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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ


UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL
CENTRO DE EDUCAÇÃO
CURSO DE GRADUAÇÃO EM PEDAGOGIA

ÉVILA CRISTINA VASCONCELOS DE SÁ

ENTRE A HISTÓRIA E A PEDAGOGIA: TECENDO SIGNIFICADOS EM MEU


MEMORIAL DE FORMAÇÃO

CAUCAIA-CEARÁ
2018
1

ÉVILA CRISTINA VASCONCELOS DE SÁ

ENTRE A HISTÓRIA E A PEDAGOGIA: TECENDO SIGNIFICADOS EM MEU


MEMORIAL DE FORMAÇÃO.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao


Curso de Graduação em Pedagogia do Centro de
Educação da Universidade Aberta do Brasil da
Universidade Estadual do Ceará, como requisito
parcial para a obtenção do grau de Licenciada em
Pedagogia.
Orientadora: Profª Dra. Keila Andrade Haishida.

CAUCAIA-CEARÁ
2018
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4

Dedico este trabalho à minha família,


especificamente ao meu filho Kauê
Vasconcelos Gois.
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AGRADECIMENTOS

Ao criador e a minha família, por ter me concedido sabedoria e força para o prosseguimento
nos estudos e pela busca do conhecimento, bem como em olhar todos os dias para mim
fazendo-me superar todos os obstáculos.
A minha orientadora, Keila Andrade Haishida, por ter me transmitido sua experiência
educacional com tanta dedicação, compromisso, paciência e competência tornando possível a
realização deste trabalho.
Ao polo da UECE/UAB Caucaia- Novo Pabussu, por oportunizar o crescimento profissional
por meio desta Graduação.
Todos os professores, que nos transmitiram e mediaram seus saberes, tornando o nosso
desenvolvimento aprimorado e transformado de forma positiva e construtiva.
Aos meus colegas, por tornar as aulas sempre formidáveis, no que concerne às discussões e
reflexões.
A todos cujo nome não constam neste trabalho, entretanto que de alguma forma contribuíram
para a conquista de tal ofício.
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RESUMO

Esta pesquisa se situa no campo da Pedagogia, e consiste em um memorial de formação. No


aspecto metodológico consiste especificamente na (auto)biografia de Évila Cristina
Vasconcelos de Sá (1988-2018), uma educadora que começou a atuar na educação formal no
ano de 2010, nas disciplinas específicas de História e Geografia, nas série finais do Ensino
Fundamental. O objetivo desde trabalho consiste na biografia de si mesmo, buscando através
dela, a reflexão sobre minha prática docente e formativa. A pesquisa se estrutura nos tempos
de formação na Educação Básica, perpassando a primeira graduação em Licenciatura em
História, pela Universidade Estadual Vale do Acaraú (2008-2011), posteriormente no ingresso
na Especialização em Metodologia do Ensino de História pela Universidade Estadual do
Ceará (2012-2013), e a partir desta, a aproximação com as temáticas pedagógicas, fazendo a
mesma prestar vestibular para o referido curso, em Pedagogia da UAB/UECE. Tal TCC,
também narra as práticas educativas na prefeitura de Fortaleza, relacionaram-se com os
Estágios Supervisionados na Educação Infantil e no Ensino Fundamental.

Palavras-chave: Memorial de formação. (Auto)biografia. História. Pedagogia.


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ABSTRACT

This research is located in the field of Pedagogy, and consists of a formation memorial. In the
methodological aspect it consists specifically in the (auto) biography of Évila Cristina
Vasconcelos de Sá (1988-2018), an educator who began to act in formal education in the year
2010, in the specific subjects of History and Geography, in the final series of Elementary
School . The objective since work consists in the biography of himself, seeking through it, the
reflection on my teaching and formative practice. The research is structured in the times of
formation in Basic Education, passing the first undergraduate degree in History, by the State
University of Vale do Acaraú (2008-2011), later in the Specialization in Methodology of
Teaching History by the State University of Ceará ( 2012-2013), and from this, the approach
with the pedagogical themes, making the same provide vestibular for the referred course, in
Pedagogy of UAB / UECE. This TCC, also narrates the educational practices in the prefecture
of Fortaleza, related to the Supervised Internships in Early Childhood Education and
Elementary Education.

Keywords: Memorial training. (Autobiography. History. Pedagogy.


