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Informativo Técnico Nº.

298

Alimentos alternativos para suínos em


crescimento e terminação
Autor/s. : Andrea Machado Leal Ribeiro, Professora Associada do
Departamento de Zootecnia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul
(UFRGS), RS; João Dionísio Henn, Aluno de Doutorado do PPG-Zootecnia,
Professor da Universidade Comunitária da Região de Chapecó
(UNOCHAPECÓ), SC, e Gabriel Luz da Silva, Aluno de graduação do curso de
Medicina Veterinária da UFRGS, RS.

Sumário
Esta revisão faz um levantamento dos principais alimentos alternativos ao milho e farelo
de soja que podem ser usados nas dietas de suínos em crescimento e terminação e suas
limitações nutricionais. São classificados como essencialmente energéticos tais como a
raiz de mandioca, a quirera de arroz, o caldo de cana e o glicerol; energéticos com
proteína mais elevada do que a do milho, como o farelo de arroz integral, a soja integral
e a ervilha; fornecedores de proteína como o farelo de arroz desengordurado, e
fornecedores de proteína com baixa energia como os fenos de leucena e de folha de
mandioca. Sempre que houver disponibilidade de uso de um alimento alternativo, é
necessário conhecer seu valor nutricional, a presença de fatores antinutricionais e suas
limitações nas diferentes categorias animais. No uso de subprodutos ou resíduos que
envolvam processamento, como é o caso dos DDGS, uma constância nos fatores
envolvidos no processo é importante para diminuir a variabilidade do produto final.
Como conclusão, a suinocultura conta com várias opções de alimentos alternativos. No
entanto, sua utilização dependerá de sua disponibilidade local e regional, do preço e de
suas características nutricionais.

Descritores: Ingredientes, Formulação de rações, Nutrição, Suínos.

1. Introdução

Nos últimos anos, a suinocultura brasileira tem experimentado diversos períodos de


instabilidade, em função do baixo preço do produto associado aos elevados custos de
produção. Os ingredientes mais utilizados nas dietas de suínos, milho e farelo de soja,
tiveram elevação de preço, refletindo na margem de lucro do suinocultor. Neste
contexto pesquisas envolvendo a utilização de alimentos alternativos são importantes,
com destaque para subprodutos ou resíduos, para novas formas de utilização de
produtos e subprodutos e para as limitações destes materiais nas diferentes categorias
animais. O possível uso dos alimentos alternativos na alimentação de suínos, dependerá
do reconhecimento das suas potencialidades e restrições, de modo a manterem
produtividade e possibilitarem redução dos custos de produção, com reflexos diretos
sobre a viabilidade e lucratividade da atividade. Outro importante aspecto é sua
disponibilidade, pois de nada adiantam alimentos alternativos com excelente matriz
nutricional se, por motivos culturais ou agronômicos, não se encontram disponíveis.

De acordo com Bellaver & Ludke (2004), as alternativas de alimentação de suínos


disponíveis para uso direto nas granjas são restringidas aos macro-ingredientes de
origem vegetal, que podem ser:

a) Essencialmente Energéticos: raiz de mandioca (in natura, silagem da raiz, raspa


integral, farinha e farelo residual) e caldo de cana. O nível de proteína nesses
ingredientes é baixo, exigindo que seja aumentada a proporção das fontes protéicas, o
que representa uma importante limitação. A raspa (seca) integral da raiz de mandioca
em termos percentuais pode responder por até 50% da dieta. O caldo de cana apresenta
em termos comparativos uma energia metabolizável de 3202 Kcal/kg quando expresso
com um valor hipotético de 88% de matéria seca. Entretanto, este ingrediente é de
difícil manejo e transporte, podendo até mesmo inviabilizar a sua utilização.

b) Energéticos idênticos ao milho: sorgo, milheto, grão de arroz e arroz na forma de


quirera. Apresentam a possibilidade de substituição total do milho causando apenas
pequenos ajustes na porcentagem dos demais ingredientes da ração. No mesmo grupo
podem ser incluídas muitas sementes de gramíneas. Porém, algumas delas
(principalmente as tropicais) apresentam valor energético muito menor do que o milho.
A silagem de grão de milho úmido pode ser estrategicamente usada visando à redução
em até 28 dias no tempo de ocupação da lavoura e a sua inclusão nas dietas de todas as
categorias de suínos pode ser realizada via substituição total do milho desde que
realizados os ajustes em função do teor de umidade, da maior disponibilidade dos
minerais e, proporcionalmente a um mesmo nível de umidade, maior valor de energia
metabolizável.

c) Fornecedores de energia com nível de proteína mais elevado do que o milho (pelo
menos acima de 14%): farelo de arroz integral (muito sensível à rancificação), semente
de girassol e soja integral inativada (tostada, cozida, extrusada). São os ingredientes que
apresentam elevado teor de extrato etéreo e por esse motivo apresentam maior
densidade energética. São recomendados para substituir entre 75 a 100% da proteína
fornecida pelo farelo de soja em dietas para matrizes em lactação. A soja devidamente
processada pode ser incluída em até 20% nas dietas nutricionalmente equilibradas a
serem fornecidas para os leitões nas dietas pré-iniciais e iniciais. Para suínos em
terminação o elevado teor de gordura insaturada afeta a qualidade da gordura na
carcaça. A inclusão do farelo de arroz integral em rações para suínos em crescimento e
terminação deve ser restringida até um máximo de 30% da dieta.

d) Fornecedores de proteína: farelo de algodão, farelo desengordurado de arroz, farelo


de girassol e sementes de leguminosas, em especial o guandú, entre outros. São
ingredientes aptos à inclusão em dietas de suínos em crescimento e terminação e fêmeas
em gestação, substituindo entre 50 a 75% da proteína oriunda do farelo de soja. Como
regra geral as sementes de leguminosas apresentam, em níveis variados, fatores
antinutricionais que devem ser adequadamente inativados (exceção feita para a ervilha).

e) Fornecedores de proteína com baixa energia: feno de leucena, feno da folha de


mandioca que podem substituir parcialmente o farelo de soja, são ingredientes
preferenciais para serem incluídos em proporção definida (no máximo 10%) nas dietas
de fêmeas em gestação porque apresentam elevado teor de fibra bruta e baixa densidade
energética.

A utilização de qualquer alimento alternativo depende essencialmente da


disponibilidade local e regional de ingredientes que tenham preços compatíveis com os
preços pagos por quilograma de suíno. O objetivo neste trabalho é apresentar e discutir
informações científicas sobre alguns alimentos alternativos disponíveis no Brasil,
mesmo que de forma sazonal, para suínos nas fases de crescimento e terminação.

2. Arroz (Oryza sativa)

O arroz é mundialmente produzido para ser aproveitado na alimentação humana.


Entretanto, quando não estiver dentro das especificações para tal ou quando razões
econômicas o permitem, pode ser utilizado na alimentação animal.

Além deste, os subprodutos farelo de arroz gordo, farelo de arroz desengordurado e a


quirera de arroz podem ser fontes importantes para as dietas dos suínos.

2.1  Farelo de Arroz Integral (FAI)         

Representa cerca de 13% do peso dos grãos e consiste do pericarpo, gérmen, fragmentos
de arroz e pequenas quantidades de casca, com granulometria semelhante ao farelo. Sua
composição química é variável em função do tipo de processamento. Proteína, fibra e
gordura são superiores ao milho, e o amido e a gordura são as principais fontes de
energia deste ingrediente. Sua proteína é rica em aminoácidos sulfurados, porém a lisina
e a treonina, dois aminoácidos essenciais, são os mais limitantes. O FAI possui alto teor
em vitaminas do complexo B, como tiamina, riboflavina e niacina. Os fatores que
limitam o uso do FAI na alimentação de suínos são a presença de casca que possui altos
teores de celulose e sílica, os oxalatos e fitatos, que são fatores antinutricionais, além do
alto teor de fósforo.

O conteúdo de gordura deste subproduto é alto em ácidos graxos insaturados facilmente


peroxidáveis, como o ácido palmítico, linoléico e oléico. A peroxidação da gordura
reduz o valor nutricional do alimento, principalmente em relação à energia e às
vitaminas. Para contornar o problema, a adição de antioxidantes é fundamental.

Campos et al. (2002) avaliaram o efeito da inclusão do FAI para suínos em crescimento
e terminação, concluindo que a inclusão de 30% provocou menor ganho de peso e pior
conversão alimentar em relação à testemunha, porém sem alterar as características da
carcaça. Por outro lado, Bertol et al. (1990) verificaram que níveis crescente de FAI não
prejudicaram o desempenho, tendo o FAI substituído 100% do milho nas dietas de
suínos, nas fases de crescimento e terminação. Fireman (2000) suplementou dietas de
suínos em crescimento, contendo 50% de FAI, com as enzimas fitase e xilanase, e
observou que as enzimas sós ou combinadas, melhoraram a digestibilidade das dietas.
Este é mais um campo que a nutrição abre atualmente. O do uso de enzimas exógenas
para melhorar o aproveitamento do animal a ingredientes alternativos.

