientes.

Dispondo de alertas, a Central pode ser parametrizada de forma semelhante ao


monitor, soando um alarme diferente para cada nível de severidade e indicando com setas
quando um limite parametrizado é excedido. Estes avisos são configurados para serem
emitidos somente na central, no monitor ou em ambos. Todo alerta é registrado para uma
necessidade futura, assim como as últimas 240 horas de todos os sinais coletados de cada
monitor.

Disponível como um opcional, a DX-CAM é uma câmera que pode ser instalada no
leito, a imagem desta pode ser exibida nos monitores da central, podendo o profissional de
saúde visualizar o paciente à distância DIXTAL (2018).
27

4.4 CENTRAL DE MONITORIZAÇÃO DE LEITOS GE HEALTHCARE CML 256

Com sede no Reino Unido, a GE Healthcare é uma unidade da General Electric


Company. Foi fundada por Thomas Edison em 1878 e atua nos mais diferentes ramos de
mercado. Para a solução de monitoramento remoto de leitos a GE Healthcare dispõe da
Central de Monitoração de Leitos CML 256, possibilitando a visualização de até 48 leitos
simultaneamente.

Possibilita também a visualização de parâmetros que apresentam curvas, e também


parâmetros que somente apresentam valores, de cada um dos monitores da família 600 e
família 700 a ela conectados. Além da visualização independente de cada um dos parâmetros
monitorados dos pacientes, a CML 256 possibilita a visualização completa de qualquer um
dos monitores, proporcionando assim, uma melhor análise dos parâmetros monitorados do
paciente.

Existe a possibilidade de registrar os dados dos pacientes, armazenando informações


relevantes do mesmo, tais como, nome, idade, peso, altura, etc, e realizar operações de
admissão, alta e transferência do paciente de leito, visualização e ajuste dos alarmes de todos
os parâmetros monitorados de cada um dos leitos, permitindo um alerta visual e/ou sonoro,
quando um dos parâmetros estiver fora da faixa parametrizada. É uma das características do
equipamento tons de alarme diferenciados pelo nível de severidade/prioridade e tipo de
parâmetro fisiológico, bem como, configuração dos alertas pode ser realizada no
equipamento a beira do leito ou na central.

Permite também a visualização dos Gráficos de Tendência, para todos os parâmetros


monitorados, de todos os leitos monitorados, armazenando as curvas de sinais fisiológicos e
parâmetros fisiológicos do paciente para revisão futura de até 240 horas.

4.5 NIHON KOHDEN CNS-9101

A empresa de soluções médicas Nihon Kohden dispõe da central de monitoramento


remoto denominada CNS-910. Esta foi projetada para monitorar constantemente até 48
pacientes, visando a segurança e o apoio à tomada de decisões no cuidado com o paciente.
Com uma interface intuitiva, segundo o fabricante (CENTRAL MONITOR, 2018), a
28

operação simples e rápida permite ao profissional de saúde a visualização de alertas e eventos


dos cinco dias anteriores, exibindo esta informação em gráficos de tendência e dados
numéricos.

Coletando as informações dos monitores multiparamétricos à beira do leito, a central


comunica-se com os dispositivos por ela fabricados, denominados Life Scope, através de rede
cabeada. Para equipamentos antigos, a empresa dispõe de um equipamento de interface, que
possibilita o monitoramento remoto pela central de equipamentos mais defasados.

A solução é disposta com o conjunto de hardware e software. Os monitores dispõem


da tecnologia touch screen, que permite ao profissional utilizar o mesmo tocando com os
dedos na tela, facilitando o uso do mesmo. A empresa aponta que podem ser utilizados outros
monitores que não contemplam esta tecnologia.

Para a utilização em dispositivos móveis a Nihon Kohden disponibiliza um software à


parte, chamado de ViTrac, que fornece informações do paciente em tempo quase real em
dispositivos com o sistema operacional iOS da Apple, dentro da rede hospitalar ou
remotamente através de uma conexão VPN (Virtual Private Network). Os dados do paciente
incluem formas de onda, eletrocardiograma, pulso, saturação de oxigênio, tendências e outras
informações, assim como no monitor à beira do leito. Para comunicação através do protocolo
HL7 a empresa comercializa separadamente um outro dispositivo que se conecta ao monitor,
o qual é responsável por fazer a comunicação através do protocolo.

Outra solução da empresa, denominada Netconnect, disponibiliza as informações em


qualquer computador conectado na rede LS-NET. Este software pode ser acessado a partir de
um navegador web, tanto dentro quanto fora da instituição médica, como é mostrado na
Figura 5.
29

Figura 5 - Exemplo de distribuição de rede LS-NET

Fonte: Nihon Kohden (2018)

Através do navegador de qualquer computador é possível visualizar as informações


do paciente através de onda ou valores, assim como visto diretamente no monitoramento
multiparamétrico.

4.6 ANÁLISE DAS SOLUÇÕES

Neste capítulo vimos algumas das soluções presentes no mercado direcionadas à


coleta automática de sinais fisiológicos. Todos fabricantes aqui analisados disponibilizam
uma solução que centraliza todos os monitores multiparamétricos de uma ala hospitalar em
um único local, através de painéis ou computadores. Um único fabricante, dentre os
estudados, disponibiliza os dados para serem armazenados no sistema hospitalar, o que acaba
limitando esta utilização é que esta funcionalidade só é aplicável quando o hospital utiliza um
sistema hospitalar em específico, no caso um desenvolvido pelo mesmo fabricante do
monitor.
30

A comunicação utilizada por todos os modelos estudados é baseada em uma rede


ethernet, quatro dos fabricantes utilizam o protocolo HL7 para comunicação, somente um
deles, o CNS-9101 da fabricante Nihon Kohden necessita um dispositivo externo para
realizar esta comunicação. O protocolo HL7 parece ser algo comum na comunicação deste
tipo de equipamento, este foi um dos testes feitos para alcançar o objetivo deste trabalho.

