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RC MARKETING E PROPAGANDA LTDA. CNPJ 22.

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APOSTILA
DE
Direito Processual e Organização
Judiciária

Se Deus encheu tua vida de obstáculos, é porque ele acredita na tua capacidade de passar por cada
um!
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I – DIREITO PENAL – PARTE GERAL

1.1 CONCEITO - Todo o conjunto de normas jurídicas que têm por finalidade
estabelecer as infrações de cunho penal e suas respectivas sanções e reprimendas. O
Direito Penal é um ramo do Direito Público(que diz respeito a função ou dever do
Estado). Há que se acrescentar que o Direito Penal é formado por uma descrição, em
série, de condutas definidas em lei, com as respectivas intervenções do Estado (na
aplicação de sanções e eventuais benefícios), quando da ocorrência do fato delituoso,
concreto ou tentado.
1.2 ESCOLAS PENAIS
1.2.1 Escola Clássica
CRIME: É um ente jurídico, pois consiste na violação de um direito;
PENA: É forma de prevenção de novos crimes, defesa da sociedade: “punitur ne
peccetur” (pune-se para que não se peque);
PENA: É uma necessidade ética, reequilíbrio do sistema (inspiração em Kant e
Hegel: punitur quia peccatum est).
1.2.2 Escola Positiva
CRIME decorre de fatores naturais e sociais;
DELINQUENTE não é dotado de livre-arbítrio; é um ser anormal sob as óticas
biológica e psíquica;
PENA funda-se na defesa social; objetiva a prevenção de crimes. Deve ser
indeterminada, adequando-se ao criminoso para corrigi-lo (é a chamada teoria absoluta
da pena; quando visar recuperação do condenado é a teoria relativa; nosso CP adota a
teoria eclética ou mista, eis que os fins da pena é punir o condenado e ao mesmo
tempo regenerá-lo, ou ao menos tentar).

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1.2.3 Terza Scuola Italiana


CRIME é fenômeno individual e social;
DELINQUENTE não é dotado de livre-arbítrio; não é um ser anormal.
1.2.4 Escola Penal Humanista
CRIME o desvio moral de conduta; o que não viola a moral, não deve ser crime;
DELINQUENTE é o imputável, único passível de educação;
PENA é forma de educar o culpado. Pena é educação.

1.2.5 Escola Técnico-jurídica


CRIME fenômeno individual e social;
DELINQUENTE é dotado de livre-arbítrio e responsável moralmente;
PENA meio de defesa contra a perigosidade do agente; tem por objetivo castigar
o delinquente.

1.2.6 Escola Moderna Alemã

CRIME é simultaneamente ente jurídico e fenômeno de ordem humana e social;


Como afirmou Feuerbach: “Nullum crimen sine lege, nulla poena sine lege”;
DELINQUENTE pessoa simultaneamente livre e parcialmente condicionada pelo
ambiente que o circunda. Não há criminoso nato;
PENA instrumento de ordem e segurança social; função preventiva geral negativa
(coação psicológica).

1.2.7 Escola Correcionalista


CRIME é um ente jurídico, criação da sociedade; não é natural;
DELINQUENTE é um ser anormal, portador de uma vontade reprovável;
PENA é a correção da vontade do criminoso e não a retribuição a um mal,
motivo pelo qual pode ser indeterminada. Ou seja, pena e medida de segurança são

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institutos dependentes.

1.2.8 Escola da Nova Defesa Social


CRIME é um mal que desestabiliza o aprimoramento social;
DELINQUENTE pessoa que precisa ser adaptada à ordem social;
PENA é uma reação da sociedade com objetivo de proteção do cidadão.

II – PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO PENAL

2.1 PRINCÍPIO DA RESERVA LEGAL OU DA LEGALIDADE


Sem legislação específica não há crime. É uma forma de limitação do poder
punitivo do Estado (Art. 5º, inciso XXXIX da CF/88 e Art. 1º do Código Penal Brasileiro).

2.2 PRINCÍPIO DA INTERVENÇÃO


Limita o poder de atuação do ente estatal. O direito punitivo só será aplicado em
observância ao princípio da reserva legal, com o fim social de impedir o legislador de
se exceder na construção do Direito Penal aplicável.

2.3 PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DA LEI PENAL


A lei penal só pode retroagir para beneficiar. Com isso, fica afastada a
possibilidade de uma lei nova (mais rígida) prejudicar fatos pretéritos. A retroação só
pode acontecer se a lei nova for mais benigna ao agente do delito (Art. 5º, XL da
CF/88).

2.4 PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA


Aferida a irrelevância de uma conduta delituosa, ou sua insignificância (por
exemplo, a apropriação de bagatelas), deve ser excluída sua tipicidade penal.

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2.5 PRINCÍPIO DA OFENSIVIDADE

Aplicado na elaboração das leis, cuida de prevenir um ataque ou perigo concreto


sobre um bem tutelado pelo Estado. Esse princípio protege o interesse social tutelado
pelo Estado de um perigo de lesão (ou ofensa).

