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AVALIAÇÃO DA

EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL
AO CALOR
Efeitos fisiológicos do calor

Os seres humanos têm uma grande capacidade


de tolerar diferenças climáticas devido as seu
corpo sem pelo e a alta capacidade de suas
glândulas sudoríparas. Contudo nem todas as
condições climáticas são consideradas
confortáveis ou adequadas a um trabalho
eficiente.
Termoregulação

O homem é um animal homeotérmico. Sua temperatura


corporal interna é mantida constante, a aproximadamente
37°C, por meio de mecanismos termorregulatórios. Isso
faz com que o corpo humano se mantenha sempre
aquecido e pronto para o trabalho, sem depender da
temperatura externa, para esse aquecimento.
A temperatura interna do corpo pode oscilar em 37° +/-
2°C ou seja, entre 35° a 39°C. Fora dessa faixa, indica
alguma anormalidade. Temperaturas abaixo de 25°C e
acima de 42°C podem tornar-se fatais. Isso é diferente da
temperatura superficial da pele, que pode variar em cada
parte do corpo, e também sofrer variações maiores, em
contato com a atmosfera externa.
Equilíbrio térmico

O nosso organismo é uma espécie de máquina


térmica, que gera calor continuamente pelo
processo de combustão. Os açúcares, gorduras e
proteínas são usadas como combustíveis, que são
“queimados” pelo O2 liberando gás carbônico e
água. O calor produzido pelos processos
metabólicos, no interior do corpo, é conservado
pelo tecidos isolantes, principalmente a gordura
subcutânea.
Equilíbrio térmico

O excedente é eliminado pelos mecanismos de


sudação. Além disso, o organismo humano
realiza contínuas trocas de calor com o meio
ambiente, pelos processos de condução,
convecção e irradiação. Assim, o organismo
mantém o equilíbrio térmico, que pode ser
expresso pela seguinte equação:

S = M – E +/- R +/- C - W
Equilíbrio térmico

Onde:
S – calor ganho ou perdido pelo organismo, em certo intervalo de
tempo. Com o corpo em equilíbrio térmico, S = 0;
M – calor gerado pelos processos metabólicos;
E – calor dissipado pelo suor;
R – calor radiante trocado com o ambiente;
C – calor trocado por condução e convecção com o ambiente;
W – energia gasta no trabalho.
MECANISMOS DE TROCAS
TÉRMICAS

CONDUÇÃO :
É o mecanismo de transmissão de calor que
ocorre entre dois corpos de temperatura
diferente ou dentro de um corpo cujas
extremidades estão em temperaturas
diferentes.

É um mecanismo que ocorre nos sólidos.


MECANISMOS DE TROCAS
TÉRMICAS

CONVECÇÃO :
•É um mecanismo de troca de calor entre
um fluido e um sólido. O fluido se aquece,
fica menos denso e se movimenta por essa
diferença de densidade.
MECANISMOS DE TROCAS
TÉRMICAS

• Portanto, junto com a troca de calor


existe uma movimentação do fluido
(correntes convectivas).

• Se o fluido se movimenta por impulso


externo (ventiladores, por exemplo),
diz-se que a convecção é forçada.
MECANISMOS DE TROCAS
TÉRMICAS

RADIAÇÃO :
•Todos os corpos aquecidos emitem
radiação infravermelha, que é o chamado
calor radiante. Assim como emitem,
também recebem, havendo o que se
chama de troca líquida radiante.
MECANISMOS DE TROCAS
TÉRMICAS

• O infravermelho, sendo uma radiação


eletromagnética não ionizante, não
necessita de um meio de suporte para se
propagar.