A seguir é apresentado o ambiente onde o estudo foi realizado, o problema interno do


mesmo e a proposta para solução do mesmo.
31

5 AMBIENTE DE ESTUDO

Este capítulo apresenta o desenvolvimento de análise técnica realizada com monitores


multiparamétricos disponíveis na Unimed Vale do Sinos, ambiente onde este estudo foi
realizado, pelo fácil acesso do acadêmico aos mesmo. Para tanto, primeiro é apresentada a
organização onde este estudo ocorreu, sua história e situação no mercado.

5.1 UNIMED

A Unimed é a maior rede de assistência médica do Brasil, e o maior sistema


cooperativista em saúde no mundo. Presente em oitenta e quatro por cento do território
nacional, o sistema nasceu com a fundação da Unimed Santos em São Paulo, pelo Dr.
Edmundo Castilho, em 1967. Na década de 1970, surgem as Federações Unimed, as
chamadas cooperativas de segundo grau, formadas por no mínimo três singulares, visando
padronizar procedimentos operacionais e estimular a troca de experiências entre as
cooperativas de um mesmo estado. Em 28 de novembro de 1975 foi criada a Confederação
Nacional das Cooperativas Médicas - Unimed do Brasil, entidade máxima do Sistema
Unimed, que congrega todas as federações e singulares (UNIMED BRASIL, 2018).

Hoje é composta por 348 cooperativas médicas, que prestam assistência para mais de
18 milhões de clientes em todo o país, como mostrado na Figura 6. A Unimed conta com
mais de 114 mil médicos, 2683 hospitais credenciados, além de 199 prontos atendimentos, 94
laboratórios, 119 centros de diagnóstico, 93 farmácias e 117 hospitais próprios, além de deter
trinta e sete por cento do mercado nacional de planos de saúde (UNIMED BRASIL, 2018).
32

Figura 6 - Distribuição das Unimeds no Brasil

Fonte: Unimed do Brasil (2018)

5.2 UNIMED VALE DO SINOS

Na região sul são 72 Unimeds, uma delas situada na região do Vale do Sinos
denominada Unimed Vale do Sinos. Foi fundada em 1º de maio de 1975. Esta começou a ser
pensada dentro da Sociedade de Medicina de NH - entidade que à época liderava as
iniciativas científicas, culturais e de trabalho médico. (UNIMED VALE DO SINOS, 2018).

No início dos anos 70, houve um incremento populacional muito grande no Vale,
baseado no crescimento da indústria calçadista. A realidade logo demonstrou as necessidades
na área de assistência médica e que nada seria feito a curto e médio prazo pelo governo para
melhorar as condições de saúde da população da região, desse modo, surgiu a Unimed Vale
do Sinos. (UNIMED VALE DO SINOS, 2018)
33

Atualmente a Unimed Vale do Sinos conta com unidades de atendimento em Novo


Hamburgo, São Leopoldo, Portão e Campo Bom, Unidade de Negócios em Ivoti, Estância
Velha e Dois Irmãos. Possui em seu quadro 492 médicos cooperados, distribuídos entre 42
especialidades reconhecidas pelo Conselho Federal de Medicina; 02 unidades de atendimento
24h; 02 hospitais-dia 24h; 01 hospital com 2 unidades de internação clínica e cirúrgica, bloco
cirúrgico, UTI adulto, UTI neonatal, centro de diagnóstico, serviço de endoscopia e
colonoscopia, 69 leitos; SOS (ambulâncias e UTIs móveis para remoções e resgates); Unimed
Lar e Medicina Preventiva. (UNIMED VALE DO SINOS, 2018)

5.3 PROBLEMA INTERNO

A Unimed Vale do Sinos tem distribuídos em suas 4 unidades, 109 monitores


multiparamétricos, 23 modelos de 11 diferentes fabricantes: GE, Ohmeda, Instramed,
Medrad, Philips, Spacelabs, Biomed, Prolife, Dixtal, Logicare, Deltalife. Nos 19 setores onde
estes estão instalados, 3 são blocos cirúrgicos, estes contendo 3 SRPA, com 21 leitos. Com
este número de leitos para realizar o monitoramento, boa parte do tempo do profissional de
saúde é gasto para coleta e registro dos sinais fisiológicos do paciente, como descrito na
seção 2.2, que posteriormente são transcritas para o prontuário digital do paciente, no sistema
hospitalar da cooperativa. Além deste processo ser custoso quando se fala de tempo, também
é passível de erros, tanto na primeira coleta, quando o profissional de saúde realiza a
anotação no prontuário de papel à beira do leito, quanto no segundo momento, onde o mesmo
transcreve a informação dos sinais coletados para o sistema hospitalar.

5.4 PROPOSTA DE SOLUÇÃO

A proposta deste trabalho de conclusão é realizar a coleta das informações de um


monitor multiparamétrico, disponibilizar esta informação em uma base de dados, para então
serem utilizadas de pela cooperativa para inserção da mesma no prontuário eletrônico do
paciente, criação de painéis de monitoramento ou formulários digitais com preenchimento
automático. Para um dos testes realizados foi utilizado uma placa de prototipagem Raspberry
Pi, a mesma é descrita a seguir.
34

A placa de prototipagem Raspberry Pi é praticamente um computador de pequeno


porte, concebido para o ensino de programação para crianças (RAULINO, 2013). Em sua
composição constam processador, slot para cartão de memória, portas USB e Ethernet,
conector HDMI (High-Definition Multimedia Interface), saídas de áudio analógico e vídeo
composto, entre outros.

O Raspberry Pi 3 Model B (Figura 7) é a última versão lançada e também a mais


poderosa em relação aos componentes embarcados. Incorpora o processador Cortex-A53 de
64 bits com clock de 1.2 GHz (Gigahertz) e 1 GB de memória RAM. Possui 4 portas USB e 1
porta Ethernet (Raspberry PI Models Comparison, 2017).

Figura 7 - Raspberry Pi 3 Model B

Fonte: Raspberry Pi 3 Model B (2017)

Com um monitor multiparamétrico disponibilizado pela Unimed Vale do Sinos, foram


capturadas as informações do mesmo. Estas foram inseridas em uma base de dados para,
posteriormente, serem projetadas em painéis de monitoramento e inseridas de forma
automática no prontuário eletrônico do paciente.
35

6 APLICAÇÃO DA PROPOSTA

Neste capítulo serão apresentados os modelos de monitores multiparamétricos


utilizados no estudo. Foram realizados testes com três monitores distintos, dois modelos da
marca Dixtal e um da marca GE (General Electric). Os testes realizados e os resultados
obtidos são descritos a seguir.

