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Fluidos de corte e suas

indispensáveis e necessárias
características protetivas ao
sistema no qual circulam
(máquinas-ferramentas e componentes)

Pós-doutoranda - Marcília Batista de Amorim Finzi


LEPU (Laboratório de Ensino e Pesquisa em Usiangem
Universidade Federal de Uberlândia
Por que é importante dedicar atenção
especial à seleção adequada de FCs?

Desdobramentos
da escolha... Processo de Usinagem e
sistema no qual circulam
Homem
Meio ambiente

Comportamento?

Seleção versus Sustentabilidade


Fatores decisivos ao
usuário na aquisição do FC
DESEMPENHO DESEJADO
Exigência do material trabalhado
Parâmetros de usinagem
Processo de Usinagem
Bioestável
etc.

Tipo de FC
Base: Vegetal, mineral ou misto
Características: integral, emulsão (macro, micro ou semissintético) ou sintético
etc.

(SHEEHAN, 1999; MACHADO et al., 2015)


Fatores decisivos ao usuário na
aquisição do FC

Custos
Aquisição
Limpeza da máquina
Reposição perdas por arraste
Monitoramento (mão de obra de manutenção)
Descarte
Tratamento resíduos
etc.

(SHEEHAN, 1999; MACHADO et al., 2015)


Fatores decisivos ao usuário na
aquisição do FC

Conformidade a legislação?

FCs: 7% a 17%
Custos de produção totais: x
Ferramentas: 4%

etc.

(SHEEHAN, 1999; MACHADO et al., 2015)


ALGUNS PARÂMETROS DE CONFORMIDADE/QUALIDADE

ISO 9001 ISO 14001 OHSAS 18001

TRGS 611 – Elementos restritos na


composic!a"o de Fluidos de usinagem por
serem formadores de Nitrosaminas.

Me!todo IP 346/80 – desenvolvido por cientistas da Shell


como um ensaio para determinac!a"o de substa#ncias
qui$micas carcinoge#nicas (derme).

VDI 3035 – Projeto de ma$quinas-ferramentas,


linhas de produc!a"o e de equipamentos
perife$ricos que utilizam fluidos de usinagem
Norma Regulamentadora 15 - NR 15
Atividades e Operações Insalubres: Descreve as atividades, operações e agentes insalubres,
inclusive seus limites de tolerância, definindo, assim, as situações que, quando vivenciadas
nos ambientes de trabalho pelos trabalhadores, ensejam a caracterização do exercício
insalubre, e também os meios de proteger os trabalhadores de tais exposições nocivas à sua
saúde. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à
existência desta NR, são os artigos 189 e 192 da CLT.

! HIDROCARBONETOS E OUTROS COMPOSTOS DE CARBONO


! Insalubridade de grau máximo

! Destilação do alcatrão da hulha.


! Destilação do petróleo.
! Manipulação de alcatrão, breu, betume, antraceno, óleos minerais, óleo queimado, parafina ou
outras substâncias cancerígenas afins.

www.blaser.com Confidencial – apenas para uso interno


Preocupação dos fabricantes:
Estão entre as tarefas fluidicas dos Fluidos de Corte

Os fluidos nas máquinas-ferramentas servem para:


Lubrificar,
Refrigerar,
Limpar,
Proteção anti-corrosiva,
Selar e extinguir fogo com dispositivos vulneráveis.
Etc.

Cada um dos campos de aplicação


requer diferentes comportamentos e
propriedades dos fluidos em uso.

(SHEEHAN, 1999; MACHADO et al., 2015; WEGENER et al., 2017)


Resultado das ações de escolha do fluidos:

Qual é o compromisso com a qualidade?

Real capacidade de excercer suas propriedades?


indispensáveis aos processos de conformação e usinagem

Lubri-refrigeração, proteção anti-corrosiva,

(SHEEHAN, 1999; MACHADO et al., 2015; WEGENER et al., 2017)


Qualidade em desempenho depende de:
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Conceito envolvendo necessidades e exigências do mercado na formulação de um fluido


de corte (Fonte: autora)
Assim, o primeiro passo no processo complexo que é
a seleção de FCs é entender a natureza dos diferentes
tipos de fluidos disponíveis e os pontos fortes e fracos
que eles oferecem.

