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Fichamento Maria Fernanda Melo e Guimarães, 2020

Texto: La otra transición: Del mundo antiguo al feudalismo.

I: As análises do que se conhece como “fim do mundo antigo no Ocidente” estão sendo
prejudicadas, segundo a análise da autora, em virtude de uma falta de clareza no que
verdadeiramente foi o fim do mundo antigo. Esse período é comumente retratado por
diferentes historiadores como se fosse um único momento, em que diversos fenômenos
ocorreram simultaneamente, produzindo uma certa redução da superestrutura cultural e
política do Império Romano. (p. 1)

II: O ensaio da autora será estabelecido em termos da estrutura econômica do período


tardo romano, a partir de conceitos marxistas de modo de produção - mesmo que ela
faça crítica aos estudos marxista da idade média. (p.2)

III: Algumas correntes defendem que o surgimento da sociedade feudal se dá na fusão


dos tenentes livres com os não livres. No entanto, se questiona se as relações feudais já
existiam em 300 DC, o período romano tardio teria, então, uma lacuna.

“Moses Finley, quien lo debería saber si hay alguien que lo sepa,


se ha declarado derrotado: «No soy capaz de encajar la
antigüedad tardía en ninguna serie clara de etapas»” (Wickham,
p. 3)
Importa-nos destacar que o modo escravo não será parte das discussões, por não ser
algo predominante no Baixo Império. O que se torna ponto principal é, como já dito,
uma análise detalhada dos modos de produção do mundo antigo. A autora, inclusive,
cita uma tendência que se aproxima com as ideias que ela pretende trazer, no livro Pre-
Capitalist Modes of Production (Barry's Hindess e Paul Hirst).
O modo antigo não era explorador – um corpo de cidadãos controlava a cidade e seu
entorno. Eram proprietários privados, mas cooperavam em favor da riqueza pública da
cidade. A expansão de Roma se inicia: o igualitarismo teórico da cidade se rompe e o
modo escravista começa a deslocar o campesinato livre para as fazendas de escravos,
destaque à de Catão e Columela, importantes fontes da história agrária desde o século 2
a.C até o II DC.
IV: No período que Roma conquista o campo e as cidades da Itália e do Mediterrâno as
mudanças ocorrem da seguinte forma: modo antigo -> modo exploratório – a riqueza
pública da cidade passa a basear-se nos impostos dos proprietários de terras (rede geral
de tributação – que será chamado de modo antigo em sua forma clássica pela autora).
(p.4)

V: A autora corrobora com a ideia dos autores Hindess e Hirst que consideram o modo
feudal como inquilinos que pagam aluguel a uma classe, classe essa que mantém
poderes sobre eles, enquanto o sistema estiver estável. (p. 10)

Hindess y Hirst consideran esta visión demasiado estrecha y


muestran, correctamente en mi opinión, que las relaciones
feudales están representadas simplemente por los tenentes que
pagan una renta (o hacen una prestación de trabajo) a una clase
terrateniente monopolista; estos grandes propietarios, mientras
que el sistema es estable, tendrán siempre los poderes
coercitivos no económicos necesarios para imponer su control.
(Wickham p. 4)
VI: Um conceito importante, segundo a autora, é o de “formação socioeconômica” ou
de “formação social” de Marx feita por autores althusserianos, pois tenta classificar a
sociedade como um sistema de diferentes níveis estruturais. A base econômica, por
exemplo, em um ou mais modos de produção e pela hierarquia de dominação (política,
ideologia, estado). Outro ponto relevante é não existe modo de produção semifeudal ou
semicapitalista, mas se dois modos coexistirem, haverá dominação entre eles.