6.1 EQUIPAMENTOS

O monitor multiparamétrico do fabricante Dixtal modelo DX-2010, apresentado na


Figura 8, dispõe de duas portas de comunicação, uma delas é a porta serial COM RS232
(Figura 9) que, segundo o fabricante, permite ligar o DX-2010 à porta RS232 de um
equipamento externo. Ainda segundo o fabricante, a conexão com outros Equipamentos deve
ser feita somente com especificações da engenharia da DIXTAL, após análise do
equipamento a ser conectado.

Figura 8 - Monitor multiparamétrico Dixtal Modelo DX 2010

Fonte: Dixtal (S/A)

Outra opção disponível no equipamento é uma porta RJ45, apresentada na Figura 9,


que segundo o manual do equipamento, é utilizada para conectar o monitor à central de
monitorização Dixtal, visto neste trabalho na seção 4.3.
36

As principais características do modelo são descritas pelo fabricante da seguinte


maneira:

● Alta flexibilidade na monitorização dos diversos parâmetros fisiológicos, através


da configuração pelo operador.
● Apresentação das curvas e parâmetros em Vídeo LCD Colorido de Matriz Ativa.
● Eventos ajustáveis pelo operador.
● Ajuda na tela.
● Operação através de menu de fichas.
● Configuração automática através da inserção/retirada do módulo de expansão.
● Integração com Central de Monitorização Fisiológica.
● Impressão de dados e ondas por impressora laser ou jato de tinta.
● Evolução de todos os parâmetros em formatos gráficos ou numéricos.
● Alarmes auditivos e visuais, ajustáveis para todos os parâmetros.
● Controles através de teclado ou encoder óptico rotacional facilitando a
programação.

● Módulo de bateria recarregável tornando-o independente da disponibilidade de


energia da rede elétrica.

Figura 9 - Parte traseira monitor Dixtal DX 2010

Fonte: Dixtal (S/A)


37

Sem a opção de conexão serial COM RS232, o modelo DX 2021 (Figura 10) é o
monitor multiparamétrico sucessor do modelo anteriormente descrito.

Figura 10 - Monitor Multiparamétrico Dixtal modelo DX 2021

Fonte: Dixtal (S/A)

A conexão tipo RJ45 (Figura 11) disponível no equipamento é descrita pelo fabricante
em seu manual como ‘usado para interconexão com a Estação Central (protocolo proprietário
usando TCP/IP) e a redes externas, somente através de especificações da engenharia da
DIXTAL’.
38

Figura 11 - Parte traseira monitor Dixtal DX 2021

Fonte: Dixtal (S/A)

As seguintes características são listadas pelo fabricante sobre este modelo:

● Alta flexibilidade na monitorização dos diversos parâmetros fisiológicos, através


da configuração pelo usuário;
● Apresentação de curvas e parâmetros em Vídeo LCD Colorido de Matriz Ativa;
● Ajuda na tela através do menu;
● Compatibilidade com HL7;
● Facilidade de operação através de controles na tela;
● Calculadora para auxílio em possíveis cálculos;
● Configuração automática através da inserção/retirada do(s) módulo(s) de
expansão;
● Utilização de pen drive para atualização de software ou ainda para gravação das
informações do paciente e/ou monitor;
● Possibilidade de integração com Central de Monitorização Fisiológica (com ou
sem fio);
● Possibilidade de Impressão de dados e curvas por impressora laser, jato de tinta
ou registrador térmico;
● Evolução de todos os parâmetros em formatos gráficos ou numéricos;
● Armazena eventos de alarme e suas mudanças de configuração, arritmias e
também os eventos definidos pelo usuário;
39

● Possibilidade de visualização de full disclosure, permitindo ao usuário analisar


os sinais quando ocorrido um evento;
● Alarmes sonoros e visuais;
● Controles através de dispositivos, tais como teclado e botão rotacional
facilitando a programação;
● Alça para facilitar seu transporte;

O Terceiro monitor testado foi o monitor multiparamétrico da marca GE (General


Electric), modelo Omni 719, apresentado na Figura 12. O mesmo dispõe de uma porta de
comunicação RJ-45. A utilização da mesma não é especificada no manual do fabricante.

Figura 12 - Monitor GE modelo Omni 719

Fonte: Ge (S/A)

As características do mesmo são descritas pelo fabricante da seguinte forma, o GE


719 é um monitor multiparamétrico com tela touchscreen de cristal líquido de 19” com alta
resolução, gabinete único, micro processado, monitoração simultânea dos seguintes
parâmetros fisiológicos: ECG, Oximetria SpO2, Pressão Arterial Não Invasiva, Temperatura,
Respiração, Pressão Invasiva (PI) e Capnografia.

O monitor permite a visualização simultânea de no mínimo 11 (onze) curvas


alinhadas com seus respectivos valores numéricos digitais na tela, sendo o operador
40

responsável pela escolha dos parâmetros a serem visualizados. Possui tendências gráficas e
tabulares de todos os parâmetros das últimas 120 horas, com cursor que possibilita a
verificação dos valores dos parâmetros para cada horário apresentado no monitor. Também
possui sistema de alarmes sonoros e visuais, com limites máximos e mínimos programáveis
pelo usuário, para todos os parâmetros monitorados, monitoração em pacientes adultos,
pediátricos e neonatal.

6.2 TESTE DE COLETA NOS MONITORES DIXTAL

Através da conexão serial disponível no modelo DX 2010 foi realizada a conexão do


mesmo com um Raspberry Pi, conectando suas portas GPIO ao monitor multiparamétrico.
Com o aplicativo Putty, utilizado para conexões a outros equipamentos, a conexão foi
estabelecida, mas nenhuma informação trafegou pela porta serial. O teste foi repetido
utilizando um adaptador serial/USB. O equipamento foi conectado então diretamente a um
computador, como mostrado na Figura 13. O resultado obtido foi o mesmo, a conexão foi
estabelecida com o monitor multiparamétrico, mas nenhuma informação foi disponibilizada
pelo equipamento.