EVANS, 2012
Função Tipo de aditivo Substâncias Modo de ação

Tabela 2.3 - Aditivos usados em fluidos de


Aminas aromáticas, sulfeto Estabilização da base oleosa
Aditivo anti-envelhecimento,
orgânico, dialquilditiofostato de e prevenção da oxidação em
inibidor de oxidação
zinco altas temperaturas.
Aniônico: sulfonatos, sabão de
potássio, sabão de Formação e estabilização da corte durante as últimas décadas, incluindo
alcanolaminas, emulsão. Reduzem a tensão
Emulsificante Não iônico: etoxilato álcool
graxo; ácido graxo amida;
superficial formando película
monomolecular semiestável
exemplos e funções associadas, são
Catiônico: sais de amonio na interface óleo/água.
classificados também quanto ao sítio de ação.
Aditivos de proteção ao Fluido de Corte

quaternario
Desestabiliza a espuma no
óleo, melhora a visibilidade
da região de corte. Reduz a
Polímeros de silício,
Inibidor de espuma tensão superficial das bolhas
tributilfosfato
menores que se agrupam em
bolhas maiores e menos
estáveis
Compostos de enxofre, Prevenir a contaminação
Compostos de Isotiazolinona, microbiana; inibir a
Aldeídos, Derivados p r o l i f e r a ç ã o d e
Biocida
halogenados, aditivos nitrados, m i c r o r g a n i s m o s
sais de cobre, sais quaternários contaminantes e eliminar sua
de amônio presença
Ácido fosfórico e ácido Reduz o desgaste abrasivo
Aditivos anti desgaste fosfórico não iónico ester, por adsorção física das
dialquilditiofostato de zinco superfícies em atrito

O Papel dos aditivos


Impede acumulação de
Sulfonato, fenolato, salicilato,
vernizes em superfícies, e a
compostos organometálicos
Detergente, Dispersante aglomeração de partículas
contendo magnésio, bário,
sólidas formando depósitos,
cálcio, etc.
promove a sua suspensão.
Ésteres fosfato, sulfonatos e Garantir a uniformidade das
Surfactantes
álcoois etoxilados emulsões
Aditivos de proteção a superfície do material

Proteção contra desgaste pela


adsorção ou formação de
Cloroparafina, éster sulfuroso, camadas de reação, previne a
éster ácido fosfórico,
micro fusão das superfícies
polisulfureto (PS), fosfato de
Aditivo de Extrema Pressão metálicas, conferem
ferro, cloreto de ferro, sulfeto
(EP) lubrificação adicional.
de ferro, sendo os principais
Suportam elevadas
compostos de enxofre, fósforo temperaturas e pressões de
ou cloro
corte reduzindo o contato
metálico
Mono oleato de glicerol, óleo Reduz o atrito e desgaste,
Modificador de atrito (MA) de baleia, gorduras naturais, melhora a adesão da película
óleos, éster sintético lubrificante
Heterociclos, di-amina, fosfito Formação de película
Desativadores de metal
de triarilo adsortiva
Tipo de lubrificante sólido,
Sobrebasificados de sódio ou
Passivo extrema-pressão (PEP) formação de película
sulfonato de cálcio
separando superfícies
Sulfonato, compostos orgânicos
Inibe ferrugem e corrosão de
de boro, amina, aminofosfato,
metais ferrosos e não
Inibidor de corrosão dialquilditiofostato de zinco,
ferrosos (prevenção de
ácido graxo de cadeia longa,
oxidação)
sulfurado, nitrito de sódio
Fonte: adaptado de PAWLAK, 2003; CAPELLETTI, 2006;
BRINKSMEIER et al., 2015; MACHADO et al., 2015.
Performa
Aditivos
e

nce do

Melhorador do índice de Aumenta o índice de


Fluido

Polímeros
viscosidade viscosidade do lubrificante
d
Contaminação microbiológica

Quando se torna contaminado por


microrganismos como bactérias e fungos,
torna-se menos eficiente na execução de suas
propriedades.

