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“Boyer e Merzbach destilaram milhares de anos de matemática nesta crônica fascinante. Dos
gregos a Gödel, a matemática é brilhante; o elenco de personagens é notável; o vaivém das
ideias é evidente em toda parte... Sem dúvida, esta é – e continuará sendo por muito tempo
– uma história clássica em um volume da matemática e dos matemáticos que a criaram.”
William Dunham, autor de Journey Through Genius: The Great Theorems of Mathematics
“Ao mesmo tempo de leitura fácil e erudito... uma excelente introdução ao assunto.”
J. David Bolter, autor de Turing’s Man
“Quando lemos um livro como História da Matemática, temos a figura de uma estrutura
crescente, sempre mais alta e mais larga e mais bela e magnífica e com uma base que é
tão imaculada e tão funcional agora como era quando Tales elaborou os primeiros teoremas
geométricos, há quase vinte e seis séculos.”
Isaac Asimov (do prefácio)
Carl B. Boyer
Por mais de vinte anos, História da Matemática tem sido texto de referência para aqueles
que querem aprender sobre a fascinante história da relação da humanidade com números,
formas e padrões. Esta edição revisada apresenta uma cobertura atualizada de tópicos como
o último teorema de Fermat e a conjectura de Poincaré, além de avanços recentes em áreas
como teoria dos grupos finitos e demonstrações com o auxílio do computador.
Quer você esteja interessado na idade de Platão e Aristóteles ou de Poincaré e Hilbert, quer você
queira saber mais sobre o teorema de Pitágoras ou sobre a razão áurea, História da Matemática é
uma referência essencial que o ajudará a explorar a incrível história da
Uta C. Merzbach
matemática e dos homens e mulheres que a criaram.
www.blucher.com.br
ISAAC ASIMOV
IS B N 97 8-8 5- 212-0641- 5
9 788521 206415
Lançamento 2012
Páginas: 508
ISBN: 9788521206415
Formato: 20,5 x 25,5 cm
Boyer
“Boyer e Merzbach destilaram milhares de anos de matemática nesta crônica fascinante. Dos
gregos a Gödel, a matemática é brilhante; o elenco de personagens é notável; o vaivém das
ideias é evidente em toda parte... Sem dúvida, esta é – e continuará sendo por muito tempo
– uma história clássica em um volume da matemática e dos matemáticos que a criaram.”
William Dunham, autor de Journey Through Genius: The Great Theorems of Mathematics
“Ao mesmo tempo de leitura fácil e erudito... uma excelente introdução ao assunto.”
J. David Bolter, autor de Turing’s Man
“Quando lemos um livro como História da Matemática, temos a figura de uma estrutura
crescente, sempre mais alta e mais larga e mais bela e magnífica e com uma base que é
tão imaculada e tão funcional agora como era quando Tales elaborou os primeiros teoremas
geométricos, há quase vinte e seis séculos.”
Isaac Asimov (do prefácio)
Carl B. Boyer
Por mais de vinte anos, História da Matemática tem sido texto de referência para aqueles
que querem aprender sobre a fascinante história da relação da humanidade com números,
formas e padrões. Esta edição revisada apresenta uma cobertura atualizada de tópicos como
o último teorema de Fermat e a conjectura de Poincaré, além de avanços recentes em áreas
como teoria dos grupos finitos e demonstrações com o auxílio do computador.
Quer você esteja interessado na idade de Platão e Aristóteles ou de Poincaré e Hilbert, quer você
queira saber mais sobre o teorema de Pitágoras ou sobre a razão áurea, História da Matemática é
uma referência essencial que o ajudará a explorar a incrível história da
Uta C. Merzbach
matemática e dos homens e mulheres que a criaram.
www.blucher.com.br
ISAAC ASIMOV
IS B N 97 8-8 5- 212-0641- 5
9 788521 206415
Carl B. Boyer
Uta C. Merzbach
HISTÓRIA
DA
MATEMÁTICA
CONTEÚDO
1 VESTÍGIOS
Trouxeste-me um homem que não sabe contar seus dedos?
Do Livro dos Mortos Egípcio
Linguagem Numérica e
Contagem
Acredita-se, em geral, que o desenvolvimen-
to da linguagem foi essencial para que surgisse o
pensamento matemático abstrato; no entanto, pa-
lavras que exprimem ideias numéricas apareceram
lentamente. Sinais para números provavelmente
precederam as palavras para números, pois é mais
fácil fazer incisões em um bastão do que estabele-
cer uma frase bem modulada para identificar um
número. Se o problema da linguagem não fosse tão
difícil, talvez sistemas rivais do decimal tivessem
feito maiores progressos. A base 5, por exemplo,
Do Códex de Dresden, dos maias, exibindo números. A se- foi uma das que deixaram a mais antiga evidência
gunda coluna da esquerda, de cima para baixo, contém os escrita palpável; mas quando a linguagem se tornou
números 9, 9, 16, 0, 0, que indicam 9 × 144.000 + 9 × 7.200
formalizada, a base dez já predominava. As línguas
+ 16 × 360 + 0 + 0 = 1.366.560. Na terceira coluna estão os
números 9, 9, 9, 16, 0 representando 1.364.360. O original é modernas são construídas quase sem exceção em
nas cores preta e vermelha. (Tirado de Morley, 1915, p. 266). torno da base 10, de modo que o número treze,
2 EGITO ANTIGO
Sesóstris… repartiu o solo do Egito entre seus habitantes… Se o rio levava
qualquer parte do lote de um homem ... o rei mandava pessoas para examinar
e determinar por medida a extensão exata da perda… Por esse costume, eu
creio, é que a geometria veio a ser conhecida no Egito, de onde passou para a
Grécia.