Figura 13 - Teste de conexão via porta serial com DX 2010

Fonte: o Autor (2018)


41

Os monitores Dixtal DX 2010 e o DX 2021 dispõe de uma porta RJ-45, a utilização


da mesma é descrita no manual do fabricante da seguinte maneira: ‘Usado para interconexão
com a estação Central (protocolo proprietário usando TCP/IP) e a redes externas, somente
através de especificações da engenharia da DIXTAL’.

Para tentativa de coleta dos dados através do cabo de rede foram realizados dois
diferentes testes. No primeiro, foi conectado o monitor multiparamétrico a um roteador com
DHCP ativo. Com os dois dispositivos conectados foi identificado, como mostra a Figura 14,
que o monitor multiparamétrico não recebeu nenhum IP válido, somente ficou listado o IP do
computador que estava conectado na rede para acesso ao roteador.

Segundo Ruschel (2009, p. 131), “O DHCP é um serviço que possibilita ao


administrador distribuir endereços IP automaticamente, facilitando muito o trabalho, pois não
é necessário especificar um endereço IP para cada computador.”

Ainda na tentativa de adicionar um IP no monitor multiparamétrico foi acessado seu


menu de configuração, na procura de alguma página para configuração de IP manualmente,
porém, mesmo com a ajuda do manual do fabricante, não foi localizada nenhuma
configuração semelhante.

Figura 14 - Lista de cliente DHCP

Fonte: o Autor (2018)


42

A segunda tentativa para captura de dados do monitor multiparamétrico foi através de


duas ferramentas. A primeira, Wireshark, é denominada como uma aplicação para sniffer de
rede. Segundo Tácio (2018), sniffers são ferramentas que interceptam e analisam o tráfego de
uma rede, com ele é possível descobrir quais sites estão sendo acessados na rede, quais tipos
de protocolos estão sendo usados (HTTP, FTP, POP3, SMTP, etc) e, até mesmo, capturar
senhas de sites com autenticação, como redes sociais, painéis administrativos, e-mails, etc.

Foi conectado o monitor multiparamétrico a um HUB, e executado o aplicativo


Wireshark para capturar as informações que estavam trafegando na rede, conforme Figura 15.
Durante os 10 minutos que o aplicativo ficou em execução nenhum dado referente ao monitor
foi identificado.

Figura 15 - Aplicação Wireshark

Fonte: o Autor (2018)

A segunda aplicação utilizada nos testes foi a Lanspy, que identifica os dispositivos
conectados à rede, lista seus IPs e portas disponíveis. Para este teste ambos os monitores
foram conectados a um switch e o aplicativo foi executado. Após a finalização do mesmo, foi
possível identificar somente o IP do computador em que o aplicativo Lanspy estava sendo
executado. Como mostra a Figura 16, nenhum outro dispositivo foi identificado na rede.
43

Figura 16 - Aplicação Lanspy

Fonte: o Autor (2018)

Após a execução das 5 tentativas de coleta, nenhum dado dos monitores da marca
Dixtal (modelos Dx 2010 e Dx 2021) foi identificado, dando indícios de um protocolo de
comunicação próprio, como foi apontado no manual de um dos monitores, onde o mesmo
descreve a utilização da interface RJ-45 como ‘Usado para interconexão com a estação
Central (protocolo proprietário usando TCP/IP) e a redes externas, somente através de
especificações da engenharia da DIXTAL’ (DIXTAL, 2018).

6.3 TESTE DE COLETA NO MONITOR DA GENERAL ELECTRIC

Durante a identificação da tecnologia disponibilizada pelo monitor, foi identificado


nos menus do mesmo, uma tela para configuração de conectividade, uma das abas
disponibiliza configurações para comunicação HL7, como mostra a Figura 17. Após ativar a
comunicação HL7 no dispositivo dois parâmetros foram disponibilizados, ‘Endereço IP’ e
‘Porta’.
44

Figura 17 - Tela de configuração HL7

Fonte: o Autor (2018)

Foi então desenvolvida uma aplicação na linguagem Python, para verificar as


informações enviadas para o IP e porta configurados no monitor multiparamétrico GE. A
aplicação desenvolvida analisa e armazena tudo o que trafega na porta 2575. A partir daí foi
possível verificar que o monitor envia um arquivo (disponível no Anexo A) no formato HL7.
Analisando o arquivo recebido é possível identificar segmentos citados nas documentações
do HL7 (2018b). Segmentos são tags que identificam um trecho do arquivo que contém
determinadas informações transmitidas pelos equipamentos de saúde.
45

Um dos primeiros que se conseguiu identificar é o segmento que indica o início da


mensagem, a tag ‘MSH’. A mesma é seguida de informações básicas sobre o dispositivo que
originou a mensagem em questão, data, hora, modelo e serial do dispositivo.

O segundo segmento, denominado ‘PID’, carrega consigo as principais informações


do paciente. Como é possível visualizar no Anexo A, a tag identifica o nome do paciente e o
número do seu atendimento. Ambas informações são cadastradas diretamente no monitor
multiparamétrico. O segmento subsequente, ‘PV1’, carrega as demais informações do
paciente. Neste exemplo, a mesma traz as informações do leito onde o paciente se encontra,
esta informação, assim como as demais, é cadastrada diretamente no monitor.

O segmento ‘OBR’ identifica as informações que estão contidas no arquivo, é possível


identificar no exemplo disponível no Anexo A, que os parâmetros disponibilizados no
arquivo são numéricos, ‘Envio periódico de parâmetros numéricos’. Ainda na mesma tag as
informações como versão do protocolo HL7 ‘2.6’ e tipo de equipamento que está
transmitindo as informações, neste caso ‘Vital signs monitor’ na tradução "Monitor de sinais
vitais", são apresentados.
O segmento ‘OBX’ transporta as informações do paciente capturadas pelo
equipamento médico. No exemplo disponível no Anexo A se tem 30 informações enviadas
pelo monitor multiparamétrico, cada uma delas é numerada de 1 a 30, seguido de um breve
texto descrevendo a representação do valor subsequente. O Quadro 1 descreve as
informações que serão tratadas neste trabalho:
46

