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Resumos de Filosofia

1. Identificar as condicionantes da ação humana.


R: As condicionantes da ação humana dividem-se em dois grandes grupos:
 As condicionantes físico-biológicas;
 As condicionantes histórico-culturais;

2. Caraterizar as condicionantes físico-biológicas.


R: Do ponto de vista biológico, o ser humano é portador de uma herança
genética à qual não pode fugir. As características genéticas que herdamos
dos nossos progenitores e que sofrem a influência e estimulação do meio
delimitam um leque de possibilidades para a ação. Também somos
dotados de um corpo que nos condiciona e limita. Um corpo são é capaz
de ações que um corpo doente não é capaz. A nossa morfologia e
fisiologia condicionam as nossas ações. A integridade dos nossos órgãos
também condiciona as nossas ações.
3. Caraterizar as condicionantes histórico-culturais.
R: Do ponto de vista cultural, o ser humano não pode realizar
determinadas ações, pois está em si próprio um conjunto de hábitos,
valores e padrões culturais de um tempo e de um espaço concreto. A
sociedade impõe normas e regras que interiorizamos através do processo
de socialização, desde logo, no seio da família e que se prolonga pela
idade adulta.
4. Relacionar condicionantes da ação humana e liberdade.
R: Do ponto de vista biológico, o ser humano é portador de uma herança
genética à qual não pode fugir. As características genéticas que herdamos
dos nossos progenitores e que sofrem a influência e estimulação do meio
delimitam um leque de possibilidades para a ação. Também somos
dotados de um corpo que nos condiciona e limita. Um corpo são é capaz
de ações que um corpo doente não é capaz. A nossa morfologia e
fisiologia condicionam as nossas ações. A integridade dos nossos órgãos
também condiciona as nossas ações. Do ponto de vista cultural, o ser
humano não pode realizar determinadas ações, pois está em si próprio um
conjunto de hábitos, valores e padrões culturais de um tempo e de um
espaço concreto. A sociedade impõe normas e regras que interiorizamos
através do processo de socialização, desde logo, no seio da família e que
se prolonga pela idade adulta.
Liberdade-

