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A Educação Comunista
(Discursos e Artigos Escolhidos)
M. I. Kalínin
Fonte: Editorial Vitória Ltda., Rio, 1954. Traduzido da edição em espanhol de "Ediciones em
Lenguas Extranjeras” de Moscou 1949. Pág:
Nota da Edição Original: Neste livro foram compilados discursos e artigos escolhidos de Mikhail
Ivánovitch Kalínin dedicados à educação comunista, que abarcam um período de quase vinte anos.
Alguns dos discursos são reproduzidos com pequenas reduções.
Transcrição e HTML: Fernando A. S. Araújo.
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11/09/2019 A Educação Comunista
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Inclusão 11/10/2012
Última atualização 02/07/2013
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11/09/2019 Discurso Pronunciado no VII Congresso da União das Juventudes Comunistas-Leninistas da URSS
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M. I. Kalinin
11 de Março de 1926
Primeira Edição: Atas taquigráficas do VII Congresso do Komsomol, págs. 15/18, ed. 1926.
Fonte: Editorial Vitória Ltda., Rio, 1954. Traduzido da edição em espanhol de "Ediciones em
Lenguas Extranjeras” de Moscou 1949. Pág: 9-15.
Nota da Edição Original: Neste livro foram compilados discursos e artigos escolhidos de Mikhail
Ivánovitch Kalínin dedicados à educação comunista, que abarcam um período de quase vinte anos.
Alguns dos discursos são reproduzidos com pequenas reduções.
Transcrição e HTML: Fernando A. S. Araújo.
Direitos de Reprodução: A cópia ou distribuição deste documento é livre e indefinidamente
garantida nos termos da GNU Free Documentation License.
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11/09/2019 Discurso Pronunciado no VII Congresso da União das Juventudes Comunistas-Leninistas da URSS
Por isso, deve ser diferente nossa tática em relação ao Komsomol. Tomemos,
por exemplo, o problema da agitação comunista. A dose admissível para um adulto
resulta perigosa para um jovem, pela razão de que uma mesma dose produz uma
impressão distinta, provoca diferentes reações interiores no homem adulto e no
Komsomol. Partindo desta premissa, pode-se tirar toda uma série de conclusões
práticas no que se refere à propaganda e à agitação entre a juventude comunista.
Assinalei somente alguns dos traços que distinguem os jovens dos adultos.
Parece-me que são os fundamentais e não vou deter-me em outros. Mas, por si
mesmos, têm esses traços algum valor para o homem? Sem dúvida alguma. Se
essas qualidades não tivessem por si mesmas um valor especial e extraordinário
para o homem, não duvido de que uma grande parte da beleza espiritual da
juventude talvez perdesse a sua louçania.
... Muitos têm a ideia errônea de que quando os jovens estão ocupados com
suas obrigações de Komsomol, isso já constitui o desenvolvimento, a formação da
pessoa. E essas obrigações de Komsomol consistem principalmente no estudo
político, no estudo do marxismo, numa palavra, no estudo dos problemas sociais.
que saiba aplicar praticamente seus conhecimentos e que saiba abordar cada
tarefa da maneira mais acertada e conveniente, deve pensar de antemão na forma
de iniciar seu trabalho. Quem começa seu trabalho sem um plano, trabalha mal, e
como resultado produz; um artigo de baixa qualidade. Pelo que foi dito acima,
compreendereis que a organização do Komsomol deve incutir em seus filiados a
convicção de que sua tarefa fundamental consiste em conhecerem com perfeição a
especialidade a que se dedicam, em chegarem a ser tão bons mestres como seus
instrutores. Esse conhecimento da especialidade não só proporciona uma
segurança material, mas também permite desenvolver com mais amplitude no
futuro as particularidades individuais. Se o torneiro ou o ajustador trabalham mal,
ver-se-ão presos a seu local de trabalho, pois é muito difícil ao mau operário
encontrar outra colocação; mas, para o Komsomol, é muito difícil trabalhar
durante muito tempo num mesmo lugar, uma vez que seu desejo é o de correr
mundo. E se se deseja correr mundo, é preciso ser um ajustador ou um torneiro
tão bom que, depois da primeira prova, seja admitido em qualquer parte onde
chegue.
Como resumo, uma pequena lição de moral. Observei que nossos jovens têm
uma atitude pouco séria em relação aos mestres instrutores. Eu gostaria muito de
que nossa juventude lesse os filósofos da antiguidade. Assim veriam com que
atenção e respeito os discípulos tratavam seus mestres. Para aprender a trabalhar
bem é preciso apaixonar-se sinceramente pelo trabalho; sem essa paixão não é
possível aprender a trabalhar. O aprendiz de ajustador, por exemplo, deve deixar
de lado todos os aspectos negativos de seu mestre e dele aprender os
conhecimentos de sua especialidade. Vós mesmos compreendereis que um velho
de 60 anos pode ter muitas coisas ridículas do ponto de vista da juventude, mas
se reparardes unicamente nisso, escapar-vos-á o mais importante. O que deveis
fazer é absorver dele os conhecimentos de seu ofício.
Se a juventude abordar com acerto estes problemas, então uma grande parte
dos aspectos negativos sobre os quais acabo de falar desaparecerá por si mesma.
Pois a vida é demasiado interessante e são muitas as coisas dignas de que a gente
se apaixone por elas. Tão somente, é preciso fazer com que a juventude se
apaixone pelo que tem verdadeiro valor e serve para desenvolver o homem em
todos os aspectos.
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Inclusão 11/10/2012
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11/09/2019 O Estudo e a Vida
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O Estudo e a Vida
M. I. Kalinin
30 de Maio de 1926
É indubitável que nossa tarefa deve ser a seguinte: utilizar a atividade das
massas e seu desejo de orientar-se na política num sentido cultural e de partido.
Nos momentos de ascensão como ocorre agora com a greve inglesa, cada
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11/09/2019 O Estudo e a Vida
Ser marxista não significa somente ler e nem sequer estudar Lênin, Marx,
Engels e Plekhánov. É certo que para conhecer o marxismo basta ler esses quatro
autores. Mas uma coisa é conhecer o marxismo e outra saber aplicá-lo cada dia,
cada hora, nas situações mais diversas, especiais e inusitadas. O conhecimento
textual do marxismo, conhecer Marx ao pé da letra, não significa ainda que a
pessoa seja capaz de abordar cada problema sob o ponto de vista marxista. Se,
para ser marxista, bastasse a cada pessoa familiarizar-se com as obras de Marx,
Engels, Lênin e Plekhánov, estudá-las mesmo que fosse um pouco, poderíamos
fabricar marxistas como tortas. Por muito difícil que seja estudar a fundo os quatro
colossos marxistas, isto se pode conseguir dedicando-lhe certo tempo. Acaso não
existem numerosos funcionários de nosso Partido que conhecem Marx na ponta da
língua?
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11/09/2019 O Estudo e a Vida
fizestes mais do que dominar o método marxista (se é que o conseguistes; a meu
ver ainda não o dominastes completamente), mas vos encontrais na mesma
situação que um militar que termina a Academia de Estado-Maior. É certo que a
maior parte dos chefes militares que existem no mundo procede das academias,
mas não se pode dizer que cada militar que tenha terminado a academia seja um
grande chefe. Em nosso exército revolucionário as altas patentes não são
acadêmicos Que significa isto? Que o marxismo é uma das ciências mais vivas e
não uma teoria abstrata. Quando se lê o primeiro tomo de “O Capital” de Marx, a
gente se encontra em plena abstração. E posto que lestes — ao menos por
obrigação — o primeiro tomo de “O Capital” de Marx, tereis sentido essa
impressão. E ao encontrar-vos sob o domínio da abstração deveis ter pensado em
como poder aplicar essa teoria na prática. Essa abstrata teoria é ao mesmo tempo
a mais viva, a teoria que mais se estuda no trabalho prático de cada dia.
E que quer dizer ser criador? Que diferença há entre o artesão e o criador? A
mesma que existe entre um artista e um pintor vulgar. Tomai, por exemplo, os
ícones dos pintores Vladímir ou de Súsdal. Todos se parecem entre si; em nenhum
deles achareis um rosto animado... Muito diferente é a obra do artista criador.
Quando este trabalha põe toda a sua alma, mesmo que seja no trabalho mais
simples, mesmo que não faça mais do que tecer alpargatas. O artesão pode ser
um magnífico artista quando põe toda a sua alma no trabalho. E por sua vez, o
artista pode ser um artesão, quando não faz mais do que besuntar, quando não
põe a alma em seu trabalho. E o marxismo, quando não se põe alma no que se
faz, quando não se realiza um trabalho criador, quando não se toma realmente em
conta o que sucede em cada momento, se converte num quase-marxismo. Se ides
aplicar, nos lugares onde atuareis, o que aprendestes, de modo escolástico, em
forma estereotipada, não sereis mais do que uns artesãos do leninismo. Nunca
conseguireis arrastar as massas e a aplicação que façais do método marxista será
errônea. O método marxista se emprega com acerto, quando, ao mesmo tempo
que trabalhamos com a teoria de Marx, estudamos o fenômeno que nos ocupa. E a
decisão que tomemos será em cada caso uma decisão nova. Se hoje resolvemos
um problema de uma forma, esse mesmo problema teremos que resolvê-lo
amanhã de outro modo, pois amanhã a situação será diferente. As situações
mudam sem cessar. A História marcha. A História não está parada, mas se move
eternamente para a frente. E o marxismo deve avançar constantemente junto com
o movimento histórico. O marxista deve saber orientar-se com precisão. Por muito
simples que seja seu trabalho, a mente do marxista deve mover-se, estudar e
criar sem descanso. Vós, camaradas, acabais de terminar um curso trienal de
marxismo. É completamente natural que todos vos encontreis no melhor estado de
ânimo possível, dispostos a fazer com que vosso trabalho renda o máximo
resultado. Pois, que melhor recompensa para o homem do que a convicção de
haver contribuído com algo para a sociedade! Não existe recompensa melhor! Por
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11/09/2019 O Estudo e a Vida
mais formosas que sejam as ilusões que tenhais, a satisfação maior que podeis
receber é a de saber que sois úteis. Essa convicção satisfaz plenamente o homem.
Entretanto, a juventude não pode ter passado pela experiência prática da vida,
pela experiência política da luta revolucionária, pela experiência da luta entre as
classes, pela experiência de direção, de conquista das massas. A juventude não
possui essa experiência.
E por último, camaradas, um pequeno preceito para terminar. Não cabe dúvida
de que constituis e sereis uma fôrça cultural nos lugares onde vos encontrardes.
Estas são as poucas palavras que considerei oportuno expor no dia em que vos
despedis de vossa vida de estudo. . .
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Inclusão 13/10/2012
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11/09/2019 Sede Homens de Ampla Cultura
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24 de Maio de 1934
Nem sempre é bom o chefe que lança todas as suas forças ao combate de uma
vez. Nem sempre essa forma de combater é adequada. Será um bom chefe aquele
que saiba conservar melhor a energia de seus combatentes para a batalha
decisiva. Em certa ocasião, o camarada Budiónni indicava acertadamente o erro
cometido por um chefe militar branco durante a Guerra Civil. Ambos conduziam
suas unidades por itinerários paralelos através das estepes da região do Azov.
Budiónni conduzia suas tropas por lugares habitados, onde os soldados vermelhos
podiam dormir à noite e os cavalos alimentar-se; ao contrário, o exército inimigo
avançava através de uma estepe nua e arrasada. Assim, cobriram mais de 200
quilômetros. As tropas de Budiónni chegaram com um bom moral e em boas
condições de combater. O inimigo, ao contrário, esgotara-se na marcha sendo
destroçado pelo camarada Budiónni. Quero dizer com isto que cada organizador
deve saber organizar seu trabalho como é devido, calcular e pesar a seu devido
tempo todas as circunstâncias e só em caso de necessidade lançar à ação toda a
fôrça material, toda a fôrça da organização completa. Essas qualidades
bolcheviques eram dominadas com perfeição pelo camarada Lênin e são
dominadas com perfeição pelo camarada Stálin. Também os jovens do Komsomol
devem aprender a dominá-las, reajustando seu trabalho de tal forma que lhes
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11/09/2019 Sede Homens de Ampla Cultura
permita conhecer a cada Komsomol, saber o que é que se pode exigir e que ajuda
se lhe pode e se lhe deve prestar, em que trabalho pode dar melhor resultado.
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11/09/2019 Sede Homens de Ampla Cultura
mas cidadãos da edificação soviética, os quais não só devem possuir braços fortes
e um bom aparelho digestivo, mas também, em primeiro lugar, um amplo
horizonte político e capacidade de organização. Por isso, ao alistar no movimento
da cultura física novos milhões de jovens trabalhadores, ao elevar nosso esporte a
um grau superior, o Komsomol deve imprimir a nossos desportistas uma
fisionomia política e social bem definida.
Nossos komsomóis vivem numa época que não pode ser melhor, e de
extraordinário interesse. No transcurso de toda a história da sociedade humana
nem uma só geração juvenil viveu uma época como esta.
Quem quer viver para o trabalho socialista, cria, modifica a vida, luta, destrói o
velho, constrói o novo. E nossa realidade soviética permite a cada trabalhador, a
cada jovem operário e kolkhoziano revelar e desenvolver do modo mais efetivo
todas as suas capacidades e aptidões. Compreende-se que não tenha existido na
história da humanidade outro período tão interessante como este, já que antes da
Revolução de Outubro só existia a luta pelo pedaço de pão, quando um punhado
de ricos exercia o domínio sobre milhões de trabalhadores.
E isto não pode senão inspirar nossa juventude a realizar novas façanhas na
luta pelo socialismo. E nós vemos como cada dia os jovens educados pelo Partido
— os filhos do Komsomol leninista — demonstram fidelidade à causa do
socialismo, como, ao primeiro chamado do Partido, lançam-se à conquista da
cultura e da técnica, extraem o minério das minas, constroem o “Metrô”, tomam
de assalto as alturas da estratosfera, lutam valorosamente contra os rigores do
Ártico, convertendo-se nos primeiros heróis da União Soviética.
Por que digo verdadeiro comunista? Por que proporciona o comunismo tal
energia aos homens? Para o verdadeiro comunista as preocupações de tipo pessoal
se revestem de um caráter secundário: pode ocorrer qualquer contrariedade
familiar — isto é muito penoso, mas eu creio que por causa disso o socialismo não
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11/09/2019 Sede Homens de Ampla Cultura
Para ser um comunista forte requer-se antes de tudo uma firme ideologia
comunista. A ideologia comunista nos permite abordar acertadamente cada
problema, cada fenômeno. A ideologia comunista é para os lutadores da revolução
proletária o que para o astrônomo, digamos por exemplo, é um colossal
telescópio, ou para o pesquisador de laboratório, um microscópio. A ideologia
comunista permite ao político, ao homem público, compreender plena e
acertadamente a situação em que trabalha, organizar a massa e conduzi-la ao
combate; dá-lhe a possibilidade de ver, compreender e assinalar com acerto as
perspectivas. Tudo isto em seu conjunto fortalece o homem, torna-o mais
resistente não só às pequenas adversidades de caráter individual, mas também a
outras maiores. Quando, na vida de uma pessoa o principal é a ideia coletiva e
comum, quando a causa da coletividade está acima de tudo e se vive com os
mesmos interesses e esperanças que os que nos cercam, esses interesses comuns
dos trabalhadores são os que torna jovens os comunistas velhos.
Para acompanhar nossa agitada vida não basta paixão no trabalho. A fôrça do
Partido Bolchevique reside em que está armado com a teoria de Marx-Engels-
Lênin-Stálin e que sabe manejar com perfeição essa arma. Nas condições da
ilegalidade, da contínua vigilância policial, nas condições da luta encarniçada
contra o tzarismo e a burguesia, nas condições do presídio e da deportação, os
bolcheviques iam assimilando a teoria revolucionária, iam sintetizando na teoria as
experiências da luta do proletariado. É verdade que em certas ocasiões estávamos
“livres” para o estudo. Acontecia que nos metiam no cárcere e ali, podíamos ler,
embora nem sempre. Naturalmente nossa juventude não dispõe atualmente
dessas “vantagens”.
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11/09/2019 Sede Homens de Ampla Cultura
O camarada Stálin dizia em certa ocasião que o pior que pode ocorrer é que se
pense de acordo com fórmulas e ordens de antemão preparadas. Isto, como é
natural, é o mais simples. Para explicar tal ou qual tese teórica com palavras
próprias, é necessário antes de tudo ter meditado bem sobre ela, tê-la
compreendido, pois, do contrário, pode-se cometer erros. E quando se fala com
fórmulas aprendidas de memória, o pensamento não trabalha como é devido,
dorme. Por isso, a primeira condição para o estudo teórico é a análise profunda do
problema, sua compreensão e não aprender de memória tais ou quais teses.
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Inclusão 15/10/2012
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11/09/2019 Do Artigo "A Senda Gloriosa do Komsomol"
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M. I. Kalinin
Outubro de 1938
Primeira Edição: “Sobre a Juventude”, págs. 248-301, ed. “Molodáia Gvárdia”, (‘‘A Jovem
Guarda”), 1939.
Fonte: Editorial Vitória Ltda., Rio, 1954. Traduzido da edição em espanhol de "Ediciones em
Lenguas Extranjeras” de Moscou 1949. Pág: 31-43.
Nota da Edição Original: Neste livro foram compilados discursos e artigos escolhidos de Mikhail
Ivánovitch Kalínin dedicados à educação comunista, que abarcam um período de quase vinte anos.
Alguns dos discursos são reproduzidos com pequenas reduções.
Transcrição e HTML: Fernando A. S. Araújo.
Direitos de Reprodução: A cópia ou distribuição deste documento é livre e indefinidamente
garantida nos termos da GNU Free Documentation License.
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11/09/2019 Do Artigo "A Senda Gloriosa do Komsomol"
É uma grande honra ser membro do Partido de Lênin e Stálin, pois para
preencher suas fileiras são escolhidos os melhores entre os melhores. O Partido é
a vanguarda dos trabalhadores que marcha conscientemente à frente de seu
combativo exército para a luta pelos interesses do proletariado; é a vanguarda que
coloca diante de si mesma, ante sua própria vida, como a missão básica e
fundamental, a de conquistar a vitória do comunismo, e que está disposta a
subordinar todos os seus atos aos interesses dessa luta. E isso é completamente
natural, pois que, como dizia S. M. Kírov:
“... está livre da carga do passado e assimila com mais facilidade que
ninguém os preceitos leninistas. Precisamente por isso, porque assimila
com mais facilidade que ninguém os preceitos leninistas, é que a
juventude está chamada a impulsionar os atrasados e os vacilantes. É
certo que os jovens não possuem os conhecimentos necessários. Mas os
conhecimentos se adquirem. Hoje não os têm, mas amanhã os terão.
Por isso a tarefa, aqui, estriba-se em aprender e aprender até assimilar
o leninismo. Camaradas das Juventudes Comunistas: aprendei, assimilai
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11/09/2019 Do Artigo "A Senda Gloriosa do Komsomol"
Mas Lênin e Stálin advertiram muitas vezes que não se aprende o marxismo,
que não se assimila sua essência com um simples estudo para guardar suas
fórmulas de memória; que como resultado de tal estudo pode obter-se um
exegeta, um conhecedor do texto, um pedante, mas um mau marxista-leninista. A
melhor maneira de aprender o marxismo-leninismo é na sua aplicação à politica
prática, na atividade social e econômica. É por essa razão que também a educação
da juventude no espírito do leninismo deve realizar-se não só através do estudo,
mas também da atividade prática. Sabemos que o Komsomol conta com grande
quantidade de pessoas das mais diversas profissões: sábios, escritores,
engenheiros, agrônomos, operários e kolkhozianos, dirigentes sindicais, políticos e
administrativos, soldados vermelhos, aviadores, etc. Quantos caracteres e
inteligências diferentes se encontram aqui, quantas peculiaridades profissionais! E
ao mesmo tempo, trata-se de pessoas ousadas, com uma impressionabilidade
aguçada e de grande atividade, que aspiram a contribuir com o máximo em
benefício de seu povo. Disto se conclui que a tarefa do Komsomol consiste em
saber utilizar inteligentemente e canalizar de forma orgânica toda essa energia
pessoal manifestada sob os aspectos mais diversos, sem quebrar por isso as
aspirações pessoais, sem frear a energia juvenil com formas burocráticas,
conduzindo-a ao leito do leninismo, ao leito do Partido.
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Lênin dizia:
Alguns podem dizer que se trata aqui dum praticismo estreito, demasiado
mesquinho para ser capaz de atrair os jovens do Komsomol, que sonham com
façanhas e heroicidades. Mas julgo que é precisamente à base desse trabalho,
aparentemente vulgar, que os dirigentes do Komsomol devem mostrar e
esclarecer à massa de jovens do Komsomol que uma coisa não estorva a outra
mas, pelo contrário, a completa. Acaso um jovem acostumado a obter
sistematicamente das máquinas tudo o que estas são capazes de dar, pode ser um
mau aviador? É de supor que seu valor se manifestará também na aviação, isto é,
que obterá do avião tudo o que dele se possa tirar. É de supor que suas qualidades
se refletirão também de forma não menos positiva no comando duma unidade
militar. Por conseguinte, os caminhos para um grande trabalho e para as grandes
façanhas não estão fechados.
Mas não se trata somente disto. Uma vez que o trabalho é uma questão de
honra, de heroísmo e de glória, os komsomóis, ao discutirem em suas reuniões os
problemas relacionados com a produção, devem partir precisamente disto e
inculcar na consciência da juventude que o operário que cumpre honradamente
seu trabalho e o considera como algo profundamente seu, serve à causa de Lênin
e Stálin, à causa da honra, do heroísmo e da glória, que esse operário é o
construtor fundamental do socialismo, que ele, um dos muitos milhões de
construtores da cidade e do campo, é merecedor da estima e da glória e que se
lhe deve prestar uma atenção especial por parte da organização do Komsomol,
pois é assim que se cumpre uma das diretivas fundamentais do Partido.
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11/09/2019 Do Artigo "A Senda Gloriosa do Komsomol"
Nossa escola não assusta a criança e o pequeno de oito anos vai a ela com
dignidade própria, como o dono que entra em suas possessões. A absoluta
continuidade que existe entre a escola primária e a intermediária e entre a
intermediária e a superior facilita a passagem a esta última à juventude que
anseia por instruir-se. Ao trabalhar em máquinas de primeira qualidade e ao
dominar a técnica em rápido desenvolvimento, a juventude trabalhadora tem
todas as possibilidades de adquirir uma alta qualificação; e os operários com
iniciativa que se interessam por seu trabalho podem ascender com facilidade na
escala da produção. Ante a juventude kolkhoziana abrem-se perspectivas
inconcebíveis não só na aldeia dos velhos tempos, mas também, de modo geral,
na agricultura dos países capitalistas mais avançados. O caráter coletivo da
produção, o trabalho em público, por assim dizer, contribui para pôr em evidência
todas as aptidões e pôr em tensão todas as fôrças para realizá-lo da melhor
maneira e para que o processo desse trabalho seja belo e atraia a atenção dos
demais. A técnica elevada e a florescente agronomia não só desenvolvem
intelectualmente as pessoas e aumentam a produtividade do trabalho, mas
também abrem perspectivas muito amplas para o progresso da juventude dotada
de talento.
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Notas de rodapé:
(1) V. I. Lênin e J. V. Stálin, “Sobre a Juventude”, págs. 136- 137, ed. “Molodáia Gvárdia”, (“A
Jovem Guarda”), 1938. (retornar ao texto)
(2) S. M. Kírov, “Sobre a Juventude”, pág. 200, ed. “Molodáia Gvárdia” (“A Jovem Guarda”), 1938.
(retornar ao texto)
(3) J. V. Stálin, “Questões do Leninismo”, pág. 524, ed. espanhola, 1947, Moscou. (retornar ao
texto)
(5) V. I. Lênin, “Obras Escolhidas”, t. II, págs. 618-619, ed. espanhola, 1948. (retornar ao texto)
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11/09/2019 Do Artigo "A Senda Gloriosa do Komsomol"
(6) Organização que contribui para o fortalecimento da defesa do país, de sua indústria química e
da aviação. (N.T.) (retornar ao texto)
Inclusão 17/10/2012
https://www.marxists.org/portugues/kalinin/1938/10/komsomol.htm 9/9
11/09/2019 Discurso na Conferência de Professores Destacados das Escolas Urbanas e Rurais Convocada pela Redação da Utchítelskaia Ga…
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Discurso na Conferência de
Professores Destacados das
Escolas Urbanas e Rurais
Convocada pela Redação da
Utchítelskaia Gazeta (Jornal do
Professor)
M. I. Kalinin
27 de Dezembro de 1938
Primeira Edição: "Sobre as tarefas da intelectualidade soviética”, págs. 31/45, Edições Políticas
do Estado, Moscou, 1939.
Fonte: Editorial Vitória Ltda., Rio, 1954. Traduzido da edição em espanhol de "Ediciones em
Lenguas Extranjeras” de Moscou 1949. Pág: 44-62.
Nota da Edição Original: Neste livro foram compilados discursos e artigos escolhidos de Mikhail
Ivánovitch Kalínin dedicados à educação comunista, que abarcam um período de quase vinte anos.
Alguns dos discursos são reproduzidos com pequenas reduções.
Transcrição e HTML: Fernando A. S. Araújo.
Direitos de Reprodução: A cópia ou distribuição deste documento é livre e indefinidamente
garantida nos termos da GNU Free Documentation License.
https://www.marxists.org/portugues/kalinin/1938/12/27.htm 1/13
11/09/2019 Discurso na Conferência de Professores Destacados das Escolas Urbanas e Rurais Convocada pela Redação da Utchítelskaia Ga…
https://www.marxists.org/portugues/kalinin/1938/12/27.htm 2/13
11/09/2019 Discurso na Conferência de Professores Destacados das Escolas Urbanas e Rurais Convocada pela Redação da Utchítelskaia Ga…
https://www.marxists.org/portugues/kalinin/1938/12/27.htm 3/13
11/09/2019 Discurso na Conferência de Professores Destacados das Escolas Urbanas e Rurais Convocada pela Redação da Utchítelskaia Ga…
xiliares.
Aqui se disse, por exemplo, que seria bom dispor de círculos de estudo.
Compreendo plenamente esse desejo, que, em certa medida, está justificado,
porque, apesar de tudo, o círculo permite o intercâmbio de opiniões. Mas quem
vos disse que não podeis organizar, agora, círculos de estudo? Donde tirastes isto?
Lede a resolução do Comitê Central do Partido de 14 de novembro de 1938. Ali se
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11/09/2019 Discurso na Conferência de Professores Destacados das Escolas Urbanas e Rurais Convocada pela Redação da Utchítelskaia Ga…
Dizeis que as discussões são necessárias. Quem vos impede de fazê-las? Basta
que se reúnam cinco ou dez pessoas. Entre cinco pessoas já se pode organizar
uma boa discussão. Quem há de impedi-lo? E se além disso fazeis informes
escritos, devo dizer-vos com toda a franqueza que estudareis muitíssimo melhor o
problema do que se ouvísseis uma conferência, pois para escrever um informe é
necessário meditar a fundo cada palavra, cada ideia. Escrever um informe implica
em consultar as fontes originais e outra série de materiais. Ao escrever um
informe aborda-se mais problemas do que quando se ouve uma conferência. O que
se tira de uma conferência depende de muitas circunstâncias: da qualidade do
conferencista e do estado de ânimo da própria pessoa. Pode acontecer que,
durante a conferência, se tenha estado conversando com o vizinho. Vós mesmos
sabeis que, frequentemente, as três quartas partes da conferência são mero
enchimento e só uma quarta parte, dados úteis (Risos). Desgraçadamente, não
sabemos separar o enchimento, como cumpre fazer. É certo que se deve deixar o
enchimento de lado, mas apesar de tudo não o conseguimos por completo. Não
acrediteis que estou contra as conferências. É evidente que as conferências
constituem um aspecto muito importante do ensino. Eu só quero impelir-vos a
trabalhar por vossa conta, pois esse trabalho vos obrigará a frequentar as
conferências e a ouvi-las com atenção.
Que atitude se deve adotar ante o estudo nos círculos? O círculo tem certo
sabor de coisa restrita. O próprio nome de “círculo” já é um sinal de limitação.
