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ECO T1 - Asp.

IM-419 Felipe Braga


GM 2021

MODELO KEYNESIANO SIMPLES DE DETERMINAÇÃO DA RENDA (O LADO REAL)


- Com a Depressão de 1929, o modelo clássico já não conseguia mais explicar o que acontecia na economia.
- As livres forças de mercado não eram capazes de recolocar a economia no trilho do crescimento e da plena
ocupação da força de trabalho.
- Começaram a ganhar força ideias que viam o problema da Depressão como um problema de insuficiência
de demanda agregada, decorrente de uma super produção. Assim, mudava-se o foco da análise, saindo da
oferta agregada, das condições tecnológicas e do estoque de fatores de produção como determinante do nível
de produto, para a análise da demanda agregada.
- O autor desenvolve o princípio da demanda efetiva que é a base para a determinação do produto ou renda.

OBS: Escola Clássica - Lei de Say


Escola Keynesiana - Princípio da demanda efetiva

 PRINCÍPIO DA DEMANDA EFETIVA


- O empresário toma sua decisão de quantos trabalhadores contratar e de quanto produzir com base em suas
expectativas de quanto espera vender;
- O empresário se defronta com duas curvas:
OA : a renda necessária para remunerar determinado volume de empregados.
DA : a renda esperada pela venda de produtos (expectativas dos empresários sobre o volume de gastos
dos consumidores e dos demais empresários).
- Maximização de lucro: o empresário vai contratar enquanto a renda esperada pelas vendas superar a renda
necessária para a contratação
- Logo, o volume de emprego é determinado no mercado de bens e serviços quando a OA = DA. Assim, o
empresário irá contratar com base no quanto planeja produzir, e o quanto produzirá reflete o quanto se espera
vender. Logo, o volume de emprego NÃO é determinado no mercado de trabalho.
- A demanda agregada (DA) determina o produto;
-Os preços e os salários são rígidos (modelo de curto prazo). Isso quer dizer que demora muito para
mudarem.

- Assim, em nada adianta a redução salarial para induzir maiores contratações em períodos de desemprego se
os empresários acharem que não terão para quem vender a produção adicional.

 O MODELO (CONCEITOS)
- Os principais componentes da demanda agregada são C e I.
- C é função estável da renda: o consumo se amplia conforme cresce a renda, mas não na mesma
magnitude :C = C O + c.Y (c => propensão marginal a consumir 0 < c < 1)
- A instabilidade da demanda que provoca flutuações econômicas decorre das flutuações nos investimentos
por conta do consumo ser estável (foi a explicação de Keynes para 1929)
- O investimento é um elemento de demanda agregada a curto prazo, e de oferta agregada a longo prazo.
- Para estabilizar a economia, Keynes propõe uma atuação mais efetiva do Estado tanto por meios de gastos
públicos (G) que compensem a falta de demanda privada, quanto pelo direcionamento e incentivos aos
investimentos, via redução da carga tributária (T).
- Temos que o produto (a renda) é determinado pela demanda agregada, não existindo restrições pelo lado da
oferta para a expansão do produto.
- A oferta agregada é perfeitamente elástica aos preços.
- Os preços são constantes e a variável de ajuste é a quantidade, as empresas produzem justamente o
necessário para atender a demanda.
 CONCLUSÕES DO MODELO
- Importância atribuída à demanda agregada (ao contrário do modelo clássico), tendo papel determinante no
nível de renda, não havendo limitações pelo lado da oferta para expansão do produto.
- Essa não limitação pelo lado da oferta vem do fato da economia possuir capacidade ociosa.
- A política fiscal tem grande importância, visto que o Governo através de seus gastos e arrecadação pode
alterar a demanda agregada (eficaz).

MODELO IS-LM DE DETERMINAÇÃO DA RENDA: A INTERLIGAÇÃO ENTRE O LADO REAL


E O LADO MONETÁRIO
- Os pressupostos básicos do MKS mantêm-se: a demanda determina o produto, sendo o nível de preços
constante.
- Incorpora-se o mercado de ativos e a determinação da taxa de juros à análise: I = f(r).
- Mercado de ativos: oferta e demanda de moeda que determina a taxa de juros.

 CURVA IS: EQUILÍBRIO NO MERCADO DE BENS E SERVIÇOS


- IS: “Investment = Saving”
- Equilíbrio entre Oferta agregada = Demanda agregada (mercado de bens e serviços) Y = C (Y d) + I(r) + G
C = C O + c.YD
YD = renda disponível (Y-T)
I = f(r) investimento produtivo
- Qualquer ponto em cima da curva IS temos o mercado de bens e serviços em equilíbrio em decorrência de
I = S (Investment = Savings)

Quando aumenta a taxa de juros temos que os Investimentos caem, logo a demanda (DA) cai e para que haja
equilíbrio é necessário diminuir a oferta (Y)
Lembrando que nesse modelo os preços são rígidos, logo não adianta pensar em: quanto menor a demanda,
menor será os preços. Os ajustes serão feitos através da demanda (ou renda).

