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GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL

PROCURADORIA-GERAL DO DISTRITO FEDERAL

Procuradoria-Geral do Consultivo
Parecer Jurídico n.º 203/2021 - PGDF/PGCONS

DIREITO CONSTITUCIONAL, FINANCEIRO E


ORÇAMENTÁRIO. FUNDO DE APOIO À
CULTURA (FAC). SUPERÁVIT FINANCEIRO.
RECEITA VINCULADA. PARECER JURÍDICO
48/2021 – PGDF/PGCONS. EMENDA
CONSTITUCIONAL 109/2019. APLICAÇÃO.
1. Restringe-se ao Poder Execu vo Federal
a autorização do art. 167-F da CF
(conferido pela EC nº 109, de 2021) de
des nação do superávit financeiro
apurado do exercício imediatamente
anterior para a cobertura de despesas
oriundas das medidas de combate à
calamidade pública de âmbito nacional e
ao pagamento da dívida pública.
2. O art. 5º da EC nº 109, de 2021,
autoriza o Distrito Federal a u lizar
o superávit financeiro do FAC para
amor zar sua dívida pública ou, na
ausência desse passivo, para dispor
livremente quando à aplicação desses
recursos, pelo prazo de dois exercícios
financeiros subsequentes à data da
promulgação da referida emenda.

1. Relatório
A Secretaria de Economia do DF encaminha-nos consulta acerca do saldo referente
ao superávit financeiro do Fundo de Apoio à Cultura (FAC), passível de u lização para cobertura de
despesas oriundas das medidas de combate à calamidade pública, amor zação da dívida pública e
até mesmo para livre aplicação, diante da desvinculação do superávit financeiro de fundos públicos
permitida pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021.
Contextualiza que esta PGCONS emi u o Parecer Jurídico nº 48/2021 - PGCONS/PGDF
(59632213), nos autos do Processo SEI 00150-00004007/2020-20, e que o Tribunal de Contas do
Distrito Federal proferiu a Decisão nº 461/2021 (58612826), alertando que a dotação orçamentária do
FAC para o exercício de 2021 requer ajustes para compreender 0,3% da Receita Corrente Líquida,
conforme estabelecido no ar go 246, §5º, da Lei Orgânica do Distrito Federal, somado aos saldos não
executados e acumulados nos exercícios de 2017, 2018, 2019 e 2020, na forma dos artigos 60, inciso I,
e 80, §§ 5º e 6º, da Lei Complementar nº 934/2017.

