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Hidráulica e Hidrometria

Aula 8

Prof. João Carlos O. Pena


joao.cpena@pitagoras.com.br
Aula 8
Seção 3.2 – Regimes de escoamento

Hidráulica e Hidrometria
Recapitulando

Assim como vimos na aula passada, os condutos livres incluem


os canais e os condutos de seções circulares, parcialmente
cheios. De forma simplificada, esse tema aborda todos os
condutos, sejam de seção aberta ou fechada, que estão
interligados à atmosfera, mantendo, assim, a mesma pressão.
Seu estudo e dimensionamento são possibilitados pela
existência dos elementos geométricos, grandezas
características de cada forma geométrica de conduto. Seu
dimensionamento hidráulico segue cálculos matemáticos
relativamente simples, com pequenas distinções entre as
seções: trapezoidais, triangulares, retangulares e/ou circulares
parcialmente cheias.
Hidráulica e Hidrometria
Energia de escoamento em condutos livres

Vamos abordar nessa aula a energia do escoamento em condutos livres.


Como vimos nas Unidades 1 e 2, o escoamento forçado trata a energia do
escoamento, de forma simplificada, aplicando a equação de Bernoulli a
dois pontos e considerando o atrito viscoso. Essas considerações resultam
na equação da conservação da energia:
𝑃1 𝑣12 𝑃2 𝑣22
+ 𝑍1 + = + 𝑍2 + + ∆𝐻1−2
𝛾 2𝑔 𝛾 2𝑔
Em que
𝑃
= carga de energia referente à pressão (m).
𝛾
𝑍 = carga geométrica ou topográfica (m).
𝑣2
= carga cinética (m).
2𝑔

Hidráulica e Hidrometria
Energia de escoamento em condutos livres

Adotando esse mesmo conceito para o escoamento em


conduto livre, deve-se estar ciente de que esse tipo de conduto
se encontra interligado à atmosfera, não tendo carga de
𝑃
pressão como no escoamento forçado.
𝛾
A carga de pressão é substituída pela altura d’água 𝑦,
justamente por representar a pressão da coluna de líquido, o
que resulta na seguinte fórmula
𝑣12 𝑣22
𝑦1 + 𝑍1 + = 𝑦2 + 𝑍2 + + ∆𝐻1−2
2𝑔 2𝑔

Hidráulica e Hidrometria
Energia de escoamento em condutos livres

𝑣12 𝑣22
𝑦1 + 𝑍1 + = 𝑦2 + 𝑍2 + + ∆𝐻1−2
2𝑔 2𝑔
Ou ainda, pode-se pensar em somente um ponto, considerando a energia
do escoamento naquele momento e, como vimos nas seções anteriores,
ponto-final o coeficiente de Coriolis 𝛼 para a correção da carga cinética,
teremos a seguinte fórmula:
𝑣2
𝐻 =𝑦+𝑍+𝛼
2𝑔
Bakhmeteff, em 1912, considerou o cálculo de energia do escoamento
apenas a partir do fundo do canal, desconsiderando a cota topográfica.
𝑣2
𝐸 =𝑦+𝛼
2𝑔
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Energia de escoamento em condutos livres

𝑣2
𝐸 =𝑦+𝛼
2𝑔
Esta análise que pode ser aplicada na equação da continuidade
resultando na seguinte equação:
𝑄2
𝐸 =𝑦+𝛼
2𝑔𝐴2
Ainda de acordo com os autores, a área é a função da altura da
lâmina d’água, logo, a energia específica para determinada seção e
vazão é a função da altura também.
𝑄2
𝐸 =𝑦+𝛼
2𝑔𝑓(𝑦)2
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Energia de escoamento em condutos livres

B B
y y
y
b

𝑏+𝐵 ∙𝑦 𝐵∙𝑦
𝐴(𝑦) = 𝐴(𝑦) =
2 2

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Curva de energia específica

𝑄2
𝐸 =𝑦+𝛼
2𝑔𝑓(𝑦)2
Como se trata de uma somatória de dois fatores operacionais que se
encontram em função de 𝑦, o analisam como a somatória de duas
energias, obtendo a curva da energia específica.
𝐸 = 𝐸1 + 𝐸2

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Curva de energia específica

Como se pode verificar no último gráfico da Figura, a energia


específica do escoamento não é uma função linear crescente
com 𝑦, mas existe um valor mínimo de energia, denominado
energia crítica (𝐸𝑐 ), correspondente à determinada
profundidade, intitulada profundidade crítica (𝑦𝐶 ).

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Curva de energia específica

Por ter formato hiperbólico, todos os valores de energia superiores à energia


crítica terão duas alturas correspondentes (𝑦𝑓 e 𝑦𝑡 ), denominados
profundidades alternadas. Percebe-se a existência de dois escoamentos,
intitulados escoamentos recíprocos. O escoamento que ocorre com altura 𝑦𝑓 é
conhecido como superior, fluvial ou subcrítico. Por outro lado, o escoamento de
altura 𝑦𝑡 recebe os nomes de, torrencial ou supercrítico. Já o escoamento que
ocorre com altura d’água igual à altura crítica (𝑦𝐶 ) é nomeado como escoamento
crítico.

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Declividade crítica

Com essa mesma lógica, pode-se tratar da declividade crítica.


Imagine determinado canal escoando uma dada vazão, com
altura d'água superior à altura crítica.
Pense agora na alteração da inclinação de fundo desse canal,
sendo a vazão incrementada. Esse fato alteraria a velocidade e,
consequentemente, pela equação da continuidade, sua área
molhada reduziria. Isso faria com que a altura d’água reduzisse,
chegando à altura crítica ou, inclusive, a valores inferiores.

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A declividade de fundo que proporciona à determinada
vazão a altura d’água coincidente com a altura crítica é
Declividade denominada declividade crítica.
crítica Da mesma forma se determina a declividade subcrítica ou
supercrítica. Os conceitos de velocidade e vazão críticas são
determinados de forma análoga, sendo também associados
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às condições críticas de escoamento.
Escoamento crítico

O escoamento crítico pode ser definido como a fase de energia específica


mínima para determinada vazão, ou ainda, a fase de máxima vazão para
determinada energia específica.
Vimos na aula passada de forma rápida o número de Froude. Este
adimensional relaciona as forças inerciais com as gravitacionais, sendo
que sua equação mais conhecida é a seguinte:

𝑣
𝐹𝑟 =
𝑔 ∙ 𝐻𝑚

𝐹𝑟 < 1 → regime subcrítico ou fluvial.


𝐹𝑟 = 1 → regime crítico.
𝐹𝑟 > 1 → regime supercrítico ou torrencial.
Hidráulica e Hidrometria
Exercício!!!!!!

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