2.2 Farelo de Arroz Desengordurado (FAD)

O FAD representa aproximadamente 82% do peso do farelo de arroz integral. Apresenta


teores de proteína e fibra superiores e de gordura e energia digestível inferiores, quando
comparado ao milho. Devido ao baixo teor de gordura, não apresenta problemas de
deterioração, observados no farelo de arroz integral.

Em regiões orizícolas tradicionais, os subprodutos do arroz são comumente utilizados


na alimentação animal. No Rio Grande do Sul, destaca-se a produção de arroz irrigado,
com uma produção média anual de 7,8 milhões de toneladas (CONAB, 2009). No
beneficiamento para o consumo humano, são obtidos 6,5% de FAD, totalizando assim
507 mil toneladas anuais no estado. O FAD contém aproximadamente 15,5% de
proteína, 24,3% de fibra em detergente neutro, 15,8% de fibra em detergente ácido,
1,6% de extrato etéreo e 2530 e 2450 kcal/kg de dieta de energia digestível e
metabolizável, respectivamente. Tais valores justificam a inclusão desse subproduto na
matriz nutricional de suínos em crescimento e terminação (Rostagno et al., 2005). No
entanto, existem algumas limitações no uso do FAD na alimentação de suínos. O alto
teor de fibra aumenta a taxa de passagem do alimento no trato gastrintestinal reduzindo
a absorção dos nutrientes (Le Goff, 2002). Além disso, Malathi & Devegowda (2001)
descrevem que a porção fibrosa do FAD é constituída principalmente por
polissacarídeos não-amiláceos estruturais (PNA). Efeitos negativos dos PNA sobre a
digestibilidade acontecem devido ao aumento da viscosidade do conteúdo intestinal, o
que reduz a interação enzima/substrato pela diminuição da taxa de difusão dos
nutrientes na luz intestinal e pela complexação com as enzimas digestivas (Bedford,
2000). O FAD ainda contém cerca de 80% de todo o fósforo sob a forma de ácido fítico,
o que indisponibiliza além do próprio fósforo, uma série de outros nutrientes, podendo
formar sais insolúveis com minerais e complexos com proteínas, além de diminuir a
atividade das enzimas proteolíticas (Selle et al., 2000). Em estudo desenvolvido com
suínos nas fases de crescimento e terminação, alimentados com dietas contendo 30% de
FAD, Ludke et al. (2002) demonstraram uma redução no ganho de peso dos animais. Já
Warren & Farrell (1990) afirmaram que as dietas com até 30% de FAD resultam em um
aceitável desempenho dos suínos quando o consumo de energia digestível for constante.

Kunrath (2010), em recente trabalho desenvolvido no LEZO-UFRGS estudou o valor


nutricional do FAD na alimentação de suínos nas fases de crescimento e terminação.  O
valor de EM obtido foi de 2429 kcal/ kg, na fase de crescimento, e de 2293 kcal/kg, fase
de terminação, respectivamente. O autor também observou que a metodologia para
avaliar a energia e a digestibilidade dos nutrientes pode ser determinante para os valores
obtidos, o que traz alguns questionamentos quanto aos valores das tabelas de
composição.

De uma forma geral pode-se dizer que o uso do FAD na alimentação de suínos é
limitado pelo alto teor de fibra bruta e de fósforo, podendo ser incluído em até 30% nas
dietas de crescimento e terminação.

2.3  Quirera de Arroz (QA)

A QA é composta por grãos defeituosos e quebrados após o polimento para consumo


humano, representando cerca de 10% do total processado. Pode ser encontrada em graus
variados de limpeza e os principais contaminantes são cascas de arroz, sementes de
capim-arroz (Equinocloa spp) e angiquinho (Aeschinomene spp).   Possui valor
nutricional semelhante ao milho para suínos, podendo ser utilizado sem restrições nas
dietas de suínos em crescimento e terminação.

A QA é um produto de alta qualidade que possui níveis protéicos e de energia


metabolizável semelhantes aos do milho. Embora apresente um nível de gordura inferior
ao do milho, a QA compensa essa característica com elevado teor de amido (Rostagno
et al., 2005). Segundo o mesmo autor, o milho apresenta  energia bruta superior à da
QA (3925 x 3821kcal/kg), porém o nível de energia metabolizável aparente para suínos
é levemente superior na QA (3491 x 3340 kcal/kg), o que denota um melhor
aproveitamento do ingrediente pelo animal. Ainda comparada ao milho, a QA apresenta
um nível de fibra bruta inferior e de lisina e metionina levemente superiores, permitindo
a formulação de dietas com menor nível de aminoácidos sintéticos, reduzindo o custo da
ração. Um ponto a ser ressaltado é o nível de triptofano mais elevado. Dependendo dos
demais ingredientes, a dieta, em função da quirera, poderá apresentar excesso desse
nutriente, desencadeando a liberação de serotonina e inibindo o consumo de alimento.

Uma das grandes vantagens da utilização de QA na dieta dos suínos é a ausência ou o


nível muito reduzido de micotoxinas, devido à forma de colheita e processamento do
arroz (Butolo, 2002). As aflatoxinas levam à degeneração gordurosa hepática e induzem
diversas alterações, principalmente o aumento da atividade das enzimas, coagulopatias e
diminuição na produção de proteínas. Marin et al. (2002) sugerem que as aflatoxinas
afetam não só o fígado dos monogástricos, mas também o intestino, os rins e o baço.

Kiefer & Quadros (2006) avaliaram o desempenho (Tabela 1) e as características


quantitativas da carcaça de suínos (Tabela 2), nas fases de crescimento e terminação,
quando alimentados com dietas contendo QA em substituição ao milho.

Tabela 1: Peso inicial (PI), peso final (PF), ganho de peso diário médio (GMD),
consumo de ração diário médio (CDM) e conversão alimentar (CA) de suínos nas fases
de crescimento e terminação, alimentados com diferentes níveis de QA em substituição
ao milho.

Tabela 2: Peso de carcaça quente (PCQ), rendimento de carcaça quente (RCQ),


espessura de toucinho (ET), profundidade de músculo (PM) e percentagem de carne
magra (CM) na carcaça de suínos alimentados com diferentes níveis de QA em
substituição ao milho.

Como conclusão, a QA pode substituir totalmente o milho nas dietas de suínos nas fases
de crescimento e terminação, sem prejudicar as características quantitativas da carcaça,
com melhorias , inclusive, na conversão alimentar.

3.  Trigo (Triticum spp.)

O trigo é uma gramínea de inverno muito importante pela sua tradição milenar de
cultivo e consumo humano e por seu valor nutricional como alimento. O trigo e seus
produtos podem ser caracterizados da seguinte forma, de acordo com Butolo (2002):

1. Grão integral de trigo moído: consiste no grão do trigo moído.


2. Farelo de trigo: é o produto obtido do processamento industrial do trigo.
Farelo de gérmen de trigo: consiste do gérmen e outras pequenas
partículas resultantes do processamento industrial do grão de trigo
integral para obtenção da farinha de trigo para consumo humano.
3. Remoído de trigo: é o produto obtido no processamento do grão de trigo,
constituído de uma mistura de farelo, gérmen e farinha de trigo.
4. Triguilho: são grãos pouco desenvolvidos, mal granados ou chochos,
resultantes de lotes cujo peso específico é menor que o exigido para
moagem, ou produto resultante da classificação do trigo após a
eliminação de impurezas.

Em geral, a composição do trigo é mais variada que a dos cereais. A proteína do trigo é
superior à do milho em concentração, qualidade e composição aminoacídica.  A
suplementação com lisina e treonina pode reduzir o uso de farelo de soja, nas fases de
crescimento e terminação. No aspecto da energia, o amido representa 60% do grão
(25% amilose e 75% de amilopectina). Apresenta, segundo Rostagno et al. (2005), teor
de energia digestível semelhante ao milho. A energia metabolizável, entretanto, é cerca
de 10% inferior. O trigo contém entre 1 a 2% de lipídios, enquanto que o milho tem
3,7%, em média.

Como fatores antinutricionais, o farelo de trigo possui pentosanas (PNA) e inibidores de


tripsina e quimiotripsina. Os níveis destes fatores antinutricionais podem limitar sua
inclusão na ração de suínos, em substituição ao milho, uma vez que o desempenho dos
animais pode ser prejudicado devido ao pior aproveitamento dos nutrientes das rações.
Fialho et al. (1998) encontraram a seguinte composição para o farelo de trigo:
MS=74,4%; PD=11,38%; ED=2520 Kcal/kg e EM= 2305 Kcal/kg.

Pode-se recomendar a utilização de níveis de até 30% de farelo de trigo nas dietas de
suínos em crescimento e terminação.