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Ques ona, ainda, sobre a possibilidade de enquadrar a situação relacionada ao saldo
de exercícios anteriores do FAC na referida disposição constitucional.
Os autos têm início com relato do Subsecretario de Subsecretário de Fomento e
Incen vo Cultural da Secretaria de Cultura no sen do de que é recorrente o ingresso de receita à
conta do Fundo de Apoio à Cultura às vésperas de final de exercício financeiro, sem que seja possível
executá-lo no mesmo ano.
Que, a despeito do entendimento de que os recursos não u lizados em um ano devem
ser incluídos no exercício subsequente, “isso jamais foi efe vamente realizado, e as receitas do FAC
têm ficado restritas aos 0,3% da Receita Corrente Líquida e por vezes a outras receitas, vulgar e
erradamente denominadas “superávits”. Trata-se de receitas decorrentes dos incisos XI e XII do ar go
66 da Lei Complementar 934/2017, e não do inciso primeiro, objeto dessa celeuma” (52468793).
A AJL da SEEC adota na sua análise os parâmetros e conclusões adotados também pelo
Parecer Jurídico nº 48/2021 - PGCONS/PGDF e, quanto à emenda cons tucional entende que
(58075253):
De fato, a Emenda Cons tucional nº 109, de 16 de março 2021 flexibilizou
a legislação a nente à matéria, permi ndo a u lização pelo Poder
Execu vo do superávit financeiro de Fundos para outros fins, em virtude
da grave pandemia global que, inesperadamente, tornou insustentável o
equilíbrio das contas públicas, afetando dras camente o tesouro de todos
os entes federados.
[...]
Assim, apesar das receitas do Fundo de Apoio à Cultura - FAC serem
apuradas nos termos do art. 66 c/c 80, §5º e §6º da Lei Complementar nº
934, de 2017 (Lei Orgânica da Cultura – LOC), a disponibilidade
desse valor ao FAC deve se dar de acordo com a oportunidade e
conveniência do gestor competente, à luz da EC nº 109, 16 de março de
2021.
Conclui que os valores a serem disponibilizados ao FAC devem ser apurados, pelas
áreas competentes, nos termos do Parecer Jurídico nº 48/2021 - PGCONS/PGDF (59632213), levando
em consideração a discricionariedade do Gestor competente, permi da pelo arts. 1 e 5° da EC nº
109, de 2021.
Os autos foram a mim distribuídos com pedido de urgência na apreciação da consulta.
Eis, em síntese, o relatório.
2. Fundamentação
De início, é importante ressaltar que as dúvidas jurídicas inicialmente ven ladas nos
autos[1] foram objeto de recente opina vo deste Consul vo, de minha autoria. Quanto ao tratamento
que deve ser conferido ao superávit financeiro verificado anualmente e sua conjugação com a receita
distrital anual vinculada ao FAC, o Parecer Jurídico nº 48/2021 - PGCONS/PGDF - com fundamento na
LODF, na LC nº 267, de 1999, na LC nº 934, de 2017, e na Lei Federal nº 4.320, de 1964 - restou assim
ementado:
DIREITO ORÇAMENTÁRIO E FINANCEIRO. FUNDO DE APOIO À
CULTURA. ART. 246, §5º, LODF. LC 934, de 2017. RECEITA VINCULADA.
FORMA DE APURAÇÃO. Conforme os §§5º, I, e 6º do art. 80 da LC nº 934, de
2017, o equivalente a 0,3% da receita corrente líquida do exercício
financeiro em curso deve ser acrescido dos valores do ano anterior que
não tenham sido repassados ao FAC.
Tal entendimento, que também se pautou em precedentes do Tribunal de Contas do
Distrito Federal, ganha reforço com a Decisão TCDF nº 461/2021, de 24 de fevereiro de 2021, exarada
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antes da aprovação do parecer, mas após a manifestação deste subscritor. Eis o teor da decisão:
O Tribunal, por unanimidade, de acordo com o voto do Relator, decidiu: I –
tomar conhecimento: a) do O cio n.º 1.416/2020 – SECEC/GAB, de
28.09.2020 (eDOC 0E99A04A-c) e do O cio n.º 7.109/2020 – SEEC/GAB, de
03.11.2020 (e-DOC D4906004-c), acompanhado do anexo de e-DOC
F0D329FE-e, encaminhados, respec vamente, pela Secretaria de Estado
de Economia do Distrito Federal e pela Secretaria de Cultura e Economia
Cria va do Distrito Federal em atenção à Decisão n.º 4.490/2020; b) da
Informação n.º 2/2021 – Dicog (e-DOC 1B7060E4-e); II – considerar: a)
atendidos os itens III.d e IV.c da Decisão n.º 4.490/2020, sem prejuízo da
manutenção das determinações constantes dos demais itens da referida
Decisão e de futuras fiscalizações do Tribunal; b) cumprido, no exercício
financeiro de 2020, o ar go 246, § 5º da Lei Orgânica do Distrito Federal,
que trata da disponibilização orçamentária mínima de 0,3% da Receita
Corrente Líquida distrital ao Fundo de Apoio à Cultura; c) descumprida, no
exercício financeiro de 2020, a Lei Complementar n.º 934/2017, no que
concerne à disponibilização ao Fundo de Apoio à Cultura dos saldos não
executados desde o exercício de 2017, conforme preconiza os ar gos 60,
inciso I, e 80, §§ 5º e 6º da referida norma; III – alertar a Secretaria de
Estado de Economia do Distrito Federal de que a dotação orçamentária do
Fundo de Apoio à Cultura para o exercício de 2021 requer ajustes para
compreender 0,3% da Receita Corrente Líquida, conforme estabelecido no
ar go 246, § 5º da Lei Orgânica do Distrito Federal, somado aos saldos não
executados e acumulados nos exercícios de 2017, 2018, 2019 e 2020, na
forma dos ar gos 60, inciso I, e 80, §§ 5º e 6º da Lei Complementar n.º
934/2017; IV – autorizar: a) o fornecimento de cópia da Informação n.º
2/2021-Dicog, do relatório/voto do Relator e desta decisão à Secretaria de
Estado de Economia do Distrito Federal e ao Fundo de Apoio à Cultura, de
forma a subsidiar a adoção de providências; b) o retorno dos autos à
Semag/TCDF, para as providências pertinentes e posterior arquivamento.
Diante disso, entendo que remanesce dos autos apenas dúvida pontual, delineada pela
AJL/SEEC e apontado pelo Senhor Secretário, acerca dos efeitos da Emenda Cons tucional nº 109, de
15 de março de 2021, que, dentre outras alterações, acrescenta à Constituição o art. 167-F, in verbis:
Art. 167-F. Durante a vigência da calamidade pública de âmbito nacional
de que trata o art. 167-B desta Constituição:
I - são dispensados, durante a integralidade do exercício financeiro em
que vigore a calamidade pública, os limites, as condições e demais
restrições aplicáveis à União para a contratação de operações de crédito,
bem como sua verificação;
II - o superávit financeiro apurado em 31 de dezembro do ano
imediatamente anterior ao reconhecimento pode ser des nado
à cobertura de despesas oriundas das medidas de combate à calamidade
pública de âmbito nacional e ao pagamento da dívida pública.
§ 1º Lei complementar pode definir outras suspensões, dispensas e
afastamentos aplicáveis durante a vigência do estado de calamidade
pública de âmbito nacional.
§ 2º O disposto no inciso II do caput deste ar go não se aplica às fontes de
recursos:
I - decorrentes de repar ção de receitas a Estados, ao Distrito Federal e a
Municípios;
II - decorrentes das vinculações estabelecidas pelos arts. 195, 198, 201,
212, 212-A e 239 desta Constituição;
III - des nadas ao registro de receitas oriundas da arrecadação de doações

