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FARMACODINÂMICA E PRESCRIÇÃO MÉDICA

A fármacodinâmica realiza o estudo quantitativo dos efeitos biológicos e terapêutico das drogas,
completando assim a tarefa da fármacocinética que por sua vez analisa absorção, a distribuição,
o metabolismo e a excreção dos fármacos.
Esses estudos demonstram o efeito terapêutico esperado da droga, e, quando possível, o seu
mecanismo de ação. As especificações farmacodinâmica, além disso, pesquisam as respostas dos
principais sistemas do corpo afim de revelar efeitos de outra natureza o mesmo tóxico visando
principalmente:
• Efeitos adversos potenciais
• Tecidos particularmente atingidos
• Sistemas metabólicos de interesse em cada problema
Junto com a farmacocinética, a fármacodinâmica também fornece informações adequadas para
o tratamento das intoxicações pelas drogas.
As ações e efeitos das drogas dependem de todos os aspectos que envolvem o seu uso, desde
a forma de apresentação até eliminação, motivo pelo qual o percurso do medicamento no
organismo pode subi dividir-se em três fases: farmacêutica, fármacocinética e farmacodinâmica.

TIPOS DE AÇÕES GERAIS DAS DROGAS


1. Estimulação
2. Depressão
3. Irrigação
4. Antiinfecção

As drogas não criam funções do órgão ou sistema sobre o qual atua. Elas apenas
modificam as funções prezes tente.
Na estimulação provocam um aumento de atividade das células atingidas. Como por
exemplo, a cafeína estimula a atividade cerebral, a acetilcolina estimula o sistema
nervoso parasimpático e a adrenalina o sistema simpático.
Na depressão, observa-se diminuição da atividade das células atingidas pela droga.
Atropina, por exemplo deprime atividade das células enervados por nervos colinérgicos,
e os barbitúricos deprimem o sistema nervoso.
Na irrigação, a droga atua sobre a nutrição, crescimento e morfologia dos tecidos vivos.
Os diversos graus de irrigação podem ir desde moderada ação até inflamação, corrosão
e necrose. Os purgativos por exemplo, irritam as células da mucosa intestinal, estimulando
o peristaltismo e provocando evacuações.
As drogas anti-infecciosas se destinam a destruição ou neutralização de organismos
patógeno, do tipo de bactérias, fungos e vírus.
Ainda a respeito de tipos de ação das drogas encontram-se as seguintes expressões:
ação local ou tópica, quando exercida no ponto de aplicação; ação geral ou sistêmica,
quando a droga se distribuem por todo organismo e agem diversos órgãos; ações
primárias e secundárias; reversível e irreversíveis; ação eletiva ou seletiva, quando a
droga age predominantemente em determinado órgão, apesar de distribuída por todo
organismo.
No estudo farmacodinâmico de cada droga procura-se investigar o mecanismo de ação
intimo e especifico, em todos os níveis possíveis desde o tecidual, até o bioquímico e
molecular.

DETERMINANTES DAS AÇÕES E EFEITOS DAS DROGAS

Existem várias determinantes para que um medicamento atinja seu proposito quando
prescrito, mesmo que por vezes possamos agir intuitivamente, precisamos sempre observar
os estados de vigília ou sono profundo, pois alguns medicamentos podem não surtir o
mesmo efeito, a posição do corpo, deitado ou em pé, pode influenciar na tensão arterial
de certos pacientes, geriátricos, por exemplo, com atenção especial para a hipotensão
postural ou ortostática.
1. Fatores Mecanicistas
a. De administração
b. De disposição
c. Farmacodinâmicos
d. Clínicos
2. Fatores fisiológicos
a. Fatores de administração
• Via e método de administração
• Dose e regime posológico
• Forma farmacêutica
b. Fatores de disposição da droga que incluem:
• Distribuição
• Metabolismo
• Excreção
c. Fatores Clínicos incluem:
• Variáveis do ambiente
• Efeitos psicológicos
• Falta de precisão no diagnostico
• Doenças simultâneas
• Recaídas
• Interações entre drogas
d. O grande grupo de fatores fisiológicos inclui:
• Raça
• Sexo
• Idade
• Peso
• Posição do corpo
• pH urinário
• Farmacogenética
• Gravidez
• Menopausa
• Estado de nutrição
• Estados patológicos
• Temperatura
• Velocidade do fluxo sanguíneo
A prescrição Médica
A receita ou prescrição é uma ordem escrita com letra legível em vernáculo do médico, veterinário
ou dentista para seus pacientes. A receita constitui sempre um documento cercado de
responsabilidade sobre vários aspectos. O aspecto clinico, isto é a espécie de medicamento, sua
indicação e posologia. A receita pelo seu conteúdo, pode deixar transparecer a doença de que
é acometido o paciente.
Em segundo lugar a receita pode conter medicamentos com posologia exagerada, acima das
permitidas pelos códigos farmacêuticos que pode levar aos pacientes a uma intoxicação.
Em terceiro lugar existem receitas que necessitam de controle, e o farmacêutico desempenha seu
importante papel com sua leitura atenta no que tange a nomenclatura do medicamento, suas
quantidades, dosagens e posologia, sua relação com a faixa etária e identidade do paciente
bem como a autenticidade da assinatura do médico para evitar possíveis erros.