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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Tempos de criança, aos quatro anos, em 1992. Município de


Caucaia-CE...................................................................................... 12
Figura 2 – Turma do Curso de Licenciatura em História, da Universidade
Estadual Vale do Acaraú-UVA......................................................... 16
Figura 3 – Momentos de Pesquisa no Cemitério São João Batista.................. 17
Figura 4 – Minha equipe de Estágio Supervisionado................................... 23
Figura 5 – Exemplos de trabalho com o Projeto Gente Pequena Também
Cuida- tema animais.......................................................................... 23
Figura 6 – Exemplos de trabalho com o Projeto Gente Pequena Também
Cuida- tema consumo e preservação da água................................. 24
Figura 7 – Turma do terceiro ano, da qual fiz estágio no Ensino
Fundamental.................................................................................... 25
Figura 8 – Exemplo de jogo matemático do qual trabalhamos no Estágio
Supervisionado no Ensino Fundamental..................................... 26
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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO................................................................................................ 10
1.1 RELAÇÕES ENTRE MEMORIAL DE FORMAÇÃO E
(AUTOBIO)GRAFIA)......................................................................................... 11
1.2 ESTRUTURÇÃO DESTE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO... 11
2 TEMPOS DE MENINICE E EDUCAÇÃO ESCOLAR............................ 12
2.1 NASCIMENTO E CARACTERÍSTICAS FAMILIARES........................... 12
2.2 PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO E FESTA DO ABC................................ 13
2.3 REMINISCÊNCIAS DO ENSINO FUNDAMENTAL NO COLÉGIO
MILITAR DO CORPO DE BOMBEIROS AO TÉRMINO DO ENSINO
MÉDIO EM UMA ESCOLA PÚBLICA NO PERÍODO NOTURNO.............. 14
3 DOS MUROS ACADÊMICOS À PRÁTICA DOCENTE.......................... 15
3.1 PRIMEIRA EXEPERIÊNCIA FORMATIVA NO ENSINO SUPERIOR:
LICENCIATURA EM HISTÓRIA PELA UNIVERSIDADE ESTADUAL
VALE DO ACARAÚ................................................................................... 15
3.2 APROXIMAÇÃO NA PESQUISA DA PAIDÉIA: ESPECIALIZAÇÃO EM
METODOLOGIA DO ENSINO DE HISTÓRIA PELA UNIVERSIDADE
ESTADUAL DO CEARÁ............................................................................. 16
3.3 MEMÓRIAS FORMATIVAS DO CURSO DE PEDAGOGIA UAB/UECE E
DOS ESTÁGIOS SUPERVISIONADOS EM MINHA FORMAÇÃO
DOCENTE...................................................................................................... 18
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................... 29
REFERÊNCIAS................................................................................................ 30
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1 INTRODUÇÃO

1.1 RELAÇÕES ENTRE MEMORIAL DE FORMAÇÃO E (AUTO)BIOGRAFIA.

O presente Trabalho de Conclusão de Curso visa apresentar meu memorial de


formação, elencando minha trajetória de vida e formativa até a conclusão do referido curso.
Ao longo da escrita, também discutiremos como as disciplinas históricas do curso de
Pedagogia UAB/UECE influenciaram na minha identidade como docente, bem como na
minha práxis pedagógica, por meio de um memorial acadêmico.
Segundo Severino (2007), o memorial, documento acadêmico por excelência, é
considerado como uma autobiografia, que traça a trajetória de vida e formação de um
estudante de ensino superior. Assim, ele deve “ser composto sob a forma de um relato a
trajetória acadêmico-profissional” (SEVERINO, 2007, p. 245).
Vale destacar que tal empreitada consiste em ser desafiadora, pois “o olhar a partir do
qual o Memorial é analisado converge para um ponto: a construção da identidade
profissional em espaços escolares” (OLIVEIRA; CAVALCANTE, 2012, p. 05).
Compreendido na perspectiva da epistemologia contemporânea, este memorial, para além
da inserção da parte teórica pedagógica apreendida, tem como objetivo amparar-se e
fundamentar-se com o ofício plural de todos os sujeitos participantes da minha prática docente
e investigativa.
Considerando a autobiografia como metodologia de investigação, compreende “tanto
os saberes formais externos aos sujeitos, quanto os saberes subjetivos e não formalizados que
as pessoas transportam consigo, os quais são tecidos nas suas experiências de vida em
diferentes contextos socioculturais”. (GASPAR [et. al.] 2013, p. 02). As autoras ainda
destacam que:

O memorial é um gênero discursivo submetido às variações sócio-históricas.


Por isso, o ato de biografar é estabelecido por uma questão mais coletiva que
individual pois essa escrita não pertence efetivamente a quem narra, ela se
constitui de "formas coletivas que refletem e condicionam, ao mesmo tempo,
as relações que os indivíduos mantêm com a coletividade e com eles
mesmos, em determinada época e no seio de uma cultura" (GASPAR [et.
al.], 2013, p. 02 apud DELORY-MOMBERGER, 2011, p. 335).

Nesse sentido, vale inferir que o ser humanidade apropria-se de sua vida e de si mesmo
por meio de histórias. Antes de rememorar essas histórias para comunica-las aos outros, o que
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ele vivencia, por meio de figurações com as quais representa o seu existir. O memorial
consiste em uma narrativa que retrata meus percursos formativos “as experiências mais
significativas de prática educativa do educando, no que se refere à construção identitária de
professor, com caráter histórico, reflexiva, crítica, científica e como atividade pessoal e
coletiva.” (OLIVEIRA; CAVALCANTE, 2011, p.09).

1.2 ESTRUTURAÇÃO DESTE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

Nessa perspectiva, a trabalho divide-se em seções que discorrem sobre minha


trajetória de vida e acadêmica.