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ou de emprés mos compulsórios, de transferências recebidas para o
atendimento de finalidades determinadas ou das receitas de capital
produto de operações de financiamento celebradas com finalidades
contratualmente determinadas.
A alteração da Cons tuição Federal pela EC nº 109, de 2021, é mais um dos reflexos
norma vos do momento delicado decorrente da crise sanitária que afetou o mundo e, de modo,
especial o Brasil. Porque de causas e de efeitos excepcionais, necessário tem sido o tratamento
excepcional a várias questões de ordem economia, fiscal e das relações jurídicas como um todo.
Especificamente no que se refere ao disposto no recente art. 167-F da CF[2], chama
atenção, no entanto, que suas disposições são expressamente voltadas a questões orçamentárias e
financeiras aplicáveis à União Federal, na medida em que dispensa requisitos às operações de crédito
e permite a des nação de superávit financeiro de exercício anterior durante a vigência da calamidade
pública de âmbito nacional de que trata o art. 167-B da Constituição.
O referido art. 167-B, por seu turno, não deixa dúvidas:
Art. 167-B. Durante a vigência de estado de calamidade pública de âmbito
nacional, decretado pelo Congresso Nacional por inicia va priva va do
Presidente da República, a União deve adotar regime extraordinário fiscal,
financeiro e de contratações para atender às necessidades dele
decorrentes, somente naquilo em que a urgência for incompa vel com o
regime regular, nos termos definidos nos arts. 167-C, 167-D, 167-E, 167-F e
167-G desta Constituição.
A emenda resulta da PEC nº 186, de 2019, de autoria do Senado Federal, que foi objeto
do relatório apresentado pelo Deputado Daniel Freitas à Comissão de Cons tuição, Jus ça e
Cidadania da Câmara dos Deputados, do qual destaco:
Em seu art. 1º, a PEC 186, de 2019, propõe as seguintes alterações ao texto
da Constituição Federal:
[...]
São acrescentados os arts. 167-B a 167-G que estabelecem o regime
extraordinário, financeiro e de contratações, na União, no caso de vigência
de estado de calamidade pública de âmbito nacional, decretado pelo
Congresso Nacional por inicia va priva va do Presidente da República,
que replicam parte das regras previstas ao chamado “orçamento de
guerra” da Emenda Constitucional nº 106, de 2020.
Entretanto, a mesma restrição à esfera federal não se verifica do teor o art. 5º, que
dispõe de modo mais amplo, genérico e sinaliza para sua aplicação a qualquer os entes federados:
Art. 5º Até o final do segundo exercício financeiro subsequente à data da
promulgação desta Emenda Cons tucional, o superávit financeiro das
fontes de recursos dos fundos públicos do Poder Execu vo, apurados ao
final de cada exercício, poderá ser des nado à amor zação da dívida
pública do respectivo ente.
§ 1º Se o ente não ver dívida pública a amor zar, o superávit financeiro
das fontes de recursos dos fundos públicos do Poder Execu vo será de
livre aplicação.
§ 2º Não se aplica o disposto no caput deste artigo:
I - aos fundos públicos de fomento e desenvolvimento regionais,
operados por instituição financeira de caráter regional;
II - aos fundos ressalvados no inciso IV do art. 167 da Constituição Federal.
Anote-se que os fundos ressalvados no art. 167, e que, portanto, não estarão
susce veis à excepcional des nação do superávit financeiro pelo art. 5º da EC 109, de 2019, são

