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Premiado pelo Oscar em 2016 - melhor filme e melhor roteiro original -, o longa

metragem ‘’Spotlight’’ conta a história de um grupo de jornalistas que investigam o abuso


sexual de crianças por padres católicos, acobertados pela Igreja. Na trama, a pressão
psicológica envolvendo ameaças impulsiona o jovem a não contar a ninguém essas
violências sofridas. Sem desconsiderar o caráter fictício do filme, é nítido que muitas das
temáticas abordadas por essa produção se fazem presentes nos núcleos urbanos
brasileiros e o abuso sexual infatil é, sem dúvidas, umas delas. Não é necessário hesitar:
viver em um país regido pela insegurança infantil faz com que se debruçar sobre o principal
motivo dessa problemática e seu maior impacto social seja, no mínimo, necessário.
Com efeito, é lúcido considerar que o combate ao abuso sexual infatil é diretamente
proporcional à manutenção da Legislação Federal. Isso acontece devido a fragilidade
legislativa nos moldes sociais que possui penas desproporcionais aos crimes cometidos,
falha o qual impulsiona os infratores a cometer crimes hediondos, como é o abuso sexual
infantil. Além disso, de acordo com os dados do ‘’ExtraClasse’’, aproximadamente 500 mil
crianças são vítimas de exploração sexual no Brasil, por ano, sobretudo no meio da
população mais pobre, parcela da população que mais é desamparada pelo Estado. Dessa
forma, pode-se observar tal falha na legislação desde a crítica ''Paranóia ou mistificação’’,
de Monteiro Lobato, à exposição de ‘’The Color Purple’’ de Steven Spielberg e ‘’Sem
paraíso e sem maçã’’, obras na qual prevalecem temas como abuso sexual, evidente no
sociedade hodierna brasileira.
Ademais, percebe-se que, por consequência da permanência desse empecilho
social entranhado desde a condição de colônia de 1500, é válido destacar a importância do
abuso sexual infantil deve ser sanado. Nesse contexto, como o célebre filósofo Kant afirma,
‘’Violência Infantil começa quando a vítima é abandonada à sua própria sorte’’, sobretudo no
Brasil hodierno, o qual não oferece o suporte necessário para as crianças de áreas mais
periféricas que, consequentemente, acaba sendo rodeada de pessoas com má índole,
correndo o risco assim de ser abusada sexualmente. Logo, é necessário que haja vista
projetos legislativos para sanar essa problemática.
Depreende-se, portanto, que medidas sejam tomadas para reverter o empecilho.
Logo, urge que o Estado, por envio de recursos ao Ministério da Cidadania, órgão
responsável pelo desenvolvimento social, promova a construção de casas de apoio
especializadas em suportar e aconselhar crianças e adolescente que sofreram abusos seja
familiares ou de terceiros e a capacitação de profissionais para atuarem não apenas nessas
instituições de ajuda, mas em locais periféricos também, de modo a ampliar esse apoio.
Enfim, a partir dessas ações, problemas exprimidos na obra ‘’Spotlight’’ não irão passar
apenas de uma obra artística.

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