“Nuestro punto terminal en la tradición de la época


tardorromana no es, entonces, simplemente el modo de
producción feudal, sino una sociedad dominada por el modo de
producción feudal, la «formación social feudal», punto en que
los Estados europeos occidentales eran feudales, no exactamente
sus economías; y el Estado feudal llegó a ser una consecuencia
del desarrollo social después de que, en el conjunto de modos
existentes en el Bajo Imperio, el modo feudal llegó a ser
dominante.” (p. 5)
VII: O Baixo Império como ponto de partida da análise “el denominado ‘Estado de
Diocleciano’ de finales del siglo III en adelante, la gran época, el triunfo final del
Estado romano” (p.6). Ou seja, no período em que as fazendas de escravo do século 1
já tinham quase desaparecido. O cultivo dependente realizado pelos tenentes,
organizados pelo modo feudal de produção. Ainda tinham escravos, mas que estavam se
tornando arrendatários (controlavam a terra e seu processo de produção). Tenentes
livres cada vez mais dependentes dos grandes proprietários de terras. Ressaltando agora
que o imposto se tornou a principal fonte de extração do excedente do Baixo Império
(não o aluguel), sendo elemento-chave do sistema econômico.

VIII: Sistema de tributação:

i. Sobre a terra: annona ou iugatio/capitatio, avaliado sobre a propriedade do


homem – elemento básico do sistema.
ii. Sobre a propriedade dos comerciantes: collatio lustralis.

 Além de taxas de trânsito e alfandegárias, mas que representaram proporção


pequena na receita.

 Parece que o imposto sobre a terra não se diferenciava de acordo com os


tamanhos, mas em algumas províncias sobre a fertilidade.
 Proprietários senatoriais, burocratas e eclesiásticos – isentos dos impostos
suplementares.
 A annona era tributa em espécie, diferentemente dos outros impostos que, a
partir do século V começou a ser cobrada novamente em ouro.
 “El impuesto de la tierra se cobraba al principio directamente a todos los
agricultores libres, o a sus señores si los agricultores eran esclavos. Así el
proceso institucional era totalmente distinto del cobro de renta de la tierra,
incluso donde el agricultor era un tenente” (Wickham, p. 7) -> só depois dos
anos 370 os tenentes começaram a pagar imposto por meio de seus senhores se
não possuíssem terra independente.
 Importa-nos ressaltar que os argumentos da autora serão baseados,
principalmente, nos impostos sobre a terra.
 Interessa-nos acerca da tributação qual foi seu peso relativo sobre o pagamento
de rendimentos.

Alguns pontos importantes:

1) O imposto se estabeleceu sobre todos os grandes proprietários de terra.


2) Não se sabe a proporção de proprietários camponeses, mas sabe-se que era
quantidade considerável. Alguns registros um pouco mais precisos:
 Registro fiscal de Antiópolis no Egito, de talvez 527, equivale a mais do que o
dobro da renta.
 Seção do Estado à Igreja de Ravena, 555 aproximadamente -> imposto/ renta é
muito grande (57/43).
 Os senhores do século VI mantiveram menos de metade do excedente.
 Predomínio quantitativo da arrecadação de impostos no Baixo Império.

A autora alerta que os números são, em suas palavras, “excepcionales”, mas não há
motivos concretos para levá-los como certos.

Questiona-se: Quando se impuseram esses níveis de tributação?

“El registro de Antiópolis, si la fecha es correcta, precede al


aumento de los impuestos que se piensa pagaron para las guerras
del reinado de Justiniano, y probablemente representa un nivel
de tributación típico durante algún tiempo. Por otro lado, los
niveles de tributación a principios del siglo IV, al menos en
Egipto, eran probablemente algo más bajos. El aumento de un
impuesto sobre la tierra ya alto hasta estos extraordinarios
niveles comenzó a ocurrir casi con certeza a finales del siglo IV
con el comienzo de las guerras, y en el caso de Egipto con el
crecimiento de la población de Constantinopla; quizá sólo
entonces los impuestos comenzaron a superar a la renta”
(Wickham, p.8)
O predomínio quantitativo pode ter integrado o Baixo Império em uma única formação
social, apesar das diferenças regionais.

A tributação coexistia com outros modos (mas com mais peso). O Estado, agora, através
dos impostos passou a dominar a estrutura econômica, as relações sociais de produção
também alinhadas a ele – interesse do Estado em vincular os camponeses à terra, em
ataques legislativos. É possível que o Estado do século IV tenha exercido mais controle
sobre os camponeses dependentes do que alguns senhores.