• O ar é praticamente transparente à
radiação infravermelha.
MECANISMOS DE TROCAS
TÉRMICAS

EVAPORAÇÃO :
•É um mecanismo de troca térmica onde um
líquido muda para a fase vapor.
•Temos então transmissão de calor com
mudança de fase. Grandes quantidades de
calor podem estar envolvidas, de acordo
com o calor de vaporização do líquido.
MECANISMOS DE TROCAS
TÉRMICAS

A evaporação depende da quantidade já


existente de vapor no ambiente.
Equilíbrio térmico

Metabolismo (M) – O organismo humano


funciona como uma máquina térmica, sempre
gerando calor, mesmo em estado de repouso
absoluto. O calor gerado pelo metabolismo pode
ser estimado pelo consumo de oxigênio, com
equivalência de 4,8 calorias para cada litro de
oxigênio consumido.
Equilíbrio térmico

Evaporação (E) – é o mecanismo mais


importante do equilíbrio térmico. Ela ocorre
nos pulmões e na superfície da pele, sob a forma
de suor. Não é o suor, mas sim a sua evaporação
que contribui para remover o calor.
Equilíbrio térmico

O suor provoca diluição de várias soluções


eletrolíticas do corpo, como o de sódio, potássio
e clorados. A redução da concentração de sódio
no sangue pode acelerar o ritmo cardíaco,
baixar a pressão e reduzir a circulação
periférica. Para se evitar isso, a água perdida
deve ser imediatamente reposta, junto com
pílulas de sal, para restabelecer o equilíbrio
salino do sangue e tecidos.
Equilíbrio térmico

A quantidade de calor eliminada pela


evaporação depende da Umidade Relativa e do
movimento do ar.
A Umidade Relativa influencia na quantidade de
vapor que o ar pode receber. Esta é proporcional
ao déficit de saturação, ou seja, a diferença para
se chegar até a umidade de 100% (ar saturado).
Quanto mais seco for o ar, maior será esse déficit
e mais favorável a evaporação.
Equilíbrio térmico

Em ambientes quentes acima de 35°C,a


evaporação é o único mecanismo disponível para
o organismo eliminar calor e manter o equilíbrio
térmico. Nessas condições, o organismo trabalha
em desvantagem, devendo reduzir o ritmo da
atividade para, conseqüentemente, diminuir a
geração de calor pelo metabolismo. Só assim
poderá manter o seu equilíbrio térmico.
Equilíbrio térmico

O trabalho físico muito pesado, associado a condições


externas desfavoráveis pode provocar um desequilíbrio
térmico, com o consequente aumento da temperatura
corporal. Temperaturas de até 39,5°C podem ser
toleradas, mas só por curtos espaços de tempo. Além
disso, para temperaturas maiores, a sobrecarga térmica
ameaça provocar alterações no sistema nervoso central
e, se a temperatura corporal chegar a 41°C, o sistema
regulador pode entrar em colapso.
Equilíbrio térmico

Ao entrar em colapso, vários tecidos do nosso


organismo sofrem mudanças irreversíveis,
particularmente o cérebro, e a morte geralmente
se torna inevitável aos 42°C.
Equilíbrio térmico

Uma pessoa exposta ao calor intenso, durante vários dias, vai


aumentando a sua capacidade de produção de suor. No início,
essa capacidade situa-se em torno de 1,5 L/h de suor. Após 10
dias, essa capacidade pode dobrar e, após 6 semanas, pode
chegar a 2,5 vezes de sua capacidade inicial, após a qual tende a
estabilizar-se. A vaporização de 1g de água remove cerca de 0,6
Kcal de calor. Portanto a eliminação de calor por sudação pode
chegar a 900 Kcal/h e até 2.250 Kcal/h, em casos extremos.
Entretanto, o organismo pode permanecer pouco tempo nessas
condições extremas, sendo necessário conceder pausas para
recuperação. Em muitos casos, a duração dessas pausas deve ser
maior que a duração da própria atividade.
Equilíbrio térmico

Radiação (R) – O corpo humano troca calor continuamente com


o ambiente, por radiação, recebendo calor daqueles objetos mais
quentes e irradiando para aqueles mais frios que o seu corpo. A
pele humana comporta-se como um bom absorvedor e radiador,
assemelhando-se a um corpo negro. (*corpo negro é um conceito
da física – no caso, a cor da pele não influi, exceto que a pele
branca reflete mais radiação no espectro visível).
Os objetos de temperaturas diferentes emitem diferentes tipos de
radiações. Quando a temperatura aumenta, emitem radiações de
ondas longas, de ordem de 3 a 5 mícrons (1 mícron = 10-6 m).
Acima dessa temperatura, começa a haver emissões na faixa do
infravermelho, de 1 a 1,5 mícrons.
Equilíbrio térmico