5. Explicar a problemática em torno da existência ou não existência


do livre-arbítrio.
Tradicionalmente, entende-se o agente como um ser racional, livre e
responsável – só um ser livre é capaz de deliberar e ponderar sobre as
razões que o levaram a agir, a decidir;
A possibilidade de decidir torna o agente responsável pelas suas escolhas
e, assim, deve responder por elas, assumindo as suas consequências;
A noção de livre-arbítrio corresponde à possibilidade de escolha e de
autodeterminação, ou ao ato voluntário, autónomo e independente de
qualquer constrangimento e coação interna ou externa.
MAS SERÁ QUE A VONTADE HUMANA É VERDADEIRAMENTE AUTÓNOMA
E INDEPENDENTE DE CONSTRANGIMENTOS OU COAÇÕES EXTERNAS E
INTERNAS?
NÃO EXISTIRÃO FORÇAS INTERNAS E EXTERNAS QUE LIMITAM E ANULAM
O LIVRE ARBÍTRIO?
Inicialmente, o problema do livre-arbítrio foi discutido no contexto da
filosofia cristã, pela necessidade de compatibilizar a liberdade humana
com a perspetiva segunda a qual tudo é criado e governado por Deus
omnipotente;
Mais recentemente, o problema tem sido discutido no contexto dos
avanços da ciência, pela necessidade de compatibilizar a liberdade
humana com a perspetiva segunda a qual tudo o que acontece na
natureza tem uma causa necessária.
É justamente no debate entre as teses que negam e defendem a liberdade
da vontade, isto é, entre as teses deterministas, indeterministas,
compatibilistas e libertistas que se encontram as diferentes respostas.
6. Explicar a teoria do determinismo radical
DETERMINISMO é a doutrina filosófica segundo a qual tudo o que
acontece tem uma causa, ou seja, todos os fenómenos estão
submetidos às leis de natureza de caráter causal. Assim, todos os
acontecimentos dependem de sucessivas causas, de tal modo que
um acontecimento pode ser simultaneamente efeito de uma causa
e causa de outro efeito. Se todos os fenómenos estão submetidos às
leis de natureza causal, então a própria ação humana também deve
ser entendida à luz de causa necessária. Então, se tudo o que
fazemos é determinado por causas necessárias, tudo o que fazemos
é inevitável, não podíamos ter feito de outra maneira. Com efeito,
se nos acusarem de roubo, de violência ou de outros atos
inaceitáveis, podemos sempre atribuir a culpa à causa que originou
essa ação e que o ser humano não controla. Considerar que tudo no
mundo obedece a um conjunto de leis naturais e que nem a ação
humana escapa ao determinismo tem como consequência a
negação do livre-arbítrio, ou a afirmação de que este é ilusório, e a
total desresponsabilização do agente. O determinismo torna a ação
humana inevitável: o homem não podia agir de outro modo
(ausência de liberdade e de responsabilidade).
Em síntese, para o determinismo radical, a razão pela qual não
conseguimos prever o futuro reside no facto de não sermos capazes
de conhecer todas as leis da natureza.
Assim, a liberdade é uma ilusão, dado que nenhum ser humano é
capaz de conhecer todas as leis da natureza, julga que as coisas se
desenrolam em função das suas decisões.
7. Expor as objecções ao determinismo radical.
R: Relativamente ao determinismo: embora a física clássica (newtoniana)
nem a física quântica permitam admitir que a ação humana seja
completamente livre, a verdade é que acreditamos que a liberdade é um
facto da experiência.
É da nossa experência a certeza de que, embora tenhamos feito algo,
poderíamos ter feito outra coisa e que o nosso comportamento não é
absolutamente previsível da mesma maneira que é previsível o
comportamento de uma esfera rolando por um plano inclinado, porque
admitimos que poderíamos ter agido de um modo diferente de como
agimos efetivamente.Se não admitirmos tal possibilidade,recusamos,do
mesmo modo,a atribuição de responsabilidade pelos atos praticados pelas
pessoas.
Talvez não possamos falar de incompatibilidade entre determinismo e
livre-arbítrio, uma vez que a versão moderada do determinismo deixa
algum espaço para a criação.
8. Mostrar de que modo o determinismo radical anula a liberdade do
agente e a responsabilidade.
A partir da ciência moderna, o mundo começou a ser entendido à luz das
relações causa-efeito: para qualquer acontecimento E (efeito) existe uma
C (causa), de tal modo que dada uma C seguir-se-á um E;
A relação que existe entre causa e efeito é uma relação de dependência e
derivação necessária, isto é, o efeito não existiria sem a causa, e não podia
não derivar da causa.
EX.:
CAUSA Força da gravidade EFEITO Queda dos corpos
Assim, a quedas dos corpos não deriva de outra causa a não ser da força
da gravidade e está tão dependente da força da gravidade que se esta não
atuasse os corpos não cairiam. Por isso, à força da gravidade está
associada necessariamente a queda dos corpos.
9. Explicar a teoria indeterminista.
O INDETERMINISMO é a corrente filosófica que defende a impossibilidade
de prever os fenómenos a partir de causas determinadas, introduzindo as
noções de acaso e de aleatório.
As ações humanas não são livres porque são o resultado imprevisível do
acaso, são indeterminadas. Logo, o agente não é responsável.
Tal como num sistema microfísico não podemos prever o comportamento
das partículas porque sobre elas atua o acaso, também não podemos
prever as ações humanas – elas são imprevisíveis ou prováveis.
Se o acaso atua sobre o ser humano e as ações deste estão dependentes
daquele, então tais ações não dependem da vontade livre do agente,
antes resultam de causas que atuam aleatoriamente e que o ser humano
não consegue identificar nem determinar.
Logo, o ser humano não é livre.
O facto do indeterminismo também anular a liberdade e a
responsabilidade conduz ao dilema do determinismo.
Assim, quer se admita o determinismo, quer se admita que as ações são
indeterminadas e, por isso, imprevisíveis, não há espaço, nos dois casos,
para a liberdade e para a responsabilidade do agente.
10. Expor as objecções ao indeterminismo
Relativamente ao indeterminismo: a utilização do conceito de
indeterminismo importado da fisíca quântica revela-se abusivo,dado que
esta teoria não elimina o conceito de causalidade,apenas o
transforma.Portanto,há causalidade,mas não absoluta,pois o corpo
humano (do qual o cérebro faz parte) está sujeito a leis do universo,ainda