Além das modificações sofridas na composição durante o uso,


sofre ainda uma gradativa perda de suas propriedades, resultando
em perda da qualidade técnica desempenhada, exigindo ainda o
seu descarte.

Além dos altos custos envolvidos na eliminação


dos resíduos de FCs há o efeito negativo de seu
descarte para o meio ambiente.

(OLIVEIRA, ALVES, 2007; KURAM, 2013)


Contaminação microbiológica

A análise microbiológica de FCs pode evidenciar altos níveis de contaminação,


que variam de 104 a 1010 Unidades Formadoras de Colônia por mililitro de fluido
(UFC/mL)

Uma grande variedade de bactérias são usualmente detectadas, tais como:


Staphylococcus sp.,
Streptococcus sp.,
Pseudomonas sp.,
Alcaligenes,
bactérias redutoras de sulfato (BRS) e as conhecidas como
Acinetobacter sp.

(MATTSBY-BALTZER et al., 1989; SANDIN, MATTSBY-BALTZER, EDEBO, 1991; SLOYER, NOVITSKY, NUGENT, 2002; VAN DER GAST
et al., 2003; SAHA, DONOFRIO, 2012).
A estabilidade química de um FC muda significativamente ao longo de sua vida útil.

São alterações resultantes de efeitos, como:

•% oxidação (dependente da acessibilidade do FC ao oxigênio atmosférico) ou

•% polimerização de componentes dos FCs (devido a reações induzidas


termicamente).

•% Contaminação microbiológica

•% Dureza da água

•% Força ionônica

•% pH

PERDA DO DESEMPENHO DE SUAS PROPRIEDADES

(SHENG; OBERWALLENY, 1997; MORRISON; ROSS, 2002; ZHAO; TURAY; HUNDLEY, 2006; NEDI!; PERI!; VURUNA, 2009; TOMS;
TOMS, 2010; FINZI; 2015 )
Exemplos de formulação de FC a base de óleo e a base de água (emulsão e solução)

Quantidade (peso %)
Constituintes Solução Emulsão (5,0%) Integrais
Óleo mineral - 3,5 – 4,0 75,0 – 1000,0
Emulsificantes - 0,5 – 1,0 -
Agentes aglomerantes - 0,05 – 0,25 -
Tamponadores de pH 5,0 - -
Inibidores de corrosão 10,0 0,25 – 0,50 0,0 – 5,0
Aditivos de extrema pressão 4,0 0,0 – 0,5 5,0 – 20,0
Biocidas 2,0 desconhecida -
Antioxidantes - - 0,0 – 2,0
Aditivos de lubrificação limítrofe 9,0 - 0,0 – 10,0
Água 70 95,0 -

(BYERS, 2006; RUDNICK, 2013


618 E. Brinksmeier et al. / CIRP Annals - Manu
MWF’s performance must be expected.
As premature aging of water-based MWFs is accompanied by
effects such as corrosion (Fig. 23) of machine tool components and
workpieces, microbial and health issues, as well as higher costs for
disposal and refilling, a systematic monitoring is of high
importance. The following sections aim at presenting the most
relevant monitoring methods(A)and parameters
Biofilme macroscópicoasem well as contendo
um tanque at fluido de
Fig. 26. (A) Macroscopic biofilms in a MWF-tank and (B) filter clogged by biofilms
corte e (B) filtro coberto por biofilme (MEYER, 2011)
[143].

