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Albert Bandura

Psicólogo norte-americano, nascido em 1925, doutorou-se na


Universidade de Iowa onde começou a interessar-se pelos processos de
aprendizagem. A partir de 1953 vai lecionar para a Universidade de
Stanford. As suas investigações incidiram sobre o processo de aquisição de
comportamentos, tendo desenvolvido a teoria da aprendizagem social. As
várias experiências que realiza levam-no a concluir que a aprendizagem se
processa por observação e imitação. Estudou também o efeito dos meios
de comunicação social na aquisição de comportamentos. As suas
conceções estão expressas nas obras Social Learning Theory e Social
Foundations of Thought and Action, esta última publicada em 1986. Mais
recentemente, em 1995, publicou o livro Self Efficacy in Changing
Societies. Em 1998 recebeu o Prémio da Associação Americana de
Psiocologia pelo trabalho desenvolvido.

Teoria da Aprendizagem Social


Esta teoria afirma que a aprendizagem é um processo cognitivo que tem
contexto social e que se verifica, principalmente, através do reforço, da
observação ou da instrução direta, inclusive na ausência de reprodução
motora ou reforço direta. Segundo esta teoria, os comportamentos socias
- tanto a adequada socialização, como os desvios em relação à mesma –
são comportamentos aprendidos, afirmando-se que o mecanismo de
aprendizagem por observação ajuda à aquisição do comportamento social
e o reforço constitui um elemento importante para manter o
comportamento aprendido.
Para tentar demonstrar a sua teoria em relação a comportamentos como
a violência ou a agressividade, em 1961, Bandura realizou a conhecida
Experiência Bobo Doll, com o objetivo de demonstrar que os padrões
agressivos se produzem desde a infância devido à imitação realizada pelas
crianças daquilo que os seus modelos fazem (os seus pais, irmãos, colegas,
professores, meios de comunicação). Para a sua experiência usou o
Boneco Bobo, o qual era um boneco com cara de palhaço e cheio de ar
que recuperava a posição vertical ao ser agredido. A experiência foi feita
com um grupo de crianças em idade pré-escolar, o qual dividiu em 3
subgrupos. O primeiro viu um adulto a agredir o boneco, o segundo viu
um adulto sem agredir o boneco e brincando com outras coisas e o
terceiro não viu nada, servindo de grupo de controlo.

Hipóteses de Bandura
As crianças que tivessem visto as agressões, atacariam o boneco; as que
veriam jogos pacíficos nao o atacariam e até seriam mais pacíficas que o
grupo de controlo (nesta última hipótese não acertou, ois ambos os
grupos foram igualmente pacíficos). Também pensou que os rapazes iam
ser mais violentos do que as raparigas e que o sexo do alduto ia provocar
que fossem as crianças do mesmo sexo a copiar o seu comportamento.

Resultados
Acertou em quase tudo. Os que viram o modelo agressivo, imitaram-no,
tanto verbal como fisicamente, sendo as agressões verbais as mais
copiadas. Isto é, se os adultos utilizam insultos e humilhações, as crianças
vão também utilizá-los com outros. O mesmo se verifica com a violência, a
qual as crianças copiam e reproduzem. Também se comprovou que as
crianças copiaram os adultos do mesmo sexo que o seu em maior
porpoção e que, em geral, os comportamentos agressivos e violentos
eram mais comuns nos rapazes do que nas raparigas.
Apesar desta teoria nos ajudar a compreender como muitos
comportamentos socialmente inadaptados são aprendidos: por exemplo,
se os adultos usam entre eles insultos e humilhações verbais, as crianças
vão atuar da mesma maneira com outras crianças, tal como se as crianças
expostas a situações de violência, tenderão a reproduzir esses
comportamentos. Esta teoria é suscetível das seguintes críticas:
 Dificuldade para explicar as mudanças que se podem verificar ao
longo da socialização;
 Dificuldade para explicar por que motivo algumas pessoas podem
resistir às influências de aprendizagem e outras não;
 Não se tem em conta a influência da marginalização ou outras
variáveis relacionadas nos comportamentos inadaptados.

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