2.6 PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE

Cabe ao Estado dar a seus cidadãos um mínimo de proporcionalidade entre a


garantia de seus direitos. Segundo esse princípio, o sistema penal se firma na sua
capacidade de fazer frente aos delitos existentes em um meio social que absorva sua
eficácia.

2.7 PRINCÍPIO DA ALTERIDADE

Não ofendido nenhum bem jurídico por ato meramente subjetivo, não existe
crime. Como exemplo, a auto-agressão contida no suicídio.

2.8 PRINCÍPIO DO “IN DUBIO PRO REO”


Na dúvida, o réu deve ser absolvido, pois no direito penal a culpa tem que ser
comprovada, não cabendo suposição de prática de ato delituoso.

III – TEORIA DO CRIME


3.1 CONCEITO DE CRIME
A doutrina do Direito Penal tem procurado definir o ilícito penal sob três aspectos
diversos. Atendendo-se ao Aspecto Externo, puramente nominal do fato, obtém-se
um Conceito Formal; observando-se o Conteúdo do fato punível, consegue-se
um Conceito Material ou Substancial; e examinando-se as Características ou
Aspectos do crime, chega-se a um Conselho Analítico, como se segue:

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Conceito Formal => Crime é a ação ou omissão proibida pela lei, sob ameaça de pena;
Conceito Material=> Crime é a violação de um bem penalmente protegido;
Conceito Analítico=> Crime é o fato típico, ilícito e culpável.

3.2 CRIME E CONTRAVENÇÃO

Segundo a maioria dos penalistas, não há diferença ontológica, substancial,


entre o Crime e a Contravenção Não são categorias que se distinguem pela sua
natureza, mas realidades que se diversificam pela sua maior ou menor gravidade. A
questão residiria na quantidade da infração, não em sua substância.
Adotando o critério quantitativo, o art. 1º da Lei de Introdução ao Código Penal
dispõe:
a)Crime=>infração penal a que a lei comina pena de Reclusão ou Detenção,
quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente, com pena de multa;
b)Contravenção=> infração penal a que a lei comina, isoladamente, pena
de Prisão Simples ou Multa, ou ambas, alternativa ou cumulativamente.
Existe uma corrente, porém, para a qual o crime corresponde às condutas que
causam Lesão ou Perigo de Lesão, ao passo que a Contravenção resultaria em Perigo
de Lesão
3.3 CONDUTA
3.3.1 Conceito
Conduta=> é a ação ou omissão humana consciente dirigida a uma finalidade.
3.3.2 Teorias de Conduta
São três as teorias acerca da conduta:
a)Teoria Causal => ação ou conduta é o efeito da vontade e causa do resultado,
consistindo num fazer voluntário que atua sobre o mundo exterior. Essa teoria,
orientada pela aplicação das leis naturais ao fenômeno penal, prescinde do exame do
conteúdo da vontade para a caracterização da conduta, bastando que se tenha certeza
de que o comportamento do agente foi voluntário para imputar-lhe o resultado.

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b)Teoria Social=> é a realização de um resultado socialmente relevante,


questionado pelos requisitos do Direito e não pelas leis naturais.
c)Teoria Finalista - é a atividade final humana e não um comportamento
simplesmente causal. Implica necessariamente numa finalidade.
A direção final da ação tem duas fases:
Interna- ocorre na esfera do pensamento (inclui a escolha do fim, a relação dos meios,
aceitação dos efeitos secundários da concretização da ação.
Externo - manifestação da ação dominada pela finalidade.

3.3.3 Ausência de Conduta: Conceito e Casos.


Considerando a Vontade um Elemento da Conduta, evidentemente não há
Conduta quando o ato é Involuntário.
Assim, caracteriza-se a Ausência de Conduta nos casos de:
a) Atos reflexos;
b) Coação física irresistível;
c) Estados de inconsciência (sonambulismo, hipnose etc.).
3.3.4 Formas de Condutas: Ação e Omissão
A CONDUTA pode consistir numa Ação ou Omissão.Crimes Comissivos são os
crimes praticados mediante Ação.

3.4 SUJEITO ATIVO DO CRIME


É a pessoa que pratica o fato típico. Só o homem (pessoa física) pode
ser Sujeito Ativo do crime. A pessoa jurídica não pode ser Sujeito Ativo do Crime.
3.4.1 Capacidade Penal do Sujeito Ativo
Capacidade Penal é o conjunto das condições exigidas para que o sujeito possa
tornar-se titular de Direitos e Obrigações no campo do Direito Penal. Nesse sentido,
distinguem-se Capacidade Penal e Imputabilidade. Um imputável pode não
ter Capacidade Penal se passa a sofrer de doença mental após o delito.

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Os mortos, entes inanimados e animais não possuem Capacidade


Penal, podendo apenas ser Objeto ou Instrumento do crime.

3.5 SUJEITO PASSIVO DO CRIME


É o titular do bem jurídico lesado ou ameaçado pela conduta criminosa.
Duas são as espécies do Sujeito Passivo:
a) Sujeito Passivo Formal=> é o Estado, que, sendo o titular do mandamento
proibitivo, é lesado pela conduta do sujeito ativo;
b) Sujeito Passivo Material=> é o titular do interesse penalmente protegido,
podendo ser pessoa física, jurídica, o Estado ou uma coletividade destituída de
personalidade.

