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INTRODUÇÃO
2
BONAVIDES, Paulo. Curso de Direito Constitucional. 12. ed. São Paulo: Malheiros, 2002, p. 228-
229.
3
ESPÍNDOLA, Ruy Samuel. Conceitos de princípios constitucionais. 2. ed. ver., atual. e ampl. RT,
p. 66-67.
4
TARTUCE, Flávio. A função social dos contratos: do Código de Defesa do Consumidor ao novo
Código Civil. São Paulo: Método, 2005, p. 70.
5
BONAVIDES, Op. Cit. p. 229.
4
6
É de se verificar que, pela metodologia tradicional, o princípio constitui-se numa fonte indireta
aplicável quando a lei for omissa, de acordo com o disposto no art. 4º da Lei de Introdução ao
código Civil.
7
BOBBIO, Norberto. Teoria do ordenamento jurídico. 7. ed. UNB: Brasília, 1996, p. 159.
8
LORENZETTI, Ricardo Luis. Fundamentos do Direito privado. São Paulo: RT, 1998, p. 286.
5
Os princípios não são, pois, tidos como algo que se sobrepõe à lei, nem
como algo anterior a ela, mas sim algo dela decorrente. A sua função
jurídica é, conseguintemente, subsidiária e o seu caráter, basicamente
descritivo.12
9
LEAL, Mônia Hennig. A constituição como princípio – os limites da jurisdição constitucional
brasileira. São Paulo: Manole, 2003, p. 72.
10
Prova disso pode ser verificado no art. 4º, da Lei de Introdução ao Código Civil, o qual prevê a
utilização dos princípios para suprir as eventuais lacunas: “Quando a lei for omissa, o juiz decidirá
o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais do direito”.
11
LEAL, Op. Cit. p. 72-73.
12
Ibid. p. 74.
6
Los princípios ordenan que algo debe ser realizado em la mayor medida
posible, teniendo em cuenta las posibilidades jurídicas y fácticas. Por lo
tanto, no contienen mandatos definitivos sino solo prima facie. Del hecho de
que um principio valga para um caso no se infiere que lo que el principio
exige para este caso valga como resultado definitivo. Los princípios
presentam razones que pueden ser desplazadas por otras razones
opuestas. El principio no determina como há de resolverse la relacion entre
uma razón y su opuesta. Por ello, los princípios carecen de contenido de
determinación con respecto a los princípios contrapuestos y las
possibilidades fácticas.15
13
Ibid. p. 75.
14
Ibid. p. 76.
15
ALEXY, Robert. Teoría de los Derechos Fundamentales. Madrid: Centro de Estudios Políticos y
Constitucionales, 1993,. p. 99.
7
16
Ronald Dworkin estabeleceu uma diferença entre as normas e os princípios, exemplificando com
um fato famoso, em que Elmer assassinou o avô por envenenamento, e sabia que o testamento
deixava-o com a maior parte da herança, mas desconfiava que o velho pudesse alterar o
testamento pelo fato de casar-se. O crime foi descoberto e Elmer foi declarado culpado e
condenado a alguns anos de prisão. Estaria ele habilitado a receber a herança, mesmo tendo
assassinado o avô? A lei de sucessões de Nova York não afirmava nada explicitamente sobre uma
pessoa citada em um testamento poderia ou não herdar, segundo seus termos se houvesse
assassinado o testador. O advogado de Elmer argumentou que, por não violar nenhumas das
cláusulas explícitas na lei, o testamento era válido, e que Elmer, por ter sido citado num testamento
válido, tinha direito à herança. Declarou que, se o tribunal se pronunciasse a favor das filhas,
estaria alterando o testamento e substituindo o direito por suas próprias convicções morais. Todos
os juízes concordavam que suas decisões deveriam ser tomadas de acordo com o direito. Nenhum
deles dizia que, naquele caso, a lei deveria ser alterada no interesse da justiça. Surgiram, assim,
muitas divergências. No caso de Elmer, a lei não era vaga, nem ambígua. Os juízes divergiam
sobre os termos da lei, porque divergiam sobre o modo de interpretar a verdadeira lei nas
circunstâncias especiais daquele caso. O juiz Gray defendia uma teoria aceita naquela época – da
interpretação literal – e desta forma, não havia nenhuma ressalva tácita. Ele insistia de que a
verdadeira lei, interpretada de maneira adequada não continha exceções para os assassinados.