Na primeira seção, discorre sobre minhas primeiras experiências em sociedade e


sociabilização: nascimento, processo de alfabetização ao estudo no Ensino Fundamental e
Médio. A segunda, refere-se às contribuições da minha primeira graduação em História, bem
como da Especialização em Metodologia do Ensino de História em minha trajetória como
educadora e pesquisadora, intercaladas à minha segunda graduação em Pedagogia
UAB/UECE, relacionadas às disciplinas mais relevantes no referido curso.

Para tanto, focarei meu memorial na contribuição das disciplinas relacionadas à


história na minha prática educativa, a saber: História I no Ensino Fundamental (relacionada ao
Ensino de História) e Estágio Supervisionado I na Educação Infantil e Estágio Supervisionado
II no Ensino Fundamental.

A escolha das mesmas não foi por acaso. Minha formação está entrelaçada ao
universo de Clio. Sou graduada em História e cursei duas especializações: em Ensino de
História e História do Brasil. E concomitante ao referido curso que apresento, concluí o
mestrado em Educação, com pesquisa em estudos biográficos da primeira educadora do Liceu
do Ceará, Henriqueta Galeno. Deste modo, com pretensão de me especializar na área de
História da Educação, e sobre o Ensino de História almejo elencar as contribuições destas
disciplinas para minha formação como pedagoga.

Na perspectiva de narrar os momentos mis significativos da minha formação como


docente e pesquisadora na área de História na Educação, refletirei acerca de toda essa
repercussão no direcionamento da minha trajetória pessoal e social
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2 TEMPOS DE MENINICE E EDUCAÇÃO ESCOLAR.

“O que dá forma ao vivido e a experiência dos


homens são as narrativas que fazem de si [...] a
narração é o lugar no qual o indivíduo toma forma,
no qual elabora e experimenta a história de vida.”
Christine Delory-Momberger.

2.1 NASCIMENTO E CARACTERÍSTICAS FAMILIARES

Nasci em Fortaleza, às 09h00min do dia 06 de junho de 1988, na maternidade


Argentina Castelo Branco, bairro Henrique Jorge, Fortaleza-CE, registrada no Cartório
Alencar Araripe, até hoje em funcionamento, no bairro de Antônio Bezerra. Filha de João
Joabe de Sá Costa e Socorro Velma Freire Vasconcelos.

Figura 1 -Tempos de criança, aos quatro anos, em 1992. Município de Caucaia-CE.

Fonte: elaborado pela autora

Meu pai atualmente sexagenário foi militar do exército nos finais de sua adolescência,
deixando sua carreira para trabalhar no antigo Banco do Estado de Ceará (BEC), pelo fato da
empresa do ramo de calçados no bairro de Monte Castelo ter falido, precisou deixar o quartel
que tanto estimava, para cuidar de assuntos burocráticos e financeiros, a fim de ajudar no
sustento de seus genitores e os oito irmãos.
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Minha mãe, filha de um caminhoneiro e uma costureira, oriundos do bairro Henrique


Jorge, dedicou sua juventude à área pedagógica, ensinando nas séries iniciais, junto com suas
tias, primas e irmãs. Fez o curso Pedagógico em nível de 2º grau na década de 1980 no
Colégio Filgueiras Lima, diplomando-se e chegou a ser contratada pela Prefeitura de
Fortaleza.
De família católica, fui batizada meses depois, na paróquia da Igreja do Bairro São
Gerardo, na Avenida Bezerra de Menezes. Tive uma infância um pouco conturbada, em
relação ao mau relacionamento dos meus pais, pois não se davam muito bem, por conta de
seus desentendimentos pessoais.
Entretanto, sempre tive gosto pelos estudos, frequentando escolas particulares desde
minha infância, fazendo testes de seleção para pleitear bolsas de estudo, devido às condições
financeiras de meus pais não serem suficientes para custear meus estudos.

2.2 PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO E FESTA DO ABC

Com sete nos fui alfabetizada na Escola Beija-Flor, no município de Caucaia, bairro
Jurema. Nesta escola lembro-me que as atividades eram apresentadas em folhas de papel
ofício, bem como copiadas da lousa, em forma de ditados, textos, contações de histórias, e
atividades fora do ambiente escolar.
Um evento que ficou marcado em minha memória consta na visita da Fábrica
Fortaleza, onde tive contato com o processo de fabricação dos produtos desta empresa, bem
como minha primeira experiência na visualização de cinema em uma sala apropriada, junto
com os meus colegas de sala e professores.
Minha alfabetização ocorreu por meio da memorização dos conteúdos. O livro que
possuía era “Essa Mãozinha vai longe”. Junto com o caderno de caligrafia, dei forma as
minhas primeiras letras e me aproximei do mundo da leitura.
No final do ano de 1995, estava eu me preparando para a minha festa do ABC.
Festividade esta marcada pela efetividade do meu processo de alfabetização. Minha mãe,
educadora desta fase do ensino, empolgada em deixar sua única filha estonteante para o
referido evento escolar, alugou um vestido branco pomposo, com mangas estilo princesa,
enfeitadas de bijuterias que imitavam pérola.
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No cabelo, um penteado de coque, portando uma tiara com o mesmo tecido e adornos
do vestido. Com uma rosa iluminada, feita artesanalmente pelas professoras da instituição,
dancei a valsa do ABC com meu primo paterno da mesma idade.