3.6 OBJETO DO CRIME


É tudo aquilo contra o que se dirige a conduta criminosa, podendo ser:
a)objeto Jurídico=>é o bem-interesse protegido pela lei penal (p. ex., vida,
integridade física, honra, patrimônio, paz pública etc.);
Objeto Material=> é a Pessoa ou Coisa sobre a qual recai a conduta criminosa.
Crimes Omissivos são os crimes cometidos mediante omissão.
Omissão é a não realização de um comportamento exigido quando o sujeito tem
possibilidade de concretizar.
Assim, a caracterização da Omissão depende de:
a) Dever de agir;
b) Possibilidade de realização da conduta.
De acordo com o disposto no art. 13, § 2º, do Código Penal, existe o dever de
agir em três casos distintos, a saber:
a) Quando advém de um mandamento legal específico (Dever Jurídico);
b) Quando o agente, de outra maneira, tornou-se garantidor da não ocorrência
do resultado (Dever legal ou Contratual);

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c) Quando um ato precedente determina essa obrigação.


Os Crimes Omissivos podem ser:
a)Crimes Omissivos Próprios - são os crimes praticados com a simples Conduta
negativa do agente, independentemente da produção de resultado posterior;
b)Crimes Omissivos Impróprios ou Comissivos por Omissão- são os crimes em
que o agente, mediante Omissão, permite a produção de um resultado. Ex.: a mãe que,
pretendendo matar o filho, deixa de alimentá-lo.

3.7 DOLO
3.7.1 Conceito
Dolo=>É a consciência e vontade na realização da conduta típica.
Ao se examinar a Conduta, verifica-se que, segundo a teoria finalística, é ela
um Comportamento voluntário, cuja finalidade é o conteúdo da vontade do autor do
fato, ou seja, o fim contido na ação, que não pode ser compreendida sem que se
considere a vontade do agente. Toda ação consciente é dirigida pela consciência do
que se quer e pela decisão de querer realizá-la, ou seja, pela vontade. A vontade é o
querer alguma coisa, e o Dolo é a vontade dirigida à realização do tipo penal.

3.8 FATO TÍPICO


3.8.1 Conceitos
Em sentido formal é qualquer ação legalmente punível. Essa definição,
entretanto, alcança apenas um dos aspectos do fenômeno criminal, é a contradição do
fato a uma norma de direito, ou seja, a sua ilegalidade como fato contrário à normal
penal.
Ex.: Artigo 121 do Código Penal - Matar alguém.
Em sentido material é aquela que tem em vista o bem protegido pela lei penal.
Ex. O Estado tem o dever de velar pela paz interna, pela segurança e
estabilidade coletiva diante dos conflitos inevitáveis entre os interesses dos indivíduos
e os do poder constituído.

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Em sentido analítico=> é o fato típico, ilícito e culpável.


O Fato Típico é o comportamento humano (positivo ou negativo) que provoca,
em regra, um resultado, sendo previsto pela lei como infração penal.

3.8.2 Elementos do fato típico


a)Conduta - é toda ação humana ou omissão consciente e dirigida a uma
finalidade; dolosa ou culposa - inobservância do objeto.
A princípio, pune-se apenas quando há vontade (dolo), porém, como exceção,
pune-se quando não há vontade mas há negligência.
b)Nexo Causal - é a relação de causa e efeito entre a conduta e o resultado;
c)Resultado- é a modificação do mundo exterior causada pela conduta.
Exemplo: porte ilegal de arma.
d)Tipicidade-é a correspondência exata, a adequação perfeita entre o fato
natural, concreto e a descrição contida na norma penal incriminadora.

3.8.3 Características
a) a tipicidade: fato + conduta + resultado
b) a antijuridicidade (ou, mais adequadamente, ilicitude) - contrário às normas
jurídicas.

3.9 CULPA
3.9.1 Conceito
Culpa, em sentido estrito, é a conduta voluntária, que produz resultado ilícito,
não desejado, mas previsível, e excepcionalmente previsto e que podia, com a devida
atenção, ser evitado.
A teor do art. 18, II, do CP, o crime diz-se culposo "quando o agente deu causa
ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia".
3.9.2 Elementos
São elementos da Conduta:

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a) Conduta Voluntária=>o fato se inicia com a realização voluntária de uma


conduta de fazer ou não fazer. O agente não pretende praticar um crime nem quer
expor interesses jurídicos de terceiros a perigo de dano. Falta, porém, com o dever de
diligência exigido pela norma. A conduta inicial pode ser positiva (p. ex., dirigir um
veículo) ou negativa (p. ex., deixar de alimentar um recém-nascido);
b) Inobservância do Dever de Cuidado Objetivo Manifestada Através da
Imprudência => a todos, no convívio social, é determinada a obrigação de realizar
condutas de modo a não produzir danos a terceiros (cuidado objetivo). Se o agente não
cumpriu com o dever de diligência que um homem razoável e prudente teria observado,
a conduta é típica, e o causador do resultado será atuado com imprudência,
negligência ou imperícia.
c) Previsibilidade Objetiva=>é a possibilidade de antevisão do resultado;
d) Ausência de Previsão => é necessário que o sujeito não tenha previsto o
resultado. Se previu, agiu com Dolo não foi previsto pelo sujeito. Daí falar-se que
a Culpa é a Imprevisão do Previsível.
e)Resultado Involuntário=>sem o resultado involuntário (porque não previsto),
não há que se falar em crime culposo;
f)Tipicidade=>caracteriza-se quando o agente não observa o dever de cuidado
objetivoque um homem razoável e prudente, nas mesmas circunstâncias, teria
observado.

