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Texto
Autores: António Manuel António. Beatriz Justino. Nilza Machava. Shelcia Cubai.1
Resumo
Abstract
In the elaboration of any type of text, we try to observe the principles of textual
coherence and cohesion, which are two basic requirements for a text to be perceptible
and pleasant to read. In this article we will try to bring the elements that guarantee
textual coherence and cohesion, bringing the analysis of two texts elaborated in
different ways, within which we will approach if, when they were elaborated, the
constitutive principles of the texts were observed. The object of study of this article will
be the texts "como se conjuga um empresário" and "viaje, dance […]", next we try to
bring the theoretical assumptions that will serve as base for our analysis.
INTRODUÇÃO
1
Estudantes do curso de Português, na Universidade Licungo – Extensão da Beira
Fávero (s/d) procura elucidarmos sobre a necessidade de distinção entre o texto
enunciado e texto, uma vez que para esta “o texto mais do que a soma dos enunciados
que o compõem, sua produção e compreensão derivam de uma competência específica
do falante — a competência textual”. Sobre este aspecto, podemos perceber que o texto
não seria somente um amontoado de palavras desconexas entre si e que não se poderiam
perceber sem que os elementos coesivos fossem colocados em acção.
Importa aqui ressaltar que o presente trabalho tem como principal finalidade procurar
explicar os elementos constitutivos de um texto, trazendo à tona diversos conceitos que
perfazem a análise textual, tendo como base dois textos disponibilizados pela docente
da cadeira, a partir dos quais irá se fazer uma análise sobre a configuração dos mesmos
e se os princípios básicos da elaboração do texto foram cumpridos.
Objectivos
Específicos:
Metodologia
Fundamentação Teórica
Conceitos
Segundo Cavalcante (2011), citado por Nascimento (s/d) entende-se por texto toda e
qualquer unidade de linguagem dotada de sentidos, que realiza uma função
comunicativa destinada a certo grupo de pessoas, levando-se em consideração as
especificações de uso, a época e os aspectos culturais dos envolvidos no processo de
enunciação.
Dois blocos de sete factores, segundo Beaugrande e Dressler, são os responsáveis pela
textualidade de qualquer discurso:
1. Coerência Textual
Um texto é coerente quando aquilo que ele transmite está de acordo com o
conhecimento que cada locutor e interlocutor têm do mundo.
A coerência não é um ente concreto, que pode ser visualizado, sublinhado ou apontado
no texto. É algo subjectivo que o leitor capta com base em um conjunto de elementos a
partir do contexto e levando-se em consideração o contexto, a situação comunicativa, os
seus conhecimentos sociocognitivos e interaccionais, além do material linguístico.
A coerência depende das relações de sentido que se estabelecem entre as palavras. Essas
relações devem obedecer a três princípios:
a) O princípio da relevância;
b) O princípio da não contradição;
c) O princípio da não redundância ou não tautologia.
Existem, no entanto, algumas meta-regras que fazem com que esteja assegurada a
coerência textual, a saber:
2. A coesão textual
Segundo Xavier (2011), citado por Nascimento (s/d), de acordo com as concepções da
Linguística Textual, a coesão não é um factor necessário para que se considere uma
produção oral ou escrita como texto, pois a sua ausência não chega a comprometer o seu
sentido.
À medida que vamos lendo o texto, percebemos que existe um défice em relação aos
elementos coesivos, o que faz com que gere uma estranheza uma vez que, de acordo
com o conceito de coesão, diversos são os elementos que concorrem para que um texto
seja visto como tal, e não um amontoado de palavras soltas. Porém, o texto 1, apesar de
não possuir todos estes elementos, ele pode ser compreendido como um texto, uma vez
que existe uma articulação entre as palavras, mesmo que para o efeito não tenha sido
utilizado elementos de coesão.
O texto 2 surge como uma espécie de exortação ao leitor, procurando chamar o mesmo
à uma forma de vida mais intensa, e para isto utilizou-se de instrumentos de coesão,
embora disposto de uma forma diferente, facilmente percebe-se que estão lá presentes,
apresentando aquilo que chamamos de nexo, que podem estar, tanto no plano
linguístico, como no plano dos conceitos. O nexo é indispensável para que uma
sequência de frases possa ser reconhecida como texto, mas nem sempre precisa estar
explícito na superfície do texto por um mecanismo de coesão gramatical.
Ademais, importa referir que o texto 1 é coerente, porém não coeso, ou seja, o autor
desprende-se do uso de elementos de coesão para a construção do texto, no entanto a
coerência é vista através da sequencia ordenada dos verbos que o autor utilizou para
descrever a rotina de um empresário. Por não possuir elementos coesivos a leitura torna-
se penosa e confusa, chegando a ser estressante, por esta razão deve-se procurar sempre
pautar pelo uso de elementos de coesão.
No texto 2 podemos ver claramente a ideia de uma coesão sequencial, pois o autor
procura colocar em ordem as suas ideias, dando a entender uma progressão no seu
discurso, garantindo uma boa articulação entre as ideias patentes no texto, pecando
simplesmente na disposição do mesmo texto. Vejamos um excerto do texto: “Viaje,
dance, demonstre (…), antes que seja tarde”.
Conclusão
O presente artigo teve como principal finalidade fazer um estudo sobre os elementos
constitutivos do texto, procurando dar ênfase aos conceitos de coerência e coesão
textual e a sua aplicabilidade na elaboração de textos. Quanto aos objectivos propostos
no princípio do artigo, podemos dizer que estes foram cumpridos na íntegra, uma vez
que trouxemos aqui os conceitos que permeiam a textualidade e os princípios que
norteiam a elaboração de um texto coerente e coeso.
Dos textos analisados pudemos aferir que um texto pode ser ao mesmo tempo coerente e
não coeso, como o caso do texto “como se se conjuga um empresário”, texto esse que é
composto simplesmente por verbos, sem a presença de nenhum elemento de coesão,
mas para ao que se destina, este é coerente pois apresenta uma sucessão ordenada de
factos. Na mesma senda de ideias, temos o texto 2, que se encontra em melhores
condições de coerência e coesão em detrimento do primeiro, uma vez que este apresenta
uma sequência lógica e coesa de ideias, no entanto a disposição ou organização do texto
pode suscitar uma dificuldade de compreensão.
Por fim, e não menos importante, importa aqui ressaltar a necessidade de se observar a
questão do nexo quando se for a elaborar qualquer texto, sob pena de produzir textos
desconexos e sem o mínimo de coerência ou coesão.
Bibliografia
COSTA VAL, Maria da Graça. Redacção e textualidade. Martins fontes; São Paulo,
1999. (Por SANTOS, Elmo).
MACHADO, Áurea Maria Bezerra & VILAÇA, Márcio Luiz Corrêa. (s/d). A
Importância da Coesão e da Coerência em Nossos Textos. Cadernos do CNLF, Vol.
XVI, Nº 04.