4.  Triticale (Triticosecale rimpaui Wittm)

O triticale apresenta teor protéico 22% mais alto que o do milho, com um perfil melhor
de aminoácidos, principalmente lisina (NRC, 1998). Algumas variedades têm níveis de
lisina 50% mais elevados que o milho, diminuindo em até 3% a inclusão de farelo de
soja nas dietas de suínos.

Existem algumas limitações para o uso do triticale na alimentação de suínos devido aos
polissacarídeos não amiláceos (PNA). No entanto, a adição de complexos
multienzimáticos como celulases, hemicelulases e xilanases pode viabilizar a
substituição do milho por triticale em rações de suínos. Hauschild e colaboradores
(2008) verificaram que a inclusão de até 60% de triticale em dietas para suínos em
crescimento, não afetou a digestibilidade dos nutrientes, a energia digestível e
metabolizável e o balanço do N, mas reduziu a proteína digestível aparente. Já a adição
de enzimas melhorou a digestibilidade da proteína em dietas com 30 e 60% de inclusão
de triticale.  

5.  Ervilha (Pisum sativum)

O grão de ervilha é uma cultura de inverno pouco utilizada em rações de suínos e aves
no Brasil devido à falta de informações sobre o valor nutricional do grão e da pouca
disponibilidade para comercialização. Entretanto, essa leguminosa pode se constituir em
excelente alimento para os animais, reduzindo o custo das rações. A ervilha apresenta
duas características que a tornam altamente desejável: é uma rica fonte de aminoácidos
e não apresenta níveis consideráveis de fatores antinutricionais, não requerendo
processamento térmico para sua utilização, ao contrário de outras leguminosas, como a
soja. Essa vantagem faz da ervilha uma excelente opção de produção de alimento no
inverno. Além de proporcionar cobertura do solo e incorporar nitrogênio ao mesmo, a
ervilha pode se constituir em fator decisivo para aumento da rentabilidade dos sistemas
de produção de suínos, especialmente nas propriedades familiares, constituindo-se em
fator importante para aumentar a sustentabilidade desses sistemas.

Vieira et al. (2003) concluíram que o grão de ervilha da sub-espécie hortense, cultivar
Alfetta, é uma alternativa viável na alimentação de suínos em fase de crescimento. A
inclusão deste grão até o nível de 40% não prejudicou o desempenho animal. Na
formulação de rações com ervilha para suínos desta categoria, são sugeridos valores de
energia digestível e metabolizável aparentes de 3.968 e 3.723 kcal por kg de matéria
seca, respectivamente.

Para Lima et al. (2002), a ervilha tem excelentes possibilidades de ser utilizada em
rações de suínos em substituição ao milho (3420 kcal EM/kg e 0,24% de lisina) e ao
farelo de soja (3309 kcal EM/kg e 2,77% de lisina), sugerindo valores médios de
energia metabolizável de 3256 kcal/kg e de lisina de 1,51%.

6.  Glicerol

O glicerol é uma substância solúvel em água, viscosa, sem odor e com sabor doce. É
derivado tanto de fontes naturais (constitui cerca de 10% dos triglicerídeos das gorduras
animais e dos óleos vegetais), quanto da indústria petroquímica. É obtido de
triglicerídeos a partir do processo de produção de sabões, com o isolamento dos ácidos
graxos e, atualmente, pela transesterificação, durante a obtenção do biodiesel. Para cada
litro de biodiesel produzido, aproximadamente 80 g de glicerol são obtidos (Kerr et al.,
2008).

A eficiência do processo de produção de biodiesel estabelece, de maneira indireta,


variações nos valores de energia bruta do glicerol. Quanto melhor o processo, menor a
concentração de energia do mesmo. Além das variações na energia, deve-se dar atenção
aos teores de sódio e metanol. O resíduo de metanol pode ser um problema, quando
encontrado no glicerol. No metabolismo, o metanol se transforma em formiato, que
afeta o sistema nervoso central, causando vômito, severa acidose metabólica, cegueira e
ação sobre o sistema motor. Kerr et al. (2008) incluíram na dieta 10% de glicerol com
0,32% de metanol (320 ppm de metanol) não encontrando sintomas de intoxicação por
formiato.

Os estudos desenvolvidos com suínos na fase de engorda indicaram que o glicerol é


altamente palatável e digestível, podendo ser adicionado em até 10% da ração sem
comprometer desempenho (Kijora et al., 1995; Kerr et al., 2008; Berenchtein, 2008;
Henn & Zanin, 2009).  Além disso, pode trazer benefícios à qualidade da carne dos
animais, particularmente, pela maior capacidade de retenção de água no
músculo Longissimus dorsi  (Berenchtein, 2008;  Mourot et al.,1994).

Holtkamp et al. (2007) relataram que o glicerol proveniente da produção de biodiesel


contém aproximadamente 85% de glicerol, 10% de água e 3 a 7% de sais. Possui
energia bruta na faixa de 3600 a 3750 kcal/kg, dependendo de sua pureza (glicerol puro
contém 4305 kcal/kg de energia bruta).  Para suínos em crescimento, Lammers  et  al. 
(2008)  obtiveram,  para  uma  glicerina com 87% de glicerol, EM de 3207 kcal/kg.
Estes autores realizaram 5 ensaios, cujos resultados estão resumidos na Tabela 3. No
ensaio com leitões (11 kg), houve efeito do nível de inclusão da glicerina na EM (5% -
3601 Kcal EM/Kg; 10% - 3239 Kcal EM/Kg e 20% - 3579 Kcal EM/Kg), isto é, o nível
de inclusão altera a EM do ingrediente, o que torna-se um fato complicador no uso deste
ingrediente.

Tabela 3: Valores para a energia metabolizável (EM) do glicerol para suínos de


diferentes pesos (Lammers  et  al. 2008)

7.  DDGS (dried distiller grains with solubles)

A produção de etanol está aumentando consideravelmente no mundo todo, a partir da


fermentação de açúcares de diversas matérias primas. Os resíduos secos e solúveis de
destilaria (DDGS) são os subprodutos resultantes desse processo (Fialho et al., 2009),
correspondendo a aproximadamente 30% do cereal empregado. Alimentos ricos em
açúcar ou amido apresentam maior rendimento para a produção de etanol. Nos Estados
Unidos, atual maior produtor de etanol, o milho é o principal alimento usado como
substrato. No Canadá e na Europa, usa-se mais o trigo e a cevada. No Brasil, segundo
maior produtor mundial de etanol, a produção se dá à base da cana-de-açúcar.
Entretanto, comparada aos grãos utilizados em outros países, a cana-de-açúcar, após
produção de álcool, apresenta baixo valor nutritivo para os suínos.

Um aspecto importante na avaliação de DDGS é a sua composição em macro e


microelementos. Como o DDGS corresponde a aproximadamente 1/3 do valor total do
milho, tendo os outros 2/3 sido transformados em etanol e dióxido de carbono, as
concentrações de minerais deveriam ser aproximadamente três vezes àquelas do grão de
milho, o que pode tornar-se uma limitação no seu uso.         Os DDGS de alta qualidade
apresentam valores de energia digestível e metabolizável semelhantes aos do milho. De
acordo com o NRC (1998), os valores de ED e EM do DDGS de milho para suínos são
3200 e 2820 kcal/kg, respectivamente.

O efeito da inclusão de DDGS de milho em dietas de suínos em crescimento e


terminação foi estudado por Withney et al. (2006). As dietas tiveram níveis similares de
lisina, cálcio e fósforo, sendo que os DDGS foram incluídos em 0, 10, 20 e 30%. Os
níveis de 20 e 30% de inclusão comprometeram o ganho de peso, mas não afetaram o
consumo de alimento. Entretanto, o nível de 30% comprometeu a eficiência alimentar, a
espessura de lombo e a firmeza da carcaça. Por outro lado, espessura de toucinho e
percentagem de carne magra não foram afetados pelos níveis de DDGS.  
Em termos de limitações deste ingrediente, podemos citar que as micotoxinas presentes
na matéria-prima serão concentradas no DDGS e que a pequena qualidade das proteínas
do DDGS exige uma atenção especial  aumentando a suplementação de aminoácidos e
assim o custo da alimentação total.

8.  Sorgo (Sorgum vulgare)

O sorgo encontra-se entre os cereais mais cultivados no mundo, usado na produção de


amido industrial, farinha, cerveja e óleo comestível. Também é usado na alimentação
animal, onde nas dietas de suínos pode substituir parcial ou totalmente o milho como
fonte energética. O grão de sorgo apresenta teor de proteína de 8 a 9%, geralmente um
pouco superior ao do milho. De acordo com Fialho et al. (2009), o sorgo apresenta
menor digestibilidade, uma vez que a proteína e o amido do endosperma estão ligados
às prolaminas e que possui 5,6% de polissacarídeos não-amiláceos (PNA), divididos
entre os arabinoxilanos (4,6%) e os ß-glucanos (1,0%). Entretanto, como o custo do
sorgo é cerca de 20% menor em relação ao milho, com valor biológico de 95% do
segundo, o sorgo pode substituir em até 100% o milho nas dietas de suínos, sem
prejudicar o desempenho dos animais. Segundo Marques et al. (2007), a substituição em
até 50% do milho não influi na digestibilidade das dietas e no metabolismo dos animais.