3.9.3 Espécies de Culpa


Há duas espécies de culpa:
a) Culpa Inconsciente=>o resultado não é previsto pelo agente, embora
previsível. É a culpa comum, que se manifesta pela imprudência, negligência ou
imperícia;
b)Culpa Consciente=> o resultado é previsto pelo sujeito, que levianamente
espera que não ocorra ou que pode evitá-lo.

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IV – JURISDIÇÃO
Faculdade do poder judiciário de dizer o Direito no caso concreto. Jurisdição é
uma – uma só, a sua diversidade se dá apenas em questão da ratione materiae =
causas penais e causas cíveis.

4.1 PRINCÍPIOS
Juiz natural – Todos processados e julgados por autoridade competente.
Devido processo legal
Investidura – autoridade competente é aquela que teve uma investidura regular
no cargo. Se tiver vício – processo nulo.
Indeclinabilidade – juiz não pode deixar de julgar/apreciar – não pode deixar de
dizer o direito.
Indelegabilidade – proíbe a delegação de competência. Exceção: carta
precatória.
Irrecusabilidade – as partes não podem recusar o juiz, exceto por motivo de
impedimento, suspeição e incompetência.
Relatividade (Correlação) – sentença de acordo com o pedido, não pode ser
extra ou ultra petita.
Inércia – juiz não pode agir de ofício, direito de provocar é do MP nas ações públicas e
da vitima ou representante nas ações privadas.

4.2 CARACTERÍSTICAS
Jurisdição eficiente possui:
- órgão adequado: juiz imparcial regularmente investido no cargo.
- contraditório: com garantia de igualdade entre as partes.
-procedimento: que assegure a justa solução da lide.

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4.3 CLASSIFICAÇÃO (quanto)


Graduação: - inferior (1ª instância); superior (2ª instância ou +)
Matéria: - penal, civil, eleitoral ou militar.
Organismo: - estadual ou federal.
Objeto: - contenciosa → litigiosa - voluntária → homologa acordo entre as
partes.
Função: comum (residual) ou especial.
Competência: - Plena: juiz decide todos os casos. Limitada: juiz decide certos casos.
Ex. cidades com várias varas.

V – COMPETÊNCIA
5.1 CONCEITO
Divisão do trabalho entre os órgãos jurisdicionais. Limita a jurisdição.
5.2 COMPETÊNCIA MATERIAL
Natureza da infração: ratione materiae.
Qualidade da pessoa: ratione personae. Ex. fora de prerrogativa de função.
Território: lugar da infração ou residência/domicílio do réu.

5.3 COMPETÊNCIA FUNCIONAL: ATOS PROCESSUAIS


5.3.1 Fases do processo
Distribuir as competências entre dois ou mais juízes – atuar nas fases do
processo. Ex. nos crimes dolosos contra a vida há um juiz para instrução e outro para
julgamento (júri).
5.3.2 Objeto do juízo
Ex. tribunal do júri, juiz togado/profissional (resolve questões de direito) e juízes
de fato/populares (jurados respondem aos quesitos.)
5.3.3 Grau de jurisdição
Competência originária (inicial) ou competência em razão de recurso (duplo grau
de jurisdição).

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5.4 PRORROGAÇÃO DE COMPETÊNCIA


Quando a competência for relativa, pois se absoluta é inderrogável.
5.4.1 Necessária ou obrigatória → nos casos de conexão e continência,
desclassificação para juízo inferior (permanece o anterior) ou exceção da verdade.
5.4.2 Voluntária → de forma tácita quando preclui o direito de foro. Na ação
privada o querelante escolhe entre foro do domicílio ou residência do réu mesmo que
se conheça o local da infração.

5.5 DELEGAÇÃO DE COMPETÊNCIA


Auxilio entre juízes e tribunais, transferência das atribuições jurisdicionais.
5.5.1 Delegação externa
Atos praticados em juízos diferentes: ex. cartas precatórias, instrutórias, inquirir
testemunha, perícia, etc.
5.5.2 Delegação interna
Juiz cede competência para outro praticar atos no processo. Ex: juiz substituto e
titular.
5.6 TIPOS DE COMPETÊNCIA
5.6.1 Art. 69, I – O LUGAR DA INFRAÇÃO
Onde se consuma a infração. Se for tentativa, local onde praticou o último ato
executório – causa nulidade relativa.
5.6.1.1 Situações
1 – Se a execução iniciou no Brasil e consumou fora: competência no lugar no
Brasil onde se praticou último ato de execução.
2 – Se o último ato foi praticado fora do Brasil: competente o juízo do lugar onde
embora parcialmente o crime produziu o devia produzir o resultado.
3 – Se divisa ou limite entre os territórios é incerto: determina o juízo competente
pela prevenção.
4 – Crime continuado ou permanente em território de 2 ou mais
jurisdições: competência firmada pela prevenção.