2.3 REMINISCÊNCIAS DO ENSINO FUNDAMENTAL NO COLÉGIO MILITAR DO


CORPO DE BOMBEIROS AO TÉRMINO DO ENSINO MÉDIO EM UMA ESCOLA
PÚBLICA NO PERÍODO NOTURNO

No ano de 1988, meu pai teve uma grande iniciativa: fazer a minha inscrição no
processo seletivo para o ingresso no Colégio Militar do Corpo de Bombeiros do Estado do
Ceará. As disciplinas em avaliação consistiam em Português e Matemática. Durante o período
de dois meses, acredito, me preparei com o mesmo, através de leituras e exercícios de fixação,
e correção das atividades.
Posteriormente, o resultado do concurso saiu, e eu fiquei em 18º lugar, informação
obtida por meio de uma notícia de jornal. Nesta escola fiz muitas amizades, e tive o primeiro
contato afetivo com os estudos históricos, alcançando notas satisfatórias, bem como sempre
optando por temas historiográficos nas Feiras de Ciências.
O currículo escolar desta escola centrava-se no estudo de Português, Matemática,
Ciências, Geografia, História, Artes, Educação Física e Educação Militar. Todos os dias
entrávamos em forma, caracterizando-se na organização de cada série, uma separada da outra,
sendo que cada uma tinha seus educandos ordenados em filas, para aclamar em forma de
canto os símbolos nacionais e regionais: desde o Hino Nacional, perpassando pelo Hino da
Independência, da Bandeira e o Hino do Ceará.
Entretanto, em 2013, por motivo da separação de meus pais que residiam perto desta
escola, tive que sair da mesma, e começar meus estudos na rede pública regular, no bairro dos
meus avós: o Henrique Jorge. No ano de 2007, aos 19 anos, trabalhando durante o dia, e
estudando a noite, por conta de questões financeiras, concluí o Ensino Médio na escola
Professor Paulo Freire.
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3 DOS MUROS ACADÊMICOS À PRÁTICA DOCENTE.

3.1 PRIMEIRA EXPERIÊNCIA FORMATIVA NO ENSINO SUPERIOR:


LICENCIATURA EM HISTÓRIA PELA UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO
ACARAÚ

Em 2007, após o término do Ensino Médio, ingressei na graduação em História, na


Universidade Estadual Vale do Acaraú-UVA. No referido curso, através das leituras
historiográficas, tomei gosto pela pesquisa em tal área, especificamente na transformação dos
costumes fúnebres dos fortalezenses oitocentistas (representado pelos sepultamentos nas
igrejas aos cemitérios).

Com o intuito de conhecer as ditas práticas funerárias, comecei por inciativa própria
(no segundo semestre de graduação), a frequentar locais de investigação de fontes manuscritas
do século XIX no Arquivo Público do Estado do Ceará (APEC), no que concerne relatórios de
médicos, testamentos e inventários, bem como na Biblioteca de Ciências Humanas da
Universidade Federal do Ceará (UFC), para a coleta de fontes secundárias relacionadas ao
assunto. Objetivando entender as características e pormenores das inumações, recorri ao
Arquivo da Cúria de Fortaleza, no Seminário da Prainha, para compreender os Livros de
Óbito. E ao analisar o discurso médico que condenava os sepultamentos nas igrejas,
investiguei os jornais da Hemeroteca da Biblioteca Pública Menezes Pimentel.

Concomitante, atuava em escolas particulares e públicas, dei continuidade às pesquisas


e a participação em eventos na área de História, a fim de publicar os resultados da mesma,
colando grau em 2011, com a monografia intitulada Atitudes dos fortalezenses oitocentistas
perante a morte.

Nesta instituição com sede no município de Sobral, meu curso de Licenciatura em


História se deu no núcleo do Colégio Imaculada Conceição, pelo Instituto de Educação e
Cultura do Ceará (IDECC). Com professores Mestres e Doutores, que lecionavam em outras
instituições como UECE e UFC, apreendi conceitos e conteúdos importantes como
pesquisadora e educadora.
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Figura 2 - Turma do Curso de Licenciatura em História, da Universidade Estadual


Vale do Acaraú-UVA.