O sorgo produz compostos fenólicos que servem como proteção para a planta contra
infecções e pássaros. Um desses compostos é o tanino, o qual apresenta-se como um
fator anti-nutricional especialmente para monogástricos. O tanino é responsável pela
inibição de algumas enzimas presentes no sistema digestivo, diminuindo assim a
absorção dos nutrientes através da parede intestinal (Fialho et al., 2009).  O tanino,
presente no pericarpo dos grãos de sorgo,  apresenta-se de duas formas: condensado e
hidrolisável. Os primeiros são resistentes à hidrólise  e esta característica é que é
responsável pela inibição de enzimas no sistema digestivo. O maior problema que o
tanino pode causar, quando presente, é a complexação com proteínas, o que acaba
prejudicando a digestibilidade, e também modifica a palatabilidade (sabor adstringente).
Segundo Fialho et al. (2009), o milho pode ser substituído na proporção de 100% e 85%
pelo sorgo de baixo tanino e alto tanino respectivamente. Se estiver disponível na
região, em rações de mínimo custo, a substituição do sorgo pelo milho é viável quando
o preço do sorgo for 15% a 20% inferior ao do milho.

9.  Milheto (Pennisetum glaucum L.)

O grão de milheto tem sido estudado e utilizado em substituição ao milho na


alimentação de suínos, tendo em vista o crescimento desta cultura no Brasil e sua boa
adaptação às condições climáticas brasileiras. Embora o milheto apresente menor valor
de energia digestível que o milho, sua inclusão em rações para suínos tem sido
considerada opção viável economicamente. O teor protéico do milheto é um fator
bastante interessante do ponto de vista econômico, uma vez que é superior ao milho e ao
sorgo (Adeola & Orban, 1995). Estes autores obtiveram valores de proteína bruta de
11,4% para o milho e 15,0 e 16,6% para as duas variedades de milheto testadas, valores
33 e 48% mais elevados. O milheto possui ainda maior quantidade de aminoácidos
essenciais que o milho, inclusive a lisina, principal aminoácido limitante nas dietas
compostas por milho e farelo de soja.  
Segundo Bastos et al. (2002), a inclusão de até 60% de milheto em rações para suínos,
nas fases de crescimento e terminação, não provocou redução no desempenho, nem
alterou as características de carcaça. Bastos et al. (2006)   concluíram que quando o
custo do milheto corresponde a 70% do valor do milho, a inclusão do milheto em níveis
de até 75% em rações para suínos nas fases de crescimento e terminação é  economica e
nutricionalmente viável.

10.  Germe de milho desengordurado

Este alimento é um subproduto da industrialização do milho para retirada do amido por


via úmida. Durante o processo, o milho é umedecido para amaciar a semente e facilitar
a separação do glúten, proteína e gérmen. Após a remoção do gérmen, restam apenas o
glúten, o amido e a casca do milho (Patience et al., 1995). Aproximadamente, 25% da
composição do germe de milho é óleo (Ohiocorn, 2000). Logo, o farelo de gérmen de
milho desengordurado é obtido da extração do óleo. Segundo Honeymann (1989),
citado por Trindade Neto et al. (1995), para cada 100 kg de milho em grãos, são
produzidos 62 a 68 kg de amido, 3 kg de óleo, 3,2 kg de farelo de germe, 20 kg de
glúten e 4,5 kg de farelo de glúten.

Buttolo et al. (2000), trabalhando com frangos de corte, determinaram que a EM do


germe foi de 2393 kcal/kg, cerca de 68% do valor do grão de milho. Moreira et al.
(2002) observaram ED e EM, para suínos em crescimento e terminação, de 3060
kcal/kg e 2949 kcal/kg, respectivamente.  

Soares et al. (2004), utilizando suínos nas fases de crescimento e terminação,


verificaram que a inclusão de germe em até 30% não afetou o desempenho e
características de carcaça.  Segundo Moreira et al. (2002) se o preço do germe for 80%
do preço do milho, o nível de 15% de inclusão será o mais econômico, tanto para a fase
de crescimento quanto para a fase de terminação. 

   

11. Farinha de Bolacha  

A farinha de bolacha é um subproduto da indústria alimentícia humana. Seu uso tornou-


se possível devido ao seu valor energético e sua palatabilidade.   Santos et al. (2005)
analisaram uma farinha de bolacha que continha 89% de MS, 8,2% de PB e 4350
kcal/kg de EB.  Em um ensaio de metabolismo, Barbosa et al. (1999), usando suínos
machos castrados, determinaram 3363 e 3315 kcal/kg de ED e EM para o resíduo de
Bolacha Maisena, mostrando-se desta forma um potencial substituto do milho.

12. Considerações Finais

Sempre que houver a possibilidade de uso de um alimento alternativo, em função de


disponibilidade, baixo custo, facilidade de transporte, é necessário conhecer seu valor
nutricional e a presença de fatores anti-nutricionais. Sempre que houver processamento
de algum sub-produto, envolvendo temperatura, pressão e tempo de atuação dos dois
primeiros fatores, deve-se pensar em variabilidade na composição nutricional do
ingrediente. Neste caso, análises tanto bromatológicas, e in vivo (ensaios de
digestibilidade) devem ser exigidas. A padronização de processos, portanto, é uma meta
a ser buscada e a fidelização entre fornecedor da matéria prima e produtor pode vir a ser
um fator decisivo para a melhoria continua dos processos. A forma como o ingrediente
se encontra também é outro fator decisivo na utilização de ingredientes alternativos.
Alta umidade e alta gordura são fatores que levam facilmente à deterioração dos
ingredientes e  nos respectivos casos secagem extra e uso de anti-oxidantes  precisam
entrar no cálculo do custo de utilização.

Concluindo, alternativas ao milho e à soja há. Mas a decisão de usá-los depende de


inúmeros fatores difíceis de serem incluídos numa equação simplificada.

Manejo alimentar de suínos: matrizes em lactação


Na suinocultura, há fatores determinantes para a quantidade de ração a
ser fornecida às matrizes em lactação
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As matrizes suínas em lactação produzem leite em qualidade e quantidade
necessárias ao bom desenvolvimento dos leitões. O pico de produção de
leite das fêmeas suínas ocorre na terceira semana de lactação, fase em que
os cuidados com a alimentação devem ser mais criteriosos. Na verdade, as
porcas em lactação devem receber ração em quantidade suficiente para
suprir suas necessidades nutricionais.

Graças ao melhoramento genético, as fêmeas suínas passaram a produzir


maior volume de leite e gerar mais leitões. Atualmente, uma matriz gera até
12 leitões e produz cerca de dez litros de leite, todos os dias, principalmente
do sétimo ao 20° dia de lactação. Por esse motivo, ela deve consumir 8 kg
de ração diariamente. Mas não é isso que acontece na prática. Geralmente,
a porca em lactação recebe apenas 5 kg de ração. O restante ela compensa
com suas reservas de gordura corporal.

No caso de fêmeas suínas primíparas, essa prática é ainda mais prejudicial,


pois elas estão em fase de lactação e crescimento ao mesmo tempo. Com
isso, o esforço para repor suas reservas de gordura corporal será ainda
maior quando comparado a fêmeas suínas mais velhas. Como resultado, a
vida reprodutiva das matrizes primíparas será comprometida de forma
bastante significativa.

O recomendado é fornecer às matrizes em lactação ração equivalente a 1%


do seu peso vivo, além de ½ kg a mais para cada leitão amamentado. Dessa
forma, a fêmea em lactação não perde peso em excesso, além de o retorno
do cio vir mais rápido. Da mesma fora, porcas em lactação, que recebem
um bom manejo alimentar, melhoram o seu desempenho no parto. Sem
falar que o desmame dos leitões ocorre em melhores condições.

