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Tutela de Urgência
Tutela de Urgência
WENDEL DA SILVA FEITOSA, brasileiro, viúvo, aposentado, portador do registro geral de N° 2678282-0 -
SSP/AM, devidamente escrito no cadastro de pessoa física N° 018.017.482-76, endereço eletrônico :
wendelfeitosa@hotmail.com ; domiciliado nesta cidade na Rua : Lafaiete Pereira, N° 124-A CEP :
69035-794, vem por seu advogado infra-assinado (procuração anexa) com escritório profissional na
Av.Coronel Cirilo Neves, N° 1111, bairro Vila da Prata, CEP N° 69.0040-220, endereço eletrônico
advogadosilvaesilva@hotmail.com, onde receberão intimações, vem a presença de Vossa Excelência, com
fulcro no art.1.048, inc. I do Código de Processo Civil, com suporte no art. 303 c/c art. 300 da Legislação
Adjetiva Civil, propor :
Em face da empresa Hospital do Coração S/A, pessoa jurídica de direito privado, possuidora do CNPJ(MF)
nº. 44.555.666/0001-77, estabelecida na Av. da Saúde, nº 0000, em Cidade, CEP 33444-555, com endereço
samee.saúde@hotmail.com razão das justificativas de ordem fática e de direito abaixo evidenciadas.
DA JUSTIÇA GRATUITA
O Promovente mantém vínculo contratual de assistência de saúde com a Ré, desde o dia 00 de março de
0000, cujo contrato e carteira de convênio seguem anexos (docs. 02/04).
Trata-se de pessoa idosa, com mais de 65 (setenta e cinco) anos de idade. (doc. 01)
O quadro clínico do mesmo, atualmente, reclama demasiados cuidados.
Haja vista, o cliente já diagnosticado pela prestadora, com Arritmia Cardíaca, com históricos de ocorrências
de surtos involuntários do coração (doc 02) .
No dia 25.11.2020 na consulta com o médico da prestadora de serviço, foi informado que teria três dias para
realizar a cirurgia de transplante de coração, ou seja três dias de vida, segundo o relato do Médico
Cardiologista Dr. Jhony Feitosa com (CRM/AM 0000), médico credenciado da Promovida. Uma supresa
inevitável para Wendel Feitosa que entendeu ao adquirir o plano prêmio, o melhor, ele cobria os custos
de qualquer situação, rapidamente ficou extremamente nervoso e estupefato com a situação,
perguntou rapidamente o valor para realização da cirurgia, logo o médico lhe informou, o valor
0000000, o paciente logo informou para o médico que não poderia arcar com o custo da operação.
Após o atendimento, já desnorteado e sem condições financeiras para arcar com os procedimentos
cirúrgicos, o cliente procura atendimento no SUS-Sistema Único de Saúde, entretanto, a tentativa foi
frustada, pois a o sistema não possui vaga para realizar a operação cirúrgica, tão pouco um médico
especialista na área .
Contudo, o pretendente não conseguiu adquirir referida cirurgia pois estava indisponível, nos serviços
públicos .
A empresa uma vez conhecedores das recomendações médicas, imediatamente os familiares do Autor
procuraram receber autorização da Ré para realizar a cirurgia no local precursor da descoberta da doença.
A tentativa foi frustrada de maneira árdua. Mesmo em decorrência da orientação médica do funcionário da
própria.
Essa se utilizou do argumento pífio de que não haveria cobertura contratual para isso. Acrescentou, ainda,
no entendimento , que existia até mesmo cláusula expressa vedando a cirurgias que não fazem parte do
plano .
Vê-se, por isso, que a urgência é contemporânea à propositura da ação. (CPC, art. 303, caput)
o valor da vida em debate diante dos custos de um procedimento cirúrgico, ou, em última análise, o lucro do
plano de saúde.
DO DIREITO
Todavia, não é prerrogativa do plano de saúde excluir, por meio de cláusulas, o tipo de tratamento
terapêutico indicado por profissional da medicina. No máximo, poderia restringir as doenças que não teriam
atendimento, o que não é o caso.
Seguramente a cláusula é, máxime à luz do Código de Defesa do Consumidor, abusiva. Muito pelo
contrário, na dúvida, a interpretação das cláusulas dos contratos de adesão, que é o caso, deve ser de
forma mais favorável ao consumidor. (CDC, art. 47 c/c art. 54).
Ora, a cirurgia , nada mais é do que a continuação do tratamento hospitalar anterior prestado pela mesma.
Por isso, se aquele é possível, não há dúvida que esse também será permitido.
Destacando-se que a cláusula é dúbia, trazemos à colação, no plano da doutrina, a obra "Código Brasileiro
de Defesa do Consumidor comentado pelos autores do anteprojeto", onde se extrai a seguinte lição:
O código exige que a redação das cláusulas contratuais seja feita de modo a facilitar sua compreensão pelo
consumidor para que a obrigação por ele assumida para com o fornecedor possa ser exigível.