Fonte: elaborado pela autora

3.2 APROXIMAÇÃO NA PESQUISA DA PAIDÉIA: ESPECIALIZAÇÃO EM


METODOLOGIA DO ENSINO DE HISTÓRIA PELA UNIVERSIDADE ESTADUAL
DO CEARÁ

Logo em 2012, iniciei uma especialização, em Metodologias do Ensino de História,


pela Universidade Estadual do Ceará (UECE), concluindo no ano posterior. Neste curso,
passei a ter gosto pelos assuntos que ligassem tanto o campo da História como o da Educação.
Após tal empreitada, defendi minha monografia, que analisava o Cemitério São João Batista
como fonte de Educação Patrimonial no Ensino de História, e para isto, trabalhei com o
túmulo do poeta Quintino Cunha, trabalho transformado em capítulo de livro e publicado
pela editora da mesma universidade, junto com outras sínteses das monografias dos meus
colegas de turma.
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Com a aprovação no vestibular em Pedagogia, em 2014, pela UECE, e a conclusão de


outra Especialização, dessa vez em História do Brasil, em 2015, pela Faculdade Latino
Americana de Educação (FLATED), pesquisei a biografia de um remanescente punk da
década de 1980 e, tomei a decisão em dar continuidade às investigações acadêmicas no campo
dos estudos biográficos. Para isso, realizei a inscrição para pleitear uma vaga no Mestrado em
Educação, na UECE, pois como afirmei, queria alcançar um sonho: vincular as duas áreas de
atuação: História e Educação.

Figura 3 - Momentos de Pesquisa no Cemitério São João Batista.

Fonte: elaborado pela autora

Esta imagem se refere à coleta de dados do túmulo do Boticário Ferreira. Falecido nos
finais da década de 1850 e sepultado no primeiro cemitério da capital cearense: O Cemitério
do Croatá, que se localizava na atual Praça da Estação, bairro Centro. Por conta de uma
grande epidemia de cólera, muitos fortalezenses morreram bem como tal necrópole estava
cometido pela proliferação e acúmulo das areias do Morro do Croatá, o presidente da
província do período, desativou tal cemitério, dando lugar ao novo, no ano de 1866: o
Cemitério São João Batista. Onde jornais locais, como O Cearense, publicavam notícias
solicitando que os habitantes exumassem os corpos de seus familiares para o novo campo
santo. (SÁ, 2012).
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Com a monografia de Especialização intitulada “Cidade dos mortos, alfabetização


cultural dos vivos: o Cemitério São João Batista como objeto de Educação Patrimonial no
Ensino de História”, (SÁ, 2013), virando posteriormente capítulo de livro, intitulado
“Educação Patrimonial Cemiterial: um estudo do túmulo de Quintino Cunha”, publicado pela
Editora da UECE. Neste trabalho, discuti como podemos ensinar a história cultural local a
partir de um túmulo, percebendo este como recurso capaz de provocar “indagações dos
educandos e experiências culturais [...] trazendo à tona sujeitos e histórias silenciadas e/ou
que não foram institucionalizadas na historiografia vigente.” (SÁ, 2015, p. 172-173). Mas
como se deu tal empreitada? Através da análise de vestígios históricos como fotografia,
lápide, estilo arquitetônico do túmulo e do estudo da sua biografia, através de um livro de
memórias de Quintino Cunha Anedotas de Quintino, escrito por seu filho Plautus Cunha. Ao
longo desta fonte, percebi a trajetória de vida do poeta, sendo um excelente recurso de ensino
para a contextualização histórica do sujeito que iríamos elencar na sugestão de ensino em uma
aula de campo. Como metodologia de ensino, delimitei a aula em três momentos:
apresentação da biografia, visita ao cemitério e realização de uma atividade escrita pós-aula
de campo. (SÁ, 2015).

3.3 MEMÓRIAS FORMATIVAS DO CURSO DE PEDAGOGIA DA UAB/UECE E DOS


ESTÁGIOS SUPERVISIONADOS EM MINHA FORMAÇÃO DOCENTE

No ano de 2014, precisamente no mês de Agosto, iniciei minhas atividades como


graduanda do curso de Pedagogia da referida instituição. Confesso que no começo me senti
um pouco receosa, apesar de já ter feito alguns cursos de Aperfeiçoamento e Formação
Continuada em EaD, no Instituto UFC Virtual, no que tange a participação em fóruns e
postagens de atividades, vi que a Pedagogia requeria mais comprometimento nos estudose
novos desafios, pois se tratava de uma formação mais abrangente com temas diversos e exigia
mais dedicação e reflexão nas leituras para as discussões.

Como já era professora da educação básica há quatro anos no começo desta graduação,
buscava na mesma, conhecimentos mais aprofundados na área educacional, bem como ouras
oportunidades de docência, pelo fato do curso de História ser mais restrito, no que se refere
ao mercado de trabalho.
19

Lembro que na primeira disciplina, “Introdução a EaD”, apreendi orientações do contexto


histórico desta modalidade de ensino, bem como o funcionamento do Ambiente Virtual de
Aprendizagem (Moodle), sendo uma disciplina importante para um aluno que começara a
entrar neste universo que é a graduação semipresencial da qual ainda não tinha experiência.