Fatores determinantes para a quantidade de ração a ser fornecida às


matrizes em lactação:
->Quanto maior a ninhada de leitões, maior deve ser o consumo de ração;
->Quanto maior a produção de leite, maior deve ser o consumo de ração;
->No pico de produção de leite, a porca deve receber maior quantidade de
ração;
->Fêmeas suínas lactantes mais velhas devem receber maior quantidade de
ração;
->Fêmeas suínas Duroc consomem mais ração que as fêmeas Large White e
Landrace;
->Em temperaturas acima de 20°C, as matrizes em lactação consomem
menos ração;
->Temperaturas altas (acima de 20°C) reduzem a produção de leite das
matrizes;
->Temperaturas altas (acima de 20°C) reduzem o peso dos leitões ao
desmame;
->Matrizes em lactação devem consumir entre 20 e 50 litros de água por dia;
->Quanto menor o consumo de água, menor o consumo de ração e menor a
produção de leite
FATORES DETERMINANTES DO RENDIMENTO DE
CARNE MAGRA
Leandro Hackenhaar
1
Eng. Agrônomo (ESLAQ/USP)
Mestre em Ciência Animal (ESALQ/USP)
Nutricionista (Tortuga Cia. Zootécnica Agrária)
1 Introdução
A suinocultura é uma atividade dinâmica e que vem usufruindo de várias
tecnologias desenvolvidas nos diversos setores do conhecimento humano (nutrição,
construções, ambiência, eletrônica, etc.). Nos últimos anos, por exemplo, foram
incorporados nas linhas de abate equipamentos que permitem a quantificação
da
carne presente nas carcaças dos animais abatidos.
A viabilização econômica destes processos de leitura da espessura de toucinho e
de lombo permitiu que se concretizasse uma antiga reivindicação dos suinocultores,
ou seja, o pagamento por tipificação de carcaça. Beneficiando, assim, os bons
produtores que sempre buscaram aperfeiçoar-se em genética, manejo e nutrição.
Infelizmente, ainda não estão sendo beneficiados todos produtores de suínos do
Brasil. Contudo, pelos grandes benefícios que traz para a atividade e pela redução de
custos dos equipamentos, brevemente, a tipificação de carcaças deve passar a fazer
parte do dia a dia de todos os suinocultores do país.
Enquanto isto ainda não acontece, os produtores das regiões ainda não
beneficiadas, já deveriam se preparar para a chegada da tipificação, pois os benefícios
de produzir-se uma carcaça com menos gordura não param apenas no pagamento da
bonificação, que pode chegar a até 20% de acréscimo sobre o preço de mercado do
suíno.
Produzir gordura custa caro! Portanto, fazer um animal com menos gordura é mais
barato do que produzir um suíno com muita banha. Por exemplo, para produzir um
quilograma de gordura é necessário quatro vezes mais alimento do que para produzir
um quilo de carne.
Além de tudo isto, o produtor não deve esquecer do consumidor. Este aspecto
é de fundamental importância, pois sabemos do potencial que existe no Brasil para
aumentar o consumo de carne suína e, sabemos também, que o consumidor deseja
uma carne com pouca gordura.
O setor, portanto, não pode ir contra as exigências do mercado e desperdiçar este
enorme potencial de crescimento. Isto irá beneficiar a todos, inclusive, o consumidor
que terá a sua disposição uma carne nutritiva, saudável, barata e muito saborosa.
1
Dados baseados no livro "Swine Nutrition Guide", 1995,
publicado em Saskatchenwan/Canadá e de autoria de J.F. Patience, P.A. Thacker e C.F.M de Lange.
1

Características do desenvolvimento dos suínos


Quando o suíno nasce, a porção de músculo representa mais da metade do peso
corporal. A gordura representa apenas 5 a 10% do total (Figura 1). Contudo, no animal
adulto o tecido adiposo passa a representar quase metade do corpo.
O suíno, no entanto, é abatido bem antes de chegar ao peso adulto. O abate
ocorre normalmente num ponto próximo a metade do peso adulto, no momento em
que a curva de crescimento começa a declinar.
A proporção entre carne e gordura, no entanto, pode ser alterada quando adotadas
algumas medidas adequadas de manejo. Por isto, o suinocultor deve prestar a
atenção
tanto na velocidade de crescimento, como também, no tipo de tecido que o animal
está
depositando (gordura ou carne).
O objetivo do suinocultor, portanto, é encontrar formas de minimizar a deposição
de gordura. Para isto, é interessante conhecer um pouco sobre a forma dos suínos
crescerem.
2
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0
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%
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57
%
G
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r
a
7
%

Figura 1
— Composição corporal do suíno em diferentes idades
2.1 Manutenção
Mesmo sem crescer, os animais necessitam de certa quantidade de alimento para
manter as funções vitais do organismo, como: circulação, respiração e digestão.
Apenas os alimentos que excederem as necessidades de manutenção é que serão
utilizados para crescimento muscular e deposição de gordura (Figura 2).
A quantidade de alimento necessário para a “manutenção” é variável. Contudo esta
quantidade é sempre menor quanto melhores forem as condições oferecidas para os
animais (temperatura, sanidade, espaço, etc.).
Por outro lado, sabendo que uma certa quantidade de alimento sempre é
necessária para a “manutenção”, deve-se procurar fazer com que o animal
cresça
o mais rápido possível. Desta forma, a quantidade de alimento necessária para a
manutenção é diluída. Por exemplo, se o animal cresce 200g/dia ou 400g/dia,
a
quantidade de ração para manutenção praticamente não se altera. Assim, a conversão
alimentar do suíno crescendo 400g/dia será bem melhor do que daquele crescendo
mais lentamente.
NUTRIÇÃO
ANIMAL:
ENTENDA A
A L I M E N TA Ç Ã O
C O R R E TA D O S
S U Í N O S P O R FA S E
Por Granter14 de dezembro de 2020Sem comentários
Atualmente, a carne suína é a proteína mais consumida do mundo. Com
participação fundamental nesse índice, o Brasil segue como o quarto maior
produtor e exportador, com perspectivas positivas para o futuro diante do cenário
mundial e considerando a modernização das granjas e indústrias.
De acordo com levantamentos do Departamento de Agricultura dos Estados
Unidos (USDA), a previsão era de que no ano de 2020 a produção mundial de
suínos registraria uma queda de 10% em relação a 2019. No entanto, as
expectativas para o mercado brasileiro foram positivas, com previsão de
crescimento de 5% do ano anterior para o atual, com aumento de 15% das
exportações.
Esse cenário favorece os produtores e as indústrias de suínos do Brasil, pois gera 
oportunidades de parcerias para abastecer o mercado mundial e para receber em
dólar pela produção e beneficiamento. 
No entanto, é importante ressaltar que para poder atender ao mercado nacional e
internacional com êxito, os produtores e integradoras devem estar sempre em
busca de estratégias para reduzir os custos de produção e aumentar a
produtividade e o ganho de peso dos animais. 
Para isso, vale a pena entender melhor as fases da nutrição animal e
colocar inovações em prática para otimizar essas etapas. Quer saber mais sobre
como melhorar o retorno desse investimento e garantir a nutrição animal? Então
continue a leitura e confira!