Nem todas as radiações tem igual poder de penetração no corpo


humano. O poder máximo de penetração, chegando a 5 e até 10
cm de profundidade, ocorre com ondas de 1 a 1,5 mícrons, na
faixa do infravermelho. Essas ondas provocam sensação de
bem—estar, pelo aquecimento interno do corpo. Os raios mais
longos , de 3 a 5 mícrons, já penetram pouco, aquecendo apenas
a superfície, o que produz “queimadura” superficial e
desconforto. O mesmo acontece no outro extremo do espectro
visível, na faixa dos raios ultravioletas, que penetram apenas
alguns décimos de milímetros na pele.
Equilíbrio térmico
Equilíbrio térmico

O calor radiante muito intenso pode transferir algumas centenas


de calorias por hora ao corpo, chegando a extremos de 1.000
cal/h. Isso produz um sobrecarga térmica, que o corpo precisará
eliminar, exigindo um esforço adicional do coração. Se o ritmo de
ganho do calor corporal for maior que a sua capacidade em
eliminá-lo, haverá uma redução da capacidade de trabalho e
outros distúrbios indicadores do desequilíbrio térmico, com
sensações desagradáveis. Além disso, o calor radiante muito
intenso poderá também provocar queimaduras na pele.
Equilíbrio térmico

A melhor forma de proteger-se contra o calor radiante é pela


colocação de uma superfície refletora entre a fonte e o
trabalhador.
Não é muito prático combater o calor radiante com aumento de
ventilação porque assim favorece a evaporação do suor, mas não
se evita que o corpo receba radiação.
Equilíbrio térmico

Condução e Convecção (C) – A condução ocorre quando o organismo


entra em contato com objetos mais quentes ou mais frios. O organismo
está normalmente protegido por roupas e calçados, que são bons
isolantes. Assim, as trocas de calor por condução são reduzidas,
podendo ser desprezadas em casos práticos. Executam-se as mãos e pés
desnudos em contato com superfícies boas condutoras (metais) a
temperaturas frias (perdem calor) ou quentes (ganham calor).
A troca por convecção ocorre pelo movimento da camada de ar
próxima a pele, que tende a retirar o ar quente ( se a T ambiente for
abaixo de 37°C) e substituí-lo por outro mais frio. Dependendo da
velocidade do vento, essa troca por convecção pode atingir valores
significativos. É por isso que os motociclistas andam de casacos
impermeáveis.
Equilíbrio térmico

Energia gasta no Trabalho (W) – A energia gasta no trabalho


varia entre 1,6 Kcal/min para trabalhos leves (trabalhos manuais
simples, sentado) até 16,2 Kcal/min (subir escada com peso de 10
Kg).
Equilíbrio térmico

Temperatura Efetiva – é aquela que produz a sensação térmica


equivalente a uma temperatura medida com o ar saturado
(100% de umidade relativa) e praticamente parado (sem ventos).
Ou seja, uma temperatura efetiva de 25°C é aquela que mede
25°C com umidade de 100% e o ar parado. Essa temperatura
efetiva corresponde, então, a todas as demais condições de
temperaturas ambientais, umidades relativas do ar e de
velocidades de vento, que produzem a mesma sensação térmica.
Se a umidade diminuir ou a velocidade do vento aumentar,
facilitando a evaporação do suor, a temperatura ambiental
equivalente, a mesma temperatura efetiva, pode ser maior.
Equilíbrio térmico

Na prática, a medida da umidade relativa é substituída pela


medida de duas temperaturas, sendo uma com o bulbo seco e a
outra com o bulbo úmido (envolvendo-se o bulbo do termômetro
com um chumaço de algodão molhado). Se o ar estiver saturado,
as duas medidas deverão coincidir. Quanto mais seco for o ar,
maiores serão as diferenças entre essas duas temperatura.
Equilíbrio térmico