Acaso suprime-se por isso a discussão coletiva? Não, não se suprime nem se
condena. A discussão coletiva deve combinar-se ao estudo individual, que é o
método fundamental. Deve-se preparar o tema em casa, fazer o informe no círculo
ou na reunião e travar a discussão em torno do informe. Não se devem travar
debates artificiais, mas sim debates em que cada qual expresse sua verdadeira
opinião sobre o problema colocado, sem temor de dizer o que pensa. E se esse
informe não contém mais que uma gota de opinião própria, não duvido de que
entre vós se travarão acaloradas discussões. Essas discussões, mesmo que
versassem sobre Púchkin, seriam uma excelente lição de marxismo-leninismo.
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Stálin. Na realidade, a pessoa não se deve limitar a esses livros. O que se deve
fazer é ler qualquer livro com um critério marxista-leninista-stalinista.
Suponhamos que lemos Tchernitchevski; pois bem, pode-se lê-lo de diferentes
modos. O leitor progressista dos anos da década de 60 ou 70 do século passado o
lia à sua maneira; o leitor liberal daquela mesma época o lia a seu modo e nós,
como marxistas-leninistas, o lemos a nosso modo. Nossa interpretação será outra.
Quando se faz um informe sobre a obra de Tchernitchevski, quando se analisa
Tchernitchevski, quando se desenvolvem as discussões e se precisam as ideias, é
então que se assimila melhor o marxismo-leninismo. Nas discussões é preciso falar
com palavras próprias, com linguagem própria. Vós deveis ter uma linguagem
própria, estou convencido disso. É necessário que as pessoas discutam, não de
forma artificial, mas indo ao fundo da questão, isto é, de modo que a coisa
chegue, se não até às “vias de fato”, pelo menos até uma disputa séria e
acalorada. É assim que cumpre colocar o problema. Então as pessoas acorrerão
aos círculos e estudarão. É precisamente com semelhante método de estudo que
melhor se adquire o conhecimento do marxismo-leninismo.
Creio que conheceis os textos melhor do que eu; estou certo disso. Se eu
tivesse de ser examinado por vós, sairia reprovado no que se refere ao
conhecimento dos textos; não há dúvida de que sairia reprovado. Mas tenho a
firme convicção de que saberei focalizar um problema do ponto de vista marxista
melhor que vós, que encontrarei antes de vós o caminho para abordá-lo, pois a
longa experiência e a prática enriquecida pelas discussões teóricas aguçaram meus
sentidos. Quando se faz uma formulação falsa, sinto-a como algo que desafina. Foi
assim que adquiri um novo sentido, elaborado nas discussões teóricas e nas
disputas, e que me habituou a concentrar a atenção. Por isso não devemos temer
as discussões, mas acostumar as pessoas a elas. Só assim conseguireis polir
vossas ideias e vossa linguagem. Quando saibais que cada conclusão errônea e
cada formulação falsa vai ser discutida, então buscareis com mais atenção
soluções acertadas.
É possível que ontem se tenha aqui falado disto, mas hoje ninguém disse nada
sobre vossos meninos, como anda o trabalho com eles, nem quais são vossas
relações com as crianças. Um camarada disse de passagem que “se estabeleceram
turnos de guarda nas moradias dos operários. Os que estão de guarda vigiam para
que a conduta dos jovens não altere demasiado a ordem”. Não é assim? (Uma
voz: “É assim.”)
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que o menino seja exatamente como vós, que sois pessoas adultas? Mas os
meninos têm demasiada iniciativa. Se eu fosse professor e os meninos fizessem
alguma travessura (e ao fazê-lo demonstrassem coragem, e a estimularia de certo
modo esse valor, os repreenderia ligeiramente pela travessura e nada mais. Claro
está que não se deve confundir e tolerar toda sorte de travessuras.
Em primeiro lugar, o carinho, o carinho por seu povo, o carinho pelas massas
trabalhadoras. O homem deve sentir carinho pelas pessoas. Se o homem sente
carinho pelas pessoas, a vida lhe será mais fácil, mais alegre, pois ninguém vive
tão mal no mundo como os misantropos, como os que odeiam os demais homens.
Eles são os que pior vivem.
Não creio que haja grande necessidade de explicar isto com mais detalhes.
Isto deve é ser explicado diante dos alunos. É preciso colocar o problema do
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trabalho dum modo especial. Costumamos dizer que “o trabalho é uma questão de
honra”, mas pouco conseguiremos se nos limitarmos a repeti-lo. Não é assim que
se vai cumprir o desejo de nosso chefe, o desejo do Partido e do povo. É preciso
que os meninos vejam de maneira concreta que o trabalho é efetivamente uma
questão de honra. É impossível enganar a criança. A partir do momento em que
note algo de falso, deixará de acreditar em nós.
Creio que para ser um verdadeiro professor deve-se nascer professor e não só
aprender a sê-lo. O trabalho do professor encerra muitos obstáculos, sendo sua
responsabilidade muito grande. É claro que o ensino da disciplina correspondente
constitui o trabalho fundamental, mas, além disso, é preciso ter em conta que os
alunos imitam o seu professor. Por isso, a ideologia do professor, sua conduta, sua
vida, sua maneira de focalizar cada fenômeno influem de uma ou de outra forma
sobre cada um de seus alunos. Às vezes isso ocorre de um modo imperceptível.
Mas isto não quer dizer, ficai certos, que se o professor goza de grande prestigio,
os sinais de sua influência perdurarão durante toda a vida de alguns de seus
alunos. Por isso é importante que o professor preste atenção à sua pessoa, que
sinta que sua conduta e seus atos se acham submetidos a um controle tão
rigoroso como ninguém no mundo o experimenta. Dezenas de olhos infantis o
estão fitando. E não há nada tão atento, tão penetrante, tão sensível aos
diferentes matizes da vida psíquica do homem, nada que capte melhor os mais
sutis detalhes que o olho infantil. É isto que não devemos esquecer.
Receio unicamente que este fato vos induza à ideia de que deveis manter uma
atitude forçada. Também isto seria mau, seria um grande erro. Ao resolver todos
os problemas, o professor deve atuar com naturalidade e honradez, sobretudo ao
resolver os diferentes assuntos infantis, a questão dos castigos, etc. Suponhamos
que um menino quebrou um vidro ou ofendeu uma menina, ou que foi uma
menina que ofendeu um garoto. Aqui não só se deve partir do fato simples, mas
ter presente o possível efeito que tal ou qual solução do assunto possa ter sobre a
psicologia infantil. Não há dúvida de que tudo isto deve ser levado em conta, pois,
apesar de tudo, os meninos têm seu próprio “código de leis”. Suponhamos que
numa briga de garotos um dá um soco no outro e este vem queixar-se. Até um
menino neutro o condenará por essa atitude e lhe dirá: “És um xereta, queres
briga e logo vens queixar-te!”
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A obra cultural que realizais deve vincular-se à edificação socialista nos demais
terrenos, para que o homem não pense isoladamente. O pequeno-burguês é um
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homem que pensa isoladamente e separado dos demais, que não se sente ligado a
nada e a ninguém.
Por quê, quando relatais algo, seguis a tendência de falar com fórmulas feitas?
Sois professores e conheceis o russo. Não sabeis acaso o que significa falar com
frases feitas? Isso significa que vosso pensamento não trabalha, que a única coisa
que trabalha é a vossa língua. Com frases feitas não impressionais as pessoas e
não as impressionareis porque essas frases já são por elas conhecidas sem
necessidade de que as repitais para elas. Receais que, se disserdes as coisas à
vossa maneira, não saiam tão bonitas. Estais enganados. Vossas próprias palavras
soarão melhor e chegarão melhor ao povo.
Por exemplo, você, o último dos camaradas que falaram, trabalha na aldeia e
parece estar satisfeito com sua situação. Você apresentou as coisas de tal forma
que parece que agora você vive muito bem. Mas eu acredito que se a gente ler a
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ata taquigráfica de seu discurso não dará muito crédito ao que diz. E não por que
seja falso; não, não é por isso. Dirá em primeiro lugar, que o camarada se elogia
bastante. Ressalta o “eu fiz tal e tal coisa”. Quando as pessoas percebem que
alguém se elogia e se exibe, imediatamente se põem em guarda. Eu lhe direi
francamente que sua intervenção excedeu-se em belas palavras, mas lhe faltou
alma. Não se sentia que você pusesse a alma nas palavras. Não quero dizer com
isso, longe de mim, que você não tenha alma. Nada disso. Quero dizer unicamente
que você trata de exprimir seu verdadeiro estado de ânimo com as fórmulas em
uso. Mas o homem costuma expressar seus sentimentos com palavras próprias e
simples, sem recorrer a formulações já preparadas. Por isso, quando uma pessoa
instruída ler a ata taquigráfica de sua intervenção, pensará: é uma intervenção
artificial, porque não reflete um estado de espirito natural. Muitas palavras,
palavras ardentes, palavras que dizem que você está satisfeito com o trabalho,
que o trabalho lhe interessa; mas palavras que não convencem porque não são
palavras próprias, mas frases feitas. Compreendeu-me? Diga-me, é ou não é
verdade o que assinalo? Assim, fica ou não fica artificial sua intervenção? (Vozes:
“É certo”).
Por isso, o que se requer em primeiro lugar dum professor é que fale com
estilo próprio, com o estilo que lhe deu sua mãe. Que estude a gramática para que
sua linguagem seja correta, porém que fale com naturalidade, com palavras
simples.
Devo dizer que o trabalho do professor é dos mais difíceis. Creio inclusive ser
preciso nascer professor. Refiro-me ao professor no pleno sentido da palavra. Há
gente que sabe muito. Conheço numerosas pessoas que dominam
estupendamente uma matéria, mas se pusermos uma dessas pessoas como
professor não saberá explicar com acerto a sua matéria. Não basta conhecer a
matéria, também é preciso saber expô-la de modo que os alunos possam assimilar
bem.
É por isso precisamente, a meu ver, que o que deve vir em primeiríssimo lugar
deve ser uma linguagem normal. Não acostumeis os meninos a fórmulas feitas e
estereotipadas, pois estas lhes entrariam por um ouvido e sairiam pelo outro.
Deve-se falar com palavras próprias. As palavras podem ser diferentes sem
que por isso modifiquem o sentido. E então vereis que as pessoas vos prestarão
um pouco mais de atenção. É preciso que as palavras sejam oportunas e
adequadas e que surjam de modo espontâneo. Mas o que vemos é que se fala de
maneira mecânica. É preciso que as palavras não fluam de um modo mecânico,
mas organicamente, que expressem ideias próprias.
Deve-se fugir das fórmulas feitas, que são retidas de memória mas que não
são analisadas pela cabeça. A linguagem que utilizardes para relacionar-vos com a
população deve ser vossa própria linguagem, simples e num estilo natural. O estilo
artificial proporciona à linguagem um certo pedantismo repelente. Muitos de vós
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11/09/2019 Discurso na Conferência de Professores Destacados das Escolas Urbanas e Rurais Convocada pela Redação da Utchítelskaia Ga…
★★★
Nossa vida é cada vez mais complexa, exige que todos os nossos
trabalhadores em todos os terrenos tenham uma “estatura” cada vez maior. Se
agora, por exemplo, a “estatura” do professor é de dois metros, é preciso que seja
pelo menos de dois metros e meio.
Isto é tudo o que eu queria dizer-vos. Sobre esse tema se poderia falar até ao
infinito, pois são muitos os problemas de vosso trabalho que esperam solução. Mas
ouvistes o principal, o fundamental de quanto eu desejava dizer-vos. Desejaria
apenas que ao regressar a vossas casas não vos esquecêsseis dos meus
conselhos. (Grandes aplausos).
Início da página
Inclusão 20/10/2012
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11/09/2019 Discurso na Solenidade em Honra dos Professores Rurais Condecorados
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8 de Julho de 1939
Primeira Edição: “Sobre as tarefas da intelectualidade soviética”, págs. 46-49. Edições Políticas
do Estado, 1939.
Fonte: Editorial Vitória Ltda., Rio, 1954. Traduzido da edição em espanhol de "Ediciones em
Lenguas Extranjeras” de Moscou 1949. Pág: 63-67.
Nota da Edição Original: Neste livro foram compilados discursos e artigos escolhidos de Mikhail
Ivánovitch Kalínin dedicados à educação comunista, que abarcam um período de quase vinte anos.
Alguns dos discursos são reproduzidos com pequenas reduções.
Transcrição e HTML: Fernando A. S. Araújo.
Direitos de Reprodução: A cópia ou distribuição deste documento é livre e indefinidamente
garantida nos termos da GNU Free Documentation License.
Fazer com que todo o povo da enorme e multinacional União Soviética seja um
povo instruído é uma das maiores tarefas. Mas nós não só queremos que seja
instruído, queremos além disso que nosso povo receba uma educação soviética,
comunista. Queremos que nossa escola proporcione uma educação comunista. E o
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11/09/2019 Discurso na Solenidade em Honra dos Professores Rurais Condecorados
que significa isso? Precisamente sobre esse tema quero dizer umas quantas
palavras.
Sabeis perfeitamente que não só nas escolas primárias, como nem tampouco
nas secundárias se estuda a fundo o marxismo.
Que quer dizer educar? Educar é influir sobre a fisionomia psíquica e moral do
aluno, é influir num determinado sentido durante seus dez anos de estudo, isto é,
fazer dele um homem. Educar é portar-se com os alunos de tal forma que, quando
se resolvam os infinitos choques e mal-entendidos inevitáveis na vida escolar, os
meninos cheguem a convencer-se de que o professor procedeu corretamente. Isto
deixa uma profunda marca na alma infantil. Se o professor qualificou com
parcialidade um aluno preguiçoso, estou convencido de que essa classificação
parcial não deixará de repercutir na psicologia dos alunos. Pois o problema reside
precisamente nisto, em que o professor está metido numa espécie de sala de
espelhos, submetido aos olhares de centenas de penetrantes e impressionáveis
olhos infantis, com uma capacidade assombrosa de captar tanto os aspectos
positivos do professor como os seus lados negativos. A educação dos alunos
estriba-se antes de tudo na conduta do professor na aula, em sua atitude para
com os alunos. E isto é o que faz da educação algo sumamente difícil.
Com isto não quero de forma alguma voltar as costas à necessidade de uma
boa instrução para os meninos. Para vós, como professores, isto é evidente. Mas o
trabalho educativo escapa muitas vezes à atenção do professor, quando na
realidade tem uma enorme importância para a formação do caráter e da fisionomia
moral dos garotos. Muitos professores esquecem seu dever de pedagogos. E o
pedagogo é um arquiteto de almas humanas. Está claro que para saber influir
sobre os alunos no sentido necessário se requer uma capacidade especial. Mas isto
não é tudo. Para poder exercer conscientemente uma determinada influência é
preciso que o próprio professor seja uma pessoa muito culta e, positivamente,
muito instruída.
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11/09/2019 Discurso na Solenidade em Honra dos Professores Rurais Condecorados
Pois bem, camaradas, nós queremos que nossos filhos se eduquem no espírito
comunista, queremos que se lhes inculquem os princípios comunistas. Talvez vos
ocorra perguntar: quais são esses princípios comunistas?
Essas virtudes não podem ser inculcadas ao menino com prédicas à base de
belas palavras nem com uma simples agitação verbalista. Essas virtudes só podem
ser profundamente inculcadas na consciência do menino exercendo sobre ela,
durante todo o período da vida escolar, uma ação continua, imperceptível e
baseada em relações de camaradagem. E, naturalmente, isto só será possível
quando os próprios professores dominem o marxismo-leninismo, ainda que seja
em termos gerais.
E que quer dizer que o povo se desenvolve? Quer dizer antes de tudo que cada
ano se incorporam a nosso meio dois milhões de pessoas instruídas. E se nós, os
velhos que não passamos pela escola moderna, nos obstinamos e não tratamos de
colocar-nos em seu nível, pouco a pouco iremos sendo deslocados. Por isso
também os professores que fizeram os seus estudos na velha escola não devem
cair agora na negligência, O mestre não é só professor, é também aluno.
(Aplausos)
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11/09/2019 Discurso na Solenidade em Honra dos Professores Rurais Condecorados
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Inclusão 22/10/2012
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11/09/2019 Discurso na Conferência de Alunos da Oitava, Nona e Décima Classes das Escolas Intermediárias Completas do Distrito Bauman …
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Discurso na Conferência de
Alunos da Oitava, Nona e Décima
Classes das Escolas
Intermediárias Completas do
Distrito Bauman de Moscou
M. I. Kalinin
7 de Abril de 1940
Primeira Edição: “Questões da educação comunista”, págs. 28-35. Edições Políticas do Estado,
1940.
Fonte: Editorial Vitória Ltda., Rio, 1954. Traduzido da edição em espanhol de "Ediciones em
Lenguas Extranjeras” de Moscou 1949. Pág: 68-76.
Nota da Edição Original: Neste livro foram compilados discursos e artigos escolhidos de Mikhail
Ivánovitch Kalínin dedicados à educação comunista, que abarcam um período de quase vinte anos.
Alguns dos discursos são reproduzidos com pequenas reduções.
Transcrição e HTML: Fernando A. S. Araújo.
Direitos de Reprodução: A cópia ou distribuição deste documento é livre e indefinidamente
garantida nos termos da GNU Free Documentation License.
Quem quiser ser no futuro um trabalhador qualificado, deve passar pela escola
soviética e aprender a trabalhar de modo sistemático com os livros e ampliar seus
https://www.marxists.org/portugues/kalinin/1940/04/07.htm 1/7
11/09/2019 Discurso na Conferência de Alunos da Oitava, Nona e Décima Classes das Escolas Intermediárias Completas do Distrito Bauman …
conhecimentos. A vida será difícil para quem não tenha passado pela escola; o
trabalho a que depois se dedique também lhe ficará difícil. A falta de
conhecimentos sistematizados e de um hábito de trabalho sistemático é um defeito
que sentireis sempre e em todas as partes, que vos perseguirá constantemente,
agarrado aos calcanhares como uma sombra. E, diga-se de passagem, eu o
experimentei e o continuo experimentando até o dia de hoje. Por essa razão,
deve-se tirar o maior proveito possível da escola — desde a primeira até à sétima
ou até à décima classe — como de uma fonte decisiva de conhecimentos
sistemáticos.
Nenhum escolar deve esquecer que só pode ter certa significação na vida
social e política, em qualquer esfera que seja de utilidade, quem saiba trabalhar de
modo sistemático e conheça seu trabalho. Mas os que só luzem uma cultura
superficial, só adquirem um verniz cultural, as pessoas do tipo de Onéguin(1),
capazes de dizer algo sobre qualquer tema mas que não sabem nada de
substancial, essa gente não desempenha nem desempenhará nenhum papel de
importância na vida da sociedade nem do Estado soviético.
Mas, camaradas, isso se adquire com o tempo. Sois ainda jovens e tendes
tudo pela frente. Por isso me atrevo a dizer-vos que vossa oratória carece de
originalidade. Se tivésseis cinquenta anos, eu não o diria por temor a que nunca
chegásseis a falar com originalidade. Ainda tendes toda a vida pela frente e
conseguireis falar com originalidade. Não tenho a menor dúvida. Mas por enquanto
vossa tendência é falar com frases feitas, com frases que não são próprias, mas
alheias. Em vossas intervenções não se percebe ideias próprias, ideias vivas.
Vossas palavras são como a luz da lua, que não aquece.
De todos vós, talvez o único que falou com sua própria linguagem foi o último
orador, o camarada Karib. Por sua maneira de falar via-se que pensa suas frases,
que tem uma ideia própria. E isto é o mais importante.
https://www.marxists.org/portugues/kalinin/1940/04/07.htm 2/7
11/09/2019 Discurso na Conferência de Alunos da Oitava, Nona e Décima Classes das Escolas Intermediárias Completas do Distrito Bauman …
formosa paisagem. Mas essa palavra só é bela exteriormente, pois lhe falta o
principal, falta-lhe alma. É uma flor de rosmaninho. E um orador como esse não
vos dará nada porque ele mesmo não pensa suas frases. Um orador como esse
não emociona com o conteúdo de suas palavras. Os que o escutarem só poderão
exclamar: Ah! Como fala bem! E nada mais.
Suponhamos agora que quem veio visitar-vos não é um “boca de ouro”, mas
simplesmente uma pessoa reflexiva. Sua oratória não se destaca por sua beleza e
inclusive frequentemente se interrompe. Vê-se que pensa e fala, que fala e pensa.
Quando se detém a meditar suas frases, obriga a pensar com ele todo o auditório,
que o segue, segue o curso de seu pensamento. Os que o ouviram falar podem
dizer: esse orador expôs uma ideia concreta. E as pessoas reagem ante essa ideia:
admitem-na ou a rechaçam, discutem-na ou a aprovam, indignam-se ante ela ou a
acolhem com benevolência.
O camarada Karib se parece com um orador deste tipo. Deveis todos assimilar
os princípios e o método desse orador para pensar, para poder construir vós
mesmos vossas frases e não falar com frases feitas e preparadas de antemão. E
então se verá além disso se conheceis ou não o idioma russo.
Aqui intervieram alunos da oitava, nona e décima classe e, além disso, alunos
destacados, que, do ponto de vista teórico, isto é, de acordo com os programas de
estudo, deveriam conhecer bem o idioma russo e expressar-se corretamente em
russo. Mas, por desgraça, não posso dizer se sabem ou não o russo, porque se
exprimiram com frases feitas, com frases estereotipadas. Mas em compensação o
camarada Karib, quando falava, construía ele mesmo suas frases. E quando uma
pessoa constrói suas próprias frases, então se pode julgar se sabe ou não sabe- o
russo, se a escola lhe ensinou ou não lhe ensinou a expor suas ideias. Este
caminho, o caminho do camarada Karib, é o que devem seguir os escolares
soviéticos se é que de fato querem trabalhar seriamente, se é que não consideram
a escola como um castigo do céu.
E não digo isto por dizer. Em realidade acontece que alguns consideram a
escola como uma carga e uma obrigação, como um purgatório pelo qual se deve
passar para chegar ao “céu”. Mas se não pensais assim, se considerais o estudo
como uma feliz oportunidade que deve ser aproveitada totalmente para vos
instruir e ampliar o horizonte de vossos conhecimentos, então é preciso que vos
expresseis com vossas próprias palavras. Isto se refere tanto a vosso trabalho de
composição como à resolução dos diferentes problemas de matemática, aos
exercícios de desenho linear e de figuras, etc., etc.
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11/09/2019 Discurso na Conferência de Alunos da Oitava, Nona e Décima Classes das Escolas Intermediárias Completas do Distrito Bauman …
Não pensava em intervir hoje. Para dizer a verdade, eu esperava que aqui se
fosse desenrolar uma encarniçada batalha, que iríeis falar dos defeitos da escola,
do que lhe falta. Mas resulta que vossa reunião se converteu numa sessão solene.
E onde abunda a solenidade, geralmente falta o conteúdo.
Hoje falaram aqui os melhores alunos, cujos discursos tinham o caráter duma
prestação de contas. Nota-se que a coletividade obrigou-os a intervir dessa forma.
Os camaradas disseram: “Antes ocupávamos o sétimo lugar e agora passamos ao
quinto. Esperamos conquistar o terceiro”. Mas nenhum deles disse o que pensa
fazer, aonde se deseja ir quando terminar a décima classe. Mas o que ocorre,
camaradas, é que ides terminar a escola intermediária, estais no umbral da vida
independente.
Se eu fosse aluno da décima classe — por desgraça não o posso ser — no mês
de abril do ano da promoção enfrentaria de início o seguinte problema: para onde
ir? E não há dúvida de que eu teria decidido com exatidão o lugar para onde iria.
Mas nem sempre se pode ir para onde se quer. Provavelmente muitos de vós
desejariam entrar para o Instituto de Jornalismo. Eu o sei pelos concursos dos
anos anteriores. Mas ali não podem ingressar todos os que o desejam, pois o
concurso é muito difícil. E apesar de tudo, aonde ir? Ou talvez não vos interessa de
modo nenhum esse problema? Isto seria um mau sintoma. Considero um grave
erro que em vossas discussões tenha faltado uma questão tão importante como
esta. Por certo, me agradaria muito saber quais são as aspirações da maioria dos
escolares, qual é a profissão preferida por nossa juventude, pois isso seria muito
significativo e sobre a base desses dados se poderia fazer deduções de interesse.
Mas através de vossas intervenções não consegui saber nada, pelo que não posso
fazer nenhuma espécie de deduções.
Apesar de tudo, não posso chegar a crer que essa ideia não vos tenha passado
pela cabeça. Sem dúvida é uma ideia que vos preocupa a todos. Em vossa idade,
quando se é jovem, todos devem pensar nesse problema. Não há dúvida de que,
entre vós, noventa por cento se propõem realizar grandes façanhas e reorganizar
o mundo à sua maneira. Também eu tinha essas ideias em meus anos de
https://www.marxists.org/portugues/kalinin/1940/04/07.htm 4/7
11/09/2019 Discurso na Conferência de Alunos da Oitava, Nona e Décima Classes das Escolas Intermediárias Completas do Distrito Bauman …
juventude. Com toda certeza essas ideias fervem em vossas cabeças, pois não
poderia ser de outro modo. Para isso sois jovens.
Mas agora chegou o momento em que tendes de vos definir, em que tendes de
dar uma resposta completa à pergunta: aonde ir? Muitos resolvem a questão de
maneira demasiado simples: sou Komsomol, depois serei comunista, cidadão
soviético, e assunto acabado, já está “determinado” o meu destino. Mas essa é
uma “autodeterminação” demasiado fácil.
Mas deveis ter presente que esta luta não vai desenrolar-se somente nos
campos de batalha. Nossos estudantes já realizaram prodígios de valor nos
campos de batalha durante os primeiros choques de sondagem. E isso não tem
nada de estranho. Como não ia ser valente nossa culta juventude soviética! Esta
luta se estenderá a todas as esferas de nossa vida. Será o ponto culminante da
intensificação da luta que se leva a cabo desde os primeiros dias da existência do
Poder Soviético.
E para obter a vitória nesse choque decisivo deveis temperar vosso caráter e
vossa vontade na luta diária, deveis determinar com exatidão qual há de ser o
vosso lugar na edificação socialista e dominar com perfeição a atividade a que
tenhais consagrado a vida.
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11/09/2019 Discurso na Conferência de Alunos da Oitava, Nona e Décima Classes das Escolas Intermediárias Completas do Distrito Bauman …
anos. Mas para uma pessoa que definiu claramente sua posição na vida, esse
“drama” passará sem provocar graves perturbações.
Por isso considero que os camaradas que pensam que não tem sentido estudar
com a máxima intensidade na escola intermediária equivocam-se profundamente e
podem causar um dano irreparável a si mesmos.
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11/09/2019 Discurso na Conferência de Alunos da Oitava, Nona e Décima Classes das Escolas Intermediárias Completas do Distrito Bauman …
Desejo de todo o coração aos alunos de décima classe deste ano que sejam
bons soldados nas fileiras de nosso Exército Vermelho e que ao mesmo tempo
sejam bons estudantes de nossas escolas superiores. (Tempestuosos aplausos).
Início da página
Notas de rodapé:
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11/09/2019 Discurso na Reunião do Comitê Central da União das Juventudes Comunistas da URSS com os Secretários dos Comitês Regionai…
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8 de Maio de 1940
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que informaram sobre seu trabalho. Percebe-se que pessoas cultas e instruídas
acorreram a esta reunião. Posso dizer que fazeis bem vossos informes. O informe
mais brilhante foi feito pela secretaria do Comitê Central do Komsomol da
Bielorrússia. Mas creio que teria podido fazer outro tipo de informe se não temesse
atuar com independência. Seu informe, no fundo, não difere dos demais. Pelo
conteúdo todos os vossos informes foram iguais. Por que foram iguais? Porque
têm, por assim dizer, um caráter organizativo-administrativo-disciplinar. Todos
falaram aqui num plano de inspeção e com certo tom de autoridade. Este é o
primeiro de vossos grandes defeitos.