Na disciplina de História I no Ensino Fundamental, busquei refletir sobre os fundamentos


do ensino de história e de alguns conteúdos trabalhados nas séries iniciais do ensino
fundamental, ou seja, a práxis pedagógica. Na referida disciplina, foram trabalhadas
temáticas sobre o significado de História, permeando a História do Ceará e de sua capital,
bem como propostas de ensino. O conteúdo da disciplina foi dividido da seguinte forma:

Na primeira parte há uma reflexão sobre a história das reflexões sobre a


história, as coordenadas do materialismo histórico e um mapeamento sobre o
ensino de História no Brasil, baseado criticamente nos Parâmetros
Curriculares Nacionais (PCNs). Na segunda parte é feita a analise da
História do Ceará focalizando a luta entre os verdadeiros donos da terra, os
índios, com os colonizadores, exploradores, desde o povoamento da terra
Siriará, além do processo de escravização do negro e da constituição de uma
estrutura social excludente e opressora. Na terceira parte é apresentada a
gestação e constituição de nossa capital e feito o convite à reflexão sobre as
implicações e contribuições do movimento belle époque na modernização do
processo civilizatório de Fortaleza. Suas mudanças na arquitetura da cidade e
no nos costumes do seu povo. Na quarta parte, sob a orientação da pedagogia
histórico-crítica, são oferecidas opções metodológicas para um processo de
ensino-aprendizagem de História que fomente a formação de individualida-
des, tanto docentes como discentes, críticas e autônomas. (COSTA;
BARROS, 2015, p. 05)

Ao longo da disciplina, os autores que a subsidiam elencam a história do ensino de


história no Brasil, amparados nos Parâmetros Curriculares Nacionais de História do primeiro
e segundo ciclo do Ensino Fundamental. Desde a chegada dos jesuítas no Brasil nos tempos
coloniais, começaram a ensinar história, porém com o intuito de pedagogizar a vida dos
santos, assim vinculada a uma educação catequética.

Com o advento do império, especificamente do reinado de D. Pedro II, surge o ensino de


História Política, enfatizando a implementação da civilização brasileira, enaltecendo a
chegada dos portugueses na formação social, assim deixando de lado ainda a cultura indígena
e africana nos manuais escolares. Podemos perceber que somente após o período ditatorial e a
abertura política brasileira é que começa a abordar temas da História Nova no currículo
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escolar. Os autores destacam os objetivos de ensino, segundo os Parâmetros Curriculares


Nacionais:

Espera-se que, ao longo do ensino fundamental, os alunos gradativamente


possam ler e compreender sua realidade, posicionar-se, fazer escolhas e agir
criteriosamente. Nesse sentido, os alunos deverão ser capazes de: /•
identificar o próprio grupo de convívio e as relações que estabelecem com
outros tempos e espaços; /• organizar alguns repertórios histórico-culturais
que lhes permitam localizar acontecimentos numa multiplicidade de tempo,
de modo a formular explicações para algumas questões do presente e do
passado; /• conhecer e respeitar o modo de vida de diferentes grupos sociais,
em diversos tempos e espaços, em suas manifestações culturais,
econômicas, políticas e sociais, reconhecendo semelhanças e diferenças
entre eles; /• reconhecer mudanças e permanências nas vivências humanas,
presentes na sua realidade e em outras comunidades, próximas ou distantes
no tempo e no espaço; /• questionar sua realidade, identificando alguns de
seus problemas e refletindo sobre algumas de suas possíveis soluções,
reconhecendo formas de atuação política institucionais e organizações
coletivas da sociedade civil; /• utilizar métodos de pesquisa e de produção
de textos de conteúdo histórico, aprendendo a ler diferentes registros
escritos, iconográficos, sonoros; /• valorizar o patrimônio sociocultural e
respeitar a diversidade, reconhecendo- a como um direito dos povos e
indivíduos e como um elemento de fortalecimento da democracia.
(COSTA; BARROS, 2015, p. 33)

Em síntese, as contribuições da disciplina de História I no Ensino Fundamental,


consistem, a saber: na compreensão do estudo da ação humana como processo de
autoconstrução do gênero humano e das individualidades; entender sugestões de ensino de
História nas séries iniciais tendo como manual norteador os Parâmetros Curriculares
Nacionais (PCNs); perceber uma análise geral da História do Ceará, da origem do nome aos
dias atuais; entender que podemos apresentar em sala de aula a diversidade indígena como
elemento do estudo da cultura local no primeiro ciclo do ensino fundamental; Conceituando a
área a ser ensinada: o que é História, seus fundamentos e métodos de pesquisa em suas
diversas fontes. E ainda, em relação ao Parâmetro Curricular de História nas séries iniciais (1ª
parte), as partes mais importantes que destaquei desse manual são:

a) Histórias do Ensino de História no Brasil.


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b) Apresentação, conceituação e contextualização histórica do processo de feitura dos


Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental em seus dois
primeiros ciclos (1º ao 5º ano).
c) Estrutura do Parâmetro Curricular de História e suas subdivisões.
d) Objetivos de estudo para as primeiras séries do Ensino Fundamental.
e) Conteúdos de História do primeiro ciclo- História Local e do cotidiano.
f) Conteúdos de História do segundo ciclo-História das Organizações Populacionais
(relacionando entre o presente e o passado, entre o local, o regional, o nacional e o
mundial). (BRASIL, 2007).

