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As autoras Morais e Cruz (2016) com base nos estudos de Lacerda e Lodi (2008) abordam uma

discussão sobre metodologias para o ensino da Língua Portuguesa (LP) como L2 para surdos; e
no decorrer do texto elas fazem referência a Educação Bilíngue. Diante dessa fala, explique o
que é Educação Bilíngue? Por que é importante para o ensino de LP como segunda língua
para surdos na escola? E a sua opinião?
R.: Conforme as autoras, a educação bilíngue para o surdo é pautada no respeito a Língua
Brasileiras de Sinais e suas especificidades linguísticas. Assim sendo, considera-se a Libras a L1
dos sujeitos surdos e a Língua portuguesa como L2. Assim como ocorre no ensino de outras
línguas e escolas bilingues, a L1 é considerada a língua oficial, mãe, principal e a L2 uma
segunda língua, mesmo que neste nosso caso, a Língua Portuguesa como L2 seja a língua oficial
do país e de suma importância para a cidadania de todos. As autoras defendem que a educação
bilingue para surdos permite uma maior autonomia e agir social destes sujeitos.
De acordo como artigo, para que a inclusão bilíngue ocorra no país é necessária: “a criação de
salas cuja língua de instrução seja LIBRAS com professor bilíngue fluente nessa língua,
oficinas para professores e funcionários, aulas para as crianças ouvintes e oficina para os alunos
surdos, implementando, assim, seus conhecimentos.”.
Além disso, a efetivação de um Educador Surdo e de professores preparados são fundamentais.
Contudo, cabe destacar que uma educação bilingue de Libras e LP não se resume em apenas
transferir ou adaptar os conhecimentos da L1 para a L2, mas trabalhar entendendo essa
educação bilingue como um processo paralelo complexo, em que cada língua tenha seus papéis
e valores sociais representados e preservados.
Em defesa da LP como segunda língua para surdos nas escolas tem embasamento constitucional
conforme bem apontam as autoras ao citar a lei 10.436/2002 que “reconhece o estatuto
linguístico da língua de sinais e, ao mesmo tempo, assinala que esta não pode substituir o
português.” Sendo assim, o artigo enfatiza a importância da LIBRAS e o ensino de língua
portuguesa como segunda língua ainda no ensino fundamental para o exercício pleno de suas
cidadanias.
Concluo que a educação bilingue é o caminho educacional para a equidade dos saberes dos
surdos. Como cidadãos brasileiros ou de outros países cuja a língua oficial dos falantes seja a
LP, é imprescindível que compartilhem desses mesmos saberes por serem seus de direito, por
ocuparem o mesmo território e espaço social e cultural, por serem cidadãos como quaisquer
outros. Com isso, poderão exercer plenamente seus direitos e ter acesso a todas as
comunicações, informações, burocracia etc. que fazem parte do nosso dia a dia.
Por fim, reitero com o fragmento a seguir: “uma vez que as mediações simbólicas que regem as
relações do homem com os conhecimentos adquiridos historicamente são efetivadas, em grande
parte, pelo registro escrito” (ALMEIDA, SANTOS E LACERDA, 2015, p. 35).

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