Quadro 1 - Segmentos do arquivo HL7

SEGMENTO DESCRIÇÃO SINAL FISIOLÓGICO

OBX|0| INTRAVASCULAR SYSTOLIC Pressão arterial sistólica

OBX|1| INTRAVASCULAR MEAN Pressão arterial média

OBX|2| INTRAVASCULAR DIASTOLIC Pressão arterial diastólica

OBX|5| OXYGEN SATURATION Saturação de oxigênio

OBX|6| HEART RATE BLOOD PULSE Frequência cardíaca

OBX|23| BODY TEMPERATURE Temperatura corporal

OBX|24| BODY TEMPERATURE Temperatura corporal

Fonte: o Autor (2018)

Como é possível visualizar na Figura 17, existe uma configuração para definir o
intervalo de tempo que o monitor multiparamétrico envia um arquivo HL7 com as
informações fisiológicas do paciente. Neste exemplo, realizou-se a configuração para que o
equipamento enviasse 1 arquivo a cada 1 segundo.
Após receber as informações, a aplicação desenvolvida percorre o arquivo
armazenando as informações definidas em variáveis locais. Após finalizar a varredura do
arquivo, o sistema armazena as informações coletadas em um banco de dados Mysql. O
modelo da tabela é apresentado na Figura 18.
47

Figura 18 - Modelo da tabela para armazenamento das informações

Fonte: o Autor (2018)

As informações para identificação do paciente e do monitor multiparamétrico,


armazenados no banco de dados, são importantes para uma futura utilização, visto que será
necessário localizar o paciente de alguma maneira. Para isso tem-se duas informações
relacionadas ao monitor multiparamétrico, a primeira identifica o IP do mesmo, esta
informação é inserida manualmente, visto que o equipamento não tem a opção de obter
endereço via DHCP. Isso não se torna um problema, pois inserindo esta informação
manualmente tem-se a certeza de que a mesma não será alterada em caso de desligamento do
equipamento, tornando esta informação uma boa maneira de identificação do monitor
multiparamétrico. A segunda informação, também inserida manualmente no monitor, é o
leito, esta pode ser alterada por somente uma pessoa que tenha a senha de acesso às
configurações avançadas do mesmo. Para identificação do paciente tem-se o nome do
mesmo, que é preenchido pelo profissional de saúde, assim como o número do atendimento,
que pode ser obtido no sistema hospitalar utilizado pela instituição de saúde.

Juntamente com os sinais fisiológicos mencionados no Quadro 1 e a data do


armazenamento, o arquivo HL7 é armazenado no banco de dados, visando uma possível
conferência futura. A tabela do banco de dados, juntamente com as suas informações, é
apresentada na Figura 19. Devido a tabela ser uma base de dados de transição, ou seja outros
sistema irão consumir suas informações, as mesmas foram adicionadas em uma tabela única.
48

Figura 19 –Tabela criada com informações do arquivo HL7

Fonte: o Autor (2018)

Um algoritmo com os principais passos da implementação é descrito abaixo, o código


fonte completo e descrito está disponível no Apêndice A.

● #Importa biblioteca Socket e Mysql


● #Instancia classe do socket
● #Define parâmetros do BD
● #Instância um cursor
● #Recebe dados na porta
● #Cria variaveis com dado 'NULL' como padrão
● #Busca variáveis no arquivo
● #Insere informações na base de dados
● #Define host e porta
● #Iniciar captura de arquivo

Neste capítulo foram realizados testes de coleta das informações de dois diferentes
monitores da marca Dixtal. Diversos métodos de coleta de informação foram aplicados, todos
sem sucesso. Um terceiro teste foi realizado com outro monitor, este da marca GE. Através
de uma porta RJ-45 foi possível coletar e armazenar as informações em uma base de dados.
49

7 VALIDAÇÃO DOS DADOS

Neste capítulo é descrito o método de validação dos dados coletados automaticamente


pela aplicação desenvolvida, assim como a análise dos resultados obtidos com o experimento.

7.1 MÉTODO DE VALIDAÇÃO

Para validação das informações coletadas e armazenadas no banco de dados foi


realizado um experimento com o acompanhamento de um profissional da área da saúde, uma
enfermeira que atua na área há cerca de 12 anos. Conforme Figura 20, um voluntário foi
conectado ao monitor multiparamétrico através de dois sensores, um sensor de oximetria para
a coleta de saturação de oxigênio e frequência cardíaca e um manguito que foi utilizado para
coleta das pressões sistólica, diastólica e média. Um terceiro sensor conectado ao monitor
multiparamétrico fazia a medição da temperatura do ambiente.

Figura 20 - Voluntário conectado ao monitor multiparamétrico

Fonte: o Autor (2018)


50

O voluntário permaneceu conectado ao equipamento durante 20 minutos, seus sinais


fisiológicos foram coletados de forma manual pelo profissional de saúde, em intervalos de
cerca de 5 minutos, totalizando 5 grupos de informações que podem ser visualizados no
Anexo B. No momento em que o profissional de saúde realizava as anotações foram
registrados através de fotos a tela do monitor multiparamétrico, conforme Figura 21.

Figura 21 - Informações e telas coletadas durantes validações

Fonte: o Autor (2018)

Na Figura 21 tem-se as telas do monitor multiparamétrico, juntamente com o horário


que o profissional de saúde realizou a anotação manual. Na primeira coleta, realizada às 15
51

horas e 10 minutos, tem-se o registro de saturação de oxigênio no sangue de 96%, uma


frequência cardíaca de 72 batimentos por minuto, pressão sistólica de 118, pressão diastólica
81, pressão média 95 e temperatura do ambiente de 23.3. A segunda coleta ocorreu às 15
horas e 15 minutos. A porcentagem de saturação de oxigênio no sangue se manteve em 96%,
a frequência cardíaca de 70 batimentos por minuto, pressão sistólica de 126, pressão
diastólica 78, pressão média 94 e temperatura do ambiente de 23.3. Na terceira coleta, as 15
horas e 20 minutos, a saturação de oxigênio no sangue estava em 96%, a frequência cardíaca
em 67 batimentos por minuto, pressão sistólica de 117, pressão diastólica 79, pressão média
94 e temperatura do ambiente de 23.3. Na quarta coleta, realizada às 15 horas e 26 minutos, o
registro de saturação de oxigênio no sangue foi de 96%, a frequência cardíaca de 69
batimentos por minuto, pressão sistólica de 122, pressão diastólica 78, pressão média 95 e
temperatura do ambiente de 23.3. Por fim, a quinta coleta, realizada às 15 horas e 31 minutos,
traz o registro de saturação de oxigênio no sangue de 97%, frequência cardíaca de 68
batimentos por minuto, pressão sistólica de 122, pressão diastólica 78, pressão média 95 e
temperatura do ambiente de 23.4.