QUAIS SÃO AS
CATEGORIAS
PRODUTIVAS DOS SUÍNOS
Em cada fase produtiva os suínos apresentam necessidades nutricionais
diferentes e específicas. Logo após o desmame, os produtores devem planejar
as etapas de creche, crescimento e terminação de acordo com essas exigências
nutricionais.
Desse modo, ele conseguirá estimular o bom desenvolvimento dos animais e
criar um ambiente favorável para reduzir perdas com doenças ou mortes. Afinal,
investir na nutrição animal é investir também no bem-estar, na saúde e na
qualidade de vida dos mesmos – o que também tem grande influência no
desempenho geral do plantel.
Creche
A fase da cresce se inicia logo após o desmame dos leitões. A troca de ambiente,
a separação da mãe, as modificações na dieta e o reagrupamento dos suínos tende
a aumentar o estresse entre eles, o que exige um maior cuidado nessa etapa.
Do ponto de vista nutricional essa também é uma fase delicada, pois os animais
precisam deixar a alimentação líquida e se adaptar a uma alimentação sólida. Em
geral, essa mudança acontece quando os leitões completam 21 dias, podendo se
estender até 28 dias caso o peso ideal para o desmame não tenha sido atingido.
Crescimento
Após a creche, os animais são então conduzidos para a fase de crescimento. Eles
são conduzidos para essa etapa quando atingem a idade de 63 a 70 dias de vida e
ficam nela até completar de 100 a 110 dias.
Essa classificação também pode ser feita pelo peso do animal, iniciando a fase
quando atingem de 25 a 29 kg e saindo dela ao alcançarem a marca de 55 a 65
kg.
Nessa etapa, é necessário haver uma maior exigência nutricional e atenção com
a escolha da qualidade e composição das rações, pois nesse período os animais
passam por um processo de crescimento do tecido magro, 
Terminação
Por fim, os suínos seguem então para a fase de terminação. Nesse momento os
animais serão alimentados com o objetivo de alcançarem as exigências
necessárias para serem comercializados no mercado nacional ou internacional.
Na fase de terminação estão concentrados os maiores custos com nutrição
animal de toda a cadeia, pois o objetivo é o ganho de peso para o abate. O abate
pode acontecer por idade ou por peso, sendo de 130 a 140 dias ou de 90 a 100 kg,
e no caso dos suínos pesados de 163 a 170 dias ou 115 a 130 kg.
QUAL O TIPO IDEAL DE
ALIMENTAÇÃO DE
ACORDO COM A FASE
PRODUTIVA PARA A
NUTRIÇÃO ANIMAL
Os custos com a nutrição animal são os mais representativos dentro do custo total
de produção, podendo representar cerca de 70% do valor total dos investimentos
na pecuária. Considerando isso e com o objetivo de garantir a rentabilidade
máxima da suinocultura, os cuidados com a alimentação devem ser planejados
para garantir a nutrição dos suínos com o menor custo possível.
Entender a importância da alimentação em cada uma das fases produtivas é o
primeiro passo para conseguir alcançar esse equilíbrio de maneira eficiente
e melhorar a produtividade, o vigor, a saúde e o ganho de peso dos animais. 
Creche
Considerando que os animais chegam na creche consumindo apenas alimentação
líquida, a nutrição animal nessa etapa precisa ser planejada para a adaptação do
organismo dos leitões às rações. Nesse cenário, é importante optar por produtos
com um alto coeficiente de digestibilidade.
A digestibilidade da ração representa o nível de aproveitamento que o animal
terá dos nutrientes e aminoácidos que estão inseridos na composição. Para que o
sistema digestivo consiga se adaptar de maneira mais eficiente e rápida sem
sofrer deficiências nutricionais, é essencial escolher rações enriquecidas, de
qualidade e com um bom percentual de digestibilidade e palatabilidade.
Como exemplo de ingredientes digestíveis e palatáveis para a alimentação de
leitões, podemos destacar: 
 Farinha de peixe;
 Soro de leite;
 Leite em pó;
 Farinha de vísceras de aves;
 Farinha de penas;
 Proteína hidrolisada de frango;
 Minerais orgânicos;
 Leveduras;
 Concentrado proteico de soja.
Crescimento 
A nutrição animal na fase de crescimento e engorda dos suínos tem grande
impacto na qualidade da carne que será produzida e comercializada. Devido
ao maior crescimento do tecido magro, a tendência é que os animais consumam
menos ração do que o necessário para a demanda nutricional do organismo nesse
momento.
Por isso, o planejamento alimentar deve incluir rações com alto teor proteico e
bom conteúdo energético. Para estimular o consumo dos suínos, a ração
também deve manter um alto índice de palatabilidade.
A textura da ração também pode ter grande influência na fase de crescimento.
Podem ser oferecidos alimentos em farelo, triturados ou peletizados. No entanto,
os animais tendem a preferir texturas úmidas ou líquidas.
Além de ser mais atrativa e palatável, a alimentação líquida também melhora a
conversão alimentar e o ganho de peso nessa etapa.
Terminação
Na etapa de terminação as necessidades nutricionais dos animais podem variar de
acordo com o peso, a idade, o sexo e as especificações genéticas e sanitárias de
cada suíno. Para alcançar o potencial máximo de produtividade do plantel, o ideal
é optar por um manejo mais preciso, mantendo um bom controle e
monitoramento dos animais.
Essa fase, em relação às outras, é mais delicada por conta dos custos, uma vez
que os animais consomem muito, mas não convertem. Por isso, geralmente a
alimentação é livre apenas até os 70 dias da fase de terminação.
Por apresentar uma menor exigência nutricional, essa fase tende a ser o oposto da
fase de crescimento, ou seja, os animais passam a comer mais do que necessitam
para suprir suas necessidades. Para manter o equilíbrio da nutrição animal nesse
momento, é importante continuar oferecendo rações balanceadas e de
qualidade, objetivando o ganho de peso para o abate com o melhor custo-
benefício.
Na fase de terminação, podem ser oferecidas rações compostas por ingredientes
como:
 Milho;
 Sorgo;
 Triguilho;
 Resíduos agroindustriais, como cascas, bagaços, tortas e sementes.

NUTRIÇÃO ANIMAL DE
PRECISÃO: O QUE É E
QUAIS AS VANTAGENS
DESSE MÉTODO PARA A
PRODUÇÃO ANIMAL
Em resumo, a nutrição animal de precisão consiste no uso de tecnologias e dados
inteligentes para gerar uma dieta completa e com alta eficiência para suprir todas
as necessidades dos animais de acordo com as particularidades do plantel. Essas
informações podem ser geradas a partir de dispositivos, como sensores,
equipamentos tecnológicos e programas de software de gestão e/ou manejo.
Por garantir maior precisão na nutrição animal, a tecnologia e a
automação reduzem os riscos de doenças por baixa resistência, as deficiências
nutricionais e a taxa de mortalidade dos animais. Além disso, investir nas
inovações também ajuda a reduzir os custos de produção e os desperdícios.
Um ótimo exemplo de tecnologia acessível para produtores e agroindústrias que
desejam maximizar os lucros é a plataforma Meu Lote. Ela ajuda a integrar a
cadeia produtiva da suinocultura e melhora a comunicação e respostas dentro de
cada setor. 
Através da plataforma Meu Lote os produtores conseguem monitorar o
consumo de ração dos animais em cada um das fases produtivas e fazer
solicitações para a fábrica sem sair da propriedade. 
Também, é possível comparar o desempenho de cada ração no campo e como os
animais estão consumindo. Pode-se até mesmo identificar casos sanitários de
salmonella no alimento, por exemplo, para identificar rapidamente em qual lote
essa ração se encontra. 
Outra funcionalidade é a técnica de arraçoamento, onde é possível cadastrar a
dieta dos lotes, sugerindo a quantidade e o tipo de ração ideal para cada fase.
Além disso, garante que os animais recebam a dieta prevista obtendo melhoria
dos resultados de conversão alimentar e garantindo a nutrição.
Além de facilitar a comunicação, essa funcionalidade também gera um histórico
significativo para produtores e integradoras, pois registra a estimativa
de consumo de ração desde a creche a terminação para um cálculo preciso dos
custos com a nutrição animal. 
Desse modo, os gestores conseguem avaliar melhor a relação entre despesas e
receitas do plantel para aperfeiçoar o planejamento de maneira estratégica e
lucrativa. Ao garantir uma nutrição animal completa com o menor custo possível,
os produtores e agroindústrias conseguem extrair o melhor retorno de seus
investimentos e atender com êxito um mercado cada vez mais promissor.
Quer saber mais sobre como a plataforma Meu Lote pode beneficiar o seu
negócio? Então entre em contato conosco agora mesmo e descubra!

NUTRIÇÃO
ANIMAL:
ENTENDA A
A L I M E N TA Ç Ã O
C O R R E TA D O S
S U Í N O S P O R FA S E
Por Granter14 de dezembro de 2020Sem comentários
Atualmente, a carne suína é a proteína mais consumida do mundo. Com
participação fundamental nesse índice, o Brasil segue como o quarto maior
produtor e exportador, com perspectivas positivas para o futuro diante do cenário
mundial e considerando a modernização das granjas e indústrias.
De acordo com levantamentos do Departamento de Agricultura dos Estados
Unidos (USDA), a previsão era de que no ano de 2020 a produção mundial de
suínos registraria uma queda de 10% em relação a 2019. No entanto, as
expectativas para o mercado brasileiro foram positivas, com previsão de
crescimento de 5% do ano anterior para o atual, com aumento de 15% das
exportações.
Esse cenário favorece os produtores e as indústrias de suínos do Brasil, pois gera 
oportunidades de parcerias para abastecer o mercado mundial e para receber em
dólar pela produção e beneficiamento. 
No entanto, é importante ressaltar que para poder atender ao mercado nacional e
internacional com êxito, os produtores e integradoras devem estar sempre em
busca de estratégias para reduzir os custos de produção e aumentar a
produtividade e o ganho de peso dos animais. 
Para isso, vale a pena entender melhor as fases da nutrição animal e
colocar inovações em prática para otimizar essas etapas. Quer saber mais sobre
como melhorar o retorno desse investimento e garantir a nutrição animal? Então
continue a leitura e confira!