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aqueles para os quais são des nadas à repar ção do produto da arrecadação dos impostos a que se
referem os arts. 158 e 159[3], de recursos para as ações e serviços públicos de saúde, para
manutenção e desenvolvimento do ensino e para realização de a vidades da administração tributária,
como determinado, respec vamente, pelos arts. 198, §2º[4], 212[5] e 37, XXII[6], e a prestação de
garan as às operações de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, §8º[7], bem como
o disposto no §4º deste artigo[8].
Tendo em vista que o Fundo de Apoio à Cultura não se encaixa nas exceções do §2º do
art. 5º da EC nº 109, de 2021, é possível afirmar que o Distrito Federal pode u lizar o superávit
financeiro das fontes de recursos do fundo para amor zar sua dívida pública ou dispor de outra forma
quando à aplicação desses recursos, pelo prazo de dois exercícios financeiros subsequentes à data da
promulgação da referida emenda.
Cumpre ressaltar que tais disposições:
1. veiculam regra que perpassa critérios de conveniência e oportunidade do Poder
Executivo;
2. por seu caráter temporário, afastam por tempo determinado as conclusões do Parecer
Jurídico nº 48/2021 - PGCONS/PGDF; e
3. como seus efeitos são prospec vos à promulgação da emenda, aplicam-se a contar
do superávit financeiro a ser apurado nos exercícios de 2021 a 2023, o que não afasta as
determinações do item III da Decisão TCDF 461/2021.
3. Conclusão
Ante o exposto e sem prejuízo das observações aduzidas no corpo do opina vo, conclui-
se que:
a. Restringe-se ao Poder Execu vo Federal a autorização do art. 167-F da CF (conferido
pela EC nº 109, de 2021) de des nação do superávit financeiro apurado do exercício imediatamente
anterior para a cobertura de despesas oriundas das medidas de combate à calamidade pública de
âmbito nacional e ao pagamento da dívida pública;
b. O art. 5º da EC nº 109, de 2021, autoriza o Distrito Federal a u lizar o superávit
financeiro do FAC para amor zar sua dívida pública ou, na ausência desse passivo, para dispor
livremente quanto à aplicação desses recursos, pelo prazo de dois exercícios financeiros
subsequentes à data da promulgação da referida emenda.
Submeto à superior apreciação.
Brasília-DF, 05 de maio de 2021.