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11/09/2019 Discurso na Reunião do Comitê Central da União das Juventudes Comunistas da URSS com os Secretários dos Comitês Regionai…
Falou-se aqui duma professora que não soube resolver um problema, pelo que
é considerada má professora. Isso é abordar a questão dum modo mecânico e
totalmente errôneo. Onde poderemos encontrar essas luminosidades capazes de
resolver qualquer problema? Um de meus filhos era professor dum centro de
ensino secundário. Certa ocasião perguntei-lhe:
Ele me respondeu:
É claro que a coisa não é fácil para o professor quando quarenta olhos infantis
o fitam com malícia e nesses olhos brilha a ideia maliciosa: “Até que enfim te
metemos num aperto”. Não obstante, o professor tem a obrigação de dizer
francamente aos alunos: “Agora não posso responder a esta pergunta porque não
sei como fazê-lo, mas na próxima vez procurarei esclarecer tudo”. Em meu modo
de ver essa será uma atitude honrada do professor ante seus alunos. E é preciso
acostumar os alunos com a honradez.
Em minha casa tenho seis pessoas com instrução superior, em sua maioria
engenheiros, que por conseguinte devem conhecer bem matemática. Na época em
que minha filha menor estudava ainda na escola secundária, quando preparava
suas lições e tratava de resolver algum problema, os maiores porfiavam em ajudá-
la cada qual melhor. Imaginai que às vezes não podiam resolver o problema de
saída: tinham esquecido. Pareceria lógico que aquilo fosse para eles a coisa mais
corriqueira, pois são engenheiros e conhecem bem matemática. E apesar de tudo
falhavam. Isto indica que não se pode julgar por alguns casos isolados se uma
pessoa sabe ou não sabe sua disciplina, se é bom ou mau professor.
Sabemos muito bem que alguns professores dão notas altas com grande
facilidade, ao passo que é muito difícil obtê- las com outros. Existem mesmo
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11/09/2019 Discurso na Reunião do Comitê Central da União das Juventudes Comunistas da URSS com os Secretários dos Comitês Regionai…
professores que não conferem graus de distinção pôr princípio, dizendo que só eles
mesmos merecem essa classificação. Mas também aqui é preciso saber distinguir.
Temos magníficos pedagogos, sobretudo entre os velhos, que devotam profundo
carinho á sua disciplina, apaixonam-se por ela e a ensinam bem. Os alunos amam
e respeitam profundamente a tais professores e, por causa deles, também gostam
da matéria. Ainda que esses professores sejam condescendentes em suas notas,
podemos afirmar a priori que seus alunos conhecem a matéria muito melhor que
as disciplinas explicadas por professores que consideram que somente eles
mesmos são merecedores duma nota de distinção. Não prestastes atenção
tampouco a este aspecto do problema.
Por último, não sois observadores imparciais, mas, como suponho, ardentes
patriotas soviéticos. Em vós deve borbulhar a energia, e se não é assim, que
espécie de patriotas soviéticos sois vós? Deveis aspirar a marchar sempre para a
frente, deveis recolher todas as questões novas e de atualidade. Mas para isso,
repito, deveis possuir uma grande cultura. Se estivesse em minhas mãos, eu vos
obrigaria a dedicar pelo menos cinco horas diárias a ler literatura (belas letras e
obras consagradas aos diversos problemas da arte, da ciência, da técnica, etc.)
para que fosseis pessoas preparadas, cultas, instruídas; então, quando surgisse
qualquer questão prática e de princípio, o professor diria com seus botões: parece
uma enciclopédia! É assim que vosso prestígio crescerá rapidamente aos olhos dos
professores.
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11/09/2019 Discurso na Reunião do Comitê Central da União das Juventudes Comunistas da URSS com os Secretários dos Comitês Regionai…
Mas quando vos dedicais a estudar a fundo o manual, às vezes temeis sair do
marco de alguns de seus parágrafos. E se vos limitais a esse marco, sereis uns
maus marxistas, pois cada parágrafo não é um dogma, mas um guia para a ação.
Ao estudar a História do Partido bolchevique é conveniente que esses parágrafos
sejam ilustrados não somente com fatos do passado, mas que se lhes dê um
conteúdo atual, esclarecendo sua essência com exemplos tomados da vida
contemporânea.
Início da página
Inclusão 30/10/2012
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11/09/2019 Sobre a Educação Comunista
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M. I. Kalinin
2 de Outubro de 1940
Primeira Edição: “Sobre a educação comunista", Edições Políticas do C.C. do P.C. (b) da URSS,
1940.
Fonte: Editorial Vitória Ltda., Rio, 1954. Traduzido da edição em espanhol de "Ediciones em
Lenguas Extranjeras” de Moscou 1949. Pág: 86-111.
Nota da Edição Original: Neste livro foram compilados discursos e artigos escolhidos de Mikhail
Ivánovitch Kalínin dedicados à educação comunista, que abarcam um período de quase vinte anos.
Alguns dos discursos são reproduzidos com pequenas reduções.
Transcrição e HTML: Fernando A. S. Araújo.
Direitos de Reprodução: A cópia ou distribuição deste documento é livre e indefinidamente
garantida nos termos da GNU Free Documentation License.
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11/09/2019 Sobre a Educação Comunista
Assim pois, na sociedade de classes nunca existiu nem pode existir uma
educação que esteja à margem ou por cima das classes.
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11/09/2019 Sobre a Educação Comunista
Pois bem; apesar dessas contradições que, como já disse, residem na própria
natureza da sociedade burguesa, as classes dominantes levam a cabo uma luta
desesperada para subjugar as massas populares, utilizando para isso todos os
meios, desde a repressão aberta até ao engano sutil.
II
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11/09/2019 Sobre a Educação Comunista
Vejo que isto vos causa um pouco de estranheza, que quereis perceber o
sentido da tese: educar no povo o afã de prestar a máxima ajuda à luta de classes
em nosso país, em um país onde as classes exploradoras foram liquidadas. A meu
ver, neste caso não se requer esclarecimentos especiais. Bastará recordar-vos a
magnífica resposta dada pelo camarada Stálin ao Komsomol Ivanov.
“... Uma vez que não vivemos numa ilha — escrevia o camarada Stálin
—, mas “em um sistema de Estados”, grande parte dos quais mantém
atitude hostil para com o País do Socialismo, com o consequente perigo
duma intervenção e duma restauração, nós proclamamos franca e
honradamente que a vitória do socialismo em nosso país ainda não é
definitiva”.
É verdade que nossa luta de classes tem formas diferentes da luta de classes
que se desenvolve fora da URSS. Eu diria que é uma luta de classes que se elevou
a um grau superior, que seus resultados positivos são mais eficazes. Mas,
naturalmente, também é muito mais complexa.
A tese de Marx e Engels de que “as ideias da classe dominante são as ideias
dominantes”, no que se refere à classe operária da União Soviética obriga-nos a
muito. Não podemos limitar-nos simplesmente a uma crítica do regime burguês. O
fundamental agora é a luta pelas realizações práticas em todos os aspectos da
política, da economia, da cultura, da ciência, da arte, etc. Está claro também que a
educação comunista deve desenvolver-se em nosso país nesse sentido.
III
Quais são as tarefas que nos propomos hoje em dia como fundamentais no
campo da educação comunista? São essas tarefas baseadas em novos princípios,
em comparação com os princípios daquelas de que falava Lênin, faz vinte anos, no
III Congresso do Komsomol?
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11/09/2019 Sobre a Educação Comunista
Não seria demais que essas tarefas fossem recordadas com maior frequência
aos que querem representar de maneira abstrata os traços da sociedade
comunista. esses aficionados de “teorizar”, de matutar “profundamente” sobre os
traços peculiares do homem do futuro, associando o comunismo a um porvir
nebulosamente bom, essa gente leva também à mesma abstração o problema da
educação comunista. Em meu entender, isso não é penetrar no futuro, mas
dedicar-se a adivinhações.
Eis aqui, camaradas, no que se deve pensar e do que se deve falar; esta é a
orientação que se deve dar antes de tudo à educação comunista: lutar por uma
elevada produtividade do trabalho.
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11/09/2019 Sobre a Educação Comunista
Quando surgia alguma greve, era preciso empurrá-los à fôrça para fora da fábrica,
pois não se atreviam a abandonar o trabalho por conta própria, temerosos de
abalar as boas relações que tinham com seus chefes. Naqueles velhos tempos não
apreciávamos esses operários. Por que? Porque se esfalfavam para os capitalistas.
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11/09/2019 Sobre a Educação Comunista
Nem é preciso dizer que este decreto afeta em cheio certas pessoas e lhes faz
sentir duramente sua culpabilidade na produção de artigos de má qualidade Mas,
ao mesmo tempo, proporciona aos dirigentes das empresas uma arma poderosa
para lutar contra a prejudicial influência de alguns que os cercam. Pois, como
costumavam raciocinar muitos deles? Raciocinavam assim: para que vamos armar
escândalos, turvar nossas relações com as organizações sociais, com os
camaradas, etc., se no final de contas passarão na massa de artigos os de
fabricação defeituosa? E com efeito, passavam. Essa atitude com a produção
defeituosa lançou raízes profundas em nossa produção.
E são precisamente essas raízes que temos que cortar, destruir. Devemos
fazê-lo no interesse da sociedade socialista e de cada um de nós em particular.
Das duas uma: ou edificamos o comunismo, ou só falamos do comunismo,
enquanto avançamos para ele pachorrentamente — se é que podemos expressar-
nos assim — espreguiçando-nos e bocejando. Mas lembrai-vos de que avançar
assim para o comunismo é muito arriscado, que assim se pode atrasar demasiado
a passagem para o comunismo.
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11/09/2019 Sobre a Educação Comunista
E quando falamos de educação comunista, isto quer dizer antes de tudo que é
preciso inculcar na consciência dos trabalhadores a ideia de que devem realizar
seu trabalho pelo menos com um minimo de escrupulosidade. Temos que inculcar-
lhes a ideia de que quem se considera um bolchevique ou simplesmente um
honrado cidadão soviético, deve produzir com um mínimo de escrupulosidade, de
modo que seus artigos sejam de boa qualidade.
Assim, pois, a luta pelo comunismo é a luta por uma maior produtividade do
trabalho, tanto no que se refere à quantidade como à qualidade da produção. Essa
é a primeira das tese fundamentais sobre a educação comunista dos trabalhadores
da URSS.
IV
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11/09/2019 Sobre a Educação Comunista
do Povo da URSS “Sobre a salvaguarda dos bens das empresas do Estado, dos
kolkhozes e das cooperativas e a consolidação da propriedade comum (socialista)”
e do decreto do Presídium do Soviet Supremo da URSS de 10 de agosto de 1940
“Sobre a responsabilidade criminal pelos pequenos furtos na produção e os atos de
má conduta”.
Mas, mais tarde, esse termo foi utilizado em proveito de seus fins egoístas
pelos reacionários e pelas castas superiores que se encontravam no Poder. Por
isso, tanto na Europa como na Rússia tzarista, as pessoas mais honradas que se
desvelavam pelas necessidades do povo adotaram sempre uma atitude de
desconfiança contra a palavra “patriotismo”, na qual viam uma expressão do
chovinismo nacional e, da infundada soberba das camadas governantes.
Finalmente, sob a bandeira do patriotismo os sátrapas tzaristas saqueavam os
povos anexados.
E foi esse processo de luta das fôrças do progresso contra as fôrças da reação,
esse processo de crescimento e consolidação dos valores culturais que permitiu
que pelo menos os elementos mais conscientes das nacionalidades oprimidas
pudessem ver a outra Rússia, a Rússia nobre, amante da liberdade, inimiga da
opressão, culta, dotada de talento e que contribui para desenvolver os
conhecimentos entre as grandes massas da população. O movimento operário
revolucionário que se tinha desencadeado, colocou na ordem do dia, como tarefa
do momento, a de agrupar de verdade os proletários e trabalhadores de todas as
nacionalidades do império russo em sua luta contra o tzarismo e o capitalismo. Os
esforços de Lênin e Stálin por criar um partido da classe operária para toda a
Rússia, sem o qual era inconcebível a emancipação do povo russo e das
nacionalidades oprimidas, a incansável prédica da política nacional leninista-
stalinista, a luta dos bolcheviques contra qualquer manifestação de chovinismo de
grande potência e do nacionalismo local, tudo isso contribuiu para estreitar os
laços entre as nacionalidades oprimidas e o povo russo, obrigou os elementos mais
conscientes daquelas a conhecer a literatura, a ciência e a arte russas, a conhecer
os lutadores revolucionários russos e com isso os ia incorporando à cultura russa,
os convertia em partidários da luta comum e conjunta, isto é, em pessoas cujos
pensamentos se estendiam já a toda a Rússia.
A grande Revolução proletária não fez somente grandes destruições; ela marca
também o começo de um trabalho criador de proporções nunca vistas. Ao mesmo
tempo, a Revolução passou como um poderoso furacão purificador pelas cabeças
de dezenas de milhões de pessoas, dando-lhes ânimo e confiança em suas
próprias fôrças. Essas pessoas sentem-se agora como se fossem heróis
legendários capazes de vencer a todos os inimigos das massas trabalhadoras.
E já surgiu a épica soviética que ligou a arte popular de nossa época ao fio da
arte popular de um passado remoto, cortado pelo capitalismo, inimigo deste
aspecto da produção espiritual. O processo da transformação socialista da
sociedade pôs em relevo grande quantidade de temas atraentes e ricos de
conteúdo, dignos do pincel de grandes artistas. O povo já vai selecionando os
melhores elementos desses temas e pouco a pouco vai traçando esboços esparsos
para os poemas épicos desta grande época e de seus grandes heróis, como Lênin e
Stálin.
Nossos literatos e artistas não devem ficar atrás do povo, pois jamais puderam
dispor de um material tão abundante nem tão grato como em nossa época. Só
agora é que têm possibilidades ilimitadas de servir a seu povo e de inculcar ás
massas profundos sentimentos patrióticos baseados nas grandes façanhas das
gerações atuais.
Meu canto,
com o trabalho,
romperá a multidão dos anos e chegará,
ponderável,
rude,
visível, como a nossos dias
chegou o aqueduto construído
pelos escravos de Roma”.
Mas para isso devemos educar a todos os trabalhadores da URSS num espírito
de ardente patriotismo, de amor sem limites à sua Pátria. E não me refiro a um
amor abstrato e platônico, mas a um amor impetuoso, ativo, apaixonado,
indômito; um patriotismo sem misericórdia para com os inimigos e que não se
detenha diante de nenhuma espécie de sacrifícios em holocausto à Pátria.
VI
Julgo necessário deter-me ainda na questão do espírito coletivo. Não há
necessidade de demonstrar dum modo especial que a formação do espírito coletivo
deve ocupar um lugar de destaque na educação comunista. Não me refiro aqui aos
fundamentos teóricos do espírito coletivo, mas à introdução de hábitos sociais na
produção e na vida cotidiana, à criação de condições nas quais o espírito coletivo
constitua parte integrante de nossos costumes, de nossas normas de conduta,
para que nossos atos sejam não só meditados e tenham um caráter consciente,
https://www.marxists.org/portugues/kalinin/1940/10/02.htm 14/18
11/09/2019 Sobre a Educação Comunista
Se acontece alguma desgraça a algum dos viajantes, não lhe faltará a ajuda
voluntária dos outros. E é característico que os norte-americanos, apesar de seu
lema: “o tempo é ouro”, não regateiem seu tempo em tais casos. A necessidade
de prestar toda a espécie de ajuda se subentende como um dever social.
O espírito coletivo não deve. ser confundido com o espírito de manada. Assim,
por exemplo, quando nos tempos antigos uma multidão de camponeses espancava
um ladrão de cavalos, ou uma turba de credores de um banco em falência, furiosa,
quebrava os vidros dos escritórios do banco, em meu entender essas ações não
podiam ser consideradas como manifestações de espírito coletivo. Eram
manifestações que tinham certo caráter de manada. Pelo contrário, o espírito
coletivo engendra sempre a ação racional.
VII
https://www.marxists.org/portugues/kalinin/1940/10/02.htm 16/18
11/09/2019 Sobre a Educação Comunista
O campo kolkhoziano, por sua vez, apresenta uma procura colossal de homens
de elevado nível cultural. O tratorista, o condutor da máquina combinada, o
mecânico, o agrônomo, o zootécnico, além dos conhecimentos de sua
especialidade, devem possuir pelo menos uma cultura elementar. Tomemos outras
especialidades, mesmo que seja a de moco de estrebaria. Um camponês não terá
grandes dificuldades para ser palafreneiro quando se tratar de um ou dois cavalos.
Mas quando na cavalariça há 20 ou 40 cavalos, então já se requer uma certa
experiência organizativa e certa cultura. O mesmo ocorre nos demais ramos da
economia kolkhoziana. A cultura é indispensável para continuar avançando.
Entendo a luta pela cultura no sentido mais amplo dessa expressão, incluindo,
por exemplo, a preocupação para que as torneiras não gotejem, para que em
Moscou haja menos percevejos, nas casas, etc. Pois os percevejos são algo
intolerável, são uma vergonha, e enquanto isso ocorre tanta gente pergunta: como
deve ser o homem da época do comunismo, quais deverão ser as suas qualidades
distintivas? (Risos). Há quem se dedique a falar pelos cotovelos sobre a educação
da infância, porém que em suas casas organize autênticos viveiros de percevejos.
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11/09/2019 Sobre a Educação Comunista
Mas, que é isso? Como dizer que tais pessoas são cultas? Trata-se duns
amolecidos aristocratas, restos da antiga sociedade russa. (Risos).
★★★
Camaradas, ainda poderia deter-me em toda uma série de questões relativas à
educação comunista, como, por exemplo, o papel do Partido, os Sindicatos, o
Komsomol, as organizações desportivas, os centros de ensino superior, as escolas,
a literatura, a arte, o cinema, o teatro, a família, etc. Mas isso nos levaria
demasiado longe e deixaríamos à margem de nosso campo visual o mais
importante, o que determina as tarefas e o conteúdo comunista dos trabalhadores
da URSS na presente etapa da luta de classes.
Início da página
Notas de rodapé:
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11/09/2019 Discurso na Reunião de Alunos da Oitava, Nona e Décima Classes das Escolas Intermediárias do Distrito
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17 de Abril de 1941
É bem verdade que também tive vínculos mais ou menos estreitos com a
juventude camponesa, mas que se pode dizer da vida da juventude camponesa
daqueles tempos? Essa vida não oferece nenhum interesse nem tem valor
instrutivo algum. Em sua grande maioria, os moços e as moças do campo viviam
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11/09/2019 Discurso na Reunião de Alunos da Oitava, Nona e Décima Classes das Escolas Intermediárias do Distrito
esmagados pelo trabalho e pelas privações de suas casas. É claro que tampouco a
vida da juventude operária era muito doce; apesar disso tinha certas vantagens,
embora só pelo fato de que seu horizonte era incomparavelmente mais amplo:
tinha a possibilidade de ver e conhecer mais coisas. Ao contrário, o horizonte da
juventude camponesa limitava-se aos interesses da aldeia e ela pouco sabia do
que se passava fora desses limites. Mal um jovem atingia os 13 ou 15 anos e já
era jungido ao trabalho. E ao alcançar os 18 ou 19 anos seu caminho estava
definitivamente traçado: contraía matrimônio, separava-se dos pais e bem ou mal
ia organizando seu próprio ninho.
Conheci pouco a juventude estudantil, apesar de ter tratado com ela, pois ter
tido contato não significa conhecer. Minha atitude para com ela era como para com
algo de estranho. Além disso, devemos ter em conta que a juventude estudantil
constituía para mim uma classe diferente. Entretanto, a luta dos estudantes não
passava desapercebida da massa operária. Além do agrado com que se via essa
luta, ia crescendo e se fortalecendo a simpatia para com a juventude estudantil.
Como era a juventude operária daquela época? Que tipos a integravam? Que
lhe interessava, quais eram seus sonhos, que ideias se agitavam em suas
cabeças?
Os tipos que se via entre a juventude operária daquela época eram os mais
diversos, provavelmente tão diversos como os que se veem entre vós.
O primeiro tipo era constituído pelos que aspiravam, por todos os meios e
artimanhas, a sair do meio operário, a ganhar mais, vestir melhor, adquirir um
verniz exterior de “homens finos”, sobretudo na roupa, estabelecer relações com
os funcionários da fábrica, casar com suas filhas, para aproveitar a primeira
oportunidade de galgar um dos postos da escala administrativa. É claro que tais
tipos não abundavam no seio da massa juvenil e careciam de importância política.
Outro tipo era constituído pelos laboriosos, que, ou bem aprendiam o ofício, ou
já haviam concluído a aprendizagem e ganhavam seu salário. Todos os seus
interesses se limitavam a. ganhar dinheiro, garantir para si um conforto doméstico
e um bem-estar pessoal. A produção e o bem-estar pessoal abrangiam toda a
esfera de seus interesses, da qual não saíam. Os homens desse tipo eram muito
mais numerosos que os do primeiro, mas também eles formavam uma minoria
insignificante.
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11/09/2019 Discurso na Reunião de Alunos da Oitava, Nona e Décima Classes das Escolas Intermediárias do Distrito
Mas o que caracterizava a esmagadora maioria dos jovens operários era sua
oposição à ordem social e política então existente. Desse tipo de pessoas era
precisamente que saíam na época os verdadeiros combatentes revolucionários. A
grande massa da juventude operária constituiu sempre uma base sólida na qual
podia apoiar-se nosso Partido. Era uma espécie de destacamento combativo dos
operários que, durante as greves e protestos, desempenhava o papel mais ativo
sob a direção dos membros do Partido.
Não podemos dizer, entretanto, que a oposição dos jovens operários fosse
plenamente consciente desde o princípio. Muitas vezes essa oposição transbordava
de forma espontânea e se manifestava em surras dos capatazes maus — esses
serviçais dos patrões — de policiais, etc.
Mas, apesar de tudo, nos distinguíamos dos demais jovens operários. Em que
consistia essa diferença? Em que para nós os pequenos interesses da vida diária
iam perdendo importância e eram substituídos pelos interesses gerais dos
operários. Os estudos nos círculos ilegais e a literatura revolucionária ampliavam
nosso horizonte político e enchiam nossa vida de certo conteúdo ideológico. Até
então tínhamos considerado como abusos isolados as arbitrariedades mais
revoltantes que se cometiam na, fábrica, mas agora já os interpretávamos como
todo um sistema de opressão da classe operária em geral, e não só por parte dos
chefes da fábrica e dos patrões, mas também por parte da autocracia.
E assim, pouco a pouco, sem dar-nos conta, fomos entrando em uma vida
cheia de conteúdo ideológico. E uma vida com conteúdo ideológico é a maior, a
mais interessante das vidas! Era nisso precisamente que nos diferenciávamos do
resto da juventude operária, com a qual sempre estávamos em estreito contato e
na qual nos apoiávamos constantemente para nosso trabalho revolucionário.
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11/09/2019 Discurso na Reunião de Alunos da Oitava, Nona e Décima Classes das Escolas Intermediárias do Distrito
Creio que também a vós ocorrem fantasias desse tipo, pois sois alunos de
nona e décima classe e essa é a idade em que a gente se sente dominado pela
fantasia e pela ânsia de algo grande. E não pode ser de outro modo, pois que
espécie de jovens soviéticos serieis se não sonhásseis com uma vida grande, se
cada um de vós não pensasse em derrubar montanhas ou em levantar o mundo
com a alavanca de Arquimedes? (Risos).
Mas, como já disse, para vós é mais fácil — do que era para nós —
empreender a luta por uma vida grande. Se me perguntassem quais são as
medidas práticas a seguir para empreender esses caminho, eu diria: por ora, visto
que ainda estais na escola, não se exige muito. Para começar, para lançar os
alicerces, digamos assim, deveis dominar três matérias de vosso programa de
estudos, se é que quereis converter-vos em edificadores de uma grande vida.
Somente três matérias! Vedes como sou modesto. (Risos).
Creio que muitas vezes ouvireis dizer por vossos camaradas: “Compreendo a
matéria e a sei bem, mas não posso expô-la de maneira alguma”. (Risos). E por
que não pode expô-la? Pois é porque não domina sua língua materna. Imaginai um
jovem que se decida a escrever uma carta à bem-amada. Suponhamos que isso
aconteceu há 50 anos. Eis o que lhe escreveria ele: “Amada minha, amo-te com
toda a minha alma. (Risos). Meu carinho é tão grande que não posso expressá-lo.
Faltam-me as palavras”. (Risos). É claro que ao ler esta carta uma jovem ingênua
exclamaria: “Que bonito!” (Risos). Mas, e se não se trate de uma jovem ingênua e
simples, mas de uma moça muito culta? Estou certo de que essa moça diria:
“Pobrezinho, como tens pouco miolo”. (Risos. Aplausos).
https://www.marxists.org/portugues/kalinin/1941/04/17.htm 6/12
11/09/2019 Discurso na Reunião de Alunos da Oitava, Nona e Décima Classes das Escolas Intermediárias do Distrito
Por que destaco desse modo a matemática? Por que considero que essa
ciência tem tanta importância precisamente nas condições atuais e precisamente
para vós, para a juventude escolar soviética?
A terceira matéria que considero de excepcional importância para vós é... mas
temo que estranheis muito o que vou dizer e talvez não estejais completamente de
acordo comigo. Entretanto, tenho que dizê-lo. Se não conseguir convencer-vos de
todo pelo menos tentarei induzir-vos a compreender a importância dessa matéria.
Talvez vossas ideias se orientem nesse sentido e então considerarei que consegui
meu objetivo. Qual é, pois, essa matéria? Refiro-me à educação física. (Risos.
Aplausos). Veja que alguns se alegraram e com toda a certeza porque não citei
outras matérias que exigem um grande esforço intelectual.
https://www.marxists.org/portugues/kalinin/1941/04/17.htm 7/12
11/09/2019 Discurso na Reunião de Alunos da Oitava, Nona e Décima Classes das Escolas Intermediárias do Distrito
Em primeiro lugar, porque desejo que todos vós sejais cidadãos soviéticos
sãos. Onde vamos parar, se de nossas escolas saírem jovens com os nervos
alterados ou com estômagos estragados (risos), que cada ano necessitem ir tratar-
se nos sanatórios? Jovens assim dificilmente poderão encontrar a felicidade na
vida, pois que felicidade pode haver sem uma boa saúde? Devemos preparar
substitutos sãos para nossa geração, substitutos constituídos por homens sãos e
mulheres sãs.
Qual é o interesse desse livro? Não achareis nele um resumo geral da guerra,
mas através de toda a obra, como um “leitmotiv”, se destaca a ideia de que a
guerra moderna requer excelente conhecimento da arte militar, um domínio
perfeito do material bélico moderno, uma extraordinária tensão das fôrças físicas,
https://www.marxists.org/portugues/kalinin/1941/04/17.htm 8/12
11/09/2019 Discurso na Reunião de Alunos da Oitava, Nona e Décima Classes das Escolas Intermediárias do Distrito
Mas a educação física vos é necessária também para a vida prática. Pois, como
pode ser feliz um homem que padece de úlcera no estômago? (Risos). Em
compensação, um homem são, em quem tudo funcione normalmente — que não
tenha falta de apetite, não sofra de insônia, etc. — suportará melhor todas as
adversidades da vida. Assim, pois, para serdes pessoas sãs, para poder gozar mais
a vida, deveis praticar os exercícios físicos.
Todo jovem soviético deve apreciar o trabalho físico e não deve recusar os
trabalhos mais simples. Os que se habituarem ao trabalho físico conhecerão
melhor a vida; se vós mesmos souberdes fazer pelos menos as coisas mais
indispensáveis — lavar e remendar a roupa, preparar a comida, manter a casa
limpa, etc. — se souberdes pelo menos algum ofício, podeis estar certos de que
nunca vos vereis perdidos.
https://www.marxists.org/portugues/kalinin/1941/04/17.htm 9/12
11/09/2019 Discurso na Reunião de Alunos da Oitava, Nona e Décima Classes das Escolas Intermediárias do Distrito
E agora, julgai vós mesmos; para que podem servir uns tipos como esses de
que fala a “Pravda” numa nota publicada sob o título de “Jovens poltrões”? O
correspondente do jornal relata sua conversação com Vítor N., jovem de 18 anos
do kolkhoz “OGPU”. Vítor, filho de um kolkhoziano, terminou há dois anos a sétima
classe. Agora está em casa sem fazer nada, ou como diz ele, “acumulando forças”.