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5 – Crimes integralmente cometidos fora do Brasil: capital do estado onde residiu


por ultimo o acusado, se nunca morou no Brasil, a capital do Brasil.

5.6.2 Art. 69, II – O DOMICÍLIO OU RESIDÊNCIA DO RÉU


1ª hipótese: não se conhecendo o lugar do crime – subsidiário.
Se tiver várias residências: prevenção;
Se residência for incerta ou desconhecida: juiz que 1º tomar conhecimento do
fato/ação.
2ª hipótese: ação privada exclusiva – mesmo que conheça o lugar da infração o
querelante pode optar pelo domicilio ou residência do réu.
OBS.: local conhecido + limites territoriais desconhecidos: prevenção.
Limites conhecidos + local do crime desconhecido: prevenção
Local do crime completamente desconhecido: domicílio do réu.

5.6.3 Art. 69, III – A NATUREZA DA INFRAÇÃO


Se é justiça especial (militar/eleitoral) ou comum (federal/estadual).
Não fixa o juízo, mas sim o juiz;
Regulada pela lei de organização
Ex.: Tribunal do Júri – crimes contra a vida, consumados ou tentados.
Desclassificação da infração para outro juiz – remete aos autos, EXCETO se o
juiz que estiver desclassificando for mais graduado, prorroga a competência – não
remete. EX: crime de roubo qualificado – desclassifica para homicídio = remete, pois
juiz do roubo não é competente para julgar homicídio.
Crime de homicídio desclassificado para roubo qualificado, não remete, pois o 1º
juiz é mais graduado que o 2º, prorroga a competência.
Desclassificação pelo júri prorroga a competência.

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5.6.4 Art. 69, IV – A DISTRIBUIÇÃO


Fixa o juiz da vara, e não o juízo;
Quando na mesma circunscrição houver 2 ou mais juízes competentes – ex. 6
juízes criminais, várias varas.
O primeiro a que for distribuído a denuncia ou queixa, será competente.

5.6.5 Art. 69, V – A CONEXÃO OU CONTINÊNCIA


São Critérios de modificação de competência.
Conexão: nexo/ligação – um crime ligado a outro

5.7 INTERSUBJETIVA: 3 hipóteses


1ª SIMULTÂNEA – 2 ou mais infrações praticadas ao mesmo tempo, várias
pessoas reunidas.
EX. TORCEDORES DEPREDAM ESTÁDIO.
2ª CONCURSAL – várias pessoas em curso, tempo e lugar diferentes.
Ex. há várias pessoas em várias infrações – quadrilha pratica vários delitos.
3ª RECIPROCICA – várias pessoas praticam crimes, umas contra as outras.
Ex: dois grupos de pessoas num baile.

5.8 OBJETIVA
Lógica ou consequencial.
Pratica infrações para garantir a impunidade, vantagem de crime anterior.

5.9 INSTRUMENTAL
A prova de um crime influencia na prova de outro crime – unidade de processo.
Ex. falsificação e estelionato. Ocultação de cadáver e homicídio.

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5.10 CONTINÊNCIA
Um crime dentro do outro.
Concurso de pessoas → várias pessoas praticam único crime.
Concurso formal de crimes – uma conduta dois ou mais crimes
Erro de execução – acidente ou erro no uso dos meios de execução atinge quem
queria e outra.
Aberratio criminis – fora do erro na execução além do resultado pretendido
conhece outro.

5.11 Art. 69, VI – A PREVENÇÃO


Quando há + de 2 juízes competentes ou com jurisdição cumulativa, e um deles
se antecipa na prática de algum ato do processo ou medida a ele relativa, mesmo
antes do oferecimento da denuncia ou queixa, fica prevento este juiz.
Ex.: prisão preventiva, fiança, busca e apreensão mesmo sem efeito, inquéritos
do mesmo fato foram distribuídos a dois juízes competentes.
NÃO APLICA NOS CASOS DE HABEAS CORPUS, PRISÃO TEMPORÁRIA, EM
FLAGRANTE, INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA.

5.12 Art. 69, VII – A PRERROGATIVA DE FUNÇÃO


NÃO É PESSOAL, MAS SIM PELA FUNÇÃO QUE OCUPA. É REFERENTE
AO CARGO E NÃO À PESSOA QUE O OCUPA.
STF → art. 102, I, b e c da CF - PR e vice, ministros de estado, AGU, CN: DF e
SE, ministros dos tribunais superiores, PGR, comandantes, marinha, exército,
aeronáutica.
STJ → art. 105, I, a da CF - governadores, membros dos tribunais, tribunais de
contas estaduais e municipais, MPU.
TJ → 105 da CF - prefeitos, deputados estaduais, juízes MP: promotores.