Heródoto
Brahmagupta
Os últimos parágrafos anteriores podem ter
dado a impressão injustificada de que havia uni-
formidade na matemática hindu, pois frequen-
temente localizamos desenvolvimentos simples-
mente como sendo de “origem indiana”, sem
especificar o período. A dificuldade é que há
um alto grau de incerteza na cronologia hindu.
O material no importante manuscrito Bakshali,
contendo uma aritmética anônima, data, ao que
alguns supõem, do terceiro ou quarto século, mas
outros creem que é do oitavo ou nono século ou
ainda de mais tarde; e há uma sugestão de que
pode não ser sequer de origem hindu. Colocamos
a obra de Aryabhata em 500 d.C. aproximada-
mente, mas houve dois matemáticos chamados
Aryabhata e não podemos com certeza atribuir
resultados ao nosso Aryabhata, o mais antigo. A
matemática hindu apresenta mais problemas his-
tóricos do que a grega, pois os matemáticos india-
Divisão em galeão, século seis. De um manuscrito não nos raramente se referiam a seus predecessores
publicado de um monge veneziano. O título do trabalho é e exibiam surpreendente independência em seu
“Opus Arithmetica D. Honorati veneti monarch coenobij S. trabalho matemático. Assim é que Brahmagupta
Lauretig“. Da biblioteca do Mr. Plimpton.
(viveu em 628 d.C.), que viveu na Índia Central
um pouco mais de cem anos depois de Aryabha-
suas afirmações. É possível que influências babi- ta, tem pouco em comum com seu predecessor,
lônicas e chinesas desempenhassem um papel no que tinha vivido no leste da Índia. Brahmagupta
problema da evolução ou extração de raiz. Diz-se menciona dois valores de p — o “valor prático” 3
frequentemente que a “prova por noves fora” é e o “valor bom” 10 — mas não o valor mais pre-
invenção hindu, mas parece que os gregos conhe- ciso de Aryabhata; na trigonometria de sua obra
ciam já antes essa propriedade, sem usá-la muito, mais conhecida, o Brahmasphuta Siddhanta,
e o método se tornou de uso comum somente com ele usou um raio de 3.270, em vez de 3.438 como
os árabes do século onze. Aryabhata. Em um aspecto ele se assemelha a
seu predecessor — na justaposição de resultados
bons e ruins. Achou a área “bruta” de um triângulo
2 isósceles multiplicando a metade da base por um
2 3 dos lados iguais; para o triângulo escaleno com
3 9 8 base quatorze e lados treze e quinze, ele achou a
área “bruta” multiplicando a metade da base pela
1 6 7 5 3
média aritmética dos outros lados. Ao achar a
382 4 4 9 7 7 117
área “exata”, ele utilizou a fórmula arquimediana-
3 8 2 2 4 -heroniana. Para o raio do círculo circunscrito a
3 8 7 um triângulo, ele deu o equivalente do resultado
2 6 trigonométrico correto 2R = a/sen A = b/sen B =
c/sen C, mas isto, é claro, é apenas uma reformu-
Figura 10.5 lação de um resultado que Ptolomeu já conhecia
11 A HEGEMONIA ISLÂMICA
Ah, mas meus Cálculos, dizem as Pessoas, trouxeram o Ano à Medida humana?
Então, foi por cortar do Calendário o Amanhã que ainda não nasceu e o morto
Ontem.
Omar Khayyam (Rubayat, na tradução de FitzGerald)
16 3 2 13
5 10 11 8
9 6 7 12
4 15 14 1
O interesse de Dürer pela matemática, no en Melancholia, de Albrecht Dürer (Museu Britânico).
tanto, era muito mais geométrico do que aritmé Observe o quadrado mágico de ordem quatro no canto
tico, como indica o título de seu livro mais impor superior direito.
tante: “Investigação sobre a medida com círculos
e retas de figuras planas e sólidas”. Essa obra, que sas, mas evidentemente inexatas. A construção de
apareceu em várias edições alemãs e latinas entre Dürer de um nonágono, aproximadamente regu
1525 e 1538, contém várias novidades dignas de lar, é a seguinte: seja O o centro de um círculo
nota, sendo suas novas curvas as mais importan ABC, em que A, B, C são os vértices do triângulo
tes. Essa é uma direção em que o Renascimento
poderia facilmente ter aperfeiçoado a obra dos
antigos, que só haviam estudado um punhado de A
tipos de curvas. Dürer tomou um ponto fixo sobre
um círculo e depois deixou que o círculo rolasse D
ao longo da circunferência de um outro círculo,
E
gerando uma epicicloide; mas, não tendo os ins F G
trumentos algébricos necessários, não a estudou
analiticamente. O mesmo se deu com outras cur
O
vas planas que ele obteve projetando curvas re
versas helicoidais sobre um plano para formar
espirais. Na obra de Dürer, encontramos a cons C B
trução de Ptolomeu do pentágono regular, que é
exata, bem como outra construção original que é
apenas uma aproximação. Para o heptágono e o
eneágono, ele também deu construções engenho Figura 13.3
14
PRIMEIROS MATEMÁTICOS
MODERNOS DEDICADOS À
RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS
Na matemática, não posso achar deficiência, a não ser que os homens
não compreendem suficientemente o uso excelente da matemática pura.