QUAIS SÃO AS
CATEGORIAS
PRODUTIVAS DOS SUÍNOS
Em cada fase produtiva os suínos apresentam necessidades nutricionais
diferentes e específicas. Logo após o desmame, os produtores devem planejar
as etapas de creche, crescimento e terminação de acordo com essas exigências
nutricionais.
Desse modo, ele conseguirá estimular o bom desenvolvimento dos animais e
criar um ambiente favorável para reduzir perdas com doenças ou mortes. Afinal,
investir na nutrição animal é investir também no bem-estar, na saúde e na
qualidade de vida dos mesmos – o que também tem grande influência no
desempenho geral do plantel.
Creche
A fase da cresce se inicia logo após o desmame dos leitões. A troca de ambiente,
a separação da mãe, as modificações na dieta e o reagrupamento dos suínos tende
a aumentar o estresse entre eles, o que exige um maior cuidado nessa etapa.
Do ponto de vista nutricional essa também é uma fase delicada, pois os animais
precisam deixar a alimentação líquida e se adaptar a uma alimentação sólida. Em
geral, essa mudança acontece quando os leitões completam 21 dias, podendo se
estender até 28 dias caso o peso ideal para o desmame não tenha sido atingido.
Crescimento
Após a creche, os animais são então conduzidos para a fase de crescimento. Eles
são conduzidos para essa etapa quando atingem a idade de 63 a 70 dias de vida e
ficam nela até completar de 100 a 110 dias.
Essa classificação também pode ser feita pelo peso do animal, iniciando a fase
quando atingem de 25 a 29 kg e saindo dela ao alcançarem a marca de 55 a 65
kg.
Nessa etapa, é necessário haver uma maior exigência nutricional e atenção com
a escolha da qualidade e composição das rações, pois nesse período os animais
passam por um processo de crescimento do tecido magro, 
Terminação
Por fim, os suínos seguem então para a fase de terminação. Nesse momento os
animais serão alimentados com o objetivo de alcançarem as exigências
necessárias para serem comercializados no mercado nacional ou internacional.
Na fase de terminação estão concentrados os maiores custos com nutrição
animal de toda a cadeia, pois o objetivo é o ganho de peso para o abate. O abate
pode acontecer por idade ou por peso, sendo de 130 a 140 dias ou de 90 a 100 kg,
e no caso dos suínos pesados de 163 a 170 dias ou 115 a 130 kg.

QUAL O TIPO IDEAL DE


ALIMENTAÇÃO DE
ACORDO COM A FASE
PRODUTIVA PARA A
NUTRIÇÃO ANIMAL
Os custos com a nutrição animal são os mais representativos dentro do custo total
de produção, podendo representar cerca de 70% do valor total dos investimentos
na pecuária. Considerando isso e com o objetivo de garantir a rentabilidade
máxima da suinocultura, os cuidados com a alimentação devem ser planejados
para garantir a nutrição dos suínos com o menor custo possível.
Entender a importância da alimentação em cada uma das fases produtivas é o
primeiro passo para conseguir alcançar esse equilíbrio de maneira eficiente
e melhorar a produtividade, o vigor, a saúde e o ganho de peso dos animais. 
Creche
Considerando que os animais chegam na creche consumindo apenas alimentação
líquida, a nutrição animal nessa etapa precisa ser planejada para a adaptação do
organismo dos leitões às rações. Nesse cenário, é importante optar por produtos
com um alto coeficiente de digestibilidade.
A digestibilidade da ração representa o nível de aproveitamento que o animal
terá dos nutrientes e aminoácidos que estão inseridos na composição. Para que o
sistema digestivo consiga se adaptar de maneira mais eficiente e rápida sem
sofrer deficiências nutricionais, é essencial escolher rações enriquecidas, de
qualidade e com um bom percentual de digestibilidade e palatabilidade.
Como exemplo de ingredientes digestíveis e palatáveis para a alimentação de
leitões, podemos destacar: 
 Farinha de peixe;
 Soro de leite;
 Leite em pó;
 Farinha de vísceras de aves;
 Farinha de penas;
 Proteína hidrolisada de frango;
 Minerais orgânicos;
 Leveduras;
 Concentrado proteico de soja.
Crescimento 
A nutrição animal na fase de crescimento e engorda dos suínos tem grande
impacto na qualidade da carne que será produzida e comercializada. Devido
ao maior crescimento do tecido magro, a tendência é que os animais consumam
menos ração do que o necessário para a demanda nutricional do organismo nesse
momento.
Por isso, o planejamento alimentar deve incluir rações com alto teor proteico e
bom conteúdo energético. Para estimular o consumo dos suínos, a ração
também deve manter um alto índice de palatabilidade.
A textura da ração também pode ter grande influência na fase de crescimento.
Podem ser oferecidos alimentos em farelo, triturados ou peletizados. No entanto,
os animais tendem a preferir texturas úmidas ou líquidas.
Além de ser mais atrativa e palatável, a alimentação líquida também melhora a
conversão alimentar e o ganho de peso nessa etapa.
Terminação
Na etapa de terminação as necessidades nutricionais dos animais podem variar de
acordo com o peso, a idade, o sexo e as especificações genéticas e sanitárias de
cada suíno. Para alcançar o potencial máximo de produtividade do plantel, o ideal
é optar por um manejo mais preciso, mantendo um bom controle e
monitoramento dos animais.
Essa fase, em relação às outras, é mais delicada por conta dos custos, uma vez
que os animais consomem muito, mas não convertem. Por isso, geralmente a
alimentação é livre apenas até os 70 dias da fase de terminação.
Por apresentar uma menor exigência nutricional, essa fase tende a ser o oposto da
fase de crescimento, ou seja, os animais passam a comer mais do que necessitam
para suprir suas necessidades. Para manter o equilíbrio da nutrição animal nesse
momento, é importante continuar oferecendo rações balanceadas e de
qualidade, objetivando o ganho de peso para o abate com o melhor custo-
benefício.
Na fase de terminação, podem ser oferecidas rações compostas por ingredientes
como:
 Milho;
 Sorgo;
 Triguilho;
 Resíduos agroindustriais, como cascas, bagaços, tortas e sementes.