À minha pergunta por que não trabalhava no kolkhoz o jovem torceu o nariz e
disse:
Quando li essa nota cheguei à conclusão de que Vítor N., além de outras
coisas, é um analfabeto, pois que se depois de terminar a escola passou dois anos
sem fazer nada, tudo parece indicar que também na escola estudou de qualquer
maneira, que se arrastou com dificuldade de classe em classe e por conseguinte
mal deve saber ler e escrever. E em vista disso devemos supor que não serve para
trabalhar num escritório. Acaso não precisamos agora de pessoas cultas em
nossos kolkhozes? Acaso se pode agora prescindir dos conhecimentos científicos
na agricultura? Está claro que não podemos estar de acordo com uma “filosofia”
dessas. É uma filosofia prejudicial, contra a qual temos de lutar resolutamente.
Devemo-nos empenhar para que de nossas escolas não saia gente desse tipo. O
povo soviético não pode tolerar os poltrões. Pois, que história é essa? Fizemos a
Revolução para acabar com os preguiçosos e vivedores e aqui topamos com a
https://www.marxists.org/portugues/kalinin/1941/04/17.htm 10/12
11/09/2019 Discurso na Reunião de Alunos da Oitava, Nona e Décima Classes das Escolas Intermediárias do Distrito
Talvez a ilustração que escolhi para esta indicação do camarada Stálin não
seja muito feliz e por isso é possível que pessoas mais entendidas em questões
pedagógicas ponham em discussão a oportunidade de tal ilustração.
Para concluir, permiti-me que vos diga que nos diferentes períodos da história
apresentam-se diferentes tarefas de caráter progressista, pelas quais lutam as
melhores fôrças do povo. Assim, por exemplo, entre os anos 40 e 60 do século
passado a tarefa progressista fundamental foi a de emancipar os camponeses da
servidão feudal. E sabemos que todos os homens honrados e progressistas da
época lutavam direta ou indiretamente por conseguir esses objetivo.
Nos fins do século passado e princípio do século atual, uma nova tarefa
progressista se apresentou na ordem do dia: derrubar o tzarismo e o poder do
capital, levar a cabo a revolução proletária e transformar a sociedade à base dos
princípios socialistas.
https://www.marxists.org/portugues/kalinin/1941/04/17.htm 11/12
11/09/2019 Discurso na Reunião de Alunos da Oitava, Nona e Décima Classes das Escolas Intermediárias do Distrito
marxismo-leninismo. E uma vida como essa não pode deixar de atrair nossa
juventude.
Camaradas, agora vos encontrais no período de vosso vir a ser. Não sei se
compreendereis esta expressão demasiado filosófica. Expressar-me-ei com outras
palavras: estais no período de vosso desenvolvimento, em que deixais de ser
jovens, nos quais predominam a fantasia, a fogosidade e o valor temerário, e vos
converteis em homens maduros. Mas ainda não sois homens maduros e ainda não
fizestes a escolha definitiva da senda que ides trilhar na vida. Não fazeis mais do
que sondar o caminho. Há 50 anos, era mais fácil para nós tomar uma
determinação, pois não tínhamos diante de nós mais do que uma estreita senda. E
se naquela época alguém tropeçava, infalivelmente rodava para o pântano da vida
mesquinha. Em compensação, infinitos caminhos práticos se abrem diante de vós.
esses caminhos são os que escolheis agora. Com o tempo sereis marinheiros,
ferroviários, artilheiros, tanquistas, aviadores, engenheiros, ajustadores, torneiros,
operários da construção, homens de ciência, artistas, médicos; trabalhadores dos
diferentes ramos do trabalho físico e do trabalho intelectual.
Pois bem, eu quisera que no período de vosso vir a ser, assim como nós, há 50
anos, vos sentísseis dominados pelo afã de entregar-vos a um|a atividade social
consciente, que convertêsseis em objetivo de vossa vida a tarefa de servir ao
grande povo soviético e coroar a obra de Lênin e Stálin. Se conseguirdes que esses
afã se arraigue em vós e que tudo o mais se subordine a ele, não duvido,
camaradas, de que tereis assegurada a felicidade e a alegria de viver. (Atroadores
aplausos. Todos se põem de pé.)
Início da página
Inclusão 05/11/2012
https://www.marxists.org/portugues/kalinin/1941/04/17.htm 12/12
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17 de Abril de 1941
É bem verdade que também tive vínculos mais ou menos estreitos com a
juventude camponesa, mas que se pode dizer da vida da juventude camponesa
daqueles tempos? Essa vida não oferece nenhum interesse nem tem valor
instrutivo algum. Em sua grande maioria, os moços e as moças do campo viviam
https://www.marxists.org/portugues/kalinin/1941/04/17.htm 1/12
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esmagados pelo trabalho e pelas privações de suas casas. É claro que tampouco a
vida da juventude operária era muito doce; apesar disso tinha certas vantagens,
embora só pelo fato de que seu horizonte era incomparavelmente mais amplo:
tinha a possibilidade de ver e conhecer mais coisas. Ao contrário, o horizonte da
juventude camponesa limitava-se aos interesses da aldeia e ela pouco sabia do
que se passava fora desses limites. Mal um jovem atingia os 13 ou 15 anos e já
era jungido ao trabalho. E ao alcançar os 18 ou 19 anos seu caminho estava
definitivamente traçado: contraía matrimônio, separava-se dos pais e bem ou mal
ia organizando seu próprio ninho.
Conheci pouco a juventude estudantil, apesar de ter tratado com ela, pois ter
tido contato não significa conhecer. Minha atitude para com ela era como para com
algo de estranho. Além disso, devemos ter em conta que a juventude estudantil
constituía para mim uma classe diferente. Entretanto, a luta dos estudantes não
passava desapercebida da massa operária. Além do agrado com que se via essa
luta, ia crescendo e se fortalecendo a simpatia para com a juventude estudantil.
Como era a juventude operária daquela época? Que tipos a integravam? Que
lhe interessava, quais eram seus sonhos, que ideias se agitavam em suas
cabeças?
Os tipos que se via entre a juventude operária daquela época eram os mais
diversos, provavelmente tão diversos como os que se veem entre vós.
O primeiro tipo era constituído pelos que aspiravam, por todos os meios e
artimanhas, a sair do meio operário, a ganhar mais, vestir melhor, adquirir um
verniz exterior de “homens finos”, sobretudo na roupa, estabelecer relações com
os funcionários da fábrica, casar com suas filhas, para aproveitar a primeira
oportunidade de galgar um dos postos da escala administrativa. É claro que tais
tipos não abundavam no seio da massa juvenil e careciam de importância política.
Outro tipo era constituído pelos laboriosos, que, ou bem aprendiam o ofício, ou
já haviam concluído a aprendizagem e ganhavam seu salário. Todos os seus
interesses se limitavam a. ganhar dinheiro, garantir para si um conforto doméstico
e um bem-estar pessoal. A produção e o bem-estar pessoal abrangiam toda a
esfera de seus interesses, da qual não saíam. Os homens desse tipo eram muito
mais numerosos que os do primeiro, mas também eles formavam uma minoria
insignificante.
https://www.marxists.org/portugues/kalinin/1941/04/17.htm 2/12
11/09/2019 Discurso na Reunião de Alunos da Oitava, Nona e Décima Classes das Escolas Intermediárias do Distrito
Mas o que caracterizava a esmagadora maioria dos jovens operários era sua
oposição à ordem social e política então existente. Desse tipo de pessoas era
precisamente que saíam na época os verdadeiros combatentes revolucionários. A
grande massa da juventude operária constituiu sempre uma base sólida na qual
podia apoiar-se nosso Partido. Era uma espécie de destacamento combativo dos
operários que, durante as greves e protestos, desempenhava o papel mais ativo
sob a direção dos membros do Partido.
Não podemos dizer, entretanto, que a oposição dos jovens operários fosse
plenamente consciente desde o princípio. Muitas vezes essa oposição transbordava
de forma espontânea e se manifestava em surras dos capatazes maus — esses
serviçais dos patrões — de policiais, etc.
Mas, apesar de tudo, nos distinguíamos dos demais jovens operários. Em que
consistia essa diferença? Em que para nós os pequenos interesses da vida diária
iam perdendo importância e eram substituídos pelos interesses gerais dos
operários. Os estudos nos círculos ilegais e a literatura revolucionária ampliavam
nosso horizonte político e enchiam nossa vida de certo conteúdo ideológico. Até
então tínhamos considerado como abusos isolados as arbitrariedades mais
revoltantes que se cometiam na, fábrica, mas agora já os interpretávamos como
todo um sistema de opressão da classe operária em geral, e não só por parte dos
chefes da fábrica e dos patrões, mas também por parte da autocracia.
E assim, pouco a pouco, sem dar-nos conta, fomos entrando em uma vida
cheia de conteúdo ideológico. E uma vida com conteúdo ideológico é a maior, a
mais interessante das vidas! Era nisso precisamente que nos diferenciávamos do
resto da juventude operária, com a qual sempre estávamos em estreito contato e
na qual nos apoiávamos constantemente para nosso trabalho revolucionário.
https://www.marxists.org/portugues/kalinin/1941/04/17.htm 5/12
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Creio que também a vós ocorrem fantasias desse tipo, pois sois alunos de
nona e décima classe e essa é a idade em que a gente se sente dominado pela
fantasia e pela ânsia de algo grande. E não pode ser de outro modo, pois que
espécie de jovens soviéticos serieis se não sonhásseis com uma vida grande, se
cada um de vós não pensasse em derrubar montanhas ou em levantar o mundo
com a alavanca de Arquimedes? (Risos).
Mas, como já disse, para vós é mais fácil — do que era para nós —
empreender a luta por uma vida grande. Se me perguntassem quais são as
medidas práticas a seguir para empreender esses caminho, eu diria: por ora, visto
que ainda estais na escola, não se exige muito. Para começar, para lançar os
alicerces, digamos assim, deveis dominar três matérias de vosso programa de
estudos, se é que quereis converter-vos em edificadores de uma grande vida.
Somente três matérias! Vedes como sou modesto. (Risos).
Creio que muitas vezes ouvireis dizer por vossos camaradas: “Compreendo a
matéria e a sei bem, mas não posso expô-la de maneira alguma”. (Risos). E por
que não pode expô-la? Pois é porque não domina sua língua materna. Imaginai um
jovem que se decida a escrever uma carta à bem-amada. Suponhamos que isso
aconteceu há 50 anos. Eis o que lhe escreveria ele: “Amada minha, amo-te com
toda a minha alma. (Risos). Meu carinho é tão grande que não posso expressá-lo.
Faltam-me as palavras”. (Risos). É claro que ao ler esta carta uma jovem ingênua
exclamaria: “Que bonito!” (Risos). Mas, e se não se trate de uma jovem ingênua e
simples, mas de uma moça muito culta? Estou certo de que essa moça diria:
“Pobrezinho, como tens pouco miolo”. (Risos. Aplausos).
https://www.marxists.org/portugues/kalinin/1941/04/17.htm 6/12
11/09/2019 Discurso na Reunião de Alunos da Oitava, Nona e Décima Classes das Escolas Intermediárias do Distrito
Por que destaco desse modo a matemática? Por que considero que essa
ciência tem tanta importância precisamente nas condições atuais e precisamente
para vós, para a juventude escolar soviética?
A terceira matéria que considero de excepcional importância para vós é... mas
temo que estranheis muito o que vou dizer e talvez não estejais completamente de
acordo comigo. Entretanto, tenho que dizê-lo. Se não conseguir convencer-vos de
todo pelo menos tentarei induzir-vos a compreender a importância dessa matéria.
Talvez vossas ideias se orientem nesse sentido e então considerarei que consegui
meu objetivo. Qual é, pois, essa matéria? Refiro-me à educação física. (Risos.
Aplausos). Veja que alguns se alegraram e com toda a certeza porque não citei
outras matérias que exigem um grande esforço intelectual.
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11/09/2019 Discurso na Reunião de Alunos da Oitava, Nona e Décima Classes das Escolas Intermediárias do Distrito
Em primeiro lugar, porque desejo que todos vós sejais cidadãos soviéticos
sãos. Onde vamos parar, se de nossas escolas saírem jovens com os nervos
alterados ou com estômagos estragados (risos), que cada ano necessitem ir tratar-
se nos sanatórios? Jovens assim dificilmente poderão encontrar a felicidade na
vida, pois que felicidade pode haver sem uma boa saúde? Devemos preparar
substitutos sãos para nossa geração, substitutos constituídos por homens sãos e
mulheres sãs.
Qual é o interesse desse livro? Não achareis nele um resumo geral da guerra,
mas através de toda a obra, como um “leitmotiv”, se destaca a ideia de que a
guerra moderna requer excelente conhecimento da arte militar, um domínio
perfeito do material bélico moderno, uma extraordinária tensão das fôrças físicas,
https://www.marxists.org/portugues/kalinin/1941/04/17.htm 8/12
11/09/2019 Discurso na Reunião de Alunos da Oitava, Nona e Décima Classes das Escolas Intermediárias do Distrito
Mas a educação física vos é necessária também para a vida prática. Pois, como
pode ser feliz um homem que padece de úlcera no estômago? (Risos). Em
compensação, um homem são, em quem tudo funcione normalmente — que não
tenha falta de apetite, não sofra de insônia, etc. — suportará melhor todas as
adversidades da vida. Assim, pois, para serdes pessoas sãs, para poder gozar mais
a vida, deveis praticar os exercícios físicos.
Todo jovem soviético deve apreciar o trabalho físico e não deve recusar os
trabalhos mais simples. Os que se habituarem ao trabalho físico conhecerão
melhor a vida; se vós mesmos souberdes fazer pelos menos as coisas mais
indispensáveis — lavar e remendar a roupa, preparar a comida, manter a casa
limpa, etc. — se souberdes pelo menos algum ofício, podeis estar certos de que
nunca vos vereis perdidos.
https://www.marxists.org/portugues/kalinin/1941/04/17.htm 9/12
11/09/2019 Discurso na Reunião de Alunos da Oitava, Nona e Décima Classes das Escolas Intermediárias do Distrito
E agora, julgai vós mesmos; para que podem servir uns tipos como esses de
que fala a “Pravda” numa nota publicada sob o título de “Jovens poltrões”? O
correspondente do jornal relata sua conversação com Vítor N., jovem de 18 anos
do kolkhoz “OGPU”. Vítor, filho de um kolkhoziano, terminou há dois anos a sétima
classe. Agora está em casa sem fazer nada, ou como diz ele, “acumulando forças”.
À minha pergunta por que não trabalhava no kolkhoz o jovem torceu o nariz e
disse:
Quando li essa nota cheguei à conclusão de que Vítor N., além de outras
coisas, é um analfabeto, pois que se depois de terminar a escola passou dois anos
sem fazer nada, tudo parece indicar que também na escola estudou de qualquer
maneira, que se arrastou com dificuldade de classe em classe e por conseguinte
mal deve saber ler e escrever. E em vista disso devemos supor que não serve para
trabalhar num escritório. Acaso não precisamos agora de pessoas cultas em
nossos kolkhozes? Acaso se pode agora prescindir dos conhecimentos científicos
na agricultura? Está claro que não podemos estar de acordo com uma “filosofia”
dessas. É uma filosofia prejudicial, contra a qual temos de lutar resolutamente.
Devemo-nos empenhar para que de nossas escolas não saia gente desse tipo. O
povo soviético não pode tolerar os poltrões. Pois, que história é essa? Fizemos a
Revolução para acabar com os preguiçosos e vivedores e aqui topamos com a
https://www.marxists.org/portugues/kalinin/1941/04/17.htm 10/12
11/09/2019 Discurso na Reunião de Alunos da Oitava, Nona e Décima Classes das Escolas Intermediárias do Distrito
Talvez a ilustração que escolhi para esta indicação do camarada Stálin não
seja muito feliz e por isso é possível que pessoas mais entendidas em questões
pedagógicas ponham em discussão a oportunidade de tal ilustração.
Para concluir, permiti-me que vos diga que nos diferentes períodos da história
apresentam-se diferentes tarefas de caráter progressista, pelas quais lutam as
melhores fôrças do povo. Assim, por exemplo, entre os anos 40 e 60 do século
passado a tarefa progressista fundamental foi a de emancipar os camponeses da
servidão feudal. E sabemos que todos os homens honrados e progressistas da
época lutavam direta ou indiretamente por conseguir esses objetivo.
Nos fins do século passado e princípio do século atual, uma nova tarefa
progressista se apresentou na ordem do dia: derrubar o tzarismo e o poder do
capital, levar a cabo a revolução proletária e transformar a sociedade à base dos
princípios socialistas.
https://www.marxists.org/portugues/kalinin/1941/04/17.htm 11/12
11/09/2019 Discurso na Reunião de Alunos da Oitava, Nona e Décima Classes das Escolas Intermediárias do Distrito
marxismo-leninismo. E uma vida como essa não pode deixar de atrair nossa
juventude.
Camaradas, agora vos encontrais no período de vosso vir a ser. Não sei se
compreendereis esta expressão demasiado filosófica. Expressar-me-ei com outras
palavras: estais no período de vosso desenvolvimento, em que deixais de ser
jovens, nos quais predominam a fantasia, a fogosidade e o valor temerário, e vos
converteis em homens maduros. Mas ainda não sois homens maduros e ainda não
fizestes a escolha definitiva da senda que ides trilhar na vida. Não fazeis mais do
que sondar o caminho. Há 50 anos, era mais fácil para nós tomar uma
determinação, pois não tínhamos diante de nós mais do que uma estreita senda. E
se naquela época alguém tropeçava, infalivelmente rodava para o pântano da vida
mesquinha. Em compensação, infinitos caminhos práticos se abrem diante de vós.
esses caminhos são os que escolheis agora. Com o tempo sereis marinheiros,
ferroviários, artilheiros, tanquistas, aviadores, engenheiros, ajustadores, torneiros,
operários da construção, homens de ciência, artistas, médicos; trabalhadores dos
diferentes ramos do trabalho físico e do trabalho intelectual.
Pois bem, eu quisera que no período de vosso vir a ser, assim como nós, há 50
anos, vos sentísseis dominados pelo afã de entregar-vos a um|a atividade social
consciente, que convertêsseis em objetivo de vossa vida a tarefa de servir ao
grande povo soviético e coroar a obra de Lênin e Stálin. Se conseguirdes que esses
afã se arraigue em vós e que tudo o mais se subordine a ele, não duvido,
camaradas, de que tereis assegurada a felicidade e a alegria de viver. (Atroadores
aplausos. Todos se põem de pé.)
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Inclusão 05/11/2012
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11/09/2019 Tudo para Derrotrar o Inimigo
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M. I. Kalinin
12 de Novembro de 1941
Mas, como vedes, couberam por sorte à vossa geração provas não menos
duras e talvez ainda mais cruéis. A guerra parece acelerar de golpe a maturação
da juventude. Num prazo brevíssimo, nossos komsomóis, que vivem ainda as
alegrias da idade, que se entregam a sonhos agradáveis sobre o futuro e a bem-
amada, que se embelezam com todas as maravilhas da vida, esses jovens do
Komsomol se transformam em homens maduros e compreendem que a guerra pôs
fim a tudo aquilo, sentem que foi cortado esses período de sua vida, o melhor de
todos os períodos da vida do homem.
https://www.marxists.org/portugues/kalinin/1941/11/12.htm 2/6
11/09/2019 Tudo para Derrotrar o Inimigo
Deveis compreender que a guerra não é um brinquedo, mas uma prova muito
dura. Não é casual o fato de que na guerra, o jovem imberbe se converta
rapidamente num homem maduro, num lutador. Na guerra, o homem passa num
mês ou em alguns meses pelo que não passa nem em dez anos de vida pacífica, e
num só combate talvez receba mais impressões do que em meia existência. E para
isso é preciso estar preparado. A organização do Komsomol e cada membro do
Komsomol devem preparar-se e devem preparar toda a juventude para participar
da guerra; deveis preparar-vos moralmente para que todas as crueldades da
guerra e todas as perfídias do inimigo não possam quebrantar-vos.
Que quer dizer preparar-se para a guerra? Deveis fazer a preparação para a
guerra de forma concreta. Na guerra moderna aplica-se uma enorme quantidade
de recursos técnicos da mais diversa natureza. Não só deveis aprender a utilizá-los
para derrotar o inimigo, mas também saber preservar-vos para poder continuar
combatendo.
Não me recordo exatamente, mas parece que foi Napoleão quem disse que
cada um de seus soldados levava na mochila o bastão de marechal. Isso era no
exército de Napoleão. Mas na União Soviética não existem castas especiais que
gozem de privilégios nas promoções, na concessão das patentes militares.
https://www.marxists.org/portugues/kalinin/1941/11/12.htm 4/6
11/09/2019 Tudo para Derrotrar o Inimigo
necessário. Pois, que pensais disso? Hoje é um que não comparece à instrução
militar, amanhã será outro; mas então que acontecerá se os membros do
Komsomol se põem a pensar se devem ou não comparecer à instrução militar?
Não, não é essa a atitude que se deve adotar ante os deveres para com o Estado e
aqui nem cabe falar de que tal ou qual pessoa queira ou não queira cumpri-los.
Temos que vencer e venceremos. Mas a vitória não nos cairá do céu. É preciso
conquistar a vitória, combatendo, e de que maneira! Deveis curtir-vos agora,
enquanto ainda não estais na frente. Talvez agora isto não vos seja de todo
agradável, mas em compensação quando chegardes à linha de frente o
agradecereis. Naturalmente que ainda se poderia dizer muitas^ coisas acerca da
preparação militar. Mas só quero indicar-vos as linhas gerais que essa instrução
deve seguir. Tendes que chegar a dominar o manejo das armas. Vossa condição
de membros do Komsomol vos obriga a isto. Se não o fizésseis não poderíeis
chamar-vos membros do Komsomol. A maioria de nossos combatentes é de
homens sem partido, mas quantos exemplos de abnegado heroísmo estão dando
na defesa de nosso país!
Agora, algumas palavras sobre a produção. Vós mesmos sabeis que não se
pode combater sem a produção. Na região de Kúibichev existem muitas fábricas
de importância. Sabeis disso sem necessidade de que eu o diga. Também na
produção os membros do Komsomol devem ser a fôrça dirigente. Deveis dedicar
agora todas as vossas forças ao trabalho, deveis pôr em tensão todas as vossas
capacidades.
Camaradas: todos somos patriotas. Mas entre nós há alguns que poderíamos
chamar de tipos contemplativos. Porém agora não é possível a gente limitar-se
somente às emoções passivas, por exemplo, alguns ouvem os boletins do Bureau
de Informação e se lamentam: “Ai, recuamos; ai, abandonamos uma cidade!”.
Ouviram o boletim, lamentaram-se mas não movem um dedo para ajudar a frente.
Esse patriotismo não valo nada. Não, melhor é não ficar nervoso e fazer tudo o
que se possa para ajudar a frente, para esmagar o fascismo.
Início da página
Notas de rodapé:
(2) “Zaitchik”, filhote de lebre. Jogo de palavras. O sobrenome russo vem de “Záiatz”: lebre.
(retornar ao texto)
Inclusão 08/11/2012
https://www.marxists.org/portugues/kalinin/1941/11/12.htm 6/6
11/09/2019 Discurso na Conferência dos Secretários das Organizações Rurais do Komsomol da Região de Moscou
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26 de Fevereiro de 1942
... Estamos em época de guerra. Não creio estar enganado ao dizer que no
campo todos desejam a derrota dos alemães.
https://www.marxists.org/portugues/kalinin/1942/02/26.htm 1/5
11/09/2019 Discurso na Conferência dos Secretários das Organizações Rurais do Komsomol da Região de Moscou
que quem quiser participar da vitória sobre os invasores fascistas alemães tem que
semear a maior quantidade possível de batatas.
É claro que pode acontecer que uma camponesa vos pergunte: Mas como vou
aniquilar os alemães com batatas?” É possível haver quem pense assim. Pois bem,
vós, os moços do Komsomol, deveis explicar aos kolkhozianos que o enorme
Exército Vermelho — que luta contra os invasores alemães e avança com exito
para o Oeste — deve ser bem alimentado e abastecido de todo o necessário. Vós
mesmos compreendeis que o homem que está no exercito sofre muitas privações
e adversidades. O combatente passa os dias e as noites sob a gélida intempérie,
metido nas trincheiras. Para que tenha fôrças e energias, para que tenha sempre
vontade de lutar, para que tenha bom moral, é preciso proporcionar-lhe comida
nutritiva e saborosa. Se fosseis mantidos dois ou três dias sem comer e em
seguida se organizasse uma corrida ou vos propusessem uma partida de futebol,
diríeis todos: “Não posso correr” ou “que péssimo craque serei eu”. Por
conseguinte, devemos dar ao combatente comida nutritiva, boa e saborosa. Temos
que proporcionar em abundância os produtos necessários ao nosso exército.
Devemos proporcionar mais carne ao exército e à população. A batata é um bom
alimento para os porcos, e quanto mais porcos cevarmos, mais carne receberão o
exército e a população.
Só assim é que podemos trabalhar com êxito. Tende presente, camaradas, que
quando são muitos os que trabalham, quando cada pessoa tem algo a fazer,
quando o trabalho geral do Komsomol se distribui entre todos os seus membros,
então, é claro que o trabalho marcha melhor. Pois dez pessoas realizarão mais e
melhor trabalho do que uma só.
https://www.marxists.org/portugues/kalinin/1942/02/26.htm 3/5
11/09/2019 Discurso na Conferência dos Secretários das Organizações Rurais do Komsomol da Região de Moscou
trabalho prático, deve realizar constantemente algum trabalho pelo qual responda
perante a organização do Komsomol. Unicamente dentro do trabalho harmônico da
coletividade é que poderemos educar bons organizadores, bons trabalhadores.
A única razão disto é que não se fez com que os kolkhozianos participassem
dos assuntos práticos.
Estou certo de que todas as nossas mulheres estão interessadas em que nosso
Exército Vermelho e nossa retaguarda sejam abastecidos da melhor maneira, tanto
em quantidade como em qualidade. Vós, do Komsomol, deveis organizar as coisas
de tal maneira que durante as semeaduras da primavera todas as kolkhozianas
acorram ao trabalho do campo. O trabalho dos membros do Komsomol deve ser
medido não só pelo que eles mesmos fazem, mas pela forma com que conseguem
encabeçar a juventude, todos os kolkhozianos, e, em particular, as mulheres.
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11/09/2019 Discurso na Conferência dos Secretários das Organizações Rurais do Komsomol da Região de Moscou
Nos duros dias da guerra, quando nos campos de batalha se decide o destino
de nossa Pátria, nenhum homem honrado pode permanecer à margem da luta.
Imaginai uma pessoa que anda sorridente sem fazer nada e além disso não quer
fazer nada. Esse homem é um inimigo nosso. O Komsomol deve botá-lo no
pelourinho e desmascará-lo perante todo o povo. E sendo impossível corrigi-lo,
então é preciso que ele sinta o peso de nossa mão, com toda a sua dureza. Essa é
a linha de conduta que deveis seguir, camaradas do Komsomol!
Início da página
Inclusão 11/11/2012
https://www.marxists.org/portugues/kalinin/1942/02/26.htm 5/5
11/09/2019 Algumas Questões do Trabalho de Massas do Partido
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M. I. Kalinin
21 de Abril de 1942
Que quer dizer trabalho de massas do Partido? Que quer dizer ter contato com
as massas? É a isto precisamente que atribuímos especial importância em nosso
trabalho político.
Devo dizer que o contato com as massas pode ser dos mais diversos tipos.
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11/09/2019 Algumas Questões do Trabalho de Massas do Partido
Mas, acaso nós, os bolcheviques, nos referimos a esse tipo de ligação com as
massas? É claro que não. Seguir as massas para onde elas vão, arrastadas muitas
vezes por elementos retrógrados, é uma linha menchevique. Nossa linha
bolchevique consiste em conduzir as massas, não de modo tutelar, mas fazendo
com que marchem atrás da vanguarda consciente.
Vós que estais aqui reunidos sois dirigentes do Partido. Queirais ou não, em
vossos locais de trabalho, sois os guias das massas. Não pode ser de outra
maneira, pois que secretário de comitê de Partido é esses em que o povo não vê
um dirigente político? O secretário de comitê do Partido é uma das pessoas de
mais responsabilidade na empresa, na instituição ou no distrito.