X: Os modos de produção pré-capitalistas, exceto o escravista, tem base na agricultura


campesina -> forças e processos produtivos são afetados pelas mudanças na apropriação
do excedente. O Estado e os senhores não tinham efeito direto sobre como os
camponeses organizavam o cultivo (até o capitalismo agrário).

XI: Estado como único possível unificador da História da Roma tardia. A grande parte
do sistema econômico dependia dele, além das despesas que o Estado tinha com todo
imposto que era arrecadado: exército, burocracia estatal, obras públicas, despesas
extraordinárias. Estado como base de riqueza e poder para todo o Baixo Império –
senadores ricos precisavam do patrocínio estatal, toda hierarquia aristocrática foi
organizada através do Estado. Atividades culturais eram subvencionadas por ele – a
maior parte da cultura medieval orbitava na Igreja, grande instituição fundiária depois
do Estado. Apesar de todos esses fatores, o poder e riqueza públicos residiam ancoradas
nas cidades do Império.

XII: Os municipia imperiais eram sobranos: senado local (curiae) e mecanismos de


cobrança de impostos próprios.

Império grande = coleta de impostos através de funcionários públicos. Embora as


cidades não tivessem mais independência política e financeira, ainda eram núcleos
financeiros e exploradores de seus próprios territórios. E havia muito dinheiro nas
cidades em virtude dos impostos (arrecadação oficial ou não).

Foco urbano para extração de excedente –> possibilita a chamada do modo antigo de
produção relativo à tributação.

Para ideólogos do Baixo Império, a vida e a cultura da cidade eram a única civilização
possível, mais estáveis do que o governo central.

II

I: A autora enfatiza que o ponto central de seu artigo é a parte central de seu artigo é o
colapso do modo antigo. Lembrando que não se deve esquecer que o Império não caiu
no Oriente. Vulnerabilidade particular do modo antigo = relação com a propriedade
privada da terra, (nesse caso feudal).

II: Grande riqueza aos que controlavam o Estado –> tributação. Riqueza essa investida
que não na terra (sistema econômico subdesenvolvido).

 Os ricos com terra deixavam seus próprios interesses acima dos interesses como
líderes e clientes do Estado, deixando até evadir impostos.
 Século V - as invasões bárbaras: escolha política para a aristocracia: Estado
Romano e seu mecenato X base dada pela propriedade no contexto dos Estados
sucessores germânicos recém-formados.
 O escolhido foi o último, menos capazes de manter a estrutura de finanças do
Império.
 Na visão dos marxistas: mudanças nas estruturas econômicas = luta de
classes – classes dependentes da velha estruturas X dependentes da nova.
 Para o campesinato o Estado romano tardio ainda lhes era importantes.
 Revoltas camponesas chamadas de Bacaudae que, talvez, tenham
produzido um aparato político não hierárquico – nas áreas da
Gália e Hispania, fora delas estavam na mão da aristocracia.