7.2 RESULTADOS OBTIDOS

Após a finalização do experimento, os dados coletados e anotados de forma manual


pela profissional de saúde, foram comparadas aos dados armazenados no banco de dados pela
aplicação desenvolvida. Esta comparação é apresentada no Quadro 3. Cabe ressaltar que
como o monitor envia a informação a cada segundo, existiam armazenados 60 registros no
minuto da coleta. Para níveis de comparação, foi utilizada uma média simples das 60 coletas
do minuto, não levando em conta se a diferença foi para mais ou para menos.
52

Quadro 2 - Quadro de comparação de dados coletados

Fonte: o Autor (2018)

Na primeira coleta, apresentada no Quadro 2, é possível observar que ao comparar os


sinais fisiológicos coletados manualmente, com a média dos 60 registros armazenados na
base de dados com o tempo 15 horas e 10 minutos, temos uma de 99,84% no registro de
saturação de oxigênio, 98,63% na frequência cardíaca e 100% no restante dos itens,
totalizando um acerto de 99,74% na primeira coleta. Na segunda temos 99,84% no registro de
saturação de oxigênio, 95,68% na frequência cardíaca e 100% no restante dos itens,
totalizando um acerto de 99,10% na segunda coleta. A terceira coletas traz 99,9% de acerto
53

no registro de saturação de sangue, 95,16% na frequência cardíaca, 100% na temperatura,


99,24% na pressão arterial sistólica, 99,87% na pressão arterial diastólica e 100% na pressão
arterial média, totalizando 99.03% de acertos na terceira coleta. Na quarta coleta o registro de
saturação de oxigênio teve uma taxa de acerto de 99,48%, a frequência cardíaca 97,9%,
temperatura 100%, 99,19% na pressão arterial sistólica, 93,59% na pressão arterial diastólica
e 100% na pressão arterial média, totalizando 98.36% de acerto na quarta coleta. Na última
coleta o registro de saturação de oxigênio foi de 99,65% de acerto, a frequência cardíaca
93,34% e 100% para o restante dos itens, isso totaliza 98,83 % de taxa de acerto durante a
quinta e última coleta.

O resultado obtido no final da análise das comparações realizadas foi de 99,01% de


taxa de acerto. Com este resultado a aplicação se mostrou confiável, sendo possível utilizar os
dados armazenados no banco de dados em soluções distintas.
54

CONCLUSÃO

Neste trabalho foi explanado sobre o processo de coleta de sinais fisiológicos em


centros de recuperação pós anestésico e as dificuldades encontradas no setor, problemas estes
que afetam o desempenho do profissional de saúde e, em alguns casos, colocam a vida do
paciente em risco.

As atuais soluções do mercado atendem em partes a estas demandas. Quando se fala


de integração com o sistema hospitalar, somente uma das soluções abordadas realiza troca de
informação dos monitores multiparamétricos com o prontuário digital do paciente, mas esta
solução só é possível se o sistema hospitalar utilizado for do mesmo fabricante.

Outra dificuldade levantada após o estudo das soluções existentes, foi a falta de
maleabilidade dos monitores compatíveis. Todas as soluções funcionam somente com seus
próprios monitores multiparamétricos, nenhuma delas apresenta uma solução para hospitais
que tenham sua infraestrutura diversificada, com monitores de várias marcas.

Os testes realizados nos monitores, na tentativa de coletar as informações dos


mesmos, através da placa Raspberry Pi, não foram satisfatórios. Não foi possível coletar
qualquer dado do monitor multiparamétrico, dando indícios de um protocolo de comunicação
próprio, como foi apontado no manual de um dos monitores, onde o mesmo descreve a
utilização da interface RJ-45 como ‘Usado para interconexão com a estação Central
(protocolo proprietário usando TCP/IP) e a redes externas, somente através de especificações
da engenharia da DIXTAL (DIXTAL, 2018).

Foi então realizada a tentativa de coleta com um monitor da marca GE, e através de
uma aplicação desenvolvida foi possível coletar e armazenar as informações do mesmo em
um banco de dados. Estas foram validadas por um profissional de saúde, possibilitando assim
a utilização das informações dos monitores por qualquer aplicação utilizada pela cooperativa
Unimed Vale do Sinos. Este algoritmo possa ser utilizado com outros monitores de outras
marcas e modelos que utilizam o protocolo de comunicação HL7.

Criar painéis centralizados para monitoramento de pacientes de uma ala hospitalar,


adicionar os sinais fisiológicos do paciente em seu prontuário digital no sistema hospitalar ou
criar formulários digitais com preenchimento automático das informações já coletadas, são
ações a serem realizadas em trabalhos futuros.
55

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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cadeia de suprimentos. São Paulo: Atlas, 2009.

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operatório imediato, em um centro de recuperação anestésica. Enf. Novas Dimensões,
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56

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Systems: A Practical Approach for Health Care Management. Estados Unidos: John
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científico: Métodos e técnicas da pesquisa e do trabalho acadêmico. 1. ed. Novo
Hamburgo: Feevale, 2009.