The usage of MWF-components as carbon- and energy-sources


by microorganisms may cause significant changes of the MWF-
composition. The large variety of MO leads to a situation which
makes it nearly impossible to identify suitable additives, which
cannot be metabolized by bacteria or fungi. As a consequence of the
metabolism, the concentration of desired MWF-components
decreases over the service life whereas products of the metabolic
processes accumulate. Fig. 27 exemplarily summarizes some effects
during the service life of a water-based MWF. With increasing
microbial load (colony forming units CFU), the concentration of a
selected additive (monoethanolamine, MEA) drops. Furthermore,
the technical performance (here, the avoidance of tool wear)
(A) Corrosão Microbiologicamente induzida (CMI)
diminishes. por studies
Further (b) bactérias que formam
revealed an forming
increasing risk of microbial
Fig. 23. (A) Microbial induced corrosion
substâncias poliméricas extracelulares (MIC)
(EPS) e induced
biofilmes na by (B) bacteria
superfície
induced skin damage and infections [233].
extracellular polymeric substances (EPS) and biofilms at the surface [171].
(ORTIZ; GUIAMET; VIDELA, 1990)
Micela de emulsão óleo em água (adaptado de
!"#$%3-:/2:7"%
HARKINS; MATTOON; CORRIN, 1946; *;<7".

ROSSI et al., 2007; BERGSTRÖM, 2015;


BRINKSMAYER, 2015) 6'3)-%<-/237,"%
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*+,$-. &')$/"
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*"(-,").

Biodegradabilidade de alguns lubrificantes (PAWLAK, 2003)


T i p o Biodegradabili Biodegradabilidade
Tipo lubrificante
lubrificante dade (%) (%)
Hidrocraqueados 25 – 80 Di-ésteres 50 – 100
Óleos brancos 25 – 45 Poliol Esteres 55 – 100
Óleos minerais 10 – 45 Esteres aromáticos 0 – 95
Óleos vegetais 75 – 100 Polipropileno glicóis 10 – 30
Polialfaolefinas 20 – 80 Polietileno glicóis 10 – 70
Alquilbenzenos 05 – 25 Polieteres 0 – 20
Material e métodos
! . DIN-51360-2 (2 horas)
!%
!% . Mineral (semissintético)

!% . Vegetal (emulsão)
! . ASTM-D4627 (24 horas)
!%
Concentração 8%

Novo x 7 dias x 70 dias

Cavaco
Preparo dos FCs Materiais e métodos
pH Densidad Ponto Viscosida Concentração
FC Base Tipo
(uso) e (20 oC) fulgor de (40 oC) recomendada (v.v-1)
8,7 – 0,95 g/ .
Vegetal Emulsão 192 oC 55 mm2/s Usinagem FGD* (5-8%)
9,2 cm3
Semissintétic 8 , 5 – 1,065 g/ Usinagem FGD*(5-10%)
Mineral 180 °C 56 mm!/s
o 9,2 cm3 Retificação (3-5%)

Fonte: fabricantes; *Usinagem FGD = Usinagem utilizando ferramentas com geometria definida
Material e métodos
Tabela 1. Classificação do ensaio de corrosão
Grau de corrosão Significado Superfície do papel
0 Ausência Sem alteração
1 Traços de corrosão No máximo três sinais de corrosão com diâmetro < 1mm
DIN 51360-2
Até 1% da superfície descolorida, porem sinais de corrosão em
2 Leve corrosão 2 mL
3 Média corrosão
maior número e mais fortes que no grau 1
Superfície descolorida entre 1% e 5% 2 g de cavaco .
4 Forte corrosão Descoloração de mais de 5% da superfície
(ferro fundido cinzento)
Fonte: IP 287/87- Petrobrás.
Fonte: DIN 51360-2 e IP 287/87 – Petrobrás 2 horas
Figura 23 - Aparência do papel filtro após teste de corrosão. Placa Petri
(!35 mm)

GRAU 0 GRAU 1 GRAU 2 GRAU 3 GRAU 4


Fonte:
Figura 3.6. Classificação Métodofiltro
do papel IP 287/87- Petrobrás.
quanto ao grau de corrosão por
ASTM D4627
análise do aspecto do papel após ensaio.
Fonte:Realizar
DIN 51360-2 e IP 287/87 – Petrobrás
5 mL
a leitura de absorvância em um comprimento de onda
4 g de cavaco
específico ( = 430 mm) para estas soluções no espectrofotômetro UV-Visível, (ferro fundido cinzento)

24 horas
Lavados em acetona (5 segundos) Placa Petri
Secagem – temperatura ambiente (!35 mm)
RESULTADOS

Tabela 2. Classificação do grau de corrosão determinado nos dois FCs testados de


acordo com a norma DIN 51360-2.!