III: A autora, na página 13, mostra através de exemplos que a crise referente ao
pagamento dos impostos não se restringiu ao Ocidente. Mas nele, que é nossa questão
principal, tem-se o exemplo de Salviano, na década de 440, na Gália, que escreve um
panfleto religioso queixando-se das desigualdades fiscais, pobres pagam mais do que
ricos. Tal sistema os obriga a fugir para os bárbaros ou Bacaudae; força os pobres a
desistir de suas terras para os ricos em troca de patrocínio. Clareando: agricultores
independentes estão dispostos a ser arrendatários ao invés de pagar impostos.
Evidencia-se: contexto de crise em Gália –> camponeses e senhores preferem relações
fendais às antigas relações de impostos.
IV: Evasão fiscal aumenta: máquina imperial começa a ficar sem recursos.
 Aumento das grandes propriedades de terra –> maiores possibilidade de evasão
de impostos. Um ciclo vicioso e fatal ao Estado.
 Um fator que não pode ser esquecido: as invasões germânicas.
V: As invasões germânicas quebraram a estrutura do Estado – o derrotaram
militarmente. Os bárbaros provocaram uma crise de hegemonia ideológica.
Foi produzido interesse regional e partidarismo através da rendição de líderes políticos
ao que já parecia vitória alemã –> para proteger seus interesses particulares.
Nos anos 470, cada região do Ocidente tinha seus próprios governos bárbaros, o Estado
unitário ocidental tinha parada de existir. Os Novos estados germânicos não eram
feudais. As oligarquias de controle tentaram manter os mecanismos financeiros do
Império.
VI: Ao final da página 15, a autora descreve as modificações que sofreu a economia,
por exemplo através de mudanças no seio do exército, principal despesa do antigo
Estado Romano. Agora, as relações feudais tornaram-se mais importantes que as
antigas, era mais difícil não pagar impostos ao Estado germânico.
VII: Para os estados sucessores germânicos, a tributação continuou sendo elemento
principal, a autora aborda a questão de cada região na página 16. Ocorre que os
impostos por mais que tenha mudado a estrutura econômica permaneceram grandes, a
indignação popular começou a crescer, bispos e abades pediam isenção para suas
cidades. Percebe-se o desaparecimento da legitimidade da tributação. Não conseguiam
mais esconder: o propósito da tributação era o enriquecimento exacerbado dos reis; não
havia outro motivo: o exército se estabeleceu nas terras, a administração era rudimentar
para os padrões romanos, as terras controladas pelo rei eram suficientes para suas
necessidades.

“El sistema de tributación sólo fue bueno para entregarlo como


dones, en particular como exenciones a la Iglesia, y obtener una
ganancia política a corto (o largo) plazo” (Wickham p.17)
No império Carolíngio o imposto sobre a terra tornou-se uma série de fragmentos com
diferentes nomes regionais.

***

VIII: A autora sobressalta que não é uma mera transição de um modo de produção para
outro, o modo antigo coexistia com o feudalismo nos anos 300 a 700. No entanto, eram
fundamentalmente diferentes as relações do camponês com o Estado ou com o senhor..
Não sejamos mecanicistas ao dizer que foi uma mudança puramente quantitativa: peso
relativo imposto/renda. Também não é através das intenções do Estado a mudança (até a
queda dos carolíngios). A mudança ocorre quando as forças sociais mudam e o controle
do Estado sobre elas.

IX: Na página 18 e 19 a autora aborda a questão de mudança do sentido de status se


desvinculado da propriedade de terra, bem como a questão de hierarquia e estratificação
social.

X: Século V foi a época em quebrou o poder do estado sobre as relações de produção,


pelo menos na Gália. Aqui a propriedade privada da terra deixa de ser um meio de
alcançar o poder, ela era o próprio poder – sonegação de impostos. A propriedade
privada e o Estado se desequilibraram.
XI: A posse da terra era o elemento mais sólido da sociedade romana, a aristocracia foi
capaz de se refugiar nela. Na página 20 a autora retorna a fatos já apresentados sobre as
estruturas romanas e germânicas, cabe aqui ressaltar que a transição dos estados
romanas para os germânicos não se dá tão somente pela problemática tributária, mas
sim político e militar.
XII: Um ponto importante é que Wickham não entende a formação social feudal como
uma síntese entre Romano e Germânico – a autora cita autores que fazem a análise
criticada por ela, Anderson, Marx e Engels. Uma de suas justificativas é que os valores
e culturas dos primeiros tempos da Idade Média foram profundamente influenciados
pelos alemães, mas o sistema feudal preexistia as invasões.
XIII: Na página 21 a autora aborda a “vitória” do feudalismo e o fim da tributação
significa, neste contexto, que em todos os lugares as comunidades camponesas sem um
propriedade da terra significativamente importante (ou seja, comunidades que têm
eles pagavam impostos anteriormente e, portanto, faziam parte da maneira antiga)
voltaram aos sistemas econômicos não exploradores pré-existentes.

XIV: Comunidades camponesas, germânicas ou


não germânico, sobreviveram ao lado do modo feudal, embora subordinado a ele no
formação social como um todo, tendo a força local para fazê-lo.

III

I: A autora retorna à análise de que a queda do Estado é referente à queda dos


mecanismos tributários, então a crise do Estado é a crise do mundo antigo.