Eduardo Muniz Machado Cavalcanti


Procurador do Distrito Federal

[1] Segundo a Coordenação de Análise Estratégica de Dados Orçamentários da SEEC, a dúvida é se o


saldo a ser acrescido na dotação do exercício corrente deve ser: i) apenas a diferença entre o
montante correspondente a 0,3% da receita corrente líquida apurada no exercício anterior, e o
montante de recursos efe vamente empenhados no referido exercício; ou ii) a diferença acumulada
ano a ano (a par r de 2017) entre o montante correspondente a 0,3% da receita corrente líquida
apurada em cada exercício, e o montante de recursos efe vamente empenhados no respec vo
exercício.
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[2] Incluído à Constituição Federal pelo art. 1º da EC nº 109, de 2021.
[3] Art. 158. Pertencem aos Municípios:
I - o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e proventos de qualquer natureza,
incidente na fonte, sobre rendimentos pagos, a qualquer tulo, por eles, suas autarquias e pelas
fundações que instituírem e mantiverem;
II - cinqüenta por cento do produto da arrecadação do imposto da União sobre a propriedade territorial
rural, rela vamente aos imóveis neles situados, cabendo a totalidade na hipótese da opção a que se
refere o art. 153, § 4º, III; (Redação dada pela Emenda Cons tucional nº 42, de
19.12.2003) (Regulamento)
III - cinqüenta por cento do produto da arrecadação do imposto do Estado sobre a propriedade de
veículos automotores licenciados em seus territórios;
IV - vinte e cinco por cento do produto da arrecadação do imposto do Estado sobre operações rela vas
à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e
intermunicipal e de comunicação.
[...]
Art. 159. A União entregará:
I - do produto da arrecadação dos impostos sobre renda e proventos de qualquer natureza e sobre
produtos industrializados, 49% (quarenta e nove por cento), na seguinte forma: (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 84, de 2014)
[...]
II - do produto da arrecadação do imposto sobre produtos industrializados, dez por cento aos Estados e
ao Distrito Federal, proporcionalmente ao valor das respec vas exportações de produtos
industrializados.
III - do produto da arrecadação da contribuição de intervenção no domínio econômico prevista no art.
177, § 4º, 29% (vinte e nove por cento) para os Estados e o Distrito Federal, distribuídos na forma da
lei, observada a des nação a que se refere o inciso II, c, do referido parágrafo. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 44, de 2004)
[4] Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e
cons tuem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes: [...] § 2º A União, os
Estados, o Distrito Federal e os Municípios aplicarão, anualmente, em ações e serviços públicos de
saúde recursos mínimos derivados da aplicação de percentuais calculados sobre: [...]
[5] Art. 212. A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os Estados, o Distrito Federal e
os Municípios vinte e cinco por cento, no mínimo, da receita resultante de impostos, compreendida a
proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino.
[6] Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: [...] XXII - as administrações tributárias
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, a vidades essenciais ao funcionamento
do Estado, exercidas por servidores de carreiras específicas, terão recursos prioritários para a
realização de suas a vidades e atuarão de forma integrada, inclusive com o compar lhamento de
cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou convênio. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 42, de 19.12.2003).
[7] Art. 165. Leis de inicia va do Poder Execu vo estabelecerão: [...] § 8º A lei orçamentária anual não

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conterá disposi vo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, não se incluindo na
proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e contratação de operações de
crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei.
[8] § 4º É permi da a vinculação das receitas a que se referem os arts. 155, 156, 157, 158 e as alíneas
"a", "b", "d" e "e" do inciso I e o inciso II do caput do art. 159 desta Cons tuição para pagamento de
débitos com a União e para prestar-lhe garan a ou contragaran a. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 109, de 2021)

Documento assinado eletronicamente por EDUARDO MUNIZ MACHADO CAVALCANTI -


Matr.0174794-0, Procurador(a) do Distrito Federal, em 06/05/2021, às 14:41, conforme art. 6º
do Decreto n° 36.756, de 16 de setembro de 2015, publicado no Diário Oficial do Distrito
Federal nº 180, quinta-feira, 17 de setembro de 2015.

A autenticidade do documento pode ser conferida no site:


http://sei.df.gov.br/sei/controlador_externo.php?
acao=documento_conferir&id_orgao_acesso_externo=0
verificador= 61362083 código CRC= 2DBA9DF4.