Carga Carga
Fluido de corte base
microbiana microbiana de Grau de corrosão
(8% vv-1) e condição Significado
inoculada viáveis UFC/ determinado
de teste
UFC/mL mL

Novo - 0,0 0 Ausência


Vegetal

7 dias* 6,0 x 1022 1,0 x 105 0 Ausência

70 dias* 5,8 x 1023 3,0 x 103 3 Média corrosão (1% a 5% superfície)

Novo - 0,0 0 Ausência


Mineral

7 dias* 6,0 x 1022 1,8 x 105 2 Leve corrosão (até 1% superfície)

70 dias* 5,8 x 1023 1,3 x 104 2 Leve corrosão (até 1% superfície)

*Período de realização da contaminação microbiológica "in vitro"


RESULTADO
STabela 3. Classificação do grau de corrosão determinado nos dois FCs testados de
acordo com a norma ASTM

Carga Carga
Fluido de corte base Grau de
microbiana microbiana
(8% vv-1) e condição corrosão Significado
inoculada de viáveis
de teste determinado
UFC/mL UFC/mL
Novo - 0 Ausência
Vegetal

7 dias* 6,0 x 1022 1,0 x 105 0 Ausência

70 dias* 5,8 x 1023 3,0 x 103 2 Leve corrosão (até 1% superfície)


Novo - 0 Ausência
Mineral

7 dias* 6,0 x 1022 1,8 x 105 3 Média corrosão (entre 1% e 5% superfície)


70 dias* 5,8 x 1023 1,3 x 104 4 Forte corrosão (mais 5% superfície)

*Período de realização da contaminação microbiológica "in vitro"


RESULTADOS

Tabela 4. Resultados dos ensaios de corrosão realizados para os dois FCs


utilizando-se as duas normas

FC de base vegetal FC de base mineral


Norma
Novo 7 dias* 70 dias* Novo 7 dias 70 dias
DIN 51360-2 - - 1% a 5% - < 1% < 1%
ASTM D4627 - - < 1% - 4% >5%
*Período de realização da contaminação microbiológica "in vitro"
RESULTADOS
Medidas de controle adotadas Estratégias de gestão dos FC
PARÂMETRO MEDIDA
Implantação de plano de manutenção do sistema
Manutenção preventiva e emprego de juntas adequadas que reduzam fugas
Óleos contaminantes de
Emprego do mesmo óleo base para a formulação de fluidos de usinagem, sistemas hidráulicos e engraxe
fugas de sistemas hidráulicos
Instalação de decantadores ou centrífugas para a separação dos óleos
contaminantes
Partículas sólidas Instalação de sistema de filtração eficiente (filtros: não-tecido de polipropileno, papel; peneiras)
metálicas oriundas do processo Decantação
(carepas, limalhas, Centrífugas
cavacos) Separadores magnéticos
Resíduos contaminados
Capacitação dos funcionários
(panos, plásticos)
Medida de pH: deve manter-se alcalino (conforme orientação do fornecedor)
Óleos estranhos: é necessário detectá-los para evitar um aumento na velocidade de degradação do fluido
Monitoramento da qualidade dos Teste de corrosão: permite levantar o poder corrosivo do fluido
fluidos de corte Cloretos: este ensaio controla o poder corrosivo e instabilidade da emulsão
Sólidos em suspensão: controla o nível de sólidos para proteger a ferramenta e não interferir no acabamento da peça e danos
ao sistema (desgaste abrasivo)
Dureza: um certo grau de dureza evita a formação de espumas. Uma água com uma dureza muito alta pode desestabilizar a
emulsão
Sais dissolvidos: controle de sulfatos e cloretos
Parâmetros de
Sólidos: devem ser menores que 500 mg/L
controle dos
Microrganismos: para evitar a proliferação de fungos e bactérias, não devem exceder a 10 UFC/mL
fluidos aquosos
Monitoramento da eficiência de aditivos anticorrosivos
Água de reposição: água deionizada para evitar a contínua acumulação de íons de cálcio, cloretos, nitratos e metais pesados,
que incidem negativamente na estabilidade dos fluidos. Utilização de água com baixo grau de dureza
Limpeza geral, desinfeção do sistema e a utilização de biocidas (prevenção e/ou controle)
Sistema eficiente de filtragem e de aeração do fluido (repouso)
Contaminação por
Cultivo de amostras de FC para detecção da contaminação microbiológica
microrganismos (bactérias, fungos)
Monitoramento/Controle da formação de biofilmes
Controle da temperatura externa
Arrastes de fluidos de usinagem por Otimizar as dimensões da peça a ser usinada para que a quantidade de material a ser retirada seja mínima (near net shape)
cavacos Implantar sistema de drenagem de fluido aderido aos cavacos
Aerossolização do fluido de corte e ventilação, guardas de proteção instaladas nas máquinas de usinagem, bem como sistemas de exaustão afetam a a distribuição
de seus contaminantes (tamanho de partículas e quantidade) dos aerossóis liberados na zona de respiração do trabalhador
Plano Informativo para operadores de máquinas-ferramenta
Formação de pessoal e conscientização através de palestras e cursos
Derrames
Derramamentos e respingos produzidos no processo de usinagem podem ser eliminados mediante instalação de uma tela
protetora
Estratégias de gestão dos FC

