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Assunto (Tema): Materiais didáticos como segunda língua para alunos surdos.
─ O objetivo dos autores é “focar a temática dos materiais didáticos para surdos,
considerando sua importância para um ensino efetivo de português para esses aprendizes,
além de seu papel como ‘“apoio’” para o professor que atua no ensino de PL2 para surdos.
Para tanto, inicialmente discutimos, de modo geral, a importância dos livros didáticos no
ensino de línguas e a situação da área de PL2 para surdos.” (p.79)
─ “Nos últimos anos, a comunidade surda usuária da Língua de Sinais Brasileira (Libras) e
pesquisadores da área têm militado a favor da Educação Bilíngue para surdos, como a melhor
proposta educacional para essa minoria linguística. Nessa perspectiva, a Libras é considerada
como a primeira língua (L1) dos surdos e o português, a segunda língua (L2), a ser ensinada
por meio de metodologias específicas (Ferreira-Brito 49; Quadros 21; entre outros).” (p. 79)
─ “No entanto, a proposta de educação bilíngue tem enfrentado inúmeros” (p.79)
─ “o livro é o recurso mais encontrado em sala de aula, e sua história remonta há séculos
atrás, sendo que a indisponibilidade deste recurso ou sua presença em sala de aula influenciou
as metodologias de ensino de línguas. Atualmente, o livro didático pode ocupar um papel
central no ensino de línguas, determinando objetivos e conteúdos a serem priorizados, ou
mesmo pode ser utilizado de forma mais periférica, com o professor elaborando suas próprias
atividades e usando-o como apoio (Diniz et al. 266).” (p. 80)
─ “Diniz et al. (266) assumem que o livro didático não é, em si, bom ou ruim, mas é
importante considerar a forma como esse recurso é utilizado em sala de aula.” (p.80)
─ Os autores argumentam que, no contexto do ensino de português para falantes de outras
línguas e também para surdos, os livros didáticos desempenham um papel crucial devido à
falta de formação específica dos professores e à escassez de materiais didáticos adequados.
No caso do ensino de português como segunda língua para surdos, há uma notável ausência
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de materiais disponíveis, especialmente para crianças surdas usuárias da Libras, o que torna a
situação de aprendizagem ainda mais complexa, já que falam uma língua e precisarão
aprender a ler e escrever em sua L2.
● Elaboração do Conteúdo
● Desenvolvimento do material
─ “Após definir o público ao qual se destinaria o material e a abordagem que seria adotada,
iniciamos o processo de desenvolvimento propriamente dito que culminou na avaliação, a
qual se deu por meio da aplicação do material numa turma de alunos surdos numa escola da
rede pública para posterior revisão.” (p. 85)
─ O material foi organizado em unidades e lições, abordando temas como identidade,
família e rotina. Vídeos em Libras complementam o material impresso, sistematizando
conceitos, apresentando glossários e explicando o funcionamento do português. Como
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exemplo, a unidade 2, "Minha família", inclui lições sobre membros da família, convites e
numerais, com atividades baseadas em textos autênticos simplificados para atender às
necessidades linguísticas dos aprendizes surdos no início do processo de aprendizagem de
PL2.
─ Foram desenvolvidas atividades que abordam habilidades de leitura e escrita em textos
variados, integrando o ensino de gramática e a identificação de nomes próprios em português.
Utilizou recursos da internet para promover interações por meio da língua escrita,
considerando vantagens para aprendizes surdos. Buscaram contemplar especificidades como
aprendizagem visual da língua escrita, mediação da Libras e análise contrastiva Libras-
português. Adotaram estratégias para potencializar a aprendizagem visual da língua escrita e
utilizamos a Libras como mediadora no processo de aprendizagem, incluindo vídeos
explicativos e atividades em grupo. Proporam discussões em Libras para construir
coletivamente o conhecimento e negociar sentidos com pares surdos.