Conforto Térmico – A primeira condição para o conforto é o


equilíbrio térmico, ou seja, a quantidade de calor ganho pelo
organismo deve ser igual à quantidade de calor cedido para o
ambiente. Contudo, ela não é suficiente para se garantir o
conforto térmico. O sistema termorregulador do organismo é
capaz de fazer várias combinações entre as variáveis ambientais
e individuais, mas apenas uma estreita faixa dessas variáveis é
considerada confortável.
O organismo utiliza vários mecanismos para promover o balanço
térmico. Durante o frio, o organismo pode acelerar o
metabolismo para produzir mais calor. Isso ocorre com os
tremores, quando a musculatura atua para gerar mais calor.
Equilíbrio térmico

Se o corpo estiver em atividade, o calor gerado pode chegar ao


triplo, em relação ao repouso. Os vestuários também ajudam a
manter a temperatura corporal, conservando o ar quente
próximo a pele e evitando as perdas por convecção. As roupas
também absorvem o calor radiante do corpo. Contudo se a
roupa estiver úmida, perde grande parte do seu poder isolante.
REAÇÕES DO ORGANISMO AO
CALOR

 VASODILATAÇÃO PERIFÉRICA

 SUDORESE
REAÇÕES DO ORGANISMO

Vasodilatação periférica:

•O fluxo de sangue transporta calor do


núcleo do corpo para sua superfície,
ocorrendo as trocas térmicas.

•A circulação aumenta junto à superfície,


para aumentar a troca.
DOENÇAS

Desidratação

Em seu estágio inicial, a desidratação atua,


principalmente, reduzindo o volume de
sangue e promovendo a exaustão do calor.
Mas, em casos extremos, produz distúrbios
mais sérios.
DOENÇAS

Cãibras de calor
São espasmos musculares, seguindo-se a
uma redução do cloreto de sódio no sangue,
a concentrações inferiores a um certo nível
crítico. A alta perda de cloreto é facilitada
pela intensa sudorese e falta de
aclimatização.
DOENÇAS

Exaustão do calor
Uma baixa pressão arterial é o evento
crítico resultante, devido especialmente
a uma maior vasodilatação periférica e
redução do volume. (maior “rede”,
menor resistência ao fluxo >>> queda
de pressão)
DOENÇAS

Choque Térmico / Hiperpirexia


Ocorre quando a temperatura do núcleo do
corpo é tal, que põe em risco algum tecido
vital que permanece em contínuo
funcionamento. É devido a um distúrbio no
mecanismo termo-regulador, que fica
impossibilitado de manter um adequado
equilíbrio térmico entre o indivíduo e o meio.
TROCAS TÉRMICAS E AS
VARIÁVEIS DO AMBIENTE

CONDUÇÃO TEMPERATURA
DO AR
CONVECÇÃO
VELOCIDADE DO
RADIAÇÃO AR

EVAPORAÇÃO UMIDADE DO AR

CARGA RADIANTE
Como “sentir” as variáveis do
ambiente?

A partir das trocas do homem com o


ambiente, evidenciamos os parâmetros
que necessitam ser estimados.
Quais os sensores para esses parâmetros?
Parâmetros x sensores

Temperatura do ar
umidade do ar
?
velocidade do ar ?
carga radiante do
ambiente ?
NR 15 - ANEXO Nº 3 LIMITES DE
TOLERÂNCIA PARA EXPOSIÇÃO AO CALOR

1. A exposição ao calor deve ser avaliada


através do “Índice de - bulbo úmido -
termômetro de globo” (IBUTG) definido
pelas equações que seguem:

Ambientes internos ou externos sem


carga solar:
IBUTG = 0,7 TBN + 0,3 TG
NR 15 - ANEXO Nº 3 - LIMITES DE
TOLERÂNCIA PARA EXPOSIÇÃO AO CALOR

Ambientes externos com carga solar:


IBUTG = 0,7 TBN + 0,1 TBS + 0,2 TG
ONDE:
TBN= Temperatura de bulbo úmido natural
TG = Temperatura de globo
TBS = Temperatura de bulbo seco
NR 15 - ANEXO Nº 3

A sobrecarga térmica está relacionada


com o ambiente (exposição) e com a
atividade física do trabalhador
(metabolismo).
NR 15 - ANEXO Nº 3

O trabalhador pode alternar trabalhos


em ambiente termicamente severos
com locais termicamente mais amenos,
ou com descanso (sentados em
repouso) no mesmo local.
NR 15 - ANEXO Nº 3

Obs: 1 os períodos de descanso são


considerados tempo de serviço para todos
os efeitos legais.

Obs: 2 a alternância de condições


térmicas deve ocorrer em ciclos de no
máximo 60 minutos.
ÍNDICE DE BULBO ÚMIDO
TERMÔMETRO DE GLOBO (IBUTG)

Limites de tolerância para exposição ao


calor para regime de trabalho-descanso,
com descanso no próprio local de trabalho

(VALORES DE IBUTG DADOS EM ºC)


TABELA I
REGIME DE TRABALHO- TIPO DE ATIVIDADE
DESCANSO COM
DESCANSO NO PRÓPRIO
LOCAL DE TRABALHO
LEVE MODERADA PESADA

Trabalho Contínuo Até 30,0 Até 26,7 Até 25,0

45 minutos trabalho 30,1 a 30,5 26,8 a 28,0 25,1 a 25,9


15 minutos descanso
30 minutos trabalho 30,7 a 31,4 28,1 a 29,4 26,0 a 27,9
30 minutos descanso
15 minutos trabalho 31,5 a 32,2 29,5 a 31,1 28,0 a 30,0
45 minutos descanso
Não é permitido o Acima de Acima de 31,1 Acima de 30,0
trabalho, sem a adoção 32,2
de medidas adequadas
de controle
NOTA:

A DETERMINAÇÃO DO METABOLISMO É
FEITA CONSULTANDO-SE A TABELA III -
TAXAS DE METABOLISMO POR TIPO DE
ATIVIDADE.
TIPO DE ATIVIDADE Kcal/h

Sentado em repouso 100


TRABALHO LEVE
Sentado, movimentos moderados com braços e 125
tronco (exemplo: datilografia)
Sentado, movimentos moderados com braços e 150
pernas (exemplo: dirigir)
De pé, trabalho leve, em máquina ou bancada, 150
principalmente com os braços
TRABALHO MODERADO
Sentado, movimentos vigorosos com braços e 180
pernas
De pé, trabalho leve em máquina ou bancada, com 175
alguma movimentação
De pé, trabalho moderado em máquina ou bancada, 220
com alguma movimentação
Em movimento, trabalho moderado de levantar ou 300
empurrar
TRABALHO PESADO
Trabalho intermitente de levantar, empurrar ou 440
arrastar pesos (exemplo: remoção com pá)
Trabalho fatigante 550
Notas técnicas sobre a tabela I

Aplicabilidade para descanso no próprio local


deve ser entendida que o descanso é no
MESMO PONTO FÍSICO EM QUE OCORRE O
TRABALHO (mesmo IBUTG)
Quando há fontes radiantes em variações de
posição maiores que 0,5 m significam mudança
no IBUTG -> não se aplica a tabela I
Ex. para uso da tabela I

 Um operador de forno gasta 3 minutos


carregando-o; aguarda 4 minutos para que as
peças se aqueçam, sem sair do lugar, e gasta
outros 3 minutos na descarga. Dados do
ponto onde permanece o trabalhador Tg =
35°C e Tbn =25°C. Considerar o trabalho
moderado.
Resolução
Ciclo 3´ carga, 4´ aguarda, 3´ descarga
Trabalho= 36 min/h e descanso=24 min/h
IBUTG = 0,7. 25 + 0,3. 35 = 28 ºC
O trabalho é moderado (Tab III)
No quadro I, para IBUTG = 28 ºC e
trabalho moderado pode-se trabalhar 45 min
e descansar 15 min, por hora
Portanto, a sobrecarga térmica é aceitável.
Limites de tolerância para exposição ao
calor para regime de trabalho-descanso,
com descanso em outro local (descanso
térmico)
Cálculo e análise deste caso