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VI – AÇÃO PENAL
6.1 CONCEITO E NATUREZA JURÍDICA
O vocábulo ação deriva da expressão em latim actio, que significa agere.
Segundo Aurélio Buarque de Holanda, o vocábulo ação é “ato ou efeito de agir, de
atuar;...; manifestação de uma força, duma energia, dum agente”.
O conceito de ação, até a metade do século XIX, andou envolvido com o de
direito. Era um conceito privatístico. Vinha de Justiniano o ensinamento de que ação
não era mais que o direito de perseguir em juízo o que nos é devido.
Hodiernamente o conceito de ação penal é entendido como o direito de invocar a
tutela jurisdicional do Estado-Juiz na aplicação do direito penal objetivo, na persecução
criminal.
É muito comum o operador do direito confundir conceito e natureza jurídica de
um instituto. A natureza jurídica vem a ser a sua localização no sistema de direito a que
pertence esse instituto, é o enquadramento dentro da ordem jurídica vigente. A doutrina
é cediça em afirmar que a natureza jurídica da ação penal é de norma processual. Nos
dizeres de Paulo Rangel temos que:
Portanto, tendo o processo, como finalidade principal, a satisfação de uma
pretensão, esta somente pode ser exercida através da ação, que, por sua vez,
independe da existência do direito material violado ou ameaçado de violação. Assim,
sua natureza processual é patente.

6.2 ESPÉCIES
A classificação tradicional da ação penal, nomeada de subjetiva pela doutrina,
leva em consideração o elemento subjetivo, ou seja, se considera o seu titular. Desta
forma temos a ação penal pública, promovida pelo Ministério Público; a ação penal
privada, exercida pela vítima; etc., esta classificação está sistematizada nos Códigos
Penal e de Processo Penal.

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Assim prevê o art. 100 do CP: “A ação penal é pública, salvo quando a lei
expressamente a declara privativa do ofendido”. Abstrai-se da leitura do artigo que a
ação penal é pública ou privada.
Ainda o §1º do art. 100 do CP determina: “A ação pública é promovida pelo
Ministério Público, dependendo, quando a lei o exige, de representação do ofendido ou
de requisição do Ministro da Justiça”.
Concluímos da leitura do parágrafo que a ação penal pública pode ser
condicionada ou incondicionada.

6.2.1 Ação Penal Pública Incondicionada


Com a violação da norma penal, surge para o Estado a pretensão acusatória,
que é exercida pelo Ministério Público, através da ação penal. Esse mister repousa no
texto constitucional na forma do art. 5º, II da CF. Diante do princípio da obrigatoriedade
o Ministério Público dever propor a ação penal pública, nas palavras de Paulo Rangel
“sempre que estiver com um fato típico, ilícito e culpável nas mãos, devidamente
comprovado ou com elementos que o autorizem a iniciar a persecução penal”.
O princípio da obrigatoriedade se reveste do exercício de um poder-dever,
atribuído ao Ministério Público, dominus litis, de exigir do Estado-Juiz a devida
prestação jurisdicional, com o intuito da satisfação da pretensão acusatória estatal para
o restabelecimento da ordem jurídica violada.
A ação penal pública incondicionada é promovida através da denúncia a
qualquer tempo, observada a prescrição do crime. Na instauração do inquérito policial
nos crimes de ação penal pública incondicionada é suficiente que a autoridade policial
tenha conhecimento da ocorrência de uma infração penal. O legislador pátrio não
identificou no Código Penal os crimes de ação penal pública incondicionada, não lhe
fez referências, deixando tais referências para os outros tipos de ação penal.

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6.2.2 Ação Penal Pública Condicionada


Trata-se de exceção à regra geral de que todo crime se processa mediante ação
penal pública incondicionada, desta forma os casos que estão sujeitos a representação
ou requisição encontram-se previstos na lei. Essa ação tem o seu exercício
subordinado a uma condição, qual seja, a manifestação de vontade do ofendido (ou de
seu representante legal) ou a requisição do Ministro da Justiça.
Cabe ressaltar que mesmo nestes casos a ação penal continua sendo pública,
de titularidade do Ministério Público, ficando sua atividade subordinada a uma das duas
condições.
A doutrina entende que a natureza jurídica da representação é de condição
objetiva de procedibilidade, uma vez que sem esse requisito exigido por lei.
Na visão de Tourinho Filho o entendimento é sustentado:
Na condicionada, é ainda o órgão do Ministério Público quem a promove, mas
sua atividade fica subordinada, condicionada a uma manifestação de vontade, que se
traduz por meio da representação (manifestação de vontade do ofendido ou de quem o
represente legalmente) ou da requisição do Ministro da Justiça (manifestação de
vontade ministerial).