O cuidado que se deve ter na redação das cláusulas contratuais, especialmente das cláusulas contratuais
gerais que precedem futuro contrato de adesão, compreende a necessidade de desenvolver-se a redação
na linguagem direta, cuja lógica facilita sobremodo sua compreensão. De outra parte, deve-se evitar, tanto
quanto possível, a utilização de termos linguísticos muito elevados, expressões técnicas não usuais e
palavras em outros idiomas. (...)
"É preciso também que o sentido das cláusulas seja claro e de fácil compreensão. Do contrário, não haverá
exigibilidade do comando emergente dessa cláusula, desonerando-se da obrigação o consumidor [ ... ]
Art. 51 – São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de
produtos e serviços que:
(...)
IV – estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que coloquem o consumidor em
desvantagem exagerada, ou sejam incompatíveis com a boa-fé ou a equidade;
(...)
§ 1º - Presume-se exagerada, entre outros casos, a vantagem que:
(...)
II – restringe direitos ou obrigações fundamentais inerentes à natureza e conteúdo do contrato, o interesse
das partes e outras circunstâncias peculiares ao caso.
Por essas razões, entende-se que a negativa das recomendações médicas atenta contra a boa-fé objetiva e
a função social do serviço prestado, nos termos, máxime, do que preceitua o Código Civil. Além do mais,
fere a dignidade da pessoa humana e outros princípios fundamentais da CF/88.
Com efeito, a Ré, ao tomar essa medida de recusa abusiva, negando o tratamento em razão do fator preço,
coisificou a vida como objeto.
Haja vista, negasse o direito à própria vida com qualidade e dignidade, consubstancia direito fundamental
inerente a todo ser humano, de sorte que não pode ficar à mercê de meros interesses econômicos-
financeiros, de cunho lucrativo.
O art. 300 do Código de Processo Civil dispõe que a tutela de urgência poderá ser concedida nas hipóteses
em que forem comprovados os requisitos da probabilidade do direito e do perigo de dano, pelos quais nos
pronunciamos, a vida .
O perigo de dano, por seu turno, se evidencia em face do fato de que ele sofre risco de perder a vida que
certamente serão agravados em razão da inevitável da possivel demora do processo.
Ademais, não há risco de irreversibilidade da medida em caso de não manutenção da liminar, nos termos do
art. 300, §2º do CPC. Diante do exposto, requer com a devida vênia e acatamento à Vossa Excelência a
concessão da tutela de urgência no sentido de determinar à Requerida execute o procedimento cirúrgico de
urgência para evitar a morte esperada, pois o médico cirurgião da empresa, deu apenas três dias de vida
para o Requerente, implicitamente, sentenciando-o, tendo como referência seu exames e ocorrências.
Anexo (Doc 03)
DOS PEDIDOS
O benefício da gratuidade processual, nos termos dos artigos 5°, inciso LXXlX da Constituição Federal é
Art. 98 da Lei no 13.105/15 ( Código de Processo Civil) pela requerente indispor de recursos, não podendo
arcar com as custas processuais e honorários advocatícios sem prejuízo do próprio sustento e de sua
família.
Antes de tudo, o Postulante assevera que adota o benefício que lhe é conferido pelo art. 303, § 4º, do CPC.
Por isso, na lide principal a Requerente trará mais elementos ao resultado da querela.
De outro turno, como afirmado , é indiscutível que, na hipótese, houve uma abusiva conduta do plano de
saúde. A negativa de autorização a realização da cirurgia de urgência .
Diante dos fatos narrados, bem caracterizada a urgência da necessidade da cirurgia de urgência,
requisitado pelo médico do Requerente, credenciado junto ao Plano de Saúde , especialmente tendo em
vista tratar-se de paciente com risco de vida. Por esse exporto, não resta outra alternativa senão requerer à
antecipação provisória da tutela preconizada em lei.
Ainda no que concerne à tutela, especialmente para que a requerida seja compelida a autorizar a realização
da cirurgia e arcar com as suas despesas, justifica-se a pretensão pelo princípio da necessidade.
No presente caso, estão presentes os requisitos e pressupostos para a concessão da tutela requerida,
existindo verossimilhança das alegações, além de fundado receio de dano irreparável, é notório à
necessidade de o Requerente ter o amparo do plano de saúde contratado.
O fumus boni juris se caracteriza pela própria prescrição feita por médico cardiologista credenciado e da
especialidade , que evidencia o caráter indispensável da cirurgia, sua necessidade e urgência para
possibilitar a obtenção de resultado positivo e extirpação do gravame à saúde do Autor.
Dá-se a causa o valor de R$: 9.200,00 (nove mil duzentos reais), para efeitos meramente fiscal.
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Dr. XXXXXX.
Advogado.
OAB-número-XXX- sessão do Estado do XXX.