"Bra s íl i a - Pa tri môni o Cul tura l da Huma ni da de"

SAM, Bl oco I, Ed. Sede - As a Norte, Bra s íl i a - DF - CEP 70620-000 - DF

00020-00016431/2021-56 Doc. SEI/GDF 61362083

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GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL
PROCURADORIA-GERAL DO DISTRITO FEDERAL
Procuradoria-Geral do Consultivo
Chefia - Procuradoria-Geral do Consultivo
Cota - PGDF/PGCONS/CHEFIA

PROCESSO N°: 00150-00006972/2020-37


MATÉRIA: Fiscal

APROVO O PARECER N° 203 / 2021- PGCONS/PGDF, exarado pelo ilustre Procurador do


Distrito Federal Eduardo Muniz Machado Cavalcanti, com o seguinte acréscimo:
No dia 16 de março de 2021, foi ajuizada, pelo Par do dos Trabalhadores e pela Rede
Sustentabilidade, a Ação Direta de Incons tucionalidade n. 6752, pugnando ao Supremo Tribunal
Federal o reconhecimento da incons tucionalidade do art. 5º da Emenda Cons tucional n. 109/2021,
sob o argumento de violação ao art. 60, §2º, da Constituição Federal.
Os autores requereram liminar, inaudita altera parte, para que fossem suspensos, de
imediato, os efeitos do art. 5º da EC nº 109/2021. Embora não haja no cia de deferimento da medida,
em 07 de abril de 2021, o i. Ministro Relator, Nunes Marques, diante da relevância da matéria e de
seu especial significado para a ordem social e a segurança jurídica, reputou cabível a adoção do
rito do Art. 12 da Lei 9.868/99, para que a ação seja defini vamente subme da ao julgamento do
Plenário.
Atualmente, o processo está está aguardando manifestação da Procuradoria-Geral da
República.
Vigora, pois, a presunção de cons tucionalidade da norma até eventual e superveniente
declaração de sua incons tucionalidade pelo Supremo ou, quando menos, pelo deferimento de medida
cautelar para suspender-lhe os efeitos. Nesse sen do, é importante ao administrador responsável
pela eventual decisão da u lização do superávit financeiro do Fundo de Apoio à Cultura estar munido
de todas as informações circundantes, inclusive ques onamentos judiciais, para avaliar o seu custo-
bene cio e embasar suas decisões com solidez e coerência. Em suma, recomenda-se ao gestor
acompanhar o andamento da ação.

GABRIEL ABBAD SILVEIRA


Procurador-Chefe

De acordo.
Res tuam-se os autos à Secretaria de Estado de Economia do Distrito Federal, para
conhecimento e providências.

Cota PGDF/PGCONS/CHEFIA 61396653 SEI 00020-00016431/2021-56 / pg. 8


SARAH GUIMARÃES DE MATOS
Procuradora-Geral Adjunta do Consultivo

Documento assinado eletronicamente por GABRIEL ABBAD SILVEIRA - Matr.0171596-8,


Procurador(a)-Chefe, em 11/05/2021, às 00:32, conforme art. 6º do Decreto n° 36.756, de 16 de
setembro de 2015, publicado no Diário Oficial do Distrito Federal nº 180, quinta-feira, 17 de
setembro de 2015.

Documento assinado eletronicamente por SARAH GUIMARÃES DE MATOS - Matr.174.801-7,


Procurador(a)-Geral Adjunta do Consultivo e de Tribunais de Contas, em 19/05/2021, às 15:58,
conforme art. 6º do Decreto n° 36.756, de 16 de setembro de 2015, publicado no Diário Oficial
do Distrito Federal nº 180, quinta-feira, 17 de setembro de 2015.

A autenticidade do documento pode ser conferida no site:


http://sei.df.gov.br/sei/controlador_externo.php?
acao=documento_conferir&id_orgao_acesso_externo=0
verificador= 61396653 código CRC= 22B79078.

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SAM, Bl oco I, Ed. Sede - As a Norte, Bra s íl i a - DF - CEP 70620-000 - DF

00020-00016431/2021-56 Doc. SEI/GDF 61396653

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