Primeiro. Baseando-me nos muitos anos de prática que tenho, entendo ser
necessário que o dirigente do Partido não seja uma pessoa arrogante nem vaidosa.
Se em vossas conversações com os operários ou com os militantes de base dais a
entender, mesmo que seja só por um gesto, pela entonação, através de uma frase
sem importância e aparentemente casual, que vos considerais mais inteligentes
que eles, que sabeis mais que eles, neste caso estais perdidos. Os operários, e em
geral qualquer pessoa simples, não estimam os vaidosos, não fazem caso deles e,
no momento oportuno, fá-lo-ão sentir com bastante dureza. Por isso, sobretudo os
comunistas não devem ser arrogantes nem vaidosos, nem devem esquecer as
palavras pronunciadas pelo camarada Stálin na Conferência dos stakhanovistas
celebrada em novembro de 1935:
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11/09/2019 Algumas Questões do Trabalho de Massas do Partido
O dirigente do Partido deve ser de uma honradez absoluta *em seu trato com
os demais. O secretário da organização do Partido é o olho do Partido. Não sei se
percebeis completamente a questão. Por isso, qualquer simpatia ou antipatia de
tipo pessoal deve ser posta à margem. Se, por qualquer motivo, não simpatizais
com uma pessoa, deveis ocultá-lo tão profundamente que ninguém possa
adivinhá-lo. As coisas irão mal se as pessoas perceberem que não sois imparciais
no trato.
Acontece às vezes que uma pessoa comum e vulgar faia pouco e se mantém
afastada, mas trabalha bem; ao contrário, outra trabalha mal, mas comparece
com frequência ao comitê do Partido, ao sindicato ou à organização do Komsomol,
é sempre visível e se projeta. Isso é mau. Se o secretário do comitê do Partido
quer gozar de prestígio, deve aparecer sem mácula aos olhos das massas. Isto não
quer dizer que não possa ter mais amizade com determinadas pessoas. Claro que
pode. Mas em suas relações sociais deve tratar a todos com igual imparcialidade.
Sua posição deve ser a seguinte: “És meu amigo, está certo; mas se te descuidas
do trabalho, se te fazes de desentendido, se te safas das tarefas da produção,
exigirei de ti mais do que dos outros e te calcarei a mão com mais fôrça que aos
demais”. É assim que deve portar-se com as pessoas o secretário da organização
do Partido.
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11/09/2019 Algumas Questões do Trabalho de Massas do Partido
Se o pessoal da fábrica sabe que não costumais ser hipócritas, fugir dos
problemas, nem envaidecer-vos, então vossas palavras chegarão à consciência de
todos. Em caso contrário não merecereis crédito e as pessoas dirão: “Já te
conhecemos, para nós vens com conselhos, mas tu pensas outra coisa e tua
conduta não corresponde às tuas palavras.”, Talvez não o digam abertamente,
mas com toda a certeza o dirão em surdina.
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11/09/2019 Algumas Questões do Trabalho de Massas do Partido
quando se pode ajudar as pessoas em alguma coisa e se presta essa ajuda, isso é
bom, é uma boa qualidade. E o êxito é maior entre as mulheres que entre os
homens. Mas também aqui é necessário explicar a relação existente entre os
pedidos pessoais e nossas tarefas comuns Se alguém aparece pedindo algo,
convém ajudar e ao mesmo tempo dizer-lhe: “Já vês que a organização do Partido
ou o sindicato te ajudam, fazem algo por ti; mas queremos que também tu,
quando chegue tua vez, não fiques à margem, que juntamente com todos ajudes a
levar adiante a obra comum”. Esta é a linha de conduta a que nos devemos ater e
que temos de pôr em prática em todo o nosso trabalho de massas.
Falou-se aqui da leitura dos jornais e foi dito que ela transcorre com certo
aborrecimento. Devemos reconhecer que, frequentemente, mais do que uma
leitura, isto parece uma tutela exercida sobre os operários. Tenho a impressão de
que nem sempre é conveniente ou útil nomear leitores permanentes. Se eu fosse
secretário da organização do Partido duma fábrica, faria o seguinte: na hora da
refeição, aproximar-me-ia para perguntar aos operários se estavam dispostos a
ouvir a leitura dos jornais. Naturalmente haverá quem manifeste tal desejo. Então
eu perguntaria: “Quem quer ler?” Em nossas fábricas são muitos os que sabem ler
um jornal e sem dúvida apareceria um voluntário. Apesar disso, eu mandaria a
esses grupo um operário com experiência, culto, para provocar a conversação e
ajudar a esclarecer o que foi lido. Assim, a leitura se tornará mais natural e será
mais fácil perceber quais as questões que mais interessam aos operários. É claro
que a pessoa enviada deve ser culta e possuir tato. Asseguro-vos que com esses
método as leituras se tornarão mais animadas e terão aceitação.
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11/09/2019 Algumas Questões do Trabalho de Massas do Partido
possível.
Quais são, pois, as tarefas da produção que se nos apresentam além das
tarefas gerais que já conheceis? Eu levantaria, por exemplo, como uma das tarefas
importantes a de recolher a sucata. Não nas fábricas nem casas, pois somente em
estilhaços de metralha, digamos por exemplo, quanto metal não andará atirado
pelos campos da região de Moscou? Por que não propormos ao Komsomol de
Moscou a tarefa de recolher esta sucata? Nos campos e bosques da região acham-
se aviões destruídos e muito metal atirado. Creio que se pode recolher facilmente,
na pior das hipóteses, uma dez mil toneladas. E isso seria de grande utilidade.
Naturalmente, para tanto é preciso realizar a correspondente agitação, explicar
aos jovens a falta que o metal faz ao país e instruí-los sobre a maneira de recolher
e entregar a sucata. Na realidade, não acredito que faça falta uma grande
agitação, pois a coisa está bem clara; é preciso apenas saber organizar a colheita
na prática.
Esta questão pode ser focalizada sob dois aspectos diferentes. Também
podemos dizer: será que em vossa fábrica o diretor, o engenheiro-chefe e a
administração não entendem de nada, já que durante muito tempo os operários
vêm trabalhando de acordo com uma norma tal que uma pessoa razoável e
honesta pôde superá-la em mil por cento? Pelo que se vê, até agora se trabalhava
muito mal ou não. se fazia nada. Pois se um operário da fabrica, sem nenhuma
adaptação ou inovação, supera a norma em mil por cento, o diretor e o
engenheiro-chefe dessa empresa devem ser enviados aos tribunais, porque em
sua fábrica se dilapidam os recursos do Estado. Eu mesmo trabalhei uns 25 ou 27
anos como torneiro numa fábrica, também vós vindes da fábrica e compreendeis o
que é um “tíssiatchnik”.
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11/09/2019 Algumas Questões do Trabalho de Massas do Partido
Ao falar dos “tíssiatchnik”, deve-se dizer que tal trabalhador, em tal fábrica,
propôs uma racionalização eficaz que deu tais e tais resultados na produção. É
muito mais importante dizer como se conseguiu tal resultado do que repetir sem
parar a palavra “tíssiatchnik”. E é preciso que na fábrica todos estejam atentos a
cada inovação e que esta inovação vá penetrando em todas as demais empresas.
E se o autor da proposta de racionalização é um ajustador, um torneiro ou
qualquer outro operário, devemos fazer a pergunta: que ajuda lhe prestaram os
engenheiros da fábrica e os construtores? Tudo isto demonstra como estamos
atrasados na maneira de apresentar questões de tanta importância como a
propaganda da racionalização, a introdução de inovações e o desenvolvimento da
emulação. Se os artigos sobre os “tíssiatchnik” fossem escritos deste ponto de
vista, prestaríamos uma grande ajuda à racionalização.
Qual é a raiz deste mal? O mal reside em que nos esquecemos do operário
médio, do operário comum, de tipo corrente. Dizei-me, por exemplo: se todos os
operários que agora não cumprem a norma começassem a cumpri-la, em quanto
aumentaria a produção? (Vozes: em 10, 15, 200%). Aí está. Pois bem, se
conseguíssemos elevar a produtividade do trabalho de todos os operários —
precisamente de todos — só em 10%, quantos benefícios obteríamos, como isso
faria subir a produção industrial! Mas é mais difícil consegui-lo do que estabelecer
alguns recordes isolados. Fazer algum pequeno invento ou introduzir alguma
racionalização no processo de trabalho são coisas importantes, mas não é tudo,
nem sequer é o mais difícil. Assim, por exemplo, num torno, trabalhando à mão,
pode-se fazer a rosca de 20 parafusos, enquanto num torno automático se podem
fazer 5.000. Mas isso ainda não resolve a questão.
Mas nem por isso o movimento stakhanovista deve eclipsar nem rebaixar o
papel da emulação socialista entre os operários comuns e de tipo corrente, que
pode ser de grande utilidade. Os operários médios, os operários comuns e
correntes são os que decidem do êxito da produção. E vós, camaradas, — di-lo-ei
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11/09/2019 Algumas Questões do Trabalho de Massas do Partido
com toda a franqueza — tendes uma atitude negligente para com os operários
comuns e correntes. Deveis recordar com mais frequência que a elevação de 10%
na produtividade do trabalho do operário médio é uma grande coisa e em torno
disso é preciso realizar uma propaganda diária. É preciso fazer com que os
engenheiros, sobretudo os engenheiros membros do Partido — e não temos
poucos deles em cidades tão grandes como Moscou — prestem atenção a este
problema. O movimento stakhanovista deve ser apresentado na imprensa tal como
deve ser. Os avanços em matéria de racionalização devem ser divulgados, devem
ser dados a conhecer e sobretudo devem ser introduzidos na produção; mas isso
não deve ocultar aos nossos olhos a importância de conseguir avanços entre os
operários médios. O operário médio aumenta a produtividade do seu trabalho sem
introduzir modificações no processo técnico, mas aumentando a intensidade e a
rapidez de seu trabalho, adquirindo maior habilidade. Conviria reunir esses
operários, particularmente os de idade madura, os que estão há muitos anos na
produção e com eles examinar a fundo o problema do aumento da produção de
artigos. Isso repercutiria consideravelmente no balanço geral do trabalho da
fábrica e os resultados seriam grandes.
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11/09/2019 Algumas Questões do Trabalho de Massas do Partido
preciso prestar aos operários recém-chegados uma ajuda que lhes permita
incorporar-se à produção, acostumar-se à disciplina da fábrica, à ordem; e por
outro lado lhes deve ser explicado, de modo a compreenderem, que mesmo que
no princípio lhes pareça duro, depois se afeiçoarão à fábrica e não haverá quem os
separe dela. Deve ser feito tudo o necessário para que os novos operários se
afeiçoem ao seu trabalho, dominem rapidamente a especialidade e elevem a
própria qualificação. Por isso, me parece que devem ser tomadas como tarefas de
enorme significação a prestação de ajuda técnica aos novos operários e concentrar
a atenção das organizações sindicais e do Partido no problema de atrair e
incorporar os novos operários à vida cotidiana da coletividade. Tem muita
importância o conhecer as pessoas, saber qual é o contingente de operários que
chegou à fábrica e organizar o trabalho em consonância com isso.
Nas difíceis condições atuais, muitas coisas hão de depender dos novos
quadros operários, das mulheres e dos jovens. E preciso inculcar a disciplina aos
novos operários, fazer com que tomem consciência dos interesses comuns do
proletariado. O Partido deve realizar entre eles um trabalho diário e Kábil. Mas não
se deve atuar unicamente por meio de sermões, mas interessando os próprios
operários e atraindo-os ao trabalho social.
Isto é tudo o que queria dizer-vos. Permiti-me fazer votos para que nossa
palestra seja pelo menos de alguma utilidade em vosso trabalho. (Aplausos
prolongados.)
Início da página
Notas de rodapé:
(1) “Tíssiatchniki” — operário que supera a norma em mil por cento ou mais. (retornar ao texto)
Inclusão 14/11/2012
https://www.marxists.org/portugues/kalinin/1942/04/21.htm 11/11
11/09/2019 Algumas Questões Relacionadas com a Agitação e a Propaganda
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M. I. Kalinin
28 de Setembro de 1942
Mas estalou a guerra. E hoje, esta claro, os komsomóis — o não só eles, mas
todas as pessoas — adquirem experiência da vida com muito maior rapidez. Por
isso, se compararmos nosso Komsomol com a Juventude Comunista de outros
países, resultará, naturalmente, que nossos membros do Komsomol são muito
mais maduros, e isso os toma maiores de idade. Com efeito, hoje em dia nossos
jovens de dezessete anos já devem preparar-se para ingressar no exército. Falo
apenas da preparação. Quando forem chamados às fileiras, a questão já será
outra; mas já pensam em seu ingresso nas fileiras do Exército Vermelho.
https://www.marxists.org/portugues/kalinin/1942/09/28.htm 1/11
11/09/2019 Algumas Questões Relacionadas com a Agitação e a Propaganda
no campo, uma organização social muito poderosa. É claro que, hoje, o Komsomol
toma uma parte muito mais ativa na vida social, política, econômica e cultural do
país, participa em massa — e isso é fundamental na guerra e, naturalmente, no
trabalho de agitação e propaganda. E não é só entre a juventude que deve realizar
todo esses trabalho, mas também entre o resto da população. Já vedes que a
importância política do Komsomol é hoje superior à de antes da guerra. Por isso, o
Komsomol deve realizar um vasto trabalho de agitação e propaganda e dominar
melhor as formas desse trabalho.
Devo dizer que em nossa imprensa ainda não são abundantes as novas formas
de agitação e propaganda: apenas começa a exteriorizá-las em proporção
crescente. Mas, onde se pode aprender melhor do que na imprensa, na qual
colaboram as pessoas mais qualificadas? Entende-se que, atualmente, o melhor
material para os agitadores é constituído pelas crônicas de guerra. E é natural,
pois hoje não se vive fora da guerra. De uma ou de outra forma, todos os
sentimentos da população estão relacionados com a guerra, com seus êxitos e
reveses. Por isso, também vós, os dirigentes da propaganda entre a juventude,
deveis buscar nessas fontes a inspiração principal de vosso trabalho de agitação e
propaganda.
Penso que existem, embora não sejam muitos. Mas, cada dia que passa,
aparecem na imprensa em número crescente os bons artigos dos quais já se pode
extrair material de propaganda, que podem ser imitados em certo grau e na leitura
dos quais se pode aprender. Subentende-se que quando digo imitar, não me refiro
a uma imitação mecânica: esses é um procedimento pouco eficaz; é preciso fazê-
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11/09/2019 Algumas Questões Relacionadas com a Agitação e a Propaganda
Acho que os artigos de Tíkhonov e Símonov, por exemplo, são boas crônicas
de guerra; as publicações de guerra constituem um bom material para os
agitadores. Todos vós quereis vir a Moscou para receber ajuda e indicações de
como levar a cabo o trabalho de agitação. Mas é difícil dar indicações para isto;
ademais, como é possível transmitir e assinalar as formas de agitação? Cada qual
faz a agitação a seu modo. Julgo que a imprensa é a fonte principal onde se pode
aprender a forma de levar a cabo a agitação e a propaganda. Não me refiro aos
artigos oficiais, que são os que determinam o conteúdo e a linha política geral da
propaganda e esboçam o conjunto dos problemas que se erguem perante nós;
somente assinalarei as novas formas que aparecem em nossa imprensa.
Não sei se lestes o último artigo de Símonov, “Dias e noites”. Devo dizer-vos
que está bem feito. Em geral, seus artigos apresentam um quadro real dos
combates. No artigo a que me refiro, todas as proporções e medidas foram
observadas. Está escrito com sobriedade. À primeira vista produz a impressão de
uma simples crônica, mas, na realidade, é a obra de um artista, um quadro
inesquecível por muito tempo.
Por acaso, não é bom este quadro verídico dos combates em defesa de
Stalingrado?
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11/09/2019 Algumas Questões Relacionadas com a Agitação e a Propaganda
O autor podia ter descrito uma jovem valente, que desconhece o medo e as
vacilações, como costuma fazer-se entre nós. Mas ele preferiu fazer-nos ver os
sentimentos humanos, as emoções humanas. Este quadro é um material magnífico
para os agitadores e propagandistas.
Símonov escreve:
“Se, aqui (em Stalingrado) é difícil viver, é ainda mais impossível viver
na inatividade. Mas viver combatendo, viver matando alemães isso, sim,
é possível; é assim que é preciso viver aqui e assim viveremos,
defendendo a cidade, entre chamas, fumo e sangue. E se a morte pende
sobre nossas cabeças, a glória, em compensação, está ao nosso lado,
converteu-se em nossa irmã entre estas ruínas e o soluço dos meninos
órfãos”.
https://www.marxists.org/portugues/kalinin/1942/09/28.htm 5/11
11/09/2019 Algumas Questões Relacionadas com a Agitação e a Propaganda
Ali, o heroico é o pão de cada dia. E isto deve ser descrito com fatos, sem
retórica nem frases altissonantes. Nossos soldados não necessitam dos elogios de
um repórter; para eles o melhor elogio é a descrição verídica dos seus atos.
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11/09/2019 Algumas Questões Relacionadas com a Agitação e a Propaganda
Quero chamar vossa atenção para outra expressão empregada com bastante
frequência nas crônicas de guerra. Em virtude de encontrá-la quase diariamente,
ela pode gravar-se profundamente em nossa memória. E não obstante, tampouco
é muito feliz e costuma induzir a confusões. Dizem os correspondentes: “tal
https://www.marxists.org/portugues/kalinin/1942/09/28.htm 8/11
11/09/2019 Algumas Questões Relacionadas com a Agitação e a Propaganda
unidade não retrocedeu nem um só passo”. Repetida várias vezes, a frase alçou
voo. Mas ao mesmo tempo a gente lê uma crônica da frente na qual se diz que tal
ou qual unidade conservou suas posições e então pensa: aqui não diz que não
tenha retrocedido um só passo; será que, apesar de tudo retrocedeu? (Risos). Pois
bem, camaradas, quando se fala ou se escreve, sobretudo quando se escreve, não
se deve pensar somente como nós mesmos entendemos tal ou qual
acontecimento, também se deve pensar em como o entenderão os demais. Por
outro lado, o apelo “Nem um só passo atrás!” tem um profundo sentido, já que
precisamente o primeiro passo de retrocesso é o mais perigoso, pois lhe sucede
inevitavelmente a retirada.
O que foi dito acima se refere à propaganda no exército. Mas como marcham a
agitação e a propaganda na retaguarda?
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11/09/2019 Algumas Questões Relacionadas com a Agitação e a Propaganda
Ou então este outro relato do mesmo autor, no qual descreve como nasceu a
amizade entre os servidores de uma bateria e umas moças do Komsomol de
Ivánovo:
Servem nessa bateria uns rapazes guapos e ágeis. E como atuam bem!
Em nossa presença destruíram uma cozinha de campanha alemã e com
ela doze fritzes. “Isto é para você, Dússia — disseram-me os artilheiros
— um bom presente por motivo de sua chegada”. O que miais me
surpreendeu ali foi a limpeza: seus canhões refulgiam como se tivessem
sido lustrados. Em geral, observava-se que na bateria reinava uma
ordem exemplar.
E foi então que Dússia teve a ideia de que valia a pena fazer maior
intimidade com os artilheiros, relacioná-los com as moças de sua
brigada, estabelecendo uma amizade cordial e sincera entre uns e
outras. Mas naquele momento Dússia não se atreveu a dizê-lo aos
artilheiros. E quando voltou a Ivánovo, depois de consultar as
companheiras, decidiu-se a escrever uma carta aos servidores daquela
bateria, propondo-lhes a emulação: “Esmaguem vocês os fritzes e nós
superaremos nosso plano de produção”.
Não vos parece que o artigo citado está escrito com veracidade? Por
conseguinte, está bem escrito. Cabe a vós saber aproveitá-lo com o mesmo
acerto. É um verdadeiro achado para um propagandista.
Como poderíamos resumir, portanto, nossa palestra? Creio que podemos fazê-
lo do seguinte modo: nossa imprensa proporciona material suficiente; é preciso
apenas aproveitá-lo com habilidade. Temos autores de talento. Eu me referi só aos
artigos aparecidos nos últimos dias. Não falei da obra “A Frente”, de Korneitchuk,
que tem grande importância e orienta em muitas questões, trazendo um material
digno de ser analisado. É muito rigorosa a hora em que vivemos. Como já vos
disse, nosso povo cumpre um enorme trabalho que absorve todas as suas
energias. Ao mesmo tempo, o nível de vida baixou, as condições de existência
pioraram. Nosso povo é tão heroico, tão valente e firme que não há necessidade
de criar nada artificialmente, nem de exagerar na propaganda; basta tomar o
material oferecido pela vida do povo e do exército e falar com plena consciência
das dificuldades que suporta o povo e da necessidade absoluta de derrotar o
inimigo custe o que custar. Asseguro-vos que se falar-des ao povo aproveitando
tais materiais, esses método de agitação será o mais eficaz e o que maior
influência exercerá. (Aplausos.)
Início da página
Inclusão 17/11/2012
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11/09/2019 Tarefas Combativas do Komsomol nos Kolkhozes
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M. I. Kalinin
22 de Outubro de 1942
Camaradas:
No estrangeiro não esperavam que nosso pais opusesse tanta resistência aos
hitleristas. Alguns imaginavam que nossas forças eram escassas, que nossa
indústria era má, que o exército era débil; imaginavam que os alemães acabariam
rapidamente conosco. A heroica resistência de nosso povo frente ao invasor
alemão provoca hoje o assombro de tais políticos.
https://www.marxists.org/portugues/kalinin/1942/10/22.htm 1/6
11/09/2019 Tarefas Combativas do Komsomol nos Kolkhozes
Nosso Exército Vermelho luta com os alemães de igual para igual. Há mais: ao
lado dos alemães combatem a Rumânia, Hungria, Itália, e Finlândia, enquanto a
URSS luta sozinha. Possuímos bastante armamento, que não é pior, mas melhor
que o alemão. Começamos a manobrar melhor com nossos recursos. No
transcurso da guerra, nossos soldados e oficiais aprenderam muito. É lógico que
numa frente tão extensa existam comandos frouxos e alguns incapazes. Mas não
há dúvida alguma de que a enorme maioria dos comandos está à altura das
circunstâncias.
Naturalmente, nossas perdas não são poucas, mas os alemães perdem mais.
Interroguei minuciosamente os militares fazendo-lhes perguntas capciosas. Todos
confirmam que as baixas alemãs são muito superiores às nossas. É bem verdade
que no território soviético ocupado os alemães se apoderaram de muita população
civil. Mas nisto tampouco sairão ganhando.
Devo acrescentar que também nas demais frentes onde os alemães tentam
avançar, seus ataques tropeçam com uma firme resistência. Quanto mais
contundentes forem nossos golpes tanto mais rapidamente os soldados alemães
compreenderão qual há de ser o fim de seus sonhos de conquista.
Como resultado disso, nosso exército está melhor abastecido que nunca de
material bélico, equipamentos e alimentação, melhor que no começo da guerra. Na
história da Rússia, isto não ocorreu quase nunca. Assim, por exemplo, a Rússia
nunca combateu tendo seu exército suficientemente abastecido de munição.
https://www.marxists.org/portugues/kalinin/1942/10/22.htm 2/6
11/09/2019 Tarefas Combativas do Komsomol nos Kolkhozes
Como vedes, a indústria soube cumprir sua tarefa. É preciso apenas que não
haja envaidecimento e que as empresas trabalhem melhor ainda. Ainda não
esgotamos, longe disso, todas as possibilidades.
https://www.marxists.org/portugues/kalinin/1942/10/22.htm 3/6
11/09/2019 Tarefas Combativas do Komsomol nos Kolkhozes
Temos jovens guerrilheiras. Sua missão é difícil, mas demonstram ter uma
grande iniciativa, espírito de organização, muita astúcia militar e não combatem
pior que os homens. E repare-se que a luta guerrilheira é bem mais difícil que as
fainas do kolkhoz. O guerrilheiro tem que resolver problemas de tática militar,
deve ser mais ágil que o inimigo. E, não obstante, há grande quantidade de
mulheres entre os guerrilheiros. Acredito que no campo também haverá bastantes
moças inteligentes que possam ser elevadas aos postos de direção. O que é
preciso fazer é procurá-las e promovê-las.
https://www.marxists.org/portugues/kalinin/1942/10/22.htm 4/6
11/09/2019 Tarefas Combativas do Komsomol nos Kolkhozes
Entre nós acontece muitas vezes que um posto de direção é ocupado por um
homem desses dos quais se costuma dizer que não é carne nem peixe. Esse
homem não mostra zelo nem entusiasmo pelo trabalho. Seu único mérito consiste
em se haver carregado de anos. É para substituir esses homens que devemos
promover com decisão gente nova, gente jovem: que os jovens do Komsomol se
encarreguem da direção. E isto quer dizer precisamente que deveis converter-vos
em organizadores da economia.
O Komsomol deve ser a parte mais ativa, mais tenaz da juventude, e com um
objetivo na vida: neste caso, o de derrotar o inimigo. Nenhum sacrifício poderá
deter-nos. É preciso aceitar todos os sacrifícios e não poupar nada com o objetivo
de conquistar a vitória.
Vedes como são grandes as tarefas que hoje se erguem diante de vós.
Portanto, é preciso incrementar numericamente o Komsomol como se faz na frente
com os soldados. Ali não exigem que o soldado saiba os estatutos e conheça a
História. Se ele dá de rijo nos alemães isto quer dizer que é o mais indicado para
ser admitido no Komsomol ou no Partido. Temos moças que trabalham como os
melhores, mas se as fazemos falar nas reuniões desconcertam-se e não são
capazes de alinhavar duas palavras. Mas, quando se fala à parte com elas,
verifica-se que são gente boa, verdadeira gente nossa. São pessoas modestas e se
embaraçam facilmente. Vós mesmos deveis selecionar ativamente e admitir no
Komsomol as pessoas provadas no trabalho.
É certo que também existem jovens que trabalham bem, porém que na hora
do balanço, por exemplo, gostam de apropriar-se de glórias alheias. Ou alguns
que, segundo parece, são boas pessoas, mas tratam de escalar posições
recorrendo a toda a sorte de manobras. Eu me absteria de admiti-los no
Komsomol. Não há motivo para abrir as portas da organização a pessoas que
recorrem a métodos desonestos para vangloriar-se. Essa gente não tem nada que
fazer nas fileiras do Komsomol. Outros ingressam no Komsomol para fazer
carreira. Por isso não se deve fazer admissões em bloco. Mas tampouco se deve
levantar barreiras artificiais. Pelo contrário, é preciso que as pessoas saibam que
se pode entrar no Komsomol, que as portas da organização estão abertas.
Conheceis bem a todos em vossas aldeias. A maioria das famílias é de gente boa.
Pois bem, com esta gente boa é que se deve reforçar as fileiras do Komsomol. É
pouco seis ou oito membros do Komsomol para toda uma aldeia. Devem ser pelo
menos uns vinte. É preciso facilitar o ingresso na organização, é preciso que
https://www.marxists.org/portugues/kalinin/1942/10/22.htm 5/6
11/09/2019 Tarefas Combativas do Komsomol nos Kolkhozes
tenhais sempre às portas do Komsomol uma multidão de jovens ansiosos por nele
ingressar.
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Inclusão 21/11/2012
https://www.marxists.org/portugues/kalinin/1942/10/22.htm 6/6
11/09/2019 Entrevista com os Dirigentes das Reservas de Mão de Obra do Estado e das Organizações do Komsomol das Escolas Profissionai…
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22 de Outubro de 1942
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11/09/2019 Entrevista com os Dirigentes das Reservas de Mão de Obra do Estado e das Organizações do Komsomol das Escolas Profissionai…
O camarada Kalínin: — Isto indica que a educação ainda não foi devidamente
organizada.
Camarada Kalínin, em uma conferência você disse que para ser pedagogo é
preciso sê-lo de nascença. Pois bem, esse instrutor é um pedagogo nato. Sabe
combinar a educação política da juventude com o ensino prático. Em Tula, seus
alunos estenderam um ramal ferroviário de quatro quilômetros, pelo que
receberam um prêmio e o agradecimento do Soviet e do Comitê do Partido da
cidade.
O camarada Kalínin: — Como é que você trata seus alunos, como a meninos já
crescidos ou como a pessoas adultas?