PRODANOV, Cleber Cristiano; FREITAS, Ernani César. Metodologia do trabalho


científico [recurso eletrônico]: métodos e técnicas da pesquisa e do trabalho acadêmico.
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<http://socialcompare.com/en/comparison/raspberrypi-models-comparison>. Acesso em: 13
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RIBEIRO, Christiane. Disponível em: <www.experienciasdeumtecnicodeenfermagem.com>


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SOBECC - Associação Brasileira de Enfermeiros de Centro Cirúrgico, Recuperação


Anestésica e Centro de Material e Esterilização - SOBECC. Práticas Recomendadas
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TÁCIO, Paulo. Disponível em: <http://www.mundodoshackers.com.br/top-5-os-melhores-


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TIMBY, Barbara K..Conceitos e Habilidades Fundamentais no Atendimento de


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ZAMBELLI, M. T. Rastreabilidade: Sinônimo de Eficiência e Segurança. Hospitalar,


2004.
58
59

APÊNDICE A – Código fonte da aplicação desenvolvida


60

#hl7_receiver.py

#Importa biblioteca Socket e Mysql

import socketserver

import mysql.connector

#Instancia classe do socket

bh = socketserver.BaseRequestHandler

#Cria classe handler passando por herança a instancia o objeto


socket

class handler(bh):

#Escreve o método handle da classe

def handle(self):

#Define parâmetros do BD

mydb = mysql.connector.connect(

host="localhost",

user="root",

passwd="Senha para acesso a base de dados",

database="monitores"

#Instância um cursor

mycursor = mydb.cursor()

#Recebe dados na porta

data = self.request.recv(1024*100)

dados = data

#Print dados recebidos

#print(str(dados))
61

#Cria variaveis com dado 'NULL' como padrão

pas = "null"

pam = "null"

pad = "null"

so2 = "null"

fc = "null"

temp1 = "null"

temp2 = "null"

ip = str("{}".format(self.client_address[0]))

dados1 = str(dados).replace("\\r","\n")

for i in dados1.split('\n'):

#Linha 1 - Pega Atendimento e paciente

if i.startswith('PID'):

atendimento = i.split('|')[1]

paciente = i.split('||^')[1]

#Linha 2 - Pega Leito

elif i.startswith('PV1'):

leito = i.split('|^^')[1]

#Linha 3 - Pega pressão sistólica

elif i.startswith('OBX|0|'):

if not i.split('|')[5] == '---':

pas = i.split('|')[5]

#Linha 3 - Pega pressão Media

elif i.startswith('OBX|1|'):

if not i.split('|')[5] == '---':

pam = i.split('|')[5]

#Linha 3 - Pega pressão diastólica

elif i.startswith('OBX|2|'):

if not i.split('|')[5] == '---':

pad = i.split('|')[5]

#Linha 5 - Pega Saturação de oxigenio


62

elif i.startswith('OBX|5|'):

if not i.split('|')[5] == '---':

so2 = i.split('|')[5]

#Linha 6 - Pega Frequencia cardiaca

elif i.startswith('OBX|6|'):

if not i.split('|')[5] == '---':

fc = i.split('|')[5]

#Linha 23 - Pega Temperatura 1

elif i.startswith('OBX|23|'):

if not i.split('|')[5] == '---':

temp1 = i.split('|')[5]

#Linha 24 - Pega Temperatura 2

elif i.startswith('OBX|24|'):

if not i.split('|')[5] == '---':

temp2 = i.split('|')[5]

# Insere informaçoes na base de dados

#print(ip, paciente, atendimento, leito, pas, pad, pam,


so2, fc, temp1, temp2)

mycursor.execute("""insert into hl7 (ip, arquivo, data,


paciente, atendimento, leito, pas, pam, pad, so2, fc, temp1, temp2)

values("%s", "%s", now(), "%s", %s, %s, %s, %s, %s, %s,
%s, %s, %s)""" % (ip, str(dados), paciente, atendimento, leito, pas,
pam, pad, so2, fc, temp1, temp2))

mydb.commit()

#Define host e porta

host = ('172.21.1.201', 2575)

#Iniciar captura de arquivo

s = socketserver.TCPServer(host, handler)