Assim, conferiu o direito a Elmer. O juiz, para explicar a sua decisão, fundamentou dizendo que a
perda da herança seria uma punição a mais, já que Elmer tinha cumprido sua pena na prisão, e
que o avô poderia tê-lo beneficiado mesmo assim. Os estudante de direito que se deparam com
esta teoria, definem-a de “doutrina mecânica”. Já o juiz Earl usou uma teoria da legislação muito
diferente, que dá às intenções do legislador uma importante influência sobre a verdadeira lei,
pois atribuiu valor à intenção dos legisladores, como se estivesse implícito na própria letra, pos
nenhum legislador pode ter em mente todas as conseqüências ou respostas. O juiz Earl não se
apoiou apenas na teoria da intenção do legislador, mas considerou outro princípio: o da
interpretação das leis conforme o contexto histórico, levando-se em conta os princípios gerais do
direito, ou seja, os juízes deveriam inter´pretar uma lei de modo a poderem ajusta-la o máximo
possível aos princípios de justiça . Assim, o ponto de vista de Earl predominou, e Elmer não
recebeu sua herança.(DWORKIN, Ronald. O império do direito. Tradução de Jefferson Luiz
Camargo; revisão técnica de Gildo Sá Leitão Rios. São Paulo: Martins Fontes, 2003, p. 20-25.
17
LEAL, Mônia Hennig. p. 77.
18
ALEXY, Op. Cit. p. 99.
8
19
LEAL, Op. Cit. p. 78.
20
Ibid. p. 80.
21
Ibid. p. 69.
22
SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional positivo. São Paulo: Malheiros, 2005, p.
91.
9
23
ALEXY, Op. Cit. p. 62-63.
24
Ibid. p. 83.
25
BONAVIDES. Curso de Direito Constitucional. 12. ed. São Paulo: Malheiros, 2002, p. 232-235.
10
26
ESPÍNDOLA, Ruy Samuel. Conceito de Princípios constitucionais. 2. ed. São Paulo: RT, 2002, p.
70-71.
11
31
LEAL, Op. Cit. p. 88.
32
MELLO, Celso Bandeira de. Elementos de Direito Administrativo. 2. ed. São Paulo: RT, 1999, p.
300.
13
33
LEAL, Op. Cit. p. 93.
34
Ibid. p. 92-3.
35
LORENZETTI, Op. Cit. p. 287.
14
36
TUTIKIAN, Cristiano. Sistema e codificação: o Código Civil e as cláusulas gerais. In: ARONE,
Ricardo. (Organizador). Estudos de Direito Civil – Constitucional. V.I. Porto Alegre: Livraria do
Advogado, 2004, p. 21.
37
A Constituição ganhou sentido no plano do direito no século XVIII. Ela é a parte essencial da
organização política do Estado, de acordo com a obra clássica de Montesquieu “O espírito das
leis”, na qual há a previsão de uma estreita relação entre constituição, poder e liberdade. A
constituição tem como objeto a organização do governo e de seus órgãos – reflexo da influência
liberal – conforme a doutrina de Montesquieu, necessário à limitação do poder.
38
FERREIRA FILHO, Manoel Gonçalves. Estado de direito e constituição. 2. ed. rev. e ampl. São
Paulo: Saraiva, 1999, p. 70-71.
39
BONAVIDES, Op. Cit. p. 336.
15
40
GUERRA FILHO, Manoel Gonçalves. Curso de Direito constitucional. 31. ed. ver., ampl. e atual.
São Paulo: Saraiva, 2005, p. 10-11.
41
HESSE, Op. Cit. p.27.
42
Ibid. p. 32.
43
FERREIRA FILHO, Op. Cit. p. 82.
16
44
TEPEDINO, 2004, Op. Cit. p. 18.
45
Ibid. p. 18-19.
17
acordo com os seus valores. Portanto, a tríplice “fato, valor e norma” serão
imprescindíveis.