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11/09/2019 Entrevista com os Dirigentes das Reservas de Mão de Obra do Estado e das Organizações do Komsomol das Escolas Profissionai…
A camarada Ivanova: — Não. Os jovens não sofreram dano algum, mas parte
deles abandonou a escola depois do bombardeio.
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11/09/2019 Entrevista com os Dirigentes das Reservas de Mão de Obra do Estado e das Organizações do Komsomol das Escolas Profissionai…
portanto? Vossos pais lutam contra os fascistas e vós fugis para as aldeias. Nós
pensávamos que íeis salvar a escola, mas acontece que vos pusestes a correr.
Onde está, pois, vossa valentia?” Era preciso dizer-lhes: — “Sois uns covardes e
vos cobristes de vergonha ante toda a Rússia! Aparece apenas um avião e correis”.
E se, por hipótese, tivessem ficado três meninas, seria o caso de apontá-las
como exemplo, dizendo: — “Aqui tendes três valentes que ficaram enquanto os
outros fugiam”, Você, ao contrário, soltou-lhes um discurso comicieiro, com frases
de tipo geral, passando por alto o fato fundamental. Mas nisto residia todo o
aspecto político da questão. E assim acontece a cada passo!
Quero lembrar que vocês não devem somente preparar gente que conheça sua
profissão, mas também combatentes, cidadãos soviéticos.
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11/09/2019 Entrevista com os Dirigentes das Reservas de Mão de Obra do Estado e das Organizações do Komsomol das Escolas Profissionai…
Temos a obrigação de formar operários jovens que conheçam bem o seu ofício,
mas ao mesmo tempo devemos formar cidadãos soviéticos, combatentes, de modo
que a juventude compreenda qual é seu dever para com a Pátria, ponha mais
empenho era aprender o ofício, o domine com maior rapidez, produza, no processo
da aprendizagem, mais armas e munições para o Exército Vermelho, estude o
manejo das armas e se desenvolva fisicamente.
A Pátria não esquecerá o heroísmo de seus filhos que hoje lutam contra os
invasores fascistas alemães nas frentes da Guerra Patriótica.
Lê-de a literatura pedagógica universal. Ela nos oferece uma experiência rica e
variada no terreno da educação do homem. Uns afirmavam que o melhor é educar
os jovens na cidade; outros repeliam esta ideia e sustentavam a tese de que a
educação deve fazer-se num ambiente rural. Existiam muitas outras teses e
proposições sobre este tema. Apesar disso, não se pode dizer que tenha sido
elaborado definitivamente e que se tenha cristalizado um determinado sistema de
educação. Hoje, o sistema deve ser diferente do de três anos atrás, por exemplo.
Antes, por assim dizer, formávamos intelectuais e não homens destinados ao
trabalho físico. Pessoalmente considero desacerta- do tal sistema educativo, pois,
apesar de tudo, em nosso Estado a massa fundamental da população se dedica ao
trabalho físico. E diante de nós se apresentou a questão: que fazer para que
nossos jovens sejam eficientes no trabalho físico e ao mesmo tempo
intelectualmente desenvolvidos?
Para isso, torna-se agora necessário que nossa juventude esteja preparada
para superar dificuldades e tome apego ao trabalho com o fim de que, depois de
passar por esta escola, sinta necessidade de trabalhar.
É evidente que não estavam com a razão os camaradas que, ao intervir aqui,
queriam fazer recair a tarefa da educação unicamente sobre os instrutores. Se eu
fosse diretor duma escola profissional e me perguntassem que instrutor é
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11/09/2019 Entrevista com os Dirigentes das Reservas de Mão de Obra do Estado e das Organizações do Komsomol das Escolas Profissionai…
preferível: o que tem dotes pedagógicos, mas conhece mal seu ofício, ou o que
está pouco preparado em pedagogia, mas é um mestre no seu ofício — eu daria
minha preferência ao que tem pouca preparação pedagógica mas é bem
qualificado no seu ofício.
É muito difícil que uma mesma pessoa reúna as qualidades de bom ajustador
ou torneiro e de bom pedagogo. Aqui se disse com toda a razão que há instrutores
que tratam paternalmente os meninos, mas, em meu entender isto se deve ao
seguinte: é difícil imaginar que um bom operário não ame sua profissão, que esta
lhe seja indiferente, que não ponha a alma nela. Um caso desses seria mais uma
exceção do que um fenômeno comum. Um bom instrutor, cuja psicologia está
intimamente ligada à sua profissão, empenha-se em transmitir seus
conhecimentos aos alunos e, sem intenção especial, lhes dedica atenção em tudo.
Esta é a essência da educação profissional da juventude.
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11/09/2019 Entrevista com os Dirigentes das Reservas de Mão de Obra do Estado e das Organizações do Komsomol das Escolas Profissionai…
Mas, talvez seja a parte educativa a que deve correr por conta do Komsomol?
Creio que não. E mesmo que seja possível que meu pensamento radical a respeito
não seja do agrado do Komsomol, julgai vós mesmos: nossas escolas e
universidades se compõem integralmente de jovens em idade de pertencer ao
Komsomol; mas, será que este os dirige? O Komsomol os ajuda a se formarem
politicamente, torna-os mais conscientes, leva-os às organizações do Komsomol,
organizações independentes que, em certo grau, não dependem dos organismos
do Estado, que são os que administram as escolas e universidades.
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11/09/2019 Entrevista com os Dirigentes das Reservas de Mão de Obra do Estado e das Organizações do Komsomol das Escolas Profissionai…
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Início da página
Notas de rodapé:
(1) P. Moskátov — Chefe da Direção Central das Reservas de Mão-de-Obra, anexa ao Conselho de
Comissários do Povo da URSS. Depois, vice-ministro das Reservas de Mão-de-Obra. (N. da R.).
(retornar ao texto)
Inclusão 29/11/2012
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11/09/2019 Discurso na Reunião Comemorativa do XXV Aniversário da Grande Revolução Socialista de Outubro Celbrada pelos Alunos e pel…
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Discurso na Reunião
Comemorativa do XXV Aniversário
da Grande Revolução Socialista de
Outubro Celebrada pelos Alunos e
pelo Pessoal das Escolas
Profissionais, Ferroviárias e de
Aprendizagem Industrial da
Cidade de Moscou
M. I. Kalinin
2 de Novembro de 1942
Camaradas:
https://www.marxists.org/portugues/kalinin/1942/11/02.htm 1/5
11/09/2019 Discurso na Reunião Comemorativa do XXV Aniversário da Grande Revolução Socialista de Outubro Celbrada pelos Alunos e pel…
que era pobre, que era operário, camponês médio ou empregado, eles vos
contarão os aspectos penosos da vida dos operários, dos camponeses e dos pobres
da cidade na Rússia de antes da Revolução, na Rússia tzarista.
Este ano celebramos nossa festa empenhados numa guerra cruel contra os
fascistas alemães. Quando a celebrávamos em tempo de paz, tínhamos dois dias
de festa, a jornada de trabalho era menor e em nossa mesa havia maior
abundância. Hoje a celebramos numa hora em que grande número de jovens
soviéticos, nossos camaradas, encontram-se em território inimigo, onde estão
passando por terríveis provas. Parte deles morreu nas mães dos monstros
fascistas ou está sendo assassinada por eles. Já vedes em que tempos celebramos
o vigésimo-quinto aniversário do Poder Soviético.
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11/09/2019 Discurso na Reunião Comemorativa do XXV Aniversário da Grande Revolução Socialista de Outubro Celbrada pelos Alunos e pel…
cada vez com mais fôrça. E após trabalhar um par de anos a Fábrica se converterá
em algo familiar para vós. E nenhum trabalho de escritório pode igualar-se ao
trabalho na fábrica pela satisfação íntima que este proporciona, já que se pode ver
e perceber diretamente o fruto do seu trabalho.
Para que o homem possa ir com mais decisão para a fábrica é preciso que
conheça bem seu ofício. Nos tempos em que eu era aprendiz, cada um queria
trabalhar melhor que os demais. Se era torneiro, queria ser um bom torneiro e se
era ajustador, queria ser um bom ajustador. O trabalho numa fábrica é muito
interessante, é um trabalho que apaixona por si mesmo e agora é ainda mais
interessante do que antes, pois as condições são outras.
Antes, tudo se fazia à mão. Isto tinha uma grande importância. Mas, por mais
hábeis que sejam as mãos, as máquinas são melhores. Antes, havia poucas
máquinas. Hoje, nossas fábricas estão equipadas com uma enorme quantidade de
maquinaria. Isto faz com que o trabalho em nossas fábricas seja mais
interessante, mas exige ao mesmo tempo mais conhecimentos e mais destreza.
Terminar a escola sem ter dominado bem o ofício significa não poder gozar do
respeito dos camaradas. Quando alguém não conhece bem seu ofício, não está em
condições de realizar trabalhos de grande responsabilidade. Unicamente os que
sabem trabalhar bem são incumbidos de trabalhos de responsabilidade. Isto
significa que deveis dominar vossa profissão. É preciso saber interpretar os
desenhos. No futuro, muitos de vós serão chefes de equipe de mecânicos,
montadores de maquinaria, eletricistas, ferramentistas. Cada operário que se
respeite a si mesmo deve saber interpretar os desenhos e vós deveis aprendê-lo
ainda no período escolar.
Desejo que nasça em vós, o mais breve possível, esses alto orgulho que se
chama orgulho profissional. Se vossos pais foram bons operários, vós, afinal de
contas, não deveis ser piores.
Hoje vos preparais para ingressar numa fábrica, em alguma grande oficina. A
aprendizagem duma profissão fabril não vos priva de trabalhar no futuro em
qualquer outro terreno. A fábrica não fecha o caminho ao progresso de ninguém.
Pelo contrário, oferece amplas perspectivas para a atividade social, política,
administrativa e inclusive para o trabalho científico.
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11/09/2019 Discurso na Reunião Comemorativa do XXV Aniversário da Grande Revolução Socialista de Outubro Celbrada pelos Alunos e pel…
Em segundo lugar, onde mais comunistas havia antes era entre os operários.
O Komsomol ainda não existia, mas havia uma juventude muito afim com os
comunistas.
O próprio trabalho leva os homens à vida social. Por isso eu não quereria que
vos dedicásseis somente à atividade produtiva, somente a trabalhar diretamente
na fabricação dos artigos que nos fazem falta, e sim — que vosso tempo livre, que
vossa educação espiritual transcorresse de um modo organizado, no seio do
Komsomol. É para isso que o Komsomol é o organizador da juventude. Assim se
encheria aquela parte de vossa vida que, por assim dizer, fica livre do trabalho
direto, assim se encheria vossa vida espiritual.
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11/09/2019 Discurso na Reunião Comemorativa do XXV Aniversário da Grande Revolução Socialista de Outubro Celbrada pelos Alunos e pel…
Permiti-me fazer votos para que alcanceis esta destreza no trabalho, para que
nos próximos anos possais demonstrá-lo plenamente. (Aplausos prolongados.)
Início da página
Inclusão 05/12/2012
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11/09/2019 Prefácio ao Livro "O Komsomol na Luta em Defesa da Pátria"
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1942
Primeira Edição: coletânea "O Komsomol na luta em defesa da Pátria", págs. 3-6, ed. “Molodáia
Gvárdia” ("A Jovem Guarda”), 1942.
Fonte: Editorial Vitória Ltda., Rio, 1954. Traduzido da edição em espanhol de "Ediciones em
Lenguas Extranjeras” de Moscou 1949. Pág: 205-209.
Nota da Edição Original: Neste livro foram compilados discursos e artigos escolhidos de Mikhail
Ivánovitch Kalínin dedicados à educação comunista, que abarcam um período de quase vinte anos.
Alguns dos discursos são reproduzidos com pequenas reduções.
Transcrição e HTML: Fernando A. S. Araújo.
Direitos de Reprodução: A cópia ou distribuição deste documento é livre e indefinidamente
garantida nos termos da GNU Free Documentation License.
“Em virtude da guerra que nos foi imposta, nosso país travou um duelo
de morte com seu inimigo mais encarniçado e mais vil: o fascismo
alemão. Nossas forças lutam heroicamente contra um inimigo armado
até aos dentes com tanques e aviação. O Exército Vermelho e a Marinha
Vermelha, vencendo inumeráveis dificuldades, lutam abnegadamente,
palmo por palmo, pela terra soviética. O grosso de nossas fôrças do
Exército Vermelho, provido de milhares de tanques e aviões, está
entrando em combate. O valor dos combatentes do Exército Vermelho é
incomparável. Nossa resistência frente ao inimigo cresce e se torna cada
vez mais tenaz. Junto com o Exército Vermelho, todo o povo soviético se
levanta em defesa da Pátria”.
"É muito natural que tenha sido a juventude a primeira a ter que sair em
defesa da Pátria, já que o Exército ativo se compõe principalmente de
jovens. Por ser a parte mais ativa da população, a juventude, os
https://www.marxists.org/portugues/kalinin/1942/mes/prefacio.htm 1/4
11/09/2019 Prefácio ao Livro "O Komsomol na Luta em Defesa da Pátria"
“Onde quer que o povo tenha sustentado uma guerra de guerrilhas com
energia, o inimigo teve de convencer-se rapidamente de que era
impossível guiar-se pelo velho código de guerra a ferro e fogo”.(1)
Eu quisera que o leitor acolhesse este livro não como uma obra literária
acabada, porém como um simples relato de camarada das maravilhosas ações
guerreiras de nossos komsomóis nas frentes da Guerra Patriótica. Quando nosso
povo morre heroicamente, os soldados erigem com suas próprias mãos modestos
monumentos nos túmulos dos heróis. São monumentos simples, como simples são
também as inscrições nas lápides. Mas duvido de que haja um artista que ponha
tanto carinho em sua obra como o carinho posto pelos soldados nos túmulos por
eles erigidos sobre as sepulturas em que repousam os que morreram
gloriosamente como heróis. O povo conservará estes túmulos que gozarão de seu
carinho, como monumentos à memória de seus heróis legendários. A eles acorrerá
a juventude e ante eles ressoarão as canções triunfais do livre povo soviético e de
sua juventude, o Komsomol.
https://www.marxists.org/portugues/kalinin/1942/mes/prefacio.htm 3/4
11/09/2019 Prefácio ao Livro "O Komsomol na Luta em Defesa da Pátria"
Meu desejo é que este livro se difunda amplamente entre as grandes massas
da população e particularmente entre a juventude, entre os komsomóis. Nos
traços dos heróis reais descritos nos relatos aqui reunidos, o leitor encontrará os
traços que caracterizam o homem novo, o homem soviético, verá como no
Komsomol são numerosos os que colocam acima de tudo a felicidade do povo
soviético e os ideais de nosso Partido.
Por essa felicidade do povo, pelo Partido de Lênin e Stálin, nossa juventude, o
Komsomol, oferece seu sangue gota a gota, Quem, depois disto, pode duvidar de
que o inimigo receberá o que merece e de que a vitória será conquistada na luta?
Início da página
Notas de rodapé:
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11/09/2019 A Palavra do Agitador na Frente
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M. I. Kalinin
28 de Abril de 1943
https://www.marxists.org/portugues/kalinin/1943/04/28.htm 1/6
11/09/2019 A Palavra do Agitador na Frente
A naturalidade na conversa não significa que esta não deva ser orientada. Sim,
devemos orientá-la. Mas isto deve ser feito de modo que as pessoas não tenham a
impressão de que fostes visitá-las com um objetivo predeterminado.
Quero chamar vossa atenção para o fato de que o agitador deve evitar
apresentar-se como uma pessoa dotada de mais conhecimentos ou de mais
inteligência que a massa que o cerca. Tenho uma longa experiência de
propagandista e agitador e sei que se as pessoas notam o menor sintoma de
envaidecimento por parte do agitador ou de que este se considera mais inteligente
do que elas, esses agitador está perdido, pois ninguém terá confiança nele. Deveis
falar aos soldados como a pessoas que entendem tudo. E se qualquer deles diz
que não entende alguma coisa, podeis objetar-lhe — “Por que finges, acaso tens
um melão no lugar da cabeça? Percebo que entendes tudo tão bem como eu, mas
te fazes de tolo”. Não se deve tratar o povo com desdém. Não importa que digam
dum soldado: “É um ignorante, não sabe nada”. Deveis refutar essas coisas: “Já
conhecemos esses ignorantes. Vereis que bom soldado dará! Já estivestes na
frente e lá aprendestes alguma coisa. Ele também será como vós”. Pois bem, se
tratardes as pessoas desta forma, elas vos respeitarão.
O agitador deve ser veraz. Não pinteis quadros cor de rosa para os soldados,
mostrai-lhes a realidade tal qual é, não temais apontar-lhes as dificuldades, pois
estais tratando com pessoas adultas que sabem compreender as coisas.
https://www.marxists.org/portugues/kalinin/1943/04/28.htm 2/6
11/09/2019 A Palavra do Agitador na Frente
A linguagem é tudo para o agitador. Falais com os soldados de coisas que eles
conhecem. Por conseguinte, somente podereis despertar seu interesse se lhes
falardes destas coisas com palavras vivas e bem ditas. Não digo com palavras
“bonitas”, porque, com frequência, muitos abusam da retórica, pensando que isto
está muito bem. Mas, na realidade, fica muito mal encher a palestra de frases
estereotipadas. Conheço agitadores capazes de falar três horas seguidas, mas
depois de suas intervenções não ficam nas cabeças dos ouvintes mais do que
umas quantas exclamações. Porque seus discursos não contêm nenhuma ideia.
Vossos ouvintes são soldados, pessoas simples que percorreram milhares de
quilômetros combatendo, que viram muitos horrores, de modo que as frases
batidas, e ribombantes ainda por cima, eles as sentem sobretudo como uma
punhalada. O de que eles necessitam é que o agitador exponha determinadas
ideias de forma clara e concisa, com particularidade de que nunca é demais repetir
as boas ideias. Não importa que vos digam, por exemplo: “Por que insistes tanto
no entrincheiramento?” A isso podeis responder: “Continuarei falando disso até
que aprendais a entrincheirar-vos bem; dói-me que percais a vida inutilmente”.
O agitador deve ser uma pessoa culta. Tem que ler muito e cultivar seu
intelecto. Eu diria que o agitador deve dedicar todo o seu tempo livre à leitura.
Lede as obras de nossos clássicos. Lede as obras de Lênin e Stálin. Aprendei a
realizar o trabalho de agitação no estilo stalinista. O camarada Stálin é um ótimo
agitador. Como sabe falar ao povo!
disciplinam as pessoas. Mas, quando vos dais conta de que o tema começa a
cansar e que surge o desejo de conversar simples e cordialmente, então, ide
tomar chá com os soldados e conversar com eles com toda a simplicidade e
naturalidade.
Mas deveis ir preparados até para uma conversa desse gênero, porque no
transcurso da mesma podem fazer numerosas perguntas. Não deveis escamotear
as respostas nem tratar de passar por alto por uma pergunta feita. Tampouco
deveis assustar-vos se não podeis responder a alguma delas. Dizei aos soldados
com franqueza: “Não sei, procurarei a resposta em algum livro e quando a
encontrar eu vos direi”.
https://www.marxists.org/portugues/kalinin/1943/04/28.htm 4/6
11/09/2019 A Palavra do Agitador na Frente
Também acho que deveis prestar mais atenção aos feridos. Eles precisam de
alento e simpatia e é aí que podeis demonstrar cordialidade. O soldado ferido se
recordará sempre do bom trato recebido e falará disso em mil lugares. Em
consequência, uma palavra pronunciada a meia voz se difundirá até muito longe.
Deveis cultivar nos soldados um profundo respeito pelos que tombaram. Qual
é a atitude do povo diante de um morto? Em presença de um morto todo o mundo
fala em voz baixa. Devemos honrar os mortos em combate e sois vós, os
agitadores, quem deve implantar esses costume. Escrevi aos presidentes dos
Comitês Executivos dos Sovietes locais no sentido de que cuidem das valas
comuns e de que se dê essa tarefa aos piorneiros. Em vossas unidades, deveis
conseguir que os enterros sejam feitos na devida forma e que se erga um túmulo
sobre cada fossa. É claro que isto nem sempre é possível quando o exército
avança, mas também há agitadores no segundo escalão. Deveis propagar a ideia e
cuidar para que, na medida do possível, se dê um caráter solene aos enterros dos
soldados. Isto exercerá grande influência sobre a educação do povo e o habituará
a ter carinho para com os defensores da Pátria.
https://www.marxists.org/portugues/kalinin/1943/04/28.htm 5/6
11/09/2019 A Palavra do Agitador na Frente
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Notas de rodapé:
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11/09/2019 Uma Unida Família Combativa
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4 de Agosto de 1943
Primeira Edição: Intervenção na entrevista celebrada com os Agitadores que realizam seu
trabalho na Frente entre os soldados de nacionalidades não russas. "Sobre o trabalho de massas do
Partido”, págs. 27-31, Edições Políticas do Estado, 1943.
Fonte: Editorial Vitória Ltda., Rio, 1954. Traduzido da edição em espanhol de "Ediciones em
Lenguas Extranjeras” de Moscou 1949. Pág: 218-224.
Nota da Edição Original: Neste livro foram compilados discursos e artigos escolhidos de Mikhail
Ivánovitch Kalínin dedicados à educação comunista, que abarcam um período de quase vinte anos.
Alguns dos discursos são reproduzidos com pequenas reduções.
Transcrição e HTML: Fernando A. S. Araújo.
Direitos de Reprodução: A cópia ou distribuição deste documento é livre e indefinidamente
garantida nos termos da GNU Free Documentation License.
A guerra demonstrou que a União Soviética é uma família unida de povos que
vivem em harmonia e que esta união é duma solidez sem precedentes no mundo.
Naturalmente, há exceções, mas estas são insignificantes. Algumas pessoas
aceitam servir aos alemães na qualidade de prefeitos ou de outra coisa, mas são
casos isolados e não têm nenhuma importância para um país tão vasto como o
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11/09/2019 Uma Unida Família Combativa
O Governo Soviético não tem por que tratar assim os povos que habitam
nosso território. Aqui todos os povos gozam de iguais direitos. E todos os povos da
União Soviética, inclusive os que antes eram considerados como muito atrasados,
hoje tomam parte na guerra, sem falar dos georgianos, armênios e tártaros, que
também durante o regime tzarista participavam das guerras.
Compreende-se que não era fácil tarefa ensinar a arte da guerra, o manejo
das armas e a vida militar à população das Repúblicas e regiões nacionais.
Somente o Poder Soviético podia realizá-la com êxito.
Com efeito, se um homem soviético, seja qual for sua nacionalidade, é dotado
de talento, irá escalando posições cada vez mais altas. Sabeis de quantos oficiais
magnificamente preparados e de todas as nacionalidades dispõe hoje o Exército
Vermelho. Hoje são tenentes ou jovens coronéis, mas no fim de certo tempo
chegarão a ser generais e marechais. Em nosso país não é a nacionalidade que
determina as promoções, mas a inteligência e o valor. Um homem que não tenha
inteligência e seja um mau combatente não será promovido, mas se uma pessoa
— soldado ou oficial — tem talento, inteligência e conhece bem seu ofício, essa
https://www.marxists.org/portugues/kalinin/1943/08/04.htm 2/5
11/09/2019 Uma Unida Família Combativa
pessoa escalará elevados postos, seja qual for sua nacionalidade. Nosso Alto
Comando apega-se firmemente a este princípio. Ninguém poderá afirmar que o
camarada Stálin dá preferência a este ou aquele povo. Para todos ele é um pai:
premia e exige responsabilidades de todos por igual, segundo seu merecimento, e
destaca os homens de talento de qualquer nacionalidade.
https://www.marxists.org/portugues/kalinin/1943/08/04.htm 3/5
11/09/2019 Uma Unida Família Combativa
Os agitadores, que falaram aqui, disseram com toda razão que cada
nacionalidade deve ser tratada de maneira diferente, porque os homens de cada
nacionalidade viveram e continuam vivendo em condições diferentes, o que deixa
sua marca em cada povo. Assim, por exemplo, os povos do Cáucaso e da
Transcaucásia sentem um grande respeito pelas armas e a entrega das armas num
ambiente solene representa muito para eles. Os uzbeks, por sua parte, respeitam
muito os velhos. Em seu trabalho, forçosamente, o agitador deve ter em conta os
hábitos, usos e costumes nacionais de cada povo.
Não obstante, considero que existe também um modo comum de tratar todos
os nossos povos. Sabeis perfeitamente que o agitador não tem que gastar muitas
palavras com o soldado que combate bem e sabe analisar os fatos. Pelo contrário,
para o soldado que combate mal ou se mostra pusilânime — seja ele georgiano,
kazak ou uzbek — o agitador poderia falar-lhe mais ou menos do seguinte modo:
“Será possível que não queiras que participemos desta guerra, quando todas as
demais nacionalidades lutam como leões? Acaso podemos ficar à margem da
guerra? Será possível que queiras que, por tua causa, pensem que todo o nosso
povo é composto de gente pusilânime? Medita, acaso estaria certo que se
começasse a considerar nossa República como um país cujos homens não sabem
combater e são incapazes de lutar e defender-se? Depois disto, como é que vamos
apresentar-nos ante os demais povos, como poderemos continuai marchando,
para a frente, como desenvolveremos nossa cultura? Acaso és o único que vai à
guerra? Hoje todos lutam. E tu, que queres: não combater? Queres que nos
escravizem? Sentimos muito, mas isto nós não toleraremos! Mais vale morrer na
luta do que voltar para casa com o estigma de covarde ou de traidor. Na guerra
atual não se luta por alguma cidade ou algum território, não se luta porque os
alemães queiram apoderar-se de alguma cidade fronteiriça e nós não queiramos
entregá-la. Hoje se luta porque os alemães desejam converter-nos em escravos e
edificar seu domínio mundial sobre nossos ossos. Os alemães levaram muitos
cidadãos soviéticos dos territórios ocupados para o cativeiro na Alemanha. Muitos
deles sucumbiram por causa da fome e do trabalho desumano. É contra tudo isso
que nós sustentamos a guerra. Hoje não se pode dizer que a guerra é lá, no
Ocidente, e que não nos afeta”.
Quando se conversa com alguém em seu idioma materno, pode-se falar com
maior liberdade, porque o outro entenderá tudo como é preciso. Quando um uzbek
está entre uzbeks ou um kazak entre kazaks, eles não se sentem coibidos. Se os
soldados vos dizem: “Por que nos falas assim e nos censuras”, podeis responder-
lhes: “Falo assim porque também sou uzbek (ou kazak) e amo meu povo tanto
quanto vós podeis amá-lo”.
ações bélicas. Cada povo tem seus heróis nacionais. Façamos com que estes se
multipliquem! Estamos em guerra e a guerra, como é sabido, engendra heróis.
Contribui com vosso trabalho para forjar soldados valorosos e viris, ajudai a
formar os quadros de sargentos e oficiais do Exército Vermelho entre os soldados
das nacionalidades não russas.
Os povos da URSS consideram — e com toda a razão que o povo russo é o seu
irmão maior. Deveis conhecer também o glorioso passado do povo russo, seus
heróis nacionais, seus grandes homens e falar de tudo isso aos soldados de outras
nacionalidades. Isto contribuirá para unir ainda mais todos os povos de nosso país
e tornará ainda mais estreita sua amizade.
Mas não se deve robustecer a amizade entre os povos somente com fatos e
acontecimentos do passado. Na frente podemos encontrar numerosos e magníficos
exemplos de amizade entre soldados de diferentes nacionalidades. Propagai estes
exemplos, difundi-os entre todos. Vós, os agitadores, podeis fazer muito neste
sentido.
Atualmente, a guerra vai tomando uma feição cada vez mais favorável para
nós. Devemo-lo aos nossos combatentes de todas as nacionalidades. Todos os
nossos povos, competindo em heroísmo, lutam abnegada e valorosamente contra
o inimigo.
Início da página
Inclusão 30/12/2012
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11/09/2019 Combatente Auxiliar do Partido Bolchevique
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29 de Outubro de 1943
Primeira Edição: Por motivo do XXV aniversário da União das Juventudes Comunistas Leninistas
da URSS. “Pravda” (“A Verdade”) 29 de outubro de 1943.
Fonte: Editorial Vitória Ltda., Rio, 1954. Traduzido da edição em espanhol de "Ediciones em
Lenguas Extranjeras” de Moscou 1949. Pág: 225-236.