Francis Bacon
Séries infinitas
Como no caso de Newton, as séries infinitas
desempenharam papel importante nos primeiros
trabalhos de Leibniz. Huygens tinha-lhe proposto
o problema de achar a soma dos recíprocos dos
números triangulares, isto é, 2/n(n + 1). Leibniz,
astuciosamente, escreveu cada termo como soma
de duas frações, usando
2 1 1
=2 –
n(n + 1) n n +1
de onde fica evidente, escrevendo alguns termos,
que a soma dos primeiros n termos é
1 1
2 – ,
1 n +1
portanto, que a soma da série infinita é 2. Desse su-
Gottfried Wilhelm Leibniz cesso, ele ingenuamente concluiu que seria capaz
de achar a soma de quase todas as séries infinitas.
berg. Entrou, então, no serviço diplomático, pri- A soma de séries surgiu novamente no triân-
meiro para o eleitor de Mainz, depois para a família gulo harmônico, cujas analogias com o triângulo
de Brunswick, e finalmente para os hanoverianos, aritmético (de Pascal) fascinaram Leibniz.
a quem serviu durante quarenta anos. Entre os Triângulo aritmético
eleitores de Hanover a quem Leibniz serviu estava
1 1 1 1 1 1 1
o futuro (1714) Rei George I da Inglaterra. Como
um influente representante de governo, Leibniz 1 2 3 4 5 6
viajou muito. 1 3 6 10 15
Em 1672, foi a Paris, onde encontrou Huygens, 1 4 10 20
que sugeriu que se ele desejava tornar-se um ma- 1 5 15
temático, deveria ler os tratados de Pascal de 1 6
1658-1659. 1
Em 1673, uma missão política levou-o a Lon- Triângulo harmônico
dres, onde comprou um exemplar das Lectiones 1 1 1 1 1 1
1 2 3 4 5 6
geometricae de Barrow, encontrou Oldenburg e 1 1 1 1 1
Collins, e tornou-se membro da Royal Society. É 2 6 12 20 30
22 ANÁLISE
É com a hipótese mais simples que se precisa ter cuidado; pois é ela que
tem mais chance de passar despercebida.
Poincaré
Berlim e Göttingen em teoria dos números foi outra. Pelo fim do século, a
corrente mais forte era a da aritmetização; afetava
meados do século a álgebra, a geometria e a análise.
Newton e Leibniz tinham entendido que a aná- Em 1855, Dirichlet sucedeu a Gauss em Gö-
lise, o estudo de processos infinitos, tratava de ttingen. Deixou estabelecida, em Berlim, uma tra-
grandezas contínuas, tais como comprimentos, áre- dição de conferências sobre aplicações da análise
as, velocidades e acelerações, ao passo que a teo- a problemas de física e a teoria dos números. Tam-
ria dos números tem como seu domínio o conjunto bém deixou um pequeno grupo de amigos e estu-
discreto dos números naturais. No entanto, vimos dantes, seus e de Jacobi, que continuaram a in-
que Bolzano tentou dar demonstrações puramen- fluenciar a matemática na Academia, no Journal
te aritméticas de proposições, tais como o teorema für die reine und angewandte Mathematik, e na
da localização na álgebra elementar, que pareciam universidade. Em Göttingen, conferências de ma-
depender de propriedades de funções contínuas; e temática eram menos solidamente estabelecidas.
Plücker tinha aritmetizado completamente a geo- Como já observamos, o ensino limitado de Gauss
metria analítica. A teoria dos grupos originalmente usualmente dava ênfase a temas como o método
tratara de conjuntos discretos de elementos, mas dos mínimos quadrados, que seriam úteis a seus
Klein tinha em mente uma unificação dos aspectos assistentes no observatório. A maior parte da ma-
discreto e contínuo da matemática sob o conceito temática propriamente dita era ensinada por um
de grupo. O século dezenove foi, de fato, um período único professor, Moritz Stern (1807-1894). Diri-
de correlação na matemática. A interpretação geo- chlet tentou enfatizar o “verdadeiro” legado de
métrica da análise e da álgebra foi um aspecto des- Gauss com conferências sobre teoria dos números
ta tendência; a introdução de técnicas analíticas na e teoria do potencial.
24 TENDÊNCIAS RECENTES
O pragmatista sabe que a dúvida é uma arte que deve ser adquirida com
dificuldade.
C. S. Pierce