46
Exemplo clássico de colisão de princípios é da livre concorrência e o princípio da defesa do
consumidor, ambos do art. 170 da Constituição Federal. Outra colisão é o do princípio da
privacidade – art. 5º, inciso X – e a liberdade de comunicação social – art. 220, ambos da
Constituição Federal. O passo é a tentativa de conciliação entre ambos os princípios em choque.
Em segundo lugar, a pertinência e o de peso maior – o que é discutível, já que a Carta Magna não
estabeleceu uma escala de valores axiológicos. Cf: FERREIRA FILHO, Manoel Gonçalves. Curso
de Direito Constitucional. 31. ed. rev., ampl. e atual. São Paulo: Saraiva, 2005, p. 395.
47
Segundo Alexy apud Manoel Gonçalves Ferreira Filho, os direitos fundamentais nem sempre são
princípios, mas podem ser enunciados de princípios, ou como regras, ou como princípios e regras.
Assim, no direito constitucional brasileiro é difícil de acatar a tese de que os dispositivos do art. 5º
da Constituição Federal são meros princípios, pois se assim fosssem, seriam suscetíveis de
flexibilização. (Op. Cit. p. 395).
48
HESSE, Konrad. A força normativa da Constituição. Sérgio Antônio Fabris Editor: Porto Alegre,
1991, p. 25.
49
ANDRADE, José Carlos Vieira de. Os direitos fundamentais na Constituição portuguesa de 1976.
Coimbra: Almedina, 1987, p. 220.
50
CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Direito Constitucional e teoria da constituição. 2. ed.
Coimbra: Almedina, 1998, p. 1138.
18
51
STEINMETZ, Wilson Antônio. Colisão de Direitos fundamentais e o princípio da proporcionalidade.
Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2001, p. 63.
52
CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Direito Constitucional e teoria da constituição. 2. ed.
Coimbra: Almedina, 1998, p. 1137.
53
ANDRADE, José Carlos Vieira de. Os direitos, liberdades e garantias no âmbito das relações entre
particulares. In: SARLET, Ingo Wolfgang (organizador). Constituição, Direitos fundamentais e
Direito Privado. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2003, p. 291.
19
54
CANOTILHO, Op. Cit. p. 1135.
55
BORNHOLDT, Rodrigo Meyer. Métodos para resolução do conflito entre direitos fundamentais.
São Paulo: RT, 2005, p. 160.
56
CANOTILHO, Op. Cit. p. 1135-6.
57
Ibid. p. 1136.
20
reserva de lei restritiva e o outro é um direito sem “reserva expressa de lei restritiva”;
b) através da comparação dos pressupostos de fato dos dois direitos, verificar qual a
“pretensão” que o indivíduo pretende realizar de forma mais direta e imediata.58
Una norma vale o no vale jurídicamente. Que uma regla vale y es aplicable
a um caso significa que vale también su consecuencia jurídica. Cualquiera
que se ala forma como se los fundamente, no puede ser el caso que valgan
dos juicios concretos de deber ser recíprocamente cobtradictorios. Si se
constatat la aplicabilidad de dos reglas com consecuenciais recíprocamente
contradicyorias em el caso concreto y esta contradicción no puede ser
eliminada mediante la introducción de uma cláusula de excpeción, hay
entonces que declarar inválida, por lo menos, a uma de las reglas.60
58
CANOTILHO, Op. Cit. p. 1137.
59
SILVA, Virgílio Afonso da. A constitucionalização do Direito: os direitos fundamentais nas relações
entre particulares. São Paulo: Malheiros, 2005, p. 33.
60
ALEXY, Op. Cit. p. 88.
21
conflito, tem a mesma validade. Desta forma, a regra perde o caráter de definitiva
para a decisão do caso concreto.
61
ALEXY, Op. Cit. p. 88.
62
ALEXY, Robert apud FIGUEIREDO, Sylvia Marlene de Castro. A constituição como sistema e a
interpretação. São Paulo: RCS editora, 2005, p. 76-77.
22
quando um princípio proíbe e o outro permite, um deles tem que ceder ao outro. Isto
não significa que um dos princípios passa a ser inválido, nem que seja incluída uma
cláusula de exceção. Um dos princípios precede ao outro. Na verdade, os princípios
possuem diferentes pesos e que prevalece o de maior peso.63 Portanto, no conflito
de regras prevalece a validade, ao passo que no conflito entre princípios prevalece o
de maior peso.