Nota da Edição Original: Neste livro foram compilados discursos e artigos escolhidos de Mikhail
Ivánovitch Kalínin dedicados à educação comunista, que abarcam um período de quase vinte anos.
Alguns dos discursos são reproduzidos com pequenas reduções.
Transcrição e HTML: Fernando A. S. Araújo.
Direitos de Reprodução: A cópia ou distribuição deste documento é livre e indefinidamente
garantida nos termos da GNU Free Documentation License.
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11/09/2019 Combatente Auxiliar do Partido Bolchevique
De fato, tivemos que criar desde o princípio nossa frota aérea. Nela, o papel
desempenhado pelo Komsomol não foi menor, mas talvez maior do que na
Marinha de Guerra. Os esforços do povo, e em particular os do Komsomol, deram
abundantes frutos na guerra atual. Os exemplos de Alexandre Molódtchi, Bóris
Safónov, Dmítri Glinka, Vassíli Záitzev, Mikhail Bondarenko, Vassíli Efrêmov, duas
vezes Heróis da União Soviética, e dos Heróis da União Soviética, Nikolái Gastello,
Vítor Talalíkhin, Piotr Kharitónov, Stepan Sdoróvtsev, Mikhail Júkov e muitos
outros, todos eles educados pelo Komsomol, servirão para as futuras gerações de
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11/09/2019 Combatente Auxiliar do Partido Bolchevique
Assim, pois, nos vinte e cinco anos de sua existência, o Komsomol, que iniciou
sua vida lutando contra os guardas brancos e os intervencionistas, participou
abnegadamente na restauração e no desenvolvimento da indústria, na edificação
do regime kolkhoziano no campo e assimilou com êxito a ciência nas
universidades, nos institutos; nos laboratórios fabris e nos campos de
experimentação agrícola, aumentando assim a potência defensiva do país. O
frutífero trabalho avançava em plena marcha. Abriram-se, ante o Komsomol e a
juventude, ilimitadas possibilidades de trabalhar em paz e dedicar-se ao trabalho
científico.
★★★
A guerra que nos foi imposta pela Alemanha hitlerista interrompeu o trabalho
pacífico e criador dos cidadãos soviéticos. Chegaram dias duros para o Komsomol
e toda a nossa juventude. Era preciso defender a Pátria e todas as conquistas
conseguidas em quase um quarto de século, graças ao esforço comum de todos os
povos da URSS
A guerra é uma dura prova para o povo, para seu regime estatal, sua política e
seus dirigentes. No fundo, este conceito é aplicável também a toda organização
social e, em particular, ao Komsomol. Antes da guerra, entre os komsomóis e, em
gera', entre muitas pessoas soviéticas influenciadas pela construção cada vez mais
vasta e pelos êxitos econômicos e culturais, predominavam as tendências próprias
dos tempos de paz. A guerra terminou bruscamente com tudo isso e ante o
Komsomol surgiram novas tarefas relacionadas com a guerra. Compreende-se não
ser fácil a tarefa de desarraigar o espírito dos tempos de paz, sobretudo se
levarmos em conta que o Komsomol é uma organização que conta com milhões de
filiados. Não obstante, podemos dizer em honra do Komsomol, que ele se saiu
airosamente dessa prova.
É natural que ante o Komsomol, como ante cada organização soviética e ante
cada cidadão de nosso pais, se apresentasse a questão primordial: onde e como
empregar melhor suas forças para a defesa da Pátria? E milhares de komsomóis,
rapazes e inclusive moças, fiéis às melhores tradições do Komsomol,
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11/09/2019 Combatente Auxiliar do Partido Bolchevique
A guerra moderna exige do soldado uma enorme tensão moral. Mas dele
exige, sobretudo, que conheça o manejo das armas, que saiba aproveitá-las com a
máxima eficácia na luta contra o inimigo, exige uma valentia sem reservas, unida
à prudência do guerreiro experimentado e, por último, resistência física e destreza.
E nós somos testemunhas de como nesta encarniçada luta contra os saqueadores
alemães se vão forjando os combatentes de nosso exército e de nossa marinha,
soldados de infantaria, aviação, tanques, artilharia, cavalaria, morteiros, marinha,
tropas de desembarque, sapadores. O Komsomol, com justo direito, pode
orgulhar-se de que na legião dos Heróis da União Soviética figurem mais de
quinhentos de seus filhos e de que dezenas de milhares deles tenham sido
condecorados com ordens e medalhas.
Agora temos um novo grupo de heróis que forçaram o Dniéper, muitos dos
quais são do Komsomol. O cruzamento do Dniéper é uma nova página brilhante na
história da Grande Guerra Patriótica do povo soviético.
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11/09/2019 Combatente Auxiliar do Partido Bolchevique
A Pátria, nosso povo aprecia em alto grau seus melhores filhos que combatem
na retaguarda inimiga. Entre os guerrilheiros honrados com o título de Herói da
União Soviética figuram vinte e dois komsomóis. Milhares de jovens guerrilheiros
foram condecorados com ordens e medalhas. Todo o povo soviético conhece e
pronuncia com profundo carinho os nomes dos Heróis da União Soviética, Lisa
Tcháikina, Sasha Tchekálin, Zoia Kosmodemiánskaia, Antonina Petrova, Filip
Streléts, Vladímir Kurilenko, Mikhail Silnitski, Vladímir Riábok, os irmãos Ignátov e
muitos outros. Heróis imortais todos, que passarão à história da luta guerrilheira e
assim à história da Grande Guerra Patriótica. Para a jovem geração eles serão um
modelo de exemplar serviço e de abnegada fidelidade à Pátria.
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11/09/2019 Combatente Auxiliar do Partido Bolchevique
reorganizar nossa indústria em face da guerra e fazer todo o necessário para que
na frente não faltem armas nem munições, encontrou um eco entusiástico entre os
komsomóis e a juventude em geral.
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11/09/2019 Combatente Auxiliar do Partido Bolchevique
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11/09/2019 Combatente Auxiliar do Partido Bolchevique
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Notas de rodapé:
(1) V. I. Lênin e J. V. Stálin — “Sobre a Juventude”, ed. Molodáia Gvárdia, (“A Jovem Guarda”),
pág. 297, Moscou, 1938. (retornar ao texto)
Inclusão 21/01/2013
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11/09/2019 Algumas Palavras Sobre a Propaganda e a Agitação
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12 de Janeiro de 1944
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11/09/2019 Algumas Palavras Sobre a Propaganda e a Agitação
própria produção, ao caráter de nosso Estado. Esta maneira de ver as coisas seria,
talvez, mais própria dos comunistas de antes da Revolução. Por que?
Simplesmente porque, então, o trabalho na produção beneficiava o capitalista e
nossa agitação estava inteiramente dirigida contra os capitalistas. Mas hoje, o
trabalho na produção é uma das mais importantes tarefas estatais e sociais, é o
trabalho mais importante em nossa época.
Através de vossas intervenções percebo que, na prática, vos guiais por este
mesmo critério, mas não o dizeis abertamente com medo de que vos censurem
por vos terdes convertido em simples administradores. Pelas vossas intervenções
se vê que sois pessoas cultas e entendidas, e apesar disso, nenhum de vós disse
que considerava o trabalho na produção, em nosso sistema socialista e, ainda por
cima, em tempos de guerra, como o mais importante trabalho social e de Partido,
como um trabalho que fortalece o regime soviético.
Por que não colocar a questão do ponto de vista dos princípios, dum ponto de
vista de Partido? Acaso um trabalho que fortalece o regime soviético, que assesta
potentes golpes em nossos inimigos, que dá fama ao País Soviético no mundo
inteiro, ou, o que dá no mesmo, ao regime socialista, acaso esses trabalho não é
um trabalho comunista, não é um trabalho de Partido? Acaso nossos êxitos na
produção e no campo cultural não constituem um trabalho comunista, um trabalho
de Partido? Pode-se fazer a propaganda com palavras e com fatos. A propaganda e
a agitação com fatos são mais reais. Já é quase um provérbio entre nós a
expressão de que a propaganda e a agitação com fatos são mais eficazes. Pois
bem, nossos êxitos na produção são precisamente uma propaganda com fatos.
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11/09/2019 Algumas Palavras Sobre a Propaganda e a Agitação
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11/09/2019 Algumas Palavras Sobre a Propaganda e a Agitação
Que quer dizer trabalho do Partido? Está claro que quanto à organização
estabelecemos diferentes campos de atividade, que chamamos respectivamente
de: trabalho de Partido, sindical, administrativo, etc. Cada um desses campos de
atividade tem suas peculiaridades.
Por exemplo, um torneiro realiza um simples trabalho mecânico. Mas para nós
não é indiferente, de jeito nenhum, se ele o realiza como se trabalhasse numa
empresa privada, cobrando uma determinada retribuição, sem relacioná-lo com
uma interpretação social da importância do mesmo, ou se nosso torneiro, ao fazer
tal ou qual peça, está dominado pela ideia de que ao mesmo tempo realiza um
grande trabalho de Estado, de que trabalha para a defesa do país, de que sua
produção vai parar na frente, onde é utilizada para lutar contra o inimigo, e que
quanto melhor for sua produção tanto mais eficaz será sua participação na luta
contra os alemães. Portanto, ele não se considera isolado das tarefas políticas
gerais, e sim como um elo da luta comum e das medidas gerais do Estado.
A propósito disto desejo compartilhar convosco mais uma ideia. Ouvimos dizer
frequentemente deste ou daquele comunista ter ele muito espírito de Partido. Mas,
atentai bem, acaso aplicamos esta expressão somente em relação aos agitadores e
propagandistas? Para que uma pessoa tenha espírito de Partido não é
indispensável que seja agitador ou propagandista; é preciso outra coisa, é preciso
que tenha uma conduta digna de um comunista em sua vida política e social e
inclusive em sua vida privada. Voltemos outra vez ao nosso torneiro. Se este
homem sabe relacionar seu trabalho com o objetivo geral, se põe toda a sua
energia no trabalho, compreendendo que com isso também defende o País
Soviético e que, por isso, não se preocupa com o horário nem recua ante as
dificuldades ou defeitos de organização que possam surgir na produção, este
homem tem uma atitude comunista ante o trabalho, eu diria que esses camarada
tem muito espírito de Partido e que seu trabalho na produção é ao mesmo tempo
um trabalho de Partido, já que o relaciona com o objetivo geral.
É claro que com isso não quero tirar a importância à necessidade de estudar o
marxismo-leninismo que é, afinal de contas, o que, na vida prática, permite
abordar qualquer tarefa com espírito de Partido.
Um dos camaradas que falou aqui declarou que se vê em apuros para dar a
todos os comunistas da fábrica algum trabalho social ou de Partido, em vista do
grande, número de membros dessa organização do Partido. Creio que existe um
mal-entendido nesse caso.
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11/09/2019 Algumas Palavras Sobre a Propaganda e a Agitação
Por isso não vos deveis preocupar com que não haja tarefas suficientes para
todos, mas dar curso livre à iniciativa e fazer a cabeça trabalhar um pouco. Vereis
logo que vos falta gente para realizar tanto trabalho.
Um camarada nos disse aqui que numa reunião os novos membros do Partido
foram censurados pela irregularidade no pagamento das contribuições. Poderia
parecer que se trata duma questão puramente prática. É claro que se pode
simplesmente fazer um sermão aos novos militantes, indicando que são uns
comunistas indisciplinados, uns maus comunistas, etc. Mas esta mesma questão
pode ser colocada no terreno dos princípios, dizendo: “Vós mesmos deveis
compreender que o atraso de um ou dois meses no pagamento das contribuições
não representa grande coisa para o Partido. Sua caixa não se ressentirá por isso.
Hoje, nosso Partido não é um partido pobre. E se falamos nisto não é porque vossa
morosidade nos tenha impedido de mandar o balancete a tempo. Não se trata
disso, mas de que se não pagais a tempo vossas contribuições para o Partido, isto
quer dizer que o assunto não vos preocupa; que não dais importância às vossas
obrigações para com o Partido, e além do mais obrigações tão simples, de
exclusivo caráter de organização, como é o pagamento das mensalidades, é
porque não tem muito apego ao Partido. Porque, para aquele que se preocupa com
o Partido, o pagamento das contribuições é um prazer, pois com isso parece
estabelecer um laço material com o Partido, parece pôr- se em contato com ele”.
Como vedes, quando focalizamos uma questão dum ponto de vista puramente
prático e a discutimos somente com a linguagem dos fatos, ela chega menos à
consciência das pessoas. Mas quando a generalizamos e a julgamos com critério
político, então ela serve para educar.
Educar é muito mais difícil que ensinar, que ministrar instrução, pois o
educador influi sobre os educandos não só porque lhes proporciona determinados
conhecimentos, mas, principalmente, com sua atitude para com os fatos de cada
dia.
A camarada Bodrova nos falou aqui da vida difícil duma trabalhadora à qual
deram ajuda, conseguindo assim elevar seu moral. Devo dizer-vos que isto, por si,
não é somente uma ação própria de bons comunistas. O valioso do fato não
consiste unicamente em ter prestado ajuda à uma pessoa acabrunhada por
circunstâncias difíceis. Aqui se trata também da educação dos comunistas, duma
educação baseada em fatos concretos. Em tais exemplos é que deveis basear
vossa educação dos comunistas.
Devo dizer-vos com toda a franqueza que o trabalho educativo é um dos mais
difíceis, porque também está relacionado com vossa própria conduta. Se alguém,
por exemplo, faz propaganda contra a vodka e ele mesmo gosta de beber,
ninguém lhe fará caso. Se alguém convida as pessoas a serem disciplinadas e ele
mesmo infringe constantemente a disciplina, seu apelo, como é lógico, surtirá
pouco efeito.
https://www.marxists.org/portugues/kalinin/1944/01/12.htm 7/9
11/09/2019 Algumas Palavras Sobre a Propaganda e a Agitação
Falou-se aqui da leitura coletiva de jornais. Mas isto não basta se, depois, não
se discute e comenta o que foi lido. Pode acontecer que alguns já tenham lido o
jornal e não vos escutem, mas outros, embora não o tenham feito, pouco proveito
tiram da leitura sem comentários. Se, ao contrário, analisais e sintetizais o que foi
lido, logicamente a leitura será interessante para todos. Discuti os problemas. Por-
que não discuti-los? É que sois demasiado praticistas. Tendes medo de cometer
algum erro. E que é que tem, se cometeis algum erro? Nós não castigamos os
erros. Talvez vos censurem ou escrevam sobre o assunto nos jornais, mais nada.
Castiga-se os que defendem seus erros, insistem nos erros e se afastam da linha
do Partido. Quando se trata duma pessoa verdadeiramente nossa, fiel ao Poder
Soviético, ao seu Partido, porém que não foi muito feliz ao formular uma
interpretação, naturalmente, esta é corrigida e nada mais.
Início da página
Inclusão 30/01/2013
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11/09/2019 Do Artigo "O Poderio do Estado Soviético"
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Abril de 1944
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Inclusão 12/02/2013
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11/09/2019 Algumas Observações sobre a Educação do Soldado Komsomol
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15 de Maio de 1944
Tomemos, por exemplo, a influência que, dia a dia, o oficial Komsomol exerce
sobre a massa de soldados komsomóis. Pode-se, nesta situação, inventar algo
obrigatório e legitimado pelo Comitê Central do Komsomol? Creio que não. As
próprias condições de existência, as relações que se vão estabelecendo na unidade
e que se cristalizam em determinadas formas, arraigam-se na vida e servem à
causa da educação.
https://www.marxists.org/portugues/kalinin/1944/05/15.htm 1/7
11/09/2019 Algumas Observações sobre a Educação do Soldado Komsomol
É neste ponto que tem grande importância o prestígio pessoal do oficial, que
sempre deve ser mantido a uma grande altura. Se um oficial de reconhecida
valentia, diligência e conhecimentos militares comete algum erro de expressão
numa palestra Ou numa reunião, os soldados não o levarão a mal. Dirão que
cometeu um equívoco, porém que, em compensação, trata-se de um valente no
combate. O oficial ganha este prestígio no campo de batalha, no comando de sua
unidade e no trabalho político, sendo que esses mesmo prestígio se refletirá na
solução de todos os problemas que surgem ante a organização do Komsomol.
Breve completarei setenta anos e, apesar disso, não tenho outra saída senão
estudar diariamente e estar em dia com a produção literária. Não se pode proceder
de outro modo. Eis por que tenho mais experiência que vós e sou mais hábil em
política, o que me permite sair de apuros com mais facilidade. Sois mais jovens,
encontrais maiores dificuldades e somente os conhecimentos vos podem ajudar.
Deveis estudar sem cessar. A própria vida o exige imperiosamente.
É claro que cada oficial e cada soldado se preocupam antes e acima de tudo
com a honra de sua unidade.
Temos magníficas unidades militares, cujo nível geral é muito alto. Perguntais
como se pode aproveitar sua experiência em outras unidades para torná-las tão
boas como aquelas. Responderei com um exemplo. Suponhamos que existe um
quadro maravilhoso do qual se fazem cópias, muito boas cópias. E, não obstante,
essas cópias nunca deixarão de ser cópias e serão julgadas como de muito menos
valor que o original. O mesmo ocorre com a educação das pessoas, que não tolera
o clichê, mesmo sendo bom. Naturalmente, é preciso aproveitar a experiência dos
demais, mas não se pode transplantar uma experiência alheia sem levar em conta
as peculiaridades da situação, as pessoas e os objetivos. Toda experiência deve
ser vivida, deve ser conquistada na luta, para que se torne carne e sangue do que
passa por ela.
https://www.marxists.org/portugues/kalinin/1944/05/15.htm 3/7
11/09/2019 Algumas Observações sobre a Educação do Soldado Komsomol
O exemplo citado demonstra ser difícil dar uma receita para todos os casos da
vida, uma receita do melhor modo de dirigir o trabalho educativo do Komsomol no
exército.
Qual é a causa, digamos, de uma unidade ser melhor e outra pior? Verifica-se
que na unidade melhor há um dirigente que sabe encaminhar melhor o trabalho.
Devo dizer-vos que um homem pode estar muito bem informado e ser muito culto,
mas se dirige a juventude sem ardor, se não põe a alma na educação e instrução
da juventude, ela o perceberá logo e não o quererá. Ao contrário, se alguém põe a
alma na sua tarefa e não poupa esforços para que sua organização figure entre as
primeiras, se dedica a isso todas as suas energias e todo seu ardor, conquistará
seguramente o carinho da juventude. Um homem assim não só será respeitado
pela juventude, mas será querido por ela, o que tem mais valor.
Por isso julgo que se a organização é boa, isto se deve em grande parte ao
fato de ela ser encabeçada por um bom dirigente. Quando um homem aspira
realmente a organizar bem as coisas, quando possui um mínimo de cultura e não é
um pateta, alcançará sempre êxito. A própria vida lhe sugerirá os meios para
alcançá-lo. Quando falamos dessas relações cotidianas é preciso compreender que
tais relações vão-se formando no processo da vida e são criadas pela própria vida,
sem regras escritas, diferentemente das formas de organização cristalizadas
historicamente e registradas nos estatutos. Depende de vós que sirvam as
relações entre nossos oficiais e soldados komsomóis sempre e invariavelmente à
causa da educação da juventude e ao fortalecimento do poderio de nosso exército.
https://www.marxists.org/portugues/kalinin/1944/05/15.htm 4/7
11/09/2019 Algumas Observações sobre a Educação do Soldado Komsomol
atrasados, que não devemos deixar escapar de nossa influência. Esta é nossa
obrigação.
Aqui foi formulada a pergunta sobre o que fazer com os komsomóis que não
têm nenhuma incumbência social na organização.
https://www.marxists.org/portugues/kalinin/1944/05/15.htm 5/7
11/09/2019 Algumas Observações sobre a Educação do Soldado Komsomol
https://www.marxists.org/portugues/kalinin/1944/05/15.htm 6/7
11/09/2019 Algumas Observações sobre a Educação do Soldado Komsomol
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Inclusão 07/03/2013
https://www.marxists.org/portugues/kalinin/1944/05/15.htm 7/7
11/09/2019 A Fisionomia Moral de Nosso Povo
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Janeiro de 1945
"E como até o dia de hoje a sociedade se tem agitado nos antagonismos
de classes, a moral sempre foi uma moral de classe; ou justificava a
dominação e os interesses da classe dominante, ou representava,
quando a classe oprimida se tornava bastante poderosa, a rebelião
https://www.marxists.org/portugues/kalinin/1945/01/moral.htm 1/27
11/09/2019 A Fisionomia Moral de Nosso Povo
“Quanto mais frios forem vossos cálculos, mais longe ireis. Feri sem
piedade e sereis temido. Não considereis os homens e as mulheres mais
do que cavalos de posta que deixareis rebentados em cada muda... Mas
se chegardes a ter um verdadeiro sentimento, ocultai-o como um
tesouro; que ninguém o perceba, ou estais perdido. De verdugo vos
converteríeis em vitima”.
https://www.marxists.org/portugues/kalinin/1945/01/moral.htm 2/27
11/09/2019 A Fisionomia Moral de Nosso Povo
https://www.marxists.org/portugues/kalinin/1945/01/moral.htm 3/27
11/09/2019 A Fisionomia Moral de Nosso Povo
Belinski dizia:
Com suas obras, Nekrássov despertava em todo homem honrado o ódio aos
escravistas, o amor ao povo e chamava à luta:
Õ grito saído do fundo de sua alma: “podes não ser poeta, mas é teu dever ser
cidadão”, despertava espontaneamente em amplos círculos da sociedade russa os
mais elevados sentimentos cívicos, a consciência da responsabilidade moral
perante o país, perante seu povo.
★★★
https://www.marxists.org/portugues/kalinin/1945/01/moral.htm 4/27
11/09/2019 A Fisionomia Moral de Nosso Povo
Cada greve, cada luta de maior ou menor importância nas empresas era
seguida de represálias: despedida dos chamados instigadores, listas negras e
prisões. Os operários coletavam dinheiro para as vítimas e as ajudavam com tudo
o que podiam. Havia até contramestres que contribuíam para as subscrições e, às
vezes, ajudavam a colocar em outras fábricas os operários atingidos. Isto era
considerado como um dever moral entre os operários.
Apesar de tudo, nos primeiros tempos tudo isto não tinha um caráter
organizado. Somente com o desenvolvimento do movimento revolucionário, com o
despertar da consciência de classe do proletariado, com sua transformação de
classe em si em classe para si, começaram a formar-se qualidades morais como a
honradez para com sua classe, a disciplina, o apoio mútuo, a abnegação na luta e
o espírito de organização. Estes traços morais do proletariado constituíram a base
da nascente moral socialista, que no regime capitalista se opunha à moral
burguesa com seus cruéis e ferozes princípios: “O homem é o lobo do homem”,
“Cada um por si e Deus por todos”, “Abre caminho na vida”, etc.
https://www.marxists.org/portugues/kalinin/1945/01/moral.htm 5/27
11/09/2019 A Fisionomia Moral de Nosso Povo
https://www.marxists.org/portugues/kalinin/1945/01/moral.htm 6/27
11/09/2019 A Fisionomia Moral de Nosso Povo
“Tanto para que esta consciência comunista brote em massa, como para
alcançar o próprio objetivo, é preciso uma transformação em massa dos
homens, possível únicamente num movimento prático, numa revolução;
em consequência, a revolução é necessária não só porque nenhum outro
meio é capaz de derrubar a classe dominante, mas também porque só
numa revolução a classe que derruba pode libertar-se de toda a velha
imundície e tornar-se capaz de edificar a nova sociedade”.(4)
https://www.marxists.org/portugues/kalinin/1945/01/moral.htm 7/27
11/09/2019 A Fisionomia Moral de Nosso Povo
Com efeito, não foi fácil às massas, assimilar a nova moral, a moral socialista.
A princípio, a vitória do proletariado e dos camponeses pobres foi recebida com
hostilidade até pela maioria dos intelectuais, sem falar nas classes derrubadas. E
inclusive a classe operária, e sobretudo o campesinato, não puderam renunciar de
repente aos usos, costumes e tradições adquiridos durante séculos de domínio dos
latifundiários e da burguesia. Nem todos os operários se davam conta de que,
vivendo na sociedade capitalista, eram uns proletários sem lar e que, na realidade,
não tinham pátria, pois esta era uma madrasta para eles; não compreendiam que
só depois da Revolução de Outubro foi que deixaram de ser proletários deserdados
para se converterem em cidadãos de um grande país, em membros iguais da
coletividade de milhões de construtores do Estado socialista, em co- proprietários
de todas as riquezas do país, tanto das existentes como das potenciais.
https://www.marxists.org/portugues/kalinin/1945/01/moral.htm 8/27
11/09/2019 A Fisionomia Moral de Nosso Povo
médio, para não falar no camponês pobre, possuía poucos bens: um cavalo com os
arreios, instrumentos primitivos de lavoura (um arado, uma grade). Apesar disso,
parecia a muitos que o que eles entregavam ao kolkhoz era mais do que
entregavam outros e que sua contribuição ao trabalho kolkhoziano era maior que a
do vizinho. Também se deve ter em conta que em cada aldeia, por pequena que
fosse, existia algum kulak ou alguém com inclinações de kulak, que, às vezes
abertamente, mas com maior frequência de forma encoberta, lutava ferozmente
contra a coletivização, tentava corromper os camponeses kolkhozianos por todos
os meios e caluniava os mais avançados e ativos.
★★★
No dia 22 de junho de 1941, sem prévia declaração de guerra, o exército
alemão invadiu o território soviético.
Durante vinte e quatro anos nosso povo tinha trabalhado sem desfalecimento.
Ao mesmo tempo, pondo em tensão todas as suas fôrças e toda a sua capacidade,
https://www.marxists.org/portugues/kalinin/1945/01/moral.htm 9/27
11/09/2019 A Fisionomia Moral de Nosso Povo
“Teu povo, é filho da União Soviética. Durante vinte e cinco anos, russos,
ucranianos, bielorrussos, azerbaidjanos. georgianos, armênios, tadjiks,
turcomanos, quirguizes e kazaks, juntamente contigo, estiveram
edificando, dia e noite, nossa grande casa, nosso país, nossa cultura...
Mas hoje, na casa de teu irmão maior — o russo — na casa de teus
irmãos — os bielorrussos e ucranianos — irrompeu o bandido alemão,
trazendo a peste parda, a forca e o knut, a fome e a morte. Mas a casa
do russo é também a tua casa!... Pois a União Soviética é uma família
unida, onde, embora cada um viva em sua casa, a riqueza é comum e
indivisível”.
Dizem que para lutar com êxito contra o inimigo é preciso conhecê-lo. Os
fascistas alemães não ocultavam seus princípios, seus objetivos, nem a fisionomia
“moral” do homem que constituía seu ideal.
Hitler dizia:
“Recorda e cumpre:
É preciso dizer que não era só em virtude de sua suficiência que o comando
alemão julgava assegurada sua vitória sobre a URSS Até certo ponto alentavam
essa convicção as incessantes calúnias difundidas durante muitos anos pela
imprensa estrangeira hostil à URSS, por uma imprensa que denegria todas as
nossas realizações e insistia com particular obstinação na existência de um baixo
nível moral e político no seio do povo soviético. Por isso, no começo da guerra, os
especialistas militares do exterior, um depois do outro, fixavam a hora da derrota
definitiva da União Soviética. Hoje, todo o mundo verifica quão grande foi o erro
cometido por todos esses “especialistas”.
Mesmo nos momentos mais difíceis nosso povo estava convencido de seu
triunfo final sobre a Alemanha. Esta certeza baseava-se em nossas possibilidades
materiais, na convicção de que um povo, que durante vinte e quatro anos
trabalhou para edificar seu Estado socialista, não pode ser vencido enquanto tiver
armas nas mãos.
https://www.marxists.org/portugues/kalinin/1945/01/moral.htm 11/27
11/09/2019 A Fisionomia Moral de Nosso Povo
É difícil avaliar todo o esforço realizado pelo Partido e pelo Governo para
desenvolver a cultura e a instrução das massas populares, sem falar da constante
preocupação do Partido e do Governo pelo desenvolvimento da indústria e da
agricultura, pela organização e pelo equipamento dum exército moderno. Salvo
raras exceções, os observadores estrangeiros, ao julgarem o nível da cultura e da
ciência na União Soviética, partem dos tempos pré-revolucionários. E mesmo
quanto levam em conta a elevação deste nível durante os anos de Poder Soviético,
medem-no pela bitola do progresso cultural dos países burgueses. Mas basta citar
alguns dados do desenvolvimento das instituições culturais de nosso país para que
se convença de sua extraordinária envergadura.