6.2.2.1 Ação Penal Pública Condicionada à Representação do Ofendido ou


de seu Representante Legal
A ação penal pública condicionada à representação é promovida pelo Estado-
Juiz através da denúncia. A representação é condição necessária para que o Ministério
Público promova a ação penal.
O Ministério Público, que é o titular da ação penal, somente poderá dar início a
ela se o ofendido ou seu representante legal previamente manifestar a vontade através
da representação. Sem esta manifestação de vontade nem sequer o inquérito policial
poderá ser instaurado, conforme se depreende do art. 5º, §4º do CPP.
Manifestada a vontade do ofendido ou de seu representante legal e iniciada a ação
penal, ou seja, oferecida a denúncia, o Ministério Público assume incondicionalmente,

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sendo irrelevante qualquer tentativa no sentido de retratação, conforme a previsão do


art. 25 do CPP.
Em nosso ordenamento jurídico as infrações que dependem de representação,
segundo Fernando Capez, são as seguintes:
Perigo de contágio venéreo (CP, art. 130, § 2º); crime contra a honra de
funcionário público, em razão de suas funções (art. 141, II, c/c o art. 145, parágrafo
único); ameaça (art. 147, parágrafo único); violação de correspondência (art. 151, § 4º),
correspondência comercial (art. 152, parágrafo único); furto de coisa comum (art. 156,
§ 1º); tomar refeição em restaurante, alojar-se em hotel ou utilizar-se de transporte sem
ter recursos para o pagamento (art. 176, parágrafo único); corrupção de preposto e
violação de segredo de fábrica ou negócio (art. 196, § 12, X a XII, c/c o § 2º); nos
crimes contra os costumes, quando os pais da vítima não têm condições de arcar com
as despesas do processo (art. 225, § 2º). O Supremo Tribunal Federal entendeu que,
cessado o estado de miserabilidade do ofendido, que legitimou o Ministério Público à
propositura da ação, esta passaria a ser de natureza privada, cabendo à vítima, ou a
quem de direito, dar-lhe prosseguimento no prazo de trinta dias, sob pena de
perempção, causa extintiva da punibilidade (CPP, art. 60, I; CP, art. 107, IV). Nos
crimes contra a honra de funcionário cometido propter officium a ação penal também é
pública condicionada à representação, de acordo com o Código Penal (art. 145,
parágrafo único) e a Lei de Imprensa (art. 40, I, b, da Lei n. 5.250, de 9-2-1967), sendo
incabível a persecução privada. Entretanto, o Plenário do Supremo Tribunal Federal,
por maioria, já decidiu que a legitimação para a iniciativa do processo criminal nessa
hipótese é alternativa: do Ministério Público e do ofendido, admitindo-se, por
conseguinte, a queixa.
O prazo decadencial, do direito de queixa, deverá ser exercido pelo ofendido ou
seu representante legal dentro de seis meses a contar do dia em que vier a saber
quem é o autor do crime, como prevê o art. 38 do CPP, ou no caso do art. 29 do CPP,
do dia em que se esgotar o prazo para o oferecimento da denúncia, ou ainda no
mesmo direcionamento o art. 103 do CP, como regra geral.

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Em excepcional a Lei de Imprensa (Lei n. 5.250/67) adota prazo diverso para a


representação. Nos crimes de ação penal pública condicionada, regulados por esta lei,
o prazo, previsto no art. 41, §1º, é de três meses a contar da data do fato.
A representação poderá ser dirigida ao juiz, ao representante do Ministério
Público ou à autoridade policial (cf. art. 39, caput do CPP). Cabe ainda ressaltar que, o
Ministério Público não está obrigado, diante da representação do ofendido, a oferecer a
denúncia, e também não está obrigado a acatar a definição jurídica do fato contido na
representação.

6.2.2.2 Ação Penal Pública Condicionada à Requisição do Ministro da Justiça


A ação penal pública condicionada à requisição do Ministro da Justiça também
constitui exceção a regra geral. Nessa modalidade há subordinação à manifestação de
vontade do Ministro da Justiça, sem a qual será impossível a instauração do processo,
como prevê o art. 24 do CPP e o art. 100, §1º do CP.
O Ministério Público não poderá oferecer a denúncia sem a condição de
procedibilidade exigida por lei. No caso da não observância da condição pelo Ministério
Público, o magistrado deverá rejeitar a peça acusatória sob o fundamento do art. 43, III
do CPP.
Há na doutrina o entendimento de que a requisição se trata de ato político, o
ilustre doutrinador Tourinho Filho assevera que “A requisição, na espécie, é um ato
político, porque "há certos crimes em que a conveniência da persecução penal está
subordinada a essa conveniência política”. As hipóteses previstas em nosso
ordenamento jurídico para as infrações que dependem de requisição, segundo
Fernando Capez, são as seguintes:
Hipóteses de requisição: são raras as hipóteses em que a lei subordina a
persecução penal ao ato político da requisição: crime cometido por estrangeiro contra
brasileiro, fora do Brasil (CP, art. 7º, § 3º, b); crimes contra a honra cometidos contra
chefe de governo estrangeiro (CP, art. 141, I, c/c o parágrafo único do art. 145);