II: é citado no texto que estados como Lombardo na Itália e Carolingio na França, que
não eram baseados em impostos tiveram caminhos diferentes.

II: Herança do Império vista na história da ideologia do Estado até o século XI.

La aristocracia también pudo elegir seguir viviendo en las


ciudades y centrar sus rivalidades políticas en un escenario
urbano; si lo hicieron, las ciudades conservaron su importancia
político-administrativa y comercial (o gran parte de ella), a
menudo hasta el despegue comercial de los siglos X y XI. Pero
la aristocracia sólo eligió actuar así en algunas zonas de
Occidente en Italia, sur de la Galia, sur y este de España.
(Wickham, p.22)
O peso institucional da ideologia se manifestou de maneira mais importante no nível do
governo central. 

III: Nas páginas 22 e 23 a autora apresenta as diferenças cruciais de estados que tinham
por base impostos e estados que tinham por base a terra, a exemplo do carolíngio.

Uma observação da autora é que não se pode entender o feudalismo militar como
totalmente formado e os senhores como resultado lógico das relações econômicas a
respeito da propriedade privada.
IV: A autora mostra algumas teorias com as quais têm discordância e aponta que, para
ela, as numerosas unidades políticas pós-carolíngias tiveram um equilíbrio diferente de
ideologia e poder público/privado. Ela entende que a diferença crucial mora na questão
da superestrutura. Para ela, de acordo com seu artigo, eram todos feudais, uma vez que
baseados na política e na economia da propriedade da terra, expressa em suas diferentes
formas.
V: De maneira geral, o fim do estado geral era de interesse para a aristocracia, mas
como um todo, como uma classe, e a longo prazo.
VI: Foi no período carolíngio que se deu o enfraquecimento do que ainda restava do
antigo conceito de escravidão.

VII: Um problema central da análise da página 25: o fato da divisão binária entre
reserva e participações parece ser anterior aos benefícios de trabalho.

VIII: A decolagem comercial de bens de luxo no século IX pode ser vista como produto
do período carolíngio onde as classes não produtivas da Europa começaram a descobrir
novas maneiras de como extrair todo o excedente do campesinato. Esse período de
crescimento marca a primeira era feudal.
IV
I: Aqui a autora dedica-se a refletir sobre Bizancio.
Nos séculos IV e V houve crescimento da oposição estrutural e cultural entre Estado e
grandes proprietários de terra, tanto no Leste quanto no Oeste. Mas o Estado no
equivalente oriental não caiu com as invasões bárbaras, a ocupação da Síria e do Egito
pelos árabes e os Balcãs para os eslavos. Por quê?
Comparando com as análises supracitadas sobre o Ocidente, o estado tributário
continuou no Leste, na zona bizantina e árabe do primitivo Império Unitário. Além
disso, nos séculos VII e VIII, o Estado protegeu seus generais e exércitos, às custas das
aristocracias civis locais. A aristocracia não era forte como no ocidente. O campesinato
possuía organização coletiva e identidade forte, resistiam às tentativas da aristocracia de
tornar seus senhores.
Todos esses pontos ajudaram o estado a se manter em momento de crise. A capacidade
essencialmente política de explorar a situação por conta própria foi a razão mais óbvia
para a sobrevivência do estado bizantino no Leste. Isso mostra que as guerras não
necessariamente são decisivas. No Ocidente foi, no Oriente, não.
No século VII e VII a sociedade urbana de Bizânico entrou em colapso, preço pago pela
sobrevivência do Estado às custas das aristocracias civis, base da vida urbana.
A autora cita Samir Amin e seu conceito de “modo tributário”, que permite criar
subtipos. Esse conceito denomina de Roma à China um fator comum: a tributação. Essa
formulação permite dar ênfase às características específicas do modo antigo, a estrutura
cidade campo e suas relações de domínio. Essa relação tem importância básica no
Império Romano.
O que é destacado agora é a descentralização das cidades, pelo menos no Ocidente, os
Impérios da Ásia tinham estabilidade maior.
A autora finaliza sua análise da seguinte forma: “En Occidente, Europa se enfrentó con
las degradaciones, pero también las posibilidades, del feudalismo”.

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