63
ALEXY, Op. Cit. p. 89.
64
ESPÍNDOLA, Op. Cit. p. 74-75.
65
Ibid. p. 74-75.
66
ANDRADE, Op. Cit. p. 293.
23
67
Não se deve confundir, como faz grande parte da doutrina, o princípio da proporcionalidade com a
simples exigência de razoabilidade, derivada do direito norte-americano. A proporcionalidade
confere um maior poder ao Judiciário, quando da análise de uma colisão entre princípios
constitucionais, de uma lei ou de um ato administrativo. Não basta que a medida seja razoável;
será necessário que a proporção que se conferiu a cada interesse (ou direito) em jogo não seja
ultrapassada. Cf: BORNHOLDT, Rodrigo Meyer. Op. Cit. p. 166.
68
STEINMETZ, Wilson. A vinculação dos particulares a direitos fundamentais. São Paulo: Malheiros,
2004, p. 210.
69
BORNHOLDT, Rodrigo Meyer. Op. Cit. p. 165.
70
STEINMETZ, Wilson. A vinculação...Op. Cit. p. 212.
24
71
Nesse sentido: “Cuida-se do princípio da proporcionalidade, que impõe o sacrifício de um bem
jurídico, suscetível de tutela subseqüente, em favor de outro bem jurídico que, se não tutelado de
pronto, será definitivamente sacrificado.” (PASSOS, Op. cit. p. 17).
72
STEINMETZ, A vinculação....Op. Cit. p. 213.
73
STEINMETZ, Wilson. A vinculação...p. 213-214.
74
Ibid. p. 141-142.
25
75
Ibid. p. 214.
76
BORNHOLDT, Rodrigo Meyer. Op. Cit. p. 164.
26
77
ALBUQUERQUE, Ana Rita Vieira. A função social da dogmática jurídica. Rio de Janeiro: Lúmen
Júris, 2002, p. 3-4. Cf a mesma autora, a dificuldade que a idéia de social produz é que situa o jurista
em terrenos de outros conhecimentos como o religioso, o político, o econômico, pois será o mediador
entre o sistema conceitual e a sociedade, saindo daquela posição de “guardião” da lei para a de
“artesão” do direito e do conteúdo da lei.Albuquerque, Op. Cit. p. 4.
78
ALEXY, Op. Cit. p. 90.
79
Ibid. p. 91-92.
27
CONCLUSÃO
dos princípios passa a ser inválido, nem que seja incluída uma cláusula de exceção,
mas um dos princípios precede ao outro. Na verdade, os princípios possuem
diferentes pesos e que prevalece o de maior peso. Não pode o intérprete anular um
princípio em detrimento ao outro, mas deve ele preservar, na medida do possível, as
garantias estabelecidas, sem privar qualquer delas de sua substância elementar.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BONAVIDES. Curso de Direito Constitucional. 12. ed. São Paulo: Malheiros, 2002.
29
GODOY, Cláudio Luiz Bueno de. Função social do contrato: os novos princípios
contratuais. São Paulo: Saraiva, 2004.
GUERRA FILHO, Manoel Gonçalves. Curso de Direito constitucional. 31. ed. ver.,
ampl. e atual. São Paulo: Saraiva, 2005.
HIRONAKA, Giselda Maria Fernandes Novaes. Direito Civil: estudos. Belo Horizonte:
Del Rey, 2000.
LORENZETTI, Ricardo Luis. Fundamentos do Direito privado. São Paulo: RT, 1998.
MANCEBO, Rafael Chagas. A função social do contrato. São Paulo: Quartier Latin,
2005.
30
MELLO, Celso Bandeira de. Elementos de Direito Administrativo. 2. ed. São Paulo:
RT, 1999.
SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional positivo. São Paulo:
Malheiros, 2005.
TEPEDINO, Gustavo. Temas de Direito Civil. 3. ed. ver. e atual. Rio de Janeiro:
Renovar, 2004.
______. Temas de Direito Civil. Tomo II. Rio de Janeiro: Renovar, 2006.