Estágio Supervisionado na Educação Infantil


Em relação ao Estágio Supervisionado na Educação Infantil trabalhamos com a
proposta O Projeto Gente Pequena Também Cuida, na Escola Maria das Dores, bairro Grilo,
município de Caucaia-CE. Tal projeto, produzido para alunos da turma de terceiro ano da
Educação Infantil, teve como objetivo promover ações de cuidado e preservação da natureza
no cotidiano dessas crianças. Em consonância com o Projeto Político Pedagógico (PPP), que
intenciona através das interações naturais do mundo infantil integrar aspectos físico, social,
temporal e natural. Foi uma temática elaborada a partir da Semana do Meio Ambiente e que
por tratar-se de um período curto para abordar os principais aspectos, pensou-se num projeto
que os contemplassem de modo mais abrangente.

O projeto objetivou incentivar as crianças a cuidarem melhor do meio ambiente,


respondendo suas indagações de como os animais vivem e quais cuidados devemos ter, a
experiência ofereceu práticas para que elas vivenciassem cada uma das situações propostas.
As histórias contadas na roda de história foram criteriosamente selecionadas de acordo com a
intencionalidade do projeto. Cada momento foi devidamente planejado: a roda de conversa, a
dinâmica nas atividades, teoria e prática estavam entrelaçadas para promover uma
aprendizagem significativa para as mesmas.

Nessa perspectiva, o estágio supervisionado é um momento essencial para o aluno da


Licenciatura de Pedagogia, pois é neste momento que ele deverá conflitar a teoria com a
prática. É a oportunidade de vivenciar situações que perpassam os livros e as teorias
abordadas ao longo do curso. A regência nos mostra claramente qual é a realidade existente
em sala de aula, desde a dificuldade de aprendizagem das crianças até a forma pela qual
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devemos articular o planejamento para contemplar todas elas sem distinção, mas respeitando
suas singularidades.

Vale lembrar que requer muita responsabilidade, uma vez que, temos que nos basear
nas teorias aprendidas durante a vida acadêmica, contribuir com ações deficientes na prática
docente da professora regente da sala e conciliar formas lúdicas e dinâmicas para conseguir
fazer com que a criança interesse em ser protagonista desse processo de aprendizagem. A
regência também nos induz a refletirmos sobre quais aspectos poderíamos ter trabalhado
diferente, que outras abordagens também importantes deixamos passar despercebidas e,
principalmente, nos motiva a decidir se realmente almejamos a carreira docente para nossa
vida.

Sabemos que o período é curto para uma decisão tão séria, no entanto mesmo sendo
restrito, quem tem o dom, por assim dizer, já consegue articular qual é o tipo de profissional
que você deseja ser, tem uma visão mais positiva da experiência. Foi o que percebi de forma
individual, que a educação infantil é um espaço no qual os saberes se articulam em meio à
brincadeira e que por tratar-se de crianças muito dependentes, o cuidar e o educar devem ser
indissociáveis. Sendo assim cada ação deve ser prontamente intencional pensando nesses
aspectos e embora a turma que realizamos o estágio fosse pouco numerosa, pudemos
vivenciar esses aspectos plenamente. Tendo em vista que nos dias de regência ficávamos a
maior parte a sós com eles e gostei muito do dia que a diretora nos delegou a responsabilidade
de assumir a turma devido à ausência da professora. Senti que ela confiava no nosso trabalho
e percebi nesse instante que mesmo diante de todas as adversidades, fizemos um bom
trabalho.

Figura 4 - Minha equipe de Estágio Supervisionado na Educação Infantil.


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Fonte: elaborado pela autora

Figura 5 - Exemplos de trabalho com o Projeto Gente Pequena Também Cuida-


tema animais.

Fonte: elaborado pela autora


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Figura 6 - Exemplos de trabalho com o Projeto Gente Pequena Também Cuida-


tema consumo e preservação da água.

Fonte: elaborado pela autora

Estágio Supervisionado no Ensino Fundamental

No Estágio Supervisionado no Ensino Fundamental, desenvolvemos o Projeto- Oficina


“Brincar e educar: jogos matemáticos” elaborado com o intuito de promover ações educativas
no que concerne ao ensino de matemática, em uma turma de 3º ano do Ensino Fundamental,
da Escola Iná Arruda, município de Caucaia.
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Figura 7 - Turma do terceiro ano, da qual fiz estágio no Ensino Fundamental.

Fonte: elaborado pela autora

Objetivamos incentivar os educandos a refletirem e apreenderem matemática de forma


lúdica, respondendo suas curiosidades em relação ao desenvolvimento de raciocínio lógico e a
formulação de procedimentos de cálculo, o projeto ofereceu práticas para que elas
vivenciassem cada uma das situações propostas. Aulas expositivas também foram
ministradas, com o uso do livro didático, para entendermos sua utilização em sala de aula.