CURVA IS: locus dos pares de renda e taxa de juros que equilibram o mercado de bens e serviços.
Os pontos na curva são os pontos que equilibram o mercado de bens e serviços.
Os pontos fora da curva mostram desiquilíbrio.
Alteração de r e Y causa um movimento ao longo da curva.
Alteração em variáveis exógenas (G0, cO, T0) causam deslocamento da curva.
Sempre que houver desequilíbrios no mercado de bens, o ajuste se dará via quantidades, alterando o nível de
produto (renda).

 CURVA LM: EQUILÍBRIO NO MERCADO MONETÁRIO


- LM: “liquidity = money” => equilíbrio no mercado de ativos (moedas e títulos). A curva LM nos diz que a
demanda por liquidez (liquidity), ou seja, a demanda por moeda tem que ser igual a quantidade de moeda
(money).
- Demanda total de moeda + demanda total de títulos = Riqueza => Md + Bd = (W/P)
- Oferta total de moeda + oferta total de títulos = Riqueza => Ms + Bs = (W/P)
No equilíbrio entre O = D => Md – Ms = Bs – Bd

Se o mercado monetário estiver em equilíbrio, o mercado de títulos estará em equilíbrio.


Se o mercado monetário estiver com excesso de oferta, o mercado de títulos estará com excesso de
demanda.

Considerando o mercado monetário: o Bacen controla a quantidade de moeda na economia. Sendo no curto
prazo fixa.

Quanto à demanda de moeda, ela pode ser de dois tipos:


 Motivo transação: diretamente relacionado ao nível de renda (Y) da economia (quando maior a
renda, mais eu demando moeda para gastar)
 Motivo especulação ou portfólio: inversamente relacionada à taxa de juros (quanto maior a taxa de
juros, mais títulos as pessoas vão querer comprar)

A demanda por moeda é como de qualquer outro bem ou serviço, logo, quando o seu preço (r) aumenta sua
demanda diminui.

Gráfico 1: Equilíbrio no mercado monetário => O = D.

Gráfico 2: Dedução da curva LM => r e Y são positivamente relacionados

Leiam sobre os pontos A e B na foto.


Sempre que houver desequilíbrios no mercado de monetário, o ajuste se dará via alteração da taxa de juros.
A posição da curva LM é dada de oferta de moeda na economia. Logo, a única variável capaz de deslocar a
curva LM é a oferta de moeda
 EQUILÍBRIO SIMULTÂNEO NO MERCADO DE BENS E DE ATIVOS
IS: pontos sobre a curva representam os pares renda/taxa de juros que equilibram o mercado de bens.
 Pontos a direita: excesso de oferta de bens e serviços
 Pontos a esquerda: excesso de demanda de bens e serviços
LM: pontos sobre a curva representam os pares renda/taxa de juros que equilibram o mercado monetário.
 Pontos a direita: excesso de demanda por moeda
 Pontos a esquerda: excesso de oferta de moeda

POLÍTICA FISCAL E MONETÁRIA NO MODELO IS-LM


Se, ao nível de renda de equilíbrio da economia, existir desemprego, o governo poderá lançar mão das
políticas fiscal e monetária para estimular a Demanda Agregada e alcançar o pleno-emprego.
➢ POLÍTICA FISCAL PURA (OU ISOLADA)
A política fiscal pura antirecessiva consiste em um aumento dos gastos e/ou redução da tributação do
governo, sem que se altere a oferta monetária, ou seja, o eventual déficit decorrente desta política deve ser
financiado pela emissão de títulos da dívida pública. Esta política monetária leva a um deslocamento da
função IS para a direita de sua posição original:

A adoção da política fiscal pura antirecessiva (ou expansiva) faz com que a renda de equilíbrio aumente de
Y1 para Y2 e a taxa de juros, de i1 para i2.. O acréscimo da renda provoca o aumento do nível de emprego. O
processo deve continuar até que o desemprego seja eliminado.
 POLÍTICA MONETÁRIA PURA (OU ISOLADA)
A política monetária pura antirecessiva consiste em uma elevação da oferta monetária sem que se altere o
nível dos gastos ou da receita do governo. Normalmente é realizada, pelo Banco Central, através de três
medidas:
a) Compra de títulos no mercado aberto (Open-Market)
b) Redução da taxa de redesconto
c) Redução dos depósitos compulsórios
Está política provoca um deslocamento da função LM para a direita de sua posição original, baixando a taxa
de juros e aumentando o nível de renda de equilíbrio (e, consequentemente, o nível de emprego).
 POLÍTICAS FISCAL E MONETÁRIA COMBINADAS
Quando temos a utilização de política fiscal pura e monetária pura juntas para atingir um objetivo desejado,
seja redução do desemprego, redução da taxa de juros etc, temos as políticas combinadas.
Por exemplo, considere uma situação em que o Tesouro Nacional deseja manter o nível de renda constante.
Apesar disso, o Banco Central decide restringir a oferta de moeda (política monetária restritiva) por um
motivo qualquer (alta da inflação por exemplo), movimentando, assim, o ponto de equilíbrio do 1 para o 2.
Assim, visando manter o nível de renda estável, o Tesouro Nacional lança mão de uma política fiscal
expansiva, movimentando o equilíbrio do ponto 2 para o 3. Observe no gráfico abaixo:

Outros exemplos são:

Política monetária expansionista visando à estabilidade da taxa de juros, em resposta à política fiscal
expansionista

Política monetária visando a estabilidade da renda, em resposta à política fiscal expansionista

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