que muitas delas estejam talvez fora do nosso campo de conhecimento.
11.Clarificar em que consiste o dilema do determinismo.
O facto do indeterminismo também anular a liberdade e a
responsabilidade conduz ao dilema do determinismo.
Assim, quer se admita o determinismo, quer se admita que as ações são
indeterminadas e, por isso, imprevisíveis, não há espaço, nos dois casos,
para a liberdade e para a responsabilidade do agente.
12. Explicar a teoria do libertismo.
Corrente filosófica que defende, de forma mais radical, o livre-arbítrio e a
responsabilidade do ser humano;
Para defender a liberdade de escolha, considera-se que esta nem é
causalmente determinada (determinismo) nem é aleatória
(indeterminismo);
O agente tem o poder de interferir no curso normal das coisas pela sua
capacidade racional e deliberativa;
Esta corrente defende que o agente não é determinado: ele tem o poder
de se autodeterminar. Para tal, defende a dualidade entre o corpo e a
mente e considera-se que a mente está acima da causalidade do mundo
natural.
Imagina-se, assim, uma entidade mental que não se encontra na esfera da
natureza e que tem a capacidade de interferir na ordem causal da
natureza;
O corpo do sujeito até pode ser determinado por causas necessárias, mas
a mente não está determinada, ela autodetermina-se.
Há filósofos que defendem que o ser humano não pode escolher deixar de
ser livre.
Sartre afirma que o ser humano está condenado a ser livre, ainda que
tentasse escolher não o ser, esse seria apenas mais uma expressão da sua
liberdade. Sartre defende a ideia de que o ser humano só não pode
escolher deixar de ser livre, pois isso faz parte da sua essência. Sarte
remete-nos ainda para uma das limitações apontadas pelos libertistas aos
deterministas: o problema da responsabilidade moral.
De acordo com alguns filósofos libertistas, se assumirmos uma perspetiva
determinista seremos forçados a considerar que a verdadeira responsável
pelas ações humanas é a cadeia causal de acontecimentos, pois é ela que
nos determina a agir.
Neste sentido, cada ação humana não é mais que o resultado dos eventos
passados e das leis que regem o universo, o que levanta algumas
questões:
Podemos ser responsabilizados por uma ação que não escolhemos
praticar?
Será justo sermos castigados ou responsabilizados pela nota que tivemos
num teste se sabemos que o resultado não podia ter sido diferente?
13. Expor as objecções ao libertismo.
Relativamente ao Libertismo: parace tratar-se de uma posição que tem
dificuldade em explicar o dualismo e em explicar como e porque é que os
seres humanos são especiais relativamente ao resto da natureza. Se é
certo que desconhecemos grandemente qual é a natureza humana, o que
verdadeiramente nos constítui,ainda está por provar que fenómenos
mentais tais como as decisões volitivas não estão de modo nenhum
condicionados pelas leis físicas.
14. Mostar de que modo o determinismo moderado ou
compatibilismo concilia o determinismo radical com o libertismo.
Como poderá o ser humano ser livre e simultaneamente condicionado
pelas leis da natureza?
Aceita o determinismo no mundo natural, mas defende que existe espaço
para a liberdade e responsabilidade humanas.
Concilia a perspetiva determinista e a perspetiva libertista.
Na perspetiva dos compatibilistas, mesmos que as nossas ações sejam
causadas, podemos sempre agir de outra forma, se assim o escolhermos.
Isto é suficiente para podermos ser responsabilizados e/ou culpabilizados
por uma ação inaceitável.
Assim, para o compatibilismo todo o nosso comportamento é
determinado por causas internas e/ou externas;
Mas aceitar o determinismo da conduta não implica, necessariamente,
defender que todas as nossas ações sejam constrangidas, não livres;
O problema das causas é diferente da questão do autocontrolo da
conduta, por via da vontade;
As causas condicionam o nosso comportamento, mas não são condição
única e suficiente para explicar as ações humanas.
Os defensores do compatibilismo postulam que, apesar de todo o
comportamento ser causado por forças físicas, químicas, biológicas e
psicológicas, é ação livre tudo aquilo “que não teria acontecido se eu não
tivesse querido que acontecesse”.
A liberdade não supõe um ato sem causa, mas apenas que tenho controlo
sobre alguns dos meus comportamentos.
15. Definir valor
Os valores são referências para o agir,na medida em que o ser humano é
orientado por valores nas escolhas que faz.No entanto,o próprio ser
humano é o detentor do seu projecto de liberdade,porquanto tem a
capacidade de reinventar valores ou de lhes atribuir novos significados ao
longo da história.
Neste sentido,valores como a beleza,a justiça,a bondade ou o amor são
simultaneamente:
 Ideias construídas pelo ser humano em sociedade ao longo dos
tempos;
 Orientações e guias para a ação.
16. Distinguir juízos de facto de juízos de valor
Juízos de facto:
São aqueles em que é feita uma descrição objetiva da realidade,uma
afirmação teoricamente suscetível de ser verificada.
Objetivos,porque existe uma correspondência direta entre o que é
afirmado e a realidade.(é independente das opiniões ou crenças do sujeito
que os enuncia).
Tem valor de verdade pois pedem ser considerados verdadeiros ou
falso,se verifique o não a sua correspondência com a realidade;
Descutiva e impessoal dado que acrescentam nada ao acontecimento
apenas relata tão fiel quanto possível.
Juízos de valor:
É a expressão ou manifestação de uma preferência ou de uma escolha;
Expressam preferências valorativas,isto é,avaliações diferentes de aspetos
da realidade;
Podem ser a expressão de gastos,tendências ou avaliações morais
próprias de um indivíduo ou de um número limitado de pessoas;
Subjetivo,pois defende as opiniôes ou avaliações do sujeito que o enuncia;
Não tem valor de verdade,pois o gosto e a prefêrencia não podem ser
classificados como verdadeiro ou falso;
Nomativo,avaliativa,na medida em que através do juízo de valor o sujeito
emite inunciados morais onde se exprime a sua ideia como deveria ser as
coisas;
17. Caracterizar os valores
18.Problematizar a questão da natureza dos valores (a objectividade
versus subjectividade).

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