No período da observação, percebemos que as professoras trabalham com correção das


atividades de forma conjunta com os alunos, os indagando para assim corrigi-los ou
parabeniza-los pelas suas respostas. Respeitando o planejamento das professoras regentes
Juliana e Juracilda, desenvolvemos nossas atividades/jogos, para os alunos não se dispersarem
do que estavam aprendendo com as mesmas. A temática do projeto como mencionado
“Oficina brincar e educar: jogos matemáticos”, e a regência foi realizada por Américo,
Raiana e Evila. O período para a realização do projeto foi do dia 26/04/2017 a 26/05/2017,
nos dias de quarta-feira e sexta-feira.
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Figura 8 - Exemplo de jogo matemático do qual trabalhamos no Estágio Supervisionado


no Ensino Fundamental.

Fonte: elaborado pela autora

O contato direto com a regência na escola, nos permitiu refletir sobre a interligação da
teoria estudada em sala de aula com a realidade do cotidiano posto no ambiente escolar. O
estágio em si fez com que o futuro pedagogo, analise na pratica as demandas que conceituam
o sistema educacional nas indagações presentes na “escola-campo”.

Um ponto interessante na minha regência foi quando nós começamos uma dinâmica,
dividindo a turma em três equipes, a saber: vermelha, verde e azul. Pregamos um cartaz na
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sala, em que cada equipe, recebia uma estrelinha por comportamento, concepção e
participação. Nessa forma, encontramos um meio para que os educandos se interessassem em
nossa contribuição para o estágio, sendo um grande momento de interação.

Outro aspecto importante neste estágio foi que uma turma de fundamental I, requer
muita atenção por parte do professor, pois ele precisa corrigir caderno por caderno, apagando
as respostas erradas, acompanhando todos os detalhes, pois infelizmente, ainda existem
alunos que não foram letrados nessa etapa do ensino.

O trabalho com os jogos matemáticos foi muito importante para nossa prática
educativa, uma vez que a partir dessa experiência, encontramos meios para lecionar nossos
futuros educandos.
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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente Trabalho de Conclusão de Curso, intitulado Entre a História e a


Pedagogia: tecendo significados em meu memorial de formação, contemplou minha trajetória
formativa até chegar ao curso de Pedagogia da Universidade Estadual do Ceará. Ao longo da
minha formação, enfrentei muitos desafios, no que concerne as pesquisas na área de história.
Pelo fato de já atuar na docência, procurei esta modalidade de ensino para adequar ao meu
tempo, sendo uma ferramenta importante de aprendizagem e formação.

Para tanto, esmiucei além das minhas experiências de educação meios formais, em
relação à educação básica, relatei minhas vivências no seio familiar, no que concerne
características da primeira infância, o que aprendi nas séries iniciais (no que refere-se ao
processo de alfabetização), materiais de estudo, temas das Feiras de Ciências, e motivo de
desligamento e transferências das escolas.

No presente Trabalho de Conclusão de Curso, também refleti sobre as experiências


acadêmicas, a saber: desde a graduação em História, na Universidade Estadual Vale do
Acaraú-UVA, as disciplinas estudadas, os temas de pesquisa, as primeiras trajetórias de
investigação em instituições eclesiásticas (Seminário da Prainha), e na Biblioteca Pública
Menezes Pimentel.

Na Especialização em Metodologias do Ensino de História, na Universidade Estadual


do Ceará-UECE, encontrei-me com os temas pedagógicos, no que concerne ao estudo da
História da Educação, Ensino de História e Biografia de Educadores. Pensando em fazer
Mestrado em Educação, tive interesse em fazer o curso de Pedagogia, para assim atuar como
docente no Ensino Superior.

Assim, logo após 2013 (período de término da Especialização), visualizei no site da


UECE/CEV, inscrições para vestibular no curso de Licenciatura em Pedagogia, modalidade
Semipresencial. Instantaneamente o interesse emergiu, fiz minha inscrição e realizei a
avaliação escrita. Aprovada, com muita satisfação, ingressei no referido curso, do qual
tínhamos aulas semanais, aos sábados no polo no município de Caucaia-CE, intercaladas com
a participação nos fóruns e resolução de atividades inseridas no Ambiente Virtual de
Aprendizagem-Moodle.

Nos estágios, consegui aprender como se dava a rotina em espaços que ainda não tinha
contato, que era a Educação Infantil. Percebemos que na sala de aula possuía duas
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professoras, a que lecionava as disciplinas de Português, matemática, Ciências e Artes, da


qual ficava em apenas uma turma. A segunda, que ensina História e Geografia, e que ensina
em outras salas. Senti que essa fase é muito importante no processo de construção do
conhecimento: que mostra a educação ligada ao cuidado do brincar e cuidar.

No Ensino Fundamental, pelo fato da faixa etária dos meus alunos serem maior, entre
oito e onze anos, tive maior facilidade de lecionar, pela minha experiência no Fundamental II.

Vale destacar que o Estágio não é somente um componente curricular destinado a pôr em
prática as teorias recebidas, é um aspecto importante de práxis, um lugar, que inicia nossa
prática educativa, que no caso é no curso de Pedagogia. “Por isso esse espaço é parte da
nossa trajetória, da nossa vida, é o lugar em que continuamos a nascer profissionalmente. O
espaço que guarda a nossa esperança no trabalho do professor e na formação docente.”
(LIMA [et. al], 2010, p. 19).
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