NUTRIÇÃO ANIMAL DE
PRECISÃO: O QUE É E
QUAIS AS VANTAGENS
DESSE MÉTODO PARA A
PRODUÇÃO ANIMAL
Em resumo, a nutrição animal de precisão consiste no uso de tecnologias e dados
inteligentes para gerar uma dieta completa e com alta eficiência para suprir todas
as necessidades dos animais de acordo com as particularidades do plantel. Essas
informações podem ser geradas a partir de dispositivos, como sensores,
equipamentos tecnológicos e programas de software de gestão e/ou manejo.
Por garantir maior precisão na nutrição animal, a tecnologia e a
automação reduzem os riscos de doenças por baixa resistência, as deficiências
nutricionais e a taxa de mortalidade dos animais. Além disso, investir nas
inovações também ajuda a reduzir os custos de produção e os desperdícios.
Um ótimo exemplo de tecnologia acessível para produtores e agroindústrias que
desejam maximizar os lucros é a plataforma Meu Lote. Ela ajuda a integrar a
cadeia produtiva da suinocultura e melhora a comunicação e respostas dentro de
cada setor. 
Através da plataforma Meu Lote os produtores conseguem monitorar o
consumo de ração dos animais em cada um das fases produtivas e fazer
solicitações para a fábrica sem sair da propriedade. 
Também, é possível comparar o desempenho de cada ração no campo e como os
animais estão consumindo. Pode-se até mesmo identificar casos sanitários de
salmonella no alimento, por exemplo, para identificar rapidamente em qual lote
essa ração se encontra. 
Outra funcionalidade é a técnica de arraçoamento, onde é possível cadastrar a
dieta dos lotes, sugerindo a quantidade e o tipo de ração ideal para cada fase.
Além disso, garante que os animais recebam a dieta prevista obtendo melhoria
dos resultados de conversão alimentar e garantindo a nutrição.
Além de facilitar a comunicação, essa funcionalidade também gera um histórico
significativo para produtores e integradoras, pois registra a estimativa
de consumo de ração desde a creche a terminação para um cálculo preciso dos
custos com a nutrição animal. 
Desse modo, os gestores conseguem avaliar melhor a relação entre despesas e
receitas do plantel para aperfeiçoar o planejamento de maneira estratégica e
lucrativa. Ao garantir uma nutrição animal completa com o menor custo possível,
os produtores e agroindústrias conseguem extrair o melhor retorno de seus
investimentos e atender com êxito um mercado cada vez mais promissor.
Quer saber mais sobre como a plataforma Meu Lote pode beneficiar o seu
negócio? Então entre em contato conosco agora mesmo e descubra!
NUTRIÇÃO
ANIMAL:
ENTENDA A
A L I M E N TA Ç Ã O
C O R R E TA D O S
S U Í N O S P O R FA S E
Por Granter14 de dezembro de 2020Sem comentários
Atualmente, a carne suína é a proteína mais consumida do mundo. Com
participação fundamental nesse índice, o Brasil segue como o quarto maior
produtor e exportador, com perspectivas positivas para o futuro diante do cenário
mundial e considerando a modernização das granjas e indústrias.
De acordo com levantamentos do Departamento de Agricultura dos Estados
Unidos (USDA), a previsão era de que no ano de 2020 a produção mundial de
suínos registraria uma queda de 10% em relação a 2019. No entanto, as
expectativas para o mercado brasileiro foram positivas, com previsão de
crescimento de 5% do ano anterior para o atual, com aumento de 15% das
exportações.
Esse cenário favorece os produtores e as indústrias de suínos do Brasil, pois gera 
oportunidades de parcerias para abastecer o mercado mundial e para receber em
dólar pela produção e beneficiamento. 
No entanto, é importante ressaltar que para poder atender ao mercado nacional e
internacional com êxito, os produtores e integradoras devem estar sempre em
busca de estratégias para reduzir os custos de produção e aumentar a
produtividade e o ganho de peso dos animais. 
Para isso, vale a pena entender melhor as fases da nutrição animal e
colocar inovações em prática para otimizar essas etapas. Quer saber mais sobre
como melhorar o retorno desse investimento e garantir a nutrição animal? Então
continue a leitura e confira!
QUAIS SÃO AS
CATEGORIAS
PRODUTIVAS DOS SUÍNOS
Em cada fase produtiva os suínos apresentam necessidades nutricionais
diferentes e específicas. Logo após o desmame, os produtores devem planejar
as etapas de creche, crescimento e terminação de acordo com essas exigências
nutricionais.
Desse modo, ele conseguirá estimular o bom desenvolvimento dos animais e
criar um ambiente favorável para reduzir perdas com doenças ou mortes. Afinal,
investir na nutrição animal é investir também no bem-estar, na saúde e na
qualidade de vida dos mesmos – o que também tem grande influência no
desempenho geral do plantel.
Creche
A fase da cresce se inicia logo após o desmame dos leitões. A troca de ambiente,
a separação da mãe, as modificações na dieta e o reagrupamento dos suínos tende
a aumentar o estresse entre eles, o que exige um maior cuidado nessa etapa.
Do ponto de vista nutricional essa também é uma fase delicada, pois os animais
precisam deixar a alimentação líquida e se adaptar a uma alimentação sólida. Em
geral, essa mudança acontece quando os leitões completam 21 dias, podendo se
estender até 28 dias caso o peso ideal para o desmame não tenha sido atingido.
Crescimento
Após a creche, os animais são então conduzidos para a fase de crescimento. Eles
são conduzidos para essa etapa quando atingem a idade de 63 a 70 dias de vida e
ficam nela até completar de 100 a 110 dias.
Essa classificação também pode ser feita pelo peso do animal, iniciando a fase
quando atingem de 25 a 29 kg e saindo dela ao alcançarem a marca de 55 a 65
kg.
Nessa etapa, é necessário haver uma maior exigência nutricional e atenção com
a escolha da qualidade e composição das rações, pois nesse período os animais
passam por um processo de crescimento do tecido magro, 
Terminação
Por fim, os suínos seguem então para a fase de terminação. Nesse momento os
animais serão alimentados com o objetivo de alcançarem as exigências
necessárias para serem comercializados no mercado nacional ou internacional.
Na fase de terminação estão concentrados os maiores custos com nutrição
animal de toda a cadeia, pois o objetivo é o ganho de peso para o abate. O abate
pode acontecer por idade ou por peso, sendo de 130 a 140 dias ou de 90 a 100 kg,
e no caso dos suínos pesados de 163 a 170 dias ou 115 a 130 kg.
QUAL O TIPO IDEAL DE
ALIMENTAÇÃO DE
ACORDO COM A FASE
PRODUTIVA PARA A
NUTRIÇÃO ANIMAL
Os custos com a nutrição animal são os mais representativos dentro do custo total
de produção, podendo representar cerca de 70% do valor total dos investimentos
na pecuária. Considerando isso e com o objetivo de garantir a rentabilidade
máxima da suinocultura, os cuidados com a alimentação devem ser planejados
para garantir a nutrição dos suínos com o menor custo possível.
Entender a importância da alimentação em cada uma das fases produtivas é o
primeiro passo para conseguir alcançar esse equilíbrio de maneira eficiente
e melhorar a produtividade, o vigor, a saúde e o ganho de peso dos animais. 
Creche
Considerando que os animais chegam na creche consumindo apenas alimentação
líquida, a nutrição animal nessa etapa precisa ser planejada para a adaptação do
organismo dos leitões às rações. Nesse cenário, é importante optar por produtos
com um alto coeficiente de digestibilidade.
A digestibilidade da ração representa o nível de aproveitamento que o animal
terá dos nutrientes e aminoácidos que estão inseridos na composição. Para que o
sistema digestivo consiga se adaptar de maneira mais eficiente e rápida sem
sofrer deficiências nutricionais, é essencial escolher rações enriquecidas, de
qualidade e com um bom percentual de digestibilidade e palatabilidade.
Como exemplo de ingredientes digestíveis e palatáveis para a alimentação de
leitões, podemos destacar: 
 Farinha de peixe;
 Soro de leite;
 Leite em pó;
 Farinha de vísceras de aves;
 Farinha de penas;
 Proteína hidrolisada de frango;
 Minerais orgânicos;
 Leveduras;
 Concentrado proteico de soja.
Crescimento 
A nutrição animal na fase de crescimento e engorda dos suínos tem grande
impacto na qualidade da carne que será produzida e comercializada. Devido
ao maior crescimento do tecido magro, a tendência é que os animais consumam
menos ração do que o necessário para a demanda nutricional do organismo nesse
momento.
Por isso, o planejamento alimentar deve incluir rações com alto teor proteico e
bom conteúdo energético. Para estimular o consumo dos suínos, a ração
também deve manter um alto índice de palatabilidade.
A textura da ração também pode ter grande influência na fase de crescimento.
Podem ser oferecidos alimentos em farelo, triturados ou peletizados. No entanto,
os animais tendem a preferir texturas úmidas ou líquidas.
Além de ser mais atrativa e palatável, a alimentação líquida também melhora a
conversão alimentar e o ganho de peso nessa etapa.
Terminação
Na etapa de terminação as necessidades nutricionais dos animais podem variar de
acordo com o peso, a idade, o sexo e as especificações genéticas e sanitárias de
cada suíno. Para alcançar o potencial máximo de produtividade do plantel, o ideal
é optar por um manejo mais preciso, mantendo um bom controle e
monitoramento dos animais.
Essa fase, em relação às outras, é mais delicada por conta dos custos, uma vez
que os animais consomem muito, mas não convertem. Por isso, geralmente a
alimentação é livre apenas até os 70 dias da fase de terminação.
Por apresentar uma menor exigência nutricional, essa fase tende a ser o oposto da
fase de crescimento, ou seja, os animais passam a comer mais do que necessitam
para suprir suas necessidades. Para manter o equilíbrio da nutrição animal nesse
momento, é importante continuar oferecendo rações balanceadas e de
qualidade, objetivando o ganho de peso para o abate com o melhor custo-
benefício.
Na fase de terminação, podem ser oferecidas rações compostas por ingredientes
como:
 Milho;
 Sorgo;
 Triguilho;
 Resíduos agroindustriais, como cascas, bagaços, tortas e sementes.

NUTRIÇÃO ANIMAL DE
PRECISÃO: O QUE É E
QUAIS AS VANTAGENS
DESSE MÉTODO PARA A
PRODUÇÃO ANIMAL
Em resumo, a nutrição animal de precisão consiste no uso de tecnologias e dados
inteligentes para gerar uma dieta completa e com alta eficiência para suprir todas
as necessidades dos animais de acordo com as particularidades do plantel. Essas
informações podem ser geradas a partir de dispositivos, como sensores,
equipamentos tecnológicos e programas de software de gestão e/ou manejo.
Por garantir maior precisão na nutrição animal, a tecnologia e a
automação reduzem os riscos de doenças por baixa resistência, as deficiências
nutricionais e a taxa de mortalidade dos animais. Além disso, investir nas
inovações também ajuda a reduzir os custos de produção e os desperdícios.
Um ótimo exemplo de tecnologia acessível para produtores e agroindústrias que
desejam maximizar os lucros é a plataforma Meu Lote. Ela ajuda a integrar a
cadeia produtiva da suinocultura e melhora a comunicação e respostas dentro de
cada setor. 
Através da plataforma Meu Lote os produtores conseguem monitorar o
consumo de ração dos animais em cada um das fases produtivas e fazer
solicitações para a fábrica sem sair da propriedade. 
Também, é possível comparar o desempenho de cada ração no campo e como os
animais estão consumindo. Pode-se até mesmo identificar casos sanitários de
salmonella no alimento, por exemplo, para identificar rapidamente em qual lote
essa ração se encontra. 
Outra funcionalidade é a técnica de arraçoamento, onde é possível cadastrar a
dieta dos lotes, sugerindo a quantidade e o tipo de ração ideal para cada fase.
Além disso, garante que os animais recebam a dieta prevista obtendo melhoria
dos resultados de conversão alimentar e garantindo a nutrição.
Além de facilitar a comunicação, essa funcionalidade também gera um histórico
significativo para produtores e integradoras, pois registra a estimativa
de consumo de ração desde a creche a terminação para um cálculo preciso dos
custos com a nutrição animal. 
Desse modo, os gestores conseguem avaliar melhor a relação entre despesas e
receitas do plantel para aperfeiçoar o planejamento de maneira estratégica e
lucrativa. Ao garantir uma nutrição animal completa com o menor custo possível,
os produtores e agroindústrias conseguem extrair o melhor retorno de seus
investimentos e atender com êxito um mercado cada vez mais promissor.
Quer saber mais sobre como a plataforma Meu Lote pode beneficiar o seu
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