s.serve_forever()
63

ANEXO A – Arquivo recebido do monitor multiparamétrico


64

MSH|^~\&|Omni700||||Mon Aug 13 10:22:05


2018||ORU^R01^ORU_R01|MSG0052|P^T|2.6|||NE|NE||8859/1|
PID|1234|1234|1234||^Ubiratan dias
PV1||N|^^8
OBR|1||0052|1^Envio periódico de parâmetros
numéricos^L||||||||||||||||||||ICU|||||||||||||||||||||||VIT^Vital signs
monitor^HL70261^^^^2.6
OBX|0|NM|150021^^MDC_PRESS_BLD_NONINV_SYS^8480-6^^INTRAVASCULAR
SYSTOLIC:PRES|1.16.1.3|122.00|mmHg|(---) - (---)|N|||R|||Mon Aug 13
10:22:05 2018|||PNI^Sist|^Omnimed Omni700
OBX|1|NM|150023^^MDC_PRESS_BLD_NONINV_MEAN^8478-0^^INTRAVASCULAR
MEAN:PRES|1.16.1.2|95.00|mmHg|(---) - (---)|N|||R|||Mon Aug 13 10:22:05
2018|||PNI^Méd|^Omnimed Omni700
OBX|2|NM|150022^^MDC_PRESS_BLD_NONINV_DIA^8462-4^^INTRAVASCULAR
DIASTOLIC:PRES|1.16.1.1|78.00|mmHg|(---) - (---)|N|||R|||Mon Aug 13
10:22:05 2018|||PNI^Diast|^Omnimed Omni700
OBX|3|NM|||---|mmHg|(---) - (---)|N|||R|||Mon Aug 13 10:22:05
2018|||PNI^Pressão atual|^Omnimed Omni700
OBX|4|NM|||---|bpm|(---) - (---)|N|||R|||Mon Aug 13 10:22:05
2018|||PNI^Pulso|^Omnimed Omni700
OBX|5|NM|150456^^MDC_PULS_OXIM_SAT_O2^59408-5^^OXYGEN
SATURATION|1.22.1.2|97.00|%|(94.00) - (100.00)|N|||F|||Mon Aug 13 10:22:05
2018|||SpO2^Sat|^Omnimed Omni700
OBX|6|NM|149530^^MDC_PULS_OXIM_PULS_RATE^73795-7^^HEART RATE BLOOD PULSE
OXIMETRY|1.22.1.1|92.00|1/min|(50.00) - (120.00)|N|||F|||Mon Aug 13
10:22:05 2018|||SpO2^Pulso|^Omnimed Omni700
OBX|7|NM|147842^^MDC_ECG_HEART_RATE^8867-4^^HEART RATE|1.5.1.1|---
|1/min|(50.00) - (120.00)|N|||R|||Mon Aug 13 10:22:05
2018|||ECG^FC|^Omnimed Omni700
OBX|8|NM|148066^^MDC_ECG_V_P_C_RATE^8616-5^^PVCs nRate|1.5.1.2|---|1/min|(-
--) - (10.00)|N|||R|||Mon Aug 13 10:22:05 2018|||ECG^EV|^Omnimed Omni700
OBX|9|NM|131841^^MDC_ECG_AMPL_ST_I|1.5.1.3|---|mV|(---) - (---)|N|||R|||Mon
Aug 13 10:22:05 2018|||ECG^ST-I|^Omnimed Omni700
OBX|10|NM|131842^^MDC_ECG_AMPL_ST_II|1.5.1.4|---|mV|(---) - (---
)|N|||R|||Mon Aug 13 10:22:05 2018|||ECG^ST-II|^Omnimed Omni700
OBX|11|NM|131841^^MDC_ECG_AMPL_ST_I|1.5.1.3|---|mV|(---) - (---
)|N|||R|||Mon Aug 13 10:22:05 2018|||ECG^ST-III|^Omnimed Omni700
OBX|12|NM|131902^^MDC_ECG_AMPL_ST_AVR|1.5.1.12|---|mV|(---) - (---
)|N|||R|||Mon Aug 13 10:22:05 2018|||ECG^ST-aVr|^Omnimed Omni700
OBX|13|NM|131903^^MDC_ECG_AMPL_ST_AVL|1.5.1.13|---|mV|(---) - (---
)|N|||R|||Mon Aug 13 10:22:05 2018|||ECG^ST-aVl|^Omnimed Omni700
OBX|14|NM|131904^^MDC_ECG_AMPL_ST_AVF|1.5.1.14|---|mV|(---) - (---
)|N|||R|||Mon Aug 13 10:22:05 2018|||ECG^ST-aVf|^Omnimed Omni700
OBX|15|NM|131843^^MDC_ECG_AMPL_ST_V1|1.5.1.6|---|mV|(---) - (---
)|N|||R|||Mon Aug 13 10:22:05 2018|||ECG^ST-V1|^Omnimed Omni700
OBX|16|NM|131844^^MDC_ECG_AMPL_ST_V2|1.5.1.7|---|mV|(---) - (---
)|N|||R|||Mon Aug 13 10:22:05 2018|||ECG^ST-V2|^Omnimed Omni700
OBX|17|NM|131845^^MDC_ECG_AMPL_ST_V3|1.5.1.8|---|mV|(---) - (---
)|N|||R|||Mon Aug 13 10:22:05 2018|||ECG^ST-V3|^Omnimed Omni700
OBX|18|NM|131846^^MDC_ECG_AMPL_ST_V4|1.5.1.9|---|mV|(---) - (---
)|N|||R|||Mon Aug 13 10:22:05 2018|||ECG^ST-V4|^Omnimed Omni700
OBX|19|NM|131847^^MDC_ECG_AMPL_ST_V5|1.5.1.10|---|mV|(---) - (---
)|N|||R|||Mon Aug 13 10:22:05 2018|||ECG^ST-V5|^Omnimed Omni700
OBX|20|NM|131848^^MDC_ECG_AMPL_ST_V6|1.5.1.11|---|mV|(---) - (---
)|N|||R|||Mon Aug 13 10:22:05 2018|||ECG^ST-V6|^Omnimed Omni700
OBX|21|NM|151562^^MDC_RESP_RATE^19842-4^^RESPIRATORY RATE||---|1/min|(8.00)
- (30.00)|N|||R|||Mon Aug 13 10:22:05 2018|||Resp.^FR|^Omnimed Omni700
OBX|22|NM|0^^Apnea^19827-5^^Apnea|1.6.1.1|---|s|(---) - (20.00)|N|||R|||Mon
Aug 13 10:22:05 2018|||Resp.^Apneia|^Omnimed Omni700
OBX|23|NM|150344^^MDC_TEMP^8310-5^^BODY TEMPERATURE|1.26.1.1|23.40|ºC|(---)
- (---)|N|||R|||Mon Aug 13 10:22:05 2018|||Temp.^T1|^Omnimed Omni700
65

OBX|24|NM|150344^^MDC_TEMP^8310-5^^BODY TEMPERATURE|1.26.1.1|---|ºC|(---) -
(---)|N|||R|||Mon Aug 13 10:22:05 2018|||Temp.^T2|^Omnimed Omni700
OBX|25|NM|150017^^MDC_PRESS_BLD_SYS|1.13.1.3|---|mmHg|(---) - (---
)|N|||R|||Mon Aug 13 10:22:05 2018|||PI 1^Máx|^Omnimed Omni700
OBX|26|NM|150019^^MDC_PRESS_BLD_MEAN|1.13.1.2|---|mmHg|(---) - (---
)|N|||R|||Mon Aug 13 10:22:05 2018|||PI 1^Méd|^Omnimed Omni700
OBX|27|NM|150018^^MDC_PRESS_BLD_DIA|1.13.1.1|---|mmHg|(---) - (---
)|N|||R|||Mon Aug 13 10:22:05 2018|||PI 1^Mín|^Omnimed Omni700
OBX|28|NM|150017^^MDC_PRESS_BLD_SYS|1.13.1.3|---|mmHg|(---) - (---
)|N|||R|||Mon Aug 13 10:22:05 2018|||PI 2^Máx|^Omnimed Omni700
OBX|29|NM|150019^^MDC_PRESS_BLD_MEAN|1.13.1.2|---|mmHg|(---) - (---
)|N|||R|||Mon Aug 13 10:22:05 2018|||PI 2^Méd|^Omnimed Omni700
OBX|30|NM|150018^^MDC_PRESS_BLD_DIA|1.13.1.1|---|mmHg|(---) - (---
)|N|||R|||Mon Aug 13 10:22:05 2018|||PI 2^Mín|^Omnimed Omni700

MSH|^~\&|||Omni700||||ACK|AMSG0052|P|2.6|
MSA|AA|MSG0052|
66

ANEXO B – Documentos com sinais fisiológicos coletados manualmente.


67

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