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I: As análises do que se conhece como “fim do mundo antigo no Ocidente” estão sendo
prejudicadas, segundo a análise da autora, em virtude de uma falta de clareza no que
verdadeiramente foi o fim do mundo antigo. Esse período é comumente retratado por
diferentes historiadores como se fosse um único momento, em que diversos fenômenos
ocorreram simultaneamente, produzindo uma certa redução da superestrutura cultural e
política do Império Romano. (p. 1)
V: A autora corrobora com a ideia dos autores Hindess e Hirst que consideram o modo
feudal como inquilinos que pagam aluguel a uma classe, classe essa que mantém
poderes sobre eles, enquanto o sistema estiver estável. (p. 10)
A autora alerta que os números são, em suas palavras, “excepcionales”, mas não há
motivos concretos para levá-los como certos.
A tributação coexistia com outros modos (mas com mais peso). O Estado, agora, através
dos impostos passou a dominar a estrutura econômica, as relações sociais de produção
também alinhadas a ele – interesse do Estado em vincular os camponeses à terra, em
ataques legislativos. É possível que o Estado do século IV tenha exercido mais controle
sobre os camponeses dependentes do que alguns senhores.
XI: Estado como único possível unificador da História da Roma tardia. A grande parte
do sistema econômico dependia dele, além das despesas que o Estado tinha com todo
imposto que era arrecadado: exército, burocracia estatal, obras públicas, despesas
extraordinárias. Estado como base de riqueza e poder para todo o Baixo Império –
senadores ricos precisavam do patrocínio estatal, toda hierarquia aristocrática foi
organizada através do Estado. Atividades culturais eram subvencionadas por ele – a
maior parte da cultura medieval orbitava na Igreja, grande instituição fundiária depois
do Estado. Apesar de todos esses fatores, o poder e riqueza públicos residiam ancoradas
nas cidades do Império.
Foco urbano para extração de excedente –> possibilita a chamada do modo antigo de
produção relativo à tributação.
Para ideólogos do Baixo Império, a vida e a cultura da cidade eram a única civilização
possível, mais estáveis do que o governo central.
II
I: A autora enfatiza que o ponto central de seu artigo é a parte central de seu artigo é o
colapso do modo antigo. Lembrando que não se deve esquecer que o Império não caiu
no Oriente. Vulnerabilidade particular do modo antigo = relação com a propriedade
privada da terra, (nesse caso feudal).
II: Grande riqueza aos que controlavam o Estado –> tributação. Riqueza essa investida
que não na terra (sistema econômico subdesenvolvido).
Os ricos com terra deixavam seus próprios interesses acima dos interesses como
líderes e clientes do Estado, deixando até evadir impostos.
Século V - as invasões bárbaras: escolha política para a aristocracia: Estado
Romano e seu mecenato X base dada pela propriedade no contexto dos Estados
sucessores germânicos recém-formados.
O escolhido foi o último, menos capazes de manter a estrutura de finanças do
Império.
Na visão dos marxistas: mudanças nas estruturas econômicas = luta de
classes – classes dependentes da velha estruturas X dependentes da nova.
Para o campesinato o Estado romano tardio ainda lhes era importantes.
Revoltas camponesas chamadas de Bacaudae que, talvez, tenham
produzido um aparato político não hierárquico – nas áreas da
Gália e Hispania, fora delas estavam na mão da aristocracia.
III: A autora, na página 13, mostra através de exemplos que a crise referente ao
pagamento dos impostos não se restringiu ao Ocidente. Mas nele, que é nossa questão
principal, tem-se o exemplo de Salviano, na década de 440, na Gália, que escreve um
panfleto religioso queixando-se das desigualdades fiscais, pobres pagam mais do que
ricos. Tal sistema os obriga a fugir para os bárbaros ou Bacaudae; força os pobres a
desistir de suas terras para os ricos em troca de patrocínio. Clareando: agricultores
independentes estão dispostos a ser arrendatários ao invés de pagar impostos.
Evidencia-se: contexto de crise em Gália –> camponeses e senhores preferem relações
fendais às antigas relações de impostos.
IV: Evasão fiscal aumenta: máquina imperial começa a ficar sem recursos.
Aumento das grandes propriedades de terra –> maiores possibilidade de evasão
de impostos. Um ciclo vicioso e fatal ao Estado.
Um fator que não pode ser esquecido: as invasões germânicas.
V: As invasões germânicas quebraram a estrutura do Estado – o derrotaram
militarmente. Os bárbaros provocaram uma crise de hegemonia ideológica.
Foi produzido interesse regional e partidarismo através da rendição de líderes políticos
ao que já parecia vitória alemã –> para proteger seus interesses particulares.
Nos anos 470, cada região do Ocidente tinha seus próprios governos bárbaros, o Estado
unitário ocidental tinha parada de existir. Os Novos estados germânicos não eram
feudais. As oligarquias de controle tentaram manter os mecanismos financeiros do
Império.