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11/09/2019 A Fisionomia Moral de Nosso Povo
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11/09/2019 A Fisionomia Moral de Nosso Povo
Além disso, cada cidade onde tenha nascido ou passado a vida algum dos
escritores, músicos ou pintores famosos, reúne com amor tudo o que se relaciona
à vida e ao trabalho do artista e organiza um museu ostentando seu nome, muito
frequentado tanto pelo público local como pelos forasteiros. Assim, por exemplo,
existe um museu dedicado a Tchékov em Taganrog, cidade natal do grande
escritor russo, e outro em Yalta, onde ele passou os últimos anos de sua vida. Esta
procura de museus é tão grande que, inclusive agora, nesta época de guerra tão
dura para o povo, não se interrompeu o processo de criação de museus.
Constantemente aparecem nos jornais notícias da abertura deste ou daquele
museu em diversos pontos de nosso país. Faz muito pouco tempo que se
organizou uma filial literária no Museu Nacional de Kazan. No Palácio Mauritano da
cidade de Khiva, o museu regional de Khoresm organiza uma exposição de novos
materiais históricos do antigo Khoresm.
★★★
Estamos no quarto ano de guerra. Ela foi deslocada para o território alemão.
Agora os alemães sentem os efeitos da guerra de modo mais real e concreto, pois
os estão sentindo nas suas próprias costas, embora, é claro, a entrada dos
exércitos aliados na Alemanha não signifique para a população alemã a pilhagem e
as violências que os hitleristas cometiam nos países por eles ocupados,
particularmente na URSS Em nossas cidades e aldeias os alemães exterminavam
ferozmente a população civil. Todo o exército alemão dedicava-se ao saque, desde
o comandante-chefe até ao último soldado; todos os alemães martirizavam e
assassinavam, desde Hitler até ao soldado raso.
No princípio da guerra, o povo soviético parecia indeciso, não sabia como nem
com que lutar contra aquele bando invasor de saqueadores e assassinos. Muitos
ficaram surpreendidos pela bárbara invasão procedente da “culta” Europa; isso
não combinava em absoluto com a ideia que faziam da Europa.
https://www.marxists.org/portugues/kalinin/1945/01/moral.htm 14/27
11/09/2019 A Fisionomia Moral de Nosso Povo
E, apesar das incríveis dificuldades, foram feitas e continuam sendo feitas sem
cessar novas obras.
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11/09/2019 A Fisionomia Moral de Nosso Povo
Poderia caber uma pergunta: que tem isso que ver com a consciência cívica, o
dever moral, etc? Não devemos esquecer que, hoje, nos kolkhozes, escasseiam
com frequência não só os meios de tração mecânica, mas também o gado, a
tração animal, e que somente à custa duma grande tensão das fôrças dos
kolkhozianos e graças à decisão dos mesmos em vencer o inimigo acima de tudo,
é possível terminar a tempo as fainas agrícolas e obter boas colheitas. São
milhares os exemplos desta elevada consciência manifestada no trabalho.
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11/09/2019 A Fisionomia Moral de Nosso Povo
Nos dias da guerra também adquiriu amplitude nunca vista a iniciativa criadora
e a atividade patriótica de nossa intelectualidade. Um incessante e fecundo
trabalho se manifesta em todas as partes, começando pela Academia de Ciências,
com seus institutos de investigação, e terminando pelos engenheiros nas oficinas,
minas e expedições geológicas. Os professores, médicos, agrônomos, artistas,
pintores e escritores soviéticos fazem tudo o que está a seu alcance para contribuir
para a vitória. Os resultados de seu trabalho foram condignamente apreciados pelo
camarada Stálin, que disse:
Os jovens do campo não ficam atrás dos seus camaradas das cidades. Em
outubro de 1944 já eram vinte mil as brigadas que participavam da emulação de
jovens tratoristas, cujo número total se elevava a mais de duzentas mil pessoas. E
nas equipes juvenis de cultivadores de elevadas colheitas figuravam cerca de
quatrocentos mil jovens kolkhozianos.
★★★
Embora tudo o que foi dito sobre os operários, kolkhozianos, intelectuais e a
juventude se refira igualmente às mulheres e aos homens, desejo, apesar disso,
ressaltar o destacado papel desempenhado pelas mulheres nesta guerra.
Possivelmente, a mulher não ocupa na literatura de nenhum outro país um posto
tão honroso como na literatura clássica russa. Quantos nomes de mulheres que
deram grandes provas de seu elevado espírito figuram na literatura e na história
de nosso país! É claro que todo o passado empalidece ante a grande epopeia da
guerra atual, ante o heroísmo e o espírito de sacrifício das mulheres soviéticas que
com tanto vigor, e eu diria até com uma majestade sem precedentes, revelam seu
heroísmo cívico, seu estoicismo ante a perda dos entes queridos e seu entusiasmo
na luta.
É claro que Zoia Kosmodemiánskaia, Herói da União Soviética, era uma moça
excepcional, mas constitui, não obstante, um símbolo das moças de nosso país, já
que o heroísmo vivia e vive em potência na alma da maioria das mulheres
soviéticas. A vida palpitante de hoje nos oferece milhares de exemplos de valor,
fidelidade e amor à Pátria, tão prodigamente manifestados por nossas mulheres no
transcurso da Guerra Patriótica. Eis alguns deles:
ambas as pernas. A moça morreu, mas até o último instante de sua vida não
cessou de alentar seus camaradas.
Muito dano causou aos alemães a guerrilheira dinamitadora Vera Lesovaia. Ela
conta em seu haver de combatente três descarrilamentos de trens inimigos e
muitos caminhões que fez voar pelos ares. Ferida numa perna, Vera caiu nas mãos
dos alemães. Para obter dela dados a respeito do destacamento de guerrilheiros,
os alemães acenderam uma fogueira sobre seu peito. Mas nem com esses bestiais
tormentos conseguiram arrancar-lhe uma palavra. A moça morreu sem delatar
seus companheiros de luta.
Todo o país sabe que a mãe de Oleg Kochevói, Elena Nicoláievna Kochevaia —
apesar de dar-se perfeita conta do perigo que ameaçava seu filho e seus
camaradas, se fossem descobertos no trabalho clandestino que realizavam —
ocultava os komsomóis de Krasnodon e os ajudava no que podia.
★★★
A luta guerrilheira deve ser considerada como manifestação da imensa
iniciativa do povo na defesa da Pátria, na defesa da liberdade do país contra os
escravizadores.
https://www.marxists.org/portugues/kalinin/1945/01/moral.htm 19/27
11/09/2019 A Fisionomia Moral de Nosso Povo
Não é a primeira vez que nosso povo recorre à luta de guerrilhas para
defender a Pátria contra seus inimigos. Denis Davídov, famoso guerrilheiro,
baseando-se na experiência de 1812, escreveu:
organizou a cura dos soldados e oficiais feridos do Exército Vermelho. Evitou que
uns mil jovens da localidade fossem enviados para a Alemanha, estabeleceu
contato com os guerrilheiros e recrutava gente para os destacamentos. Quando
suas atividades foram descobertas (em junho de 1943), Buiko uniu-se aos
guerrilheiros. Finalmente, os alemães conseguiram capturá-lo. Banharam-no de
gasolina, transformando-o em tocha viva. O nome deste intrépido patriota
soviético, magnífico representante de nossa intelectualidade, jamais será
esquecido.
★★★
Se toda guerra põe à prova os recursos materiais dum Estado e sua fôrça
moral, a presente conflagração exigiu do povo um dispêndio realmente nunca visto
de fôrças materiais e o máximo de têmpera moral. Especialistas militares de
grande autoridade também consideram que a firmeza moral é um dos principais
elementos para obter a vitória.
O lema “desprezo à morte” exprime nitidamente esta mesma ideia, tal como
nós a compreendemos hoje. Mas nós não colocamos nesta ordem um romantismo
místico, a exaltação neurótica do indivíduo, o afã de morrer elegantemente. Não
vemos na morte um objetivo, algo em si mesmo sublime e sobre-humano. Para
nós, a morte é o golpe mais duro que o homem pode sofrer.
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11/09/2019 A Fisionomia Moral de Nosso Povo
Inclusive nos dias mais penosos, quando nosso exército via- se obrigado a
retirar-se, reinava em suas fileiras plena confiança em nossa vitória. Os soldados e
oficiais diziam com firmeza às populações que ficavam no território evacuado:
“Voltaremos!” E sua certeza não se apoiava unicamente em premissas materiais,
mas também na firmeza moral de nossa gente, na fé em nossa justa causa.
Ninguém podia admitir nem mesmo a ideia de que no mundo houvesse fôrça capaz
de arrebatar o Poder Soviético ao nosso povo. E este sentimento imperante entre
as massas transformou-se em fôrça material, que no Ocidente qualificam de
milagre. Nós, ao contrário, tínhamos nesta confiança a medida mais exata da fôrça
do Poder Soviético.
O amor à Pátria é inerente a todos os povos. Mas não podemos dizer o mesmo
de todos os exércitos. O decantado exército brandenburguense de Frederico II não
amava seu povo, nem este estimava o exército. O exército e o povo eram
estranhos um ao outro. Aquele exército não era mais do que um instrumento para
a realização dos planos de conquista do rei prussiano, somente servia para
consolidar o poder de Frederico sobre seus súditos.
https://www.marxists.org/portugues/kalinin/1945/01/moral.htm 23/27
11/09/2019 A Fisionomia Moral de Nosso Povo
https://www.marxists.org/portugues/kalinin/1945/01/moral.htm 24/27
11/09/2019 A Fisionomia Moral de Nosso Povo
Um jovem kazak lê uma carta de sua mulher em que esta lhe comunica o
nascimento dum filho. O pai discute seriamente com os companheiros do pelotão
que nome há de dar ao filho. Chega à frente a carta dum siberiano na qual
descreve a vida kolkhoziana, as perspectivas da colheita, etc.. Tais questões
interessam a todos os soldados, inclusive aos que antes viviam nas cidades, e dão
lugar a que se, estabeleça uma conversação generalizada. Numa palavra, sempre
existe uma infinidade de temas para discutir em comum.
Hoje, quando os exércitos aliados estreitam cada vez mais o cerco em torno da
Alemanha e a guerra se desloca para seu território, a propaganda alemã derrama
lágrimas de crocodilo; a guerra, diz ela, torna-se cada vez mais encarniçada,
desapareceu dos exércitos o antigo cavalheirismo. Pelo visto, esta propaganda é
feita para os néscios dos países aliados. Hoje, quando veem aproximar-se a hora
de pagar os crimes que cometeram, os miseráveis que exterminaram, direta e
indiretamente, dezenas de milhões de seres, lembram-se do cavalheirismo.
Nós consideramos sagrado o ódio às feras fascistas. Mas eis que um jornalista
americano, comentando favoravelmente dum modo geral o livro de Ehrenburg, “A
guerra”, observa que a obra perde seu valor pelo excessivo ódio aos alemães, que
se respira nas suas páginas. Não é uma opinião casual. Um considerável número
de pessoas na América e na Europa Ocidental foge às formulações incisivas e não
põe grande paixão na luta contra o fascismo. Segundo afirmam, a moderação é
mais eficaz e, dum modo geral, o ódio não se harmoniza com os nobres
sentimentos humanos. Isto, compreende-se, é completamente falso.
A literatura russa foi considerada com toda a justiça pelos críticos estrangeiros
como uma grande literatura, como a literatura mais humana. Assim, o crítico
polonês A. Brückner, no prólogo de sua “História da Literatura Russa”, escreve:
O escritor Gorbátov pintou muito bem o ódio aos alemães em sua novela “Os
indomáveis”. O velho Tarás não pode sequer conceber que os alemães, que tanto
mal causaram ao povo, não sejam castigados. Faz tudo o que pode para vingar-se
do inimigo. Quando os alemães abandonam a cidade, sai a correr pela rua,
batendo com o bastão nos portões, gritando:
https://www.marxists.org/portugues/kalinin/1945/01/moral.htm 26/27
11/09/2019 A Fisionomia Moral de Nosso Povo
Como já disse, nossa moral foi cultivada e pregada pelos melhores filhos do
povo. Neste aspecto, é preciso fazer justiça à intelectualidade progressista russa, à
literatura e à arte russas, que durante séculos lutaram abnegadamente contra as
fôrças negras do tzarismo, contra a crueldade dos exploradores, contra a
ignorância do povo. A literatura russa enobreceu o homem, obrigou todo o mundo
a reconhecer seu elevado espírito moral, que floresceu particularmente e penetrou
na massa do povo com o regime soviético. O regime soviético socialista serviu de
base para o desenvolvimento de nossa moral comunista. E não poderia ser de
outro modo. O governo soviético, o Partido de Lênin e Stálin visam um único fim —
o bem do povo — e orientam todas as suas atividades para esta finalidade
autenticamente elevada.
O camarada Stálin confirma com todos os seus atos as palavras por ele
pronunciadas quando disse que entregaria todo o seu sangue, gota a gota, pela
causa do povo. Acaso não é este o grau supremo da moral humana? A moral de
nosso Partido, do Partido de Lênin e Stálin, é, ao mesmo tempo, a moral de nosso
povo. Ela dá ao Estado soviético sua enorme fôrça de resistência diante dos
agressores; ela inspira os trabalhadores das fábricas e do campo; ela faz com que
o heroísmo na frente seja um fenômeno de massas; ela é um dos elementos mais
importantes da vitória.
Início da página
Notas de rodapé:
(1) F. Engels, “Anti-Dühring”, pág. -114, ed. alemã, Moscou, 1946. (retornar ao texto)
(2) A. N. Radístchev, “Obras completas”, tomo I, págs. 313, 314, 315, 317, russa, 193S. (retornar
ao texto)
(3) V. I. Lênin, “Obras Escolhidas”, t. II, págs. 838, ed. esp. 1948. (retornar ao texto)
(4) K. Marx e F. Engels, “Gesamtausgabe”, (“Edição Conjunta”), t. IV, pág. 60, Moscou, 1933.
(retornar ao texto)
(5) V. I. Lênin, “Obras”, t. XXIII, pág. 458, 3ª ed. russa. (retornar ao texto)
(6) V. I. Lênin, “Obras Escolhidas”, t. II, pág. 619, ed. espanhola, Moscou, 1948. (retornar ao
texto)
(7) M. Dragomírov, “Manual de Tática”, parte I, pág. 3, ed. russa, 1906. (retornar ao texto)
(8) M. Dragomirov — Obra citada, parte II, págs. 10-11. (retornar ao texto)
Inclusão 18/03/2013
Última alteração 16/04/2014
https://www.marxists.org/portugues/kalinin/1945/01/moral.htm 27/27
11/09/2019 Discurso no Ato de Entrega de Condecorações aos Jornais Komsomólskaia Pravda e Pionérskaia Pravda
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11 de Julho de 1945
limites de nossa juventude à sua Pátria, ao seu Estado socialista, ao seu Governo e
ao chefe do povo, o camarada Stálin, que, constantemente, sobretudo nas
circunstâncias difíceis, sempre apoiaram a juventude soviética; em segundo lugar,
felicito o jornal por ter ajudado consideravelmente o Komsomol na obra de dirigir e
influenciar toda a juventude soviética, alcançando um grande prestígio não só
entre a juventude, mas entre toda a população soviética.
Permiti que vos deseje grandes êxitos, neste difícil — e repito pela segunda
vez — mas muito honroso e necessário trabalho.
Falamos do “homem novo”. E, com efeito, hoje vemos com particular clareza
que o homem, como todos os seres orgânicos, se modifica segundo a influência
sobre ele exercida. No momento presente, vós mesmos podeis ver os efeitos duma
influência perniciosa sobre o povo: países inteiros estão infeccionados pelas ideias
de ódio à humanidade. Mas hoje, toda a humanidade pode ver um magnífico
exemplo de boa influência sobre o povo, de influência humana, de cultivo da
nobreza e do amor à Pátria.
https://www.marxists.org/portugues/kalinin/1945/07/11.htm 2/3
11/09/2019 Discurso no Ato de Entrega de Condecorações aos Jornais Komsomólskaia Pravda e Pionérskaia Pravda
Início da página
Inclusão 27/03/2013
https://www.marxists.org/portugues/kalinin/1945/07/11.htm 3/3
11/09/2019 Cumpre Basear o Trabalho do Komsomol na Organização e na Cultura
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12 de Julho de 1945
Mas a organização da capital deve diferenciar-se em algo das outras, deve ter
um selo de capital. É hábito dizer-se que o habitante da capital tem um verniz
peculiar, que se diferencia um pouco do provinciano, que se distingue por suas
vivas faculdades perceptivas, pela rapidez de suas reações, etc. É certo que não
viveis em Moscou mesmo, mas na região de Moscou, e trabalhais na agricultura.
Não obstante, como organização da região moscovita, também deveis distinguir-
vos em algo.
Também sois as pessoas mais cultas no meio camponês, pois todos cursaram
a escola secundária de sete ou dez anos. Antes da Revolução, na antiga província
moscovita, havia muito poucos jovens que tivessem cursado a escola de segundo
grau. Ademais, nunca se inverteu tanto dinheiro na instrução da juventude como
durante o Poder Soviético.
E que significa isso? Significa que a semeadura, por exemplo, não deve ser
feita com canseiras, levantando-se ao cantar de galo e deitando-se ao pôr-do-sol,
correndo todo o tempo com a língua de fora. Admito que assim possa obter-se um
bom resultado. Admito inclusive que, às vezes, se possa recorrer a este sistema.
Mas vossa tarefa, a tarefa da camada culta, da camada intelectual do
campesinato, é regularizar o trabalho para que ele não se realize de forma
desordenada, para que se realize como se fosse automaticamente: bem e com
rapidez. Aqui vos aguarda um grande trabalho. Vossa organização, precisamente,
é chamada a marchar na vanguarda neste terreno de nossa atividade, levando a
cultura a todas as partes.
Pois bem, considero que essa tarefa poderá ser cumprida pelo Komsomol da
região de Moscou, a organização mais culta da juventude. A não ser assim, quem
poderá cumpri-la? Deveis ser organizados, sobretudo porque na agricultura tendes
que tratar de diversos cultivos, de cultivos que requerem um enorme esforço.
Refiro-me aos legumes e às demais plantas cultivadas em hortos. Isto requer
https://www.marxists.org/portugues/kalinin/1945/07/12.htm 2/3
11/09/2019 Cumpre Basear o Trabalho do Komsomol na Organização e na Cultura
muito trabalho. E neste caso, é claro, sem uma boa organização o trabalho pode
resultar infrutífero.
Não é a primeira vez que levanto este problema perante o Komsomol. Mas
vossas reuniões, vossas intervenções não demonstram que ele vos preocupe.
Quem, senão o Komsomol, forma o homem? o Komsomol, por assim dizer, lança
os alicerces de toda a atividade futura do homem. E por isso vós, dirigentes do
Komsomol, assumis uma grande responsabilidade se, suponhamos, qualquer de
vossas organizações, seja de kolkhoz ou de distrito, formasse homens ativos e
diligentes, bons patriotas do Pais Soviético, em suma, homens bons, mas
desorganizados, que não soubessem ordenar seu trabalho e sua vida.
Início da página
Notas de rodapé:
(1) G. Popov — Primeiro Secretário do Comitê local e regional de Moscou do Partido Comunista
(Bolchevique) da URSS e Secretário do Comitê Central do P. C. (b). (retornar ao texto)
Inclusão 02/07/2013
https://www.marxists.org/portugues/kalinin/1945/07/12.htm 3/3
11/09/2019 Filhas Gloriosas do Povo Soviético
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26 de Julho de 1945
Primeira Edição: Discurso pronunciado na recepção dada pelo Comitê Central do Komsomol da
URSS em honra das jovens combatentes desmobilizadas do Exército Vermelho e da Marinha de
Guerra. “Komsomólskaia Pravda” (“A Pravda do Komsomol”), 31 de julho de 1945.
Fonte: Editorial Vitória Ltda., Rio, 1954. Traduzido da edição em espanhol de "Ediciones em
Lenguas Extranjeras” de Moscou 1949. Pág: 305-308.
Nota da Edição Original: Neste livro foram compilados discursos e artigos escolhidos de Mikhail
Ivánovitch Kalínin dedicados à educação comunista, que abarcam um período de quase vinte anos.
Alguns dos discursos são reproduzidos com pequenas reduções.
Transcrição e HTML: Fernando A. S. Araújo.
Direitos de Reprodução: licenciado sob uma Licença Creative Commons.
Mas eu, homem ensinado pelos anos, quisera dizer-vos que não vos
envaideçais em vossa futura atividade prática. Não sejais vós quem fale de vossos
méritos; que deles fale o povo. Isto será melhor.
https://www.marxists.org/portugues/kalinin/1945/07/26.htm 1/2
11/09/2019 Filhas Gloriosas do Povo Soviético
Olho-vos com otimismo, contemplo vosso futuro com otimismo. Creio que
desempenhareis um importante papel em nossa vida pacífica. Talvez esses papel
não seja tão visível como no exército, mas dareis uma contribuição à construção
de paz.
Por mais brilhante que seja a situação de guerra, por mais que una as massas
num todo, por mais que exalte os melhores sentimentos do homem, por exemplo,
o patriotismo, não constitui, apesar de tudo, mais do que um episódio na história
dum país, ao passo que a vida pacífica é seu estado normal, no qual agora
devereis atuar.
Desejo-vos de todo o coração que tragais também para esta vida pacífica uma
parte das fôrças criadoras que tendes acumulado.
Início da página
Inclusão 16/04/2013
https://www.marxists.org/portugues/kalinin/1945/07/26.htm 2/2
11/09/2019 O Ensino dos Fundamentos do Marxismo-Leninismo nas Escolas Superiores
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31 de Agosto de 1945
https://www.marxists.org/portugues/kalinin/1945/08/31.htm 1/6
11/09/2019 O Ensino dos Fundamentos do Marxismo-Leninismo nas Escolas Superiores
O mundo inteiro pôde ver com seus próprios olhos que, nos momentos mais
difíceis para nosso país, as forças criadoras, a iniciativa e o engenho de nosso bem
dotado povo desdobraram-se com extraordinária amplitude e da maneira mais
completa. Pôde-se observar tudo isto não só na direção da guerra, mas também,
literalmente, em todos os setores da vida do Estado. Existe um único país, entre
os mais democráticos do estrangeiro, que conheça algo parecido? Tudo isto
consternou a alguns e despertou em outros um profundo interesse e o desejo de
estudar atentamente o sistema soviético, de conhecer suas instituições e seus
homens. E o heroísmo de nosso exército, sua luta abnegada e seu inaudito valor
na defesa da União Soviética? E o heroísmo revelado no trabalho por nossa
retaguarda, o esforço intenso e abnegado das mulheres, dos adolescentes e dos
velhos, muitos dos quais já estavam aposentados, mas retornaram
voluntariamente ao trabalho nos dias da guerra? Pode haver algo de parecido em
qualquer outro país democrático? Pode conceber-se isto em outro país que não
seja a encarnação da democracia genuinamente popular? Tudo isto demonstra que
nosso povo é absolutamente fiel ao Poder Soviético, que lutou e sempre está
disposto a lutar até o fim, até a última gota de sangue, pelo regime soviético.
Tudo isto não podia deixar de fixar na União Soviética a atenção do resto do
mundo.
Já que aqui se reuniram pessoas que, por sua especialização, por seu trabalho,
estão chamadas precisamente a difundir as ideias comunistas entre as massas, eu
quisera expor perante elas quais são as formas e os melhores métodos para
propagar com maior eficácia as ideias comunistas entre os operários, os
camponeses, os intelectuais e, especialmente, entre a juventude.
Por que me detenho aqui no ensino desta ciência? Pela simples razão de que
hoje se considera uma tarefa extraordinariamente difícil o estudo do marxismo-
leninismo nos centros de ensino superior.
https://www.marxists.org/portugues/kalinin/1945/08/31.htm 3/6
11/09/2019 O Ensino dos Fundamentos do Marxismo-Leninismo nas Escolas Superiores
Devemos fazer o possível para que nossos estudantes saibam formular seus
pensamentos por si mesmos, que saibam manejar independentemente sua
bagagem intelectual em lugar de limitar-se a fazer citações dos livros. Devemos
evitar por todos os meios que eles sejam, como costumava dizer Plekhánov,
“bibliotecas despejadas”.
Sei por experiência própria que as formulações dos estudantes mais medíocres
costumam ajustar-se mais ao texto que a dos estudantes mais dotados. Acho ser
isto um fenômeno natural, porque os últimos aspiram a compreender e a criar. O
próprio fato de procurarem criar, de aspirarem a expressar as ideias marxistas
com suas próprias palavras, é um grande mérito e é preciso impulsioná-los por
este caminho. (Aplausos).
Por que digo isto? Por que advogamos tanto este método? Pela simples razão
de que não necessitamos de gente que somente conheça a letra do marxismo, que
decorou suas teses unicamente para o exame, mas de homens que dominem o
método marxista e saibam aplicá-lo na vida prática.
doutrina, sem fazer a análise da sociedade capitalista, essa doutrina ocuparia uma
posição tão elevada como a que agora ocupa nas ciências sociais? Pois bem, se
Marx não se limitou à simples doutrina, mas baseando-se nela revelou a essência
de toda uma formação, cada professor, ao expor os fundamentos do marxismo-
leninismo, deve fazer a análise correspondente dos fenômenos sociais, dos
processos que se operam hoje em nossa sociedade. É assim que se conseguirá
despertar interesse. Se o professor fizer a análise dos fenômenos sociais, seu
ensino terá um caráter criador.
Naturalmente, este método didático é muito difícil, exige preparação para cada
conferência, implica em reunir e estudar o material necessário. Mas em
compensação, este método garante a assimilação profunda dos ensinamentos do
marxismo-leninismo pelos estudantes, consolidando esta assimilação com a
análise de acontecimentos concretos, de fatos concretos. Quando o ensino é
abstrato não dá tais resultados: o tema torna-se árido e a gente perde a vontade
de estudá-lo, pois ele não é ilustrado com fatos concretos.
Pois bem, camaradas, parece-me que nós (também me incluo, senão entre os
professores e conferencistas sem dúvida entre os pregadores da teoria comunista)
(aplausos) devemos procurar por todos os meios fazer com que as conferências de
marxismo-leninismo sejam, por princípio, do começo ao fim, revolucionárias e
científicas (tende presentes estas duas condições: revolucionárias e científicas) e
ilustradas com as mais belas cores com que o homem é capaz de fazê-lo. Não
esqueçais que a juventude gosta das coisas apresentadas com beleza. Se
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11/09/2019 O Ensino dos Fundamentos do Marxismo-Leninismo nas Escolas Superiores
meditarmos um pouco veremos, porém, que não se pode encontrar nada de mais
belo que as ideias do marxismo-leninismo, pois estas são as ideias de uma criação
ilimitada. Neste terreno, abrem-se ante vós as mais amplas perspectivas. Mas
estas vos impõem um sério trabalho: a criação. Procurai evitar em tudo o que for
possível o sistema do “daqui até aqui”.
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Inclusão 14/06/2013
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11/09/2019 Discurso Pronunciado na Reunião Solene da XIV Sessão Plenária do Comitê Central do Komsomol da URSS
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28 de Novembro de 1945
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11/09/2019 Discurso Pronunciado na Reunião Solene da XIV Sessão Plenária do Comitê Central do Komsomol da URSS
Komsomol, lutou com êxito pela consolidação do Poder Soviético, por nossa
vitória.
Creio que não direi nada de novo, que cada um de vós já o sabe, porém que
vale a pena relembrá-lo. Hoje, camaradas, a tarefa primordial e mais importante
consiste em lutar pelo cumprimento dos planos de construção de após-guerra, que
nossos órgãos governamentais estão traçando para o novo quinquênio.
Quisera chamar vossa atenção para mais outra tarefa prática. Sabeis que
atualmente adquirem grande desenvolvimento as relações internacionais. Também
se intensificam as relações internacionais entre as organizações juvenis. Por isso,
quisera que nossos jovens, que os komsomóis se familiarizassem mais com a vida,
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