Estabelece-se uma média ponderada no


tempo dos IBUTG’s de trabalho e
descanso;
Considera-se sempre a pior hora corrida
de exposição da jornada; tempos de
trabalho e descanso somam 60 min.;
Também se estabelece o metabolismo
médio ponderado no tempo para a
mesma hora crítica.
TABELA II
M (KCAL/H) MÁXIMO IBUTG (°C)
175 30,5
200 30,0
250 28,5
300 27,5
350 26,5
400 26,0
450 25,5
500 25,0
Observar: o metabolismo médio ponderado corresponde a
um índice máximo (IBUTG médio ponderado) permitido. Se o
valor real ultrapassar o dado da tabela, o limite está
excedido.
Ex. Para o caso da tabela II
Em outro forno, o ciclo, igual ao do ex.
anterior, foi alterado de forma que os 4
minutos de espera agora são utilizados
para anotações em uma mesa afastada
do forno. Dados:
>> forno Tg= 54 °C e Tbn= 22° C.
>> mesa Tg= 28 °C e Tbn= 20 °C.
Metabolismos a considerar:
forno 300 Kcal/h e mesa 125 Kcal/h
Resolução
• IBUTGt = 0,7.22 + 0,3.54 = 31,6 ºC
• IBUTGd =0,7.20 + 0,3.28 =22,4 ºC
• Tt = 36 min / h Td= 24 min/h
• Mt = 300 kcal/h Md = 125 kcal/h
• Valores ponderados IBUTG = 27,9 ºC
M =230 kcal/h
• Quadro II - > sobrecarga térmica aceitável
para este ciclo.
CASOS REAIS -
GENERALIZAÇÃO:
IBUTG=IBUTG1 x t1 + IBUTG2 x t2 +.. + IBUTGn x tn
60
SENDO:

IBUTG1, IBUTG2,...IBUTGn - Valor de IBUTG


dos pontos deTrabalho

t1, t2, ... tn - Tempos, em minutos, que se


permanece nos pontos de trabalho
Generalização

O mesmo se faz com as taxas metabólicas


(independentemente dos pontos de cálculo do
IBUTG), obtendo-se o par IBUTG, M;

Estuda-se o pior intervalo de 60 minutos da


jornada;

Desaparece o conceito de trabalho / descanso


: cada fase do ciclo / período de 60 minutos irá
agravar ou atenuar a anterior, resultando no
par médio de verificação contra o quadro II.
Ex. Generalização. Trabalho de forno e forja
Encontrar a hora crítica.

Ponto Tbn (C) Tg (C) M Etapa Tempo


(Kcal/h) (min)

1 24,4 48,6 365 Carga 10


do forno

1 24,4 48,6 275 Ajustes 30

2 18,4 38,0 125 Forja 40


lado
norte
3 19,8 37,4 125 Sul 40

4 20,0 36,6 150 Rebarba 40


ção
1a. TENTATIVA, CICLO C/ 20 min da fase 2.

Ponto Tbn (C) Tg (C) M Etapa Tempo


(Kcal/h) (min)

1 24,4 48,6 365 Carga 10


do forno

1 24,4 48,6 275 Ajustes 30

2 18,4 38,0 125 Forja 20


lado
norte

Mp = 240 kcal/h e IBUTGp = 29,2 (IBUTGmáx = 28,5 ºC)


2a. TENTATIVA, C/ 20 min da fase 4

Mp = 248 kcal/h e IBUTGp = 29,5 ºC (IBUTGmáx = 28,5 ºC)

Ponto Tbn (C) Tg (C) M Etapa Tempo


(Kcal/h) (min)

4 20,0 36,6 150 Rebarba 20


ção

1 24,4 48,6 365 Carga 10


do forno

1 24,4 48,6 275 Ajustes 30

LIMITE DE TOLERÂNCIA ULTRAPASSADO. SITUAÇÃO


INSALUBRE. NR15.

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