Tribunal Judicial da Comarca do Porto Este

Juízo de Comércio de Amarante - Juiz 3

Rua Capitão Augusto Casimiro
4600-056 Amarante
Telef: 255420300 Fax: 255420350 Mail: amarante.comercio@tribunais.org.pt

CERTIDÃO
[ Código de acesso1: AUHH-DINU-GDGM-OT2C ]

Verificação ulterior créditos/outros direitos (CIRE)

Referência: 91309024
1167/21.0T8AMT-E
Autor: Imocaima-Sociedade de Móveis e Imóveis,Ldº
Insolvente: Dolfe Rossi-Gestão de Empreendimentos,Lda,

Vanessa Soraia Almeida, Escrivã Auxiliar, do Tribunal Judicial da Comarca do Porto Este -
Juízo de Comércio de Amarante - Juiz 3:

CERTIFICA que neste Juízo correm termos os autos acima identificados e que os atos
processuais que fazem parte integrante desta certidão estão conformes aos
correspondentes dados da tramitação do processo.

MAIS CERTIFICA, que os presentes autos se encontram findos, tendo sido proferida
sentença em 22-04-2022.

É quanto cumpre certificar em face do que foi solicitado, destinando-se a presente ao Autor
Imocaima - Sociedade de Móveis e Imóveis, Lda., NIPC - 502507799, domicílio: Lugar de
Vermoim, Ossela, 3720-005 Oliveira de Azeméis, que a requereu.

Amarante 23-02-2023.

O código de acesso da certidão permite:

1. A consulta da certidão, durante o período de seis meses, em https://certidaojudicial.justica.gov.pt/consulta; 2. Quando
disponibilizado pelo requerente a qualquer entidade, pública ou privada, substituir para todos os efeitos a entrega da certidão;
3. A comprovação da fidedignidade da informação.
Este documento foi digitalmente certificado por CITIUS em 23-02-2023 09:20:20
Assinado em 22-04-2022, por
Catarina Leandro Vasconcelos, Juiz de Direito
Processo: 1167/21.0T8AMT-E
Referência: 88569016

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SENTENÇA
RELATÓRIO:
“IMOCAIMA – SOCIEDADE DE MÓVEIS & IMÓVEIS CAIMA, LDA.” instaurou
a presente ação, ao abrigo do artigo 146º do Código da Insolvência e da Recuperação de
Empresas, contra a massa insolvente, credores da massa insolvente e insolvente, pedindo a
verificação do crédito no montante de:
• € 39.900, decorrente do fornecimento de bens efetuadas pela autora à insolvente.
Não foi apresentada qualquer contestação.
*
Inexistem exceções ou questões processuais que incumba apreciar oficiosamente e que
obstem a uma apreciação de mérito.
*
Nos termos do disposto no art. 567.º, n.º 1, do CPC, e atenta a falta de
contestação, julgo confessados os factos articulados pelo autor.
Atenta a simplicidade da causa, e ponderando os documentos já juntos, bem como
o valor da ação e a natureza urgente dos autos, afigura-se-nos desnecessário facultar o
processo para exame com vista à apresentação de alegação por escrito, nos termos do art.
567.º, n.º 2, do CPC.
Assim sendo, ao abrigo do princípio da gestão processual e adequação formal (cfr.
art. 6.º, n.º 1, e 547.º do CPC), dispensa-se a formalidade prevista no referido art. 567.º, n.º 2,
do CPC, passando-se de imediato à prolação de sentença, com fundamentação sumária do
julgado (cfr. art. 567.º, n.º 3, CPC).

FUNDAMENTAÇÃO SUMÁRIA:
Estipula o nº 1 do artigo 146 do Código da Insolvência e da Recuperação de Empresas
(C.I.R.E.) que: “Findo o prazo das reclamações, é possível reconhecer ainda outros créditos,
bem como o direito à separação ou restituição de bens, de modo a serem atendidos no
processo de insolvência, por meio de ação proposta contra a massa insolvente, os credores e o
devedor, efetuando- -se a citação dos credores por meio de edital eletrónico publicado no
 Processo: 1167/21.0T8AMT-E
Referência: 88569016

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portal Citius, considerando-se aqueles citados decorridos cinco dias após a data da sua
publicação.”
A ação interposta nos termos do artigo 146.º e, por isso, fora do prazo legal do artigo
141.º - com o ajustamento do artigo 144.º - não constitui já uma fase do processo de
insolvência, ainda que com estrutura própria. Reveste, realmente, a natureza de uma ação
autónoma em que o reclamante assume a posição de autor e a massa insolvente, os credores e
o devedor a posição dos réus. Esta ação, todavia, uma vez que respeita a interesses relativos à
massa insolvente, corre por apenso ao processo de insolvência, conforme, aliás, está
determinado no artigo 148.º (cfr. Carvalho Fernandes e João Labareda, in “Código da
Insolvência e da Recuperação de Empresas Anotado”, reimpressão, 2009, Quid Juris, págs.
485 e 486).
Nos termos do preceituado no artigo 146.º, n.º1, do Código da Insolvência e
Recuperação de Empresas, “findo o prazo das reclamações, é possível reconhecer ainda
outros créditos.”
No entanto, a reclamação de créditos “não pode ser apresentada pelos credores que
tenham sido avisados nos termos do artigo 129.º”, e “só pode ser feita no prazo de seis meses
subsequente ao trânsito em julgado da sentença de declaração da insolvência” (conforme
als.a) e b), do n.º2, do artigo 146.º, do Código referido).
Verificando-se as condições supra enunciadas, é, assim, possível reconhecer, ainda,
outros créditos, não obstante o prazo das reclamações ter já decorrido.
No caso dos autos, a autora intentou a ação prevista no artigo 146º do CIRE com vista
a obter o reconhecimento, graduação e, na medida possível, pagamento da quantia acima
referida.
O crédito reclamado tem a natureza de crédito comum, pelo que deve ser
qualificado como tal.

DISPOSITIVO:
Pelo exposto, nos termos do artigo 567, n.º 3,º do C.P.C., “ex vi” artigo 148º do
Código da Insolvência e da Recuperação de Empresas, considerando os factos que estão
 Processo: 1167/21.0T8AMT-E
Referência: 88569016

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provados, considero verificado o crédito reclamado pela autora “IMOCAIMA –
SOCIEDADE DE MÓVEIS & IMÓVEIS CAIMA, LDA.,” no valor total de € 39.900,00
sobre a insolvência, que graduo como comum, devendo ser pago com os demais créditos
comuns, em rateio com os mesmos, e como crédito subordinado os juros vincendos à taxa
legal até ao efetivo e integral pagamento desde a declaração de insolvência sobre o capital de
€ 28.000,00.

Custas a cargo da Autora (art. 148.º CIRE).

Registe e Notifique.
Valor da ação: o crédito reclamado.
A Juiz de Direito
(data certificada pelo sistema)
Catarina Vasconcelos