VI: Ao final da página 15, a autora descreve as modificações que sofreu a economia,
por exemplo através de mudanças no seio do exército, principal despesa do antigo
Estado Romano. Agora, as relações feudais tornaram-se mais importantes que as
antigas, era mais difícil não pagar impostos ao Estado germânico.
VII: Para os estados sucessores germânicos, a tributação continuou sendo elemento
principal, a autora aborda a questão de cada região na página 16. Ocorre que os
impostos por mais que tenha mudado a estrutura econômica permaneceram grandes, a
indignação popular começou a crescer, bispos e abades pediam isenção para suas
cidades. Percebe-se o desaparecimento da legitimidade da tributação. Não conseguiam
mais esconder: o propósito da tributação era o enriquecimento exacerbado dos reis; não
havia outro motivo: o exército se estabeleceu nas terras, a administração era rudimentar
para os padrões romanos, as terras controladas pelo rei eram suficientes para suas
necessidades.
***
VIII: A autora sobressalta que não é uma mera transição de um modo de produção para
outro, o modo antigo coexistia com o feudalismo nos anos 300 a 700. No entanto, eram
fundamentalmente diferentes as relações do camponês com o Estado ou com o senhor..
Não sejamos mecanicistas ao dizer que foi uma mudança puramente quantitativa: peso
relativo imposto/renda. Também não é através das intenções do Estado a mudança (até a
queda dos carolíngios). A mudança ocorre quando as forças sociais mudam e o controle
do Estado sobre elas.
III
II: é citado no texto que estados como Lombardo na Itália e Carolingio na França, que
não eram baseados em impostos tiveram caminhos diferentes.
II: Herança do Império vista na história da ideologia do Estado até o século XI.
III: Nas páginas 22 e 23 a autora apresenta as diferenças cruciais de estados que tinham
por base impostos e estados que tinham por base a terra, a exemplo do carolíngio.
Uma observação da autora é que não se pode entender o feudalismo militar como
totalmente formado e os senhores como resultado lógico das relações econômicas a
respeito da propriedade privada.
IV: A autora mostra algumas teorias com as quais têm discordância e aponta que, para
ela, as numerosas unidades políticas pós-carolíngias tiveram um equilíbrio diferente de
ideologia e poder público/privado. Ela entende que a diferença crucial mora na questão
da superestrutura. Para ela, de acordo com seu artigo, eram todos feudais, uma vez que
baseados na política e na economia da propriedade da terra, expressa em suas diferentes
formas.
V: De maneira geral, o fim do estado geral era de interesse para a aristocracia, mas
como um todo, como uma classe, e a longo prazo.
VI: Foi no período carolíngio que se deu o enfraquecimento do que ainda restava do
antigo conceito de escravidão.
VII: Um problema central da análise da página 25: o fato da divisão binária entre
reserva e participações parece ser anterior aos benefícios de trabalho.
VIII: A decolagem comercial de bens de luxo no século IX pode ser vista como produto
do período carolíngio onde as classes não produtivas da Europa começaram a descobrir
novas maneiras de como extrair todo o excedente do campesinato. Esse período de
crescimento marca a primeira era feudal.
IV
I: Aqui a autora dedica-se a refletir sobre Bizancio.
Nos séculos IV e V houve crescimento da oposição estrutural e cultural entre Estado e
grandes proprietários de terra, tanto no Leste quanto no Oeste. Mas o Estado no
equivalente oriental não caiu com as invasões bárbaras, a ocupação da Síria e do Egito
pelos árabes e os Balcãs para os eslavos. Por quê?
Comparando com as análises supracitadas sobre o Ocidente, o estado tributário
continuou no Leste, na zona bizantina e árabe do primitivo Império Unitário. Além
disso, nos séculos VII e VIII, o Estado protegeu seus generais e exércitos, às custas das
aristocracias civis locais. A aristocracia não era forte como no ocidente. O campesinato
possuía organização coletiva e identidade forte, resistiam às tentativas da aristocracia de
tornar seus senhores.
Todos esses pontos ajudaram o estado a se manter em momento de crise. A capacidade
essencialmente política de explorar a situação por conta própria foi a razão mais óbvia
para a sobrevivência do estado bizantino no Leste. Isso mostra que as guerras não
necessariamente são decisivas. No Ocidente foi, no Oriente, não.
No século VII e VII a sociedade urbana de Bizânico entrou em colapso, preço pago pela
sobrevivência do Estado às custas das aristocracias civis, base da vida urbana.
A autora cita Samir Amin e seu conceito de “modo tributário”, que permite criar
subtipos. Esse conceito denomina de Roma à China um fator comum: a tributação. Essa
formulação permite dar ênfase às características específicas do modo antigo, a estrutura
cidade campo e suas relações de domínio. Essa relação tem importância básica no
Império Romano.
O que é destacado agora é a descentralização das cidades, pelo menos no Ocidente, os
Impérios da Ásia tinham estabilidade maior.
A autora finaliza sua análise da seguinte forma: “En Occidente, Europa se enfrentó con
las degradaciones, pero también las posibilidades, del feudalismo”.