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MINHA SUGESTÃO : O tempo todo criticamos esse mundo por ser cada vez mais consumista, cada vez mais materialista e cada vez
mais emburrecido. O que conta, hoje, são os valores do dinheiro e nada mais. Mas será que temos, mesmo, embasamento crítico
para manifestar reflexões que sejam efetivamente contrárias à estética do capital? Aqui vão cinco dicas que, entrecruzadas,
formam um excelente instrumental de argumentos contra a alienação reinante e contra o domínio galopante dos valores
econômicos.
A Sociedade do Espetáculo
Guy Debord
Adaptar-se aos preceitos de consumo e restringir-se a eles é, praticamente, a
única escolha aprovada unanimemente. Mal aprendem a ler – e, muitas vezes
antes disso – as crianças já são capturadas nessa rede. E os cidadãos pobres são
forçados a gastar mais do pouco que têm com objetos que não fazem parte de
suas necessidades básicas, mas que, se não forem exibidos, podem acarretar
humilhação social. Quem não consegue consumir é visto como um consumidor
que falhou, um fracassado que não conseguiu atender à condição fundamental
de pertencimento da sociedade.
(Cademartori,p.124)
“Não tenho tempo”, “não posso perder tempo”,
“quando eu tiver tempo” e “preciso ganhar tempo”
são expressões ouvidas a toda hora.(...) Afinal de
Meu Deus ! Meu Deus ! contas, uma pessoa ocupada merece respeito ,
Vou chegar atrasado ! quem vai querer detê-la ou sobrecarregá-la com
tarefa extra ? Mesmo que haja alguma encenação
nisso, levamos a vida como o “coelho de Alice”.
(Cademartori p.124)
MINHA OPINIÃO
Administrar o tempo é o grande paradoxo da nossa
“modernidade líquida”, onde tudo é fluido e a vida parece
escorrer pelos nossos dedos distraídos. Neste cenário levariam
vantagem as mulheres, que costumam ser chamadas de
“mulheres-polvo”, capazes de realizar várias tarefas de uma só
vez. Mentira. Ou melhor, talvez uma meia-verdade. Tenho que
admitir que somos mesmo capazes de fazer muitas coisas ao
mesmo tempo. Mas o fato é que sofremos um bocado no
processo. Fazemos coisas pela metade, às vezes mal-feitas,
perdemos o foco do que realmente é importante e essencial,
ficamos na superfície de muitas coisas, transformamos nossa
rotina num verdadeiro caos – e consequentemente, nos
tornamos caóticas nos nossos desejos, relacionamentos, no
trabalho. Fazemos uma coisa já pensando na que vem a seguir
ou na que ainda não deu tempo de fazer.
Meditação? Quem tem “tempo” para isso?
Esse é o João
Tadinho!
Ledetudo .
Dizem que ele é assim
Coitado, vive desde pequeno...
de miolo mole !
Em meio ao ritmo frenético da vida , parar para ler, pelo simples desejo de ler, que rebeldia,
que reação ! O leitor, recolhido e concentrado em meio a esa agitação, pode ser visto como um
sujeito esquisito. Em época de tempo acelerado e mudança constante, ele escolhe fazer algo
que detém a pressa, o fluir constante, a velocidade, o imediato, para exigir o tempo lento da
observação e das reflexões, o desvio do olhar e a disposição para uma participação no silêncio.
Bauman salienta que o que é do âmbito da cultura sempre aponta além da realidade do dia a
dia.Não lhe interessa o tema de hoje, a urgência do momento.(...)
(Cademartori , p.124-125)
“Há um elo secreto entre a lentidão e a memória,
entre a velocidade e o esquecimento. Evoquemos uma
situação extremamente banal: um homem caminha na
rua. De repente, quer lembrar-se de qualquer coisa, mas
a lembrança escapa-lhe. Nesse momento,
maquinalmente o homem atrasa o passo. Pelo contrário,
alguém que queira esquecer um incidente penoso que
acaba de viver acelera sem dar por isso o ritmo de sua
marcha, como se quisesse afastar-se depressa do que,
no tempo, lhe está ainda demasiado perto. “
(KUNDERA,1995,p.31)
“(…) nossa época se entrega ao demônio da velocidade e é por essa razão que
se esquece tão facilmente de si mesma. Ou prefiro inverter essa afirmação e dizer:
nossa época está obcecada pelo desejo do esquecimento e é para saciar esse
desejo que se entrega ao demônio da velocidade.” (pp. 91-92)
O professor, enquanto polidor de corações, não pode reduzir sua tarefa de educar a
meras regras que já não surtem efeitos. A educação que recebemos de nossos pais
já não é condizente com os jovens desta época. Vivemos a geração do mundo
virtual, onde os jovens necessitam ser amados e conscientizados. Precisam se
sentir peça eficaz da engrenagem social.
Tudo tem seu tempo determinado, já dizia Eclesiastes, e hoje é tempo de convidar para
comemorar esta vitória ! O tempo de dançar chegou, o tempo de cantar chegou, ou melhor,
está apenas começando !