Valor medido Potenciais problemas associados Medidas de controle


Contaminação microbiológica, odores ruins, Adicionar FC concentrado e se necessário, um
Concentração:
problemas de processamento, corrosão e biocida
< 3%
problemas de filtragem causados por fungos
Irritação na pele, problemas de espuma, Adicione água até que a concentração
Concentração:
problemas de processamento, custo elevado do recomendado seja alcançada
> 10%
líquido de arrefecimento
Óleo do cárter Contaminação microbiológica, poluição do FC, Remoção de óleo mecânico (sucção,
> Concentração irritação da pele, problemas de processamento desnatação, separação)
valor pH > 9,3 Irritação na pele EPI
Contaminação microbiológica, odores, problemas Adicionar FC concentrado, parcial ou a troca
valor pH < 8,7 de processamento, corrosão completa, utilização de aditivos possíveis

Condutividade Problemas de processamento, corrosão, depósitos Parte ou mudança completa, adicione a água
> 6 mS/cm de sal, lavagem imperfeita macia
Dureza > 40° d Corrosão, depósitos de sais, limpeza ineficaz, Parte ou mudança completa, adicione a água
(Alemão) pouca atividade de limpeza macia
D u r e z a < 1 0 ° d Problemas de espuma Adicionar água de dureza superior ou aumentar
(Alemão) a dureza com um aditivo
Cloreto > 100 mg/L É possível que ocorra corrosão

(RAVE, JOKSCH, 2012)


EPI, equipamento de proteção individual
A utilização de FCs contendo biocidas mais efetivos, que sejam
submetidos ao monitoramento microbiológico rotineiro, para
uma resposta precoce quando da contaminação, numa indústria
com boas práticas de produção, são necessárias para evitar a
contaminação, multiplicação e formação de biofilme, além de
garantir uma usinagem produtiva e eliminação de danos aos
sistemas nos quais os FCs circulam devido a sua perda de
propriedades anti-corrosivas.
Obrigada!!

Dra. Marcília Batista de Amorim Finzi


Pós-doutoranda (LEPU) Laboratório de Ensino e Pesquisa em Usinagem
Programa de Pós-graduação em Engenharia Mecânica – UFU
Doutora em Engenharia Mecânica – FEMEC/UFU (Conceito 7 CAPES)
Doutora em MIcrobiologia – ICBIM/UFU (Conceito 6 CAPES)
(34) 99912-1514 marthyamorim@gmail.com

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