MECANISMOS GERAIS DE AÇÕES DOS FÁRMACOS

Fármacos podem manifestar ações Inespecíficas e Específicas

A ação de fármacos estruturalmente inespecíficos, tais como os depressores biológicos,


classe a que pertence os anestésicos gerais, alguns antifúngicos tópicos, a maioria dos
antissépticos e certos hipnóticos.
Os fármacos ditos estruturalmente inespecíficos são aqueles que dependem única e
exclusivamente de suas propriedades físico-químicas, por exemplo, para promoverem o
efeito farmacológico evidenciado. Como esta classe de fármacos em geral apresenta
baixa potência, seus efeitos são dependentes do uso de doses elevadas ou da acumulação
da substância no tecido-alvo. Os anestésicos gerais são um exemplo clássico de
substâncias que pertencem a esta classe de fármacos, uma vez que seu mecanismo de
ação envolve a depressão inespecífica de biomembranas, elevando o limiar de
excitabilidade celular ou a interação inespecífica com sítios hidrofóbicos de proteínas do
sistema nervoso central, provocando perda de consciência.

Os fármacos estruturalmente específicos exercem seu efeito biológico pela interação


seletiva com uma determinada biomacromolécula-alvo que, na maior parte dos casos, são
enzimas, receptores metabotrópicos (acoplados a proteína G), receptores ionotrópicos
(acoplados a canais iônicos), receptores ligados a quinases, receptores nucleares e, ainda,
ácidos nucleicos.
O reconhecimento molecular do fármaco (micromolécula) pela bio macromolécula é
dependente do arranjo espacial dos grupamentos funcionais e das propriedades
estruturais da micromolécula, que devem ser complementares ao sítio de ligação
localizado na bio macromolécula, ou seja, o sítio receptor.
Os fármacos com ação específica compreendem o mecanismo mais comum, abrangendo
a maioria dos fármacos empregados. Também conhecidos como estruturalmente
específicos, apresentam a ação ao se ligarem a moléculas alvo específicas. Desta forma,
apresentam alto grau de seletividade, e a atividade dependerá da interação da
estrutura química do fármaco com o sítio de ação específico.
Tal característica faz com que fármacos de estrutura similar geralmente apresentem o
mesmo efeito, além de possibilitar o uso de concentrações inferiores àquelas observadas
ao uso de fármacos inespecíficos. De acordo com o sítio de ligação desses fármacos,
podemos ter:

• Atuação sobre enzimas: podem atuar ativando ou inibindo enzimas. Um exemplo


desta ação é a interação de anticolinesterásicos com a enzima acetilcolinesterase
(enzima que degrada a acetilcolina em colina + acetato), resultando em
inativação reversível ou irreversível da enzima, e o consequente aumento da
concentração da acetilcolina. Exemplos de fármacos que bloqueiam de forma
reversível são a neostigmina e a piridostigmina, e os anticolinesterásicos
irreversíveis são representados pelos organofosforados.
• Interação com proteínas carregadoras: essas proteínas facilitam o transporte de
substâncias através da membrana celular, sendo o alvo de diversos fármacos, que
atuam competindo com essas substâncias pelo sítio de ligação. Os antidepressivos
tricíclicos, por exemplo, atuam bloqueando a recaptação do neurotransmissor
noradrenalina, promovendo o aumento de sua concentração da fenda sináptica e
a consequente resposta terapêutica.
• Interferência com os ácidos nucleicos: fármacos que afetam a função gênica,
podendo atuar como inibidores da biossíntese dos ácidos nucleicos e inibidores da
síntese proteica. Por não possuírem seletividade, atuando em células de parasitas
e nas nossas células, apresentando alto grau de toxicidade. Atuam principalmente
sobre as enzimas envolvidas na formação de nucleotídeos ou na formação de
acido nucleicos. Alguns antibióticos como as tetraciclinas e o cloranfenicol atuam
inibindo a síntese proteica nos ribossomos, ao dificultar a tradução da informação
genética. Os agentes quimioterápicos, tidos como antineoplásicos, também atuam
na síntese proteica, porém de uma forma mais abrangente.
• Interação com receptores: podem atuar ativando ou bloqueando os receptores,
que são macromoléculas funcionais onde o fármaco se liga. Fármacos que ativam
os receptores são conhecidos por agonistas, e aqueles que atuam bloqueando o
receptor, de forma a reduzir ou até anular a atividade do outro fármaco
administrado simultaneamente, são conhecidos como antagonistas. A adrenalina
é um exemplo, tendo sua ação antagonizada pela prazosina, que ao se ligar em
receptores do tipo alfa-1, bloqueia a ação vasoconstritora da adrenalina, tendo
seu efeito reduzido.

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