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crimes contra a honra praticados contra o presidente da República (CP, art. 141,
I, c/c o art. 145, parágrafo único); crimes contra a honra cometidos contra chefe de
Estado ou governo estrangeiro ou seus representantes diplomáticos, por meio da
imprensa (cf, art. 23, I, c/c o art. 40, I, a, da Lei n. 5.250/67); crimes contra a honra
praticados por meio da imprensa contra ministro do Supremo Tribunal Federal (art. 23,
I, da Lei n. 5.250/67); e crimes contra a honra por meio de imprensa cometidos contra
presidente da República, presidente do Senado e presidente da Câmara dos
Deputados (art. 23, I, c/c o art. 40, I, a, da Lei n. 5.250/67).
Em relação ao prazo, para o oferecimento da requisição, o Código de Processo
Penal é omisso. A doutrina vem entendendo que o Ministro da Justiça pode oferecer a
requisição enquanto não estiver extinta a punibilidade. Da mesma forma o Ministério
Público não está obrigado a oferecer a denúncia, uma vez que é o titular exclusivo da
ação penal pública, e só a ele cabe a valoração dos elementos contidos na requisição.
É de boa monta ressaltar que essa ação cabível nos crimes contra a honra,
praticados contra chefe do Governo estrangeiro (CP, arts. 141, I, 1.ª parte), constitui
crime contra a Segurança Nacional (art. 26 da Lei n. 7.170/83). Portanto, não segue a
regra do Código Penal, quanto à ação penal.

6.3 AÇÃO PENAL PRIVADA


O Estado-Juiz é o detentor exclusivo do jus puniendi, mas em alguns casos ele
transfere a vítima o direito de acusar, o jus accusationis, muito embora o direito de
punir ainda lhe pertença. Esse consentimento se justifica porque nestes casos o
interesse da vítima se sobrepõe ao interesse público.
Nesse sentido preleciona Fernando Tourinho:
Já vimos, inicialmente, que toda a ação penal é pública. Entretanto, no Direito
pátrio, à maneira do que ocorre em várias legislações, admite-se a ação penal privada,
atendendo-se àquelas razões já aduzidas: a) a tenuidade da lesão à sociedade; b) o
assinalado caráter privado do bem jurídico tutelado; c) o strepitus judicii (o escândalo
do processo, a publicidade dada ao fato em decorrência do processo), que pode ser

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muito mais prejudicial ao interesse da vítima do que a própria impunidade do culpado


etc.
A distinção entre a ação penal pública e a privada repousa na legitimidade de
agir. Entende-se na doutrina que se trata de substituição processual, uma vez que a
vítima ao exercer a queixa está defendendo um interesse alheio, interesse exclusivo do
Estado, em nome próprio.
A doutrina faz distinção a duas espécies de ação penal privada, quais sejam, a
ação penal privada exclusiva (ou personalíssima) e a subsidiária da ação penal pública.
A ação penal privada será exclusiva quando o seu exercício competir, única e
exclusivamente, a vítima. Não há possibilidade, neste caso, de que a queixa seja
proposta por representante legal.
Já a ação penal privada será subsidiária da ação penal publica quando, por
inércia, o Ministério Público não oferece a denúncia no prazo legal dos art. 100, §3º do
CP e art. 29 do CPP. Constitui essa exceção numa garantia constitucional prevista no
art. 5º, LIX da CF, em concordância com o princípio da inafastabilidade do Poder
Judiciário, previsto no inciso XXXV do mesmo artigo. Assim entende o doutrinador
Mirabete:
Qualquer que seja o delito que se apura mediante ação penal pública, se o
Ministério Público não oferece a denúncia no prazo que, em regra é de cinco dias, se o
agente estiver preso, e de quinze dias, se solto (art. 46 do CPP), poderá a ação penal
ser instaurada mediante queixa do ofendido ou de quem tenha qualidade para
representá-lo. Isso não significa que, ultrapassados esses prazos, não mais possa ser
iniciada a ação pública, e sim que se faculta à vítima a substituição pela ação privada.
O Código Penal estabelece os crimes de ação penal privada, quais sejam: a)
calúnia, difamação e injúria (arts. 138, 139 e 140), salvo a exceção do art. 145, p.ú; b)
alteração de limites, usurpação de águas e esbulho possessório, quando não houver
violência e a propriedade for privada (art. 161, § 1º, I e II); c) dano, mesmo quando
cometido por motivo egoístico ou com prejuízo considerável para a vítima (art. 163,
caput, parágrafo único, IV); d) introdução ou abandono de animais em propriedade

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alheia (art. 164 c/c o art. 167); e) fraude à execução (art. 179 e parágrafo único); f)
violação de direitos autorais e os que lhe são conexos (arts. 184); g) induzimento a erro
essencial e ocultação de impedimento para fins matrimoniais (art. 236 e seu parágrafo);
h) crimes contra os costumes (Capítulos I, II e III do Título VI da Parte Especial do CP),
desde que: não sejam cometidos com abuso de pátrio poder, da qualidade de padrasto,
de tutela ou curatela; da violência empregada não resulte lesão corporal grave ou
morte; possam a ofendida ou seus pais prover às despesas do processo, sem
privarem-se dos recursos indispensáveis à sua subsistência; e desde que, no caso do
estupro, o crime não seja cometido com violência real (Súmula 608 do STF); i)
exercício arbitrário das próprias razões, desde que praticado sem violência (art. 345,
parágrafo único); j) em legislação especial, os únicos casos de ação privada são os
crimes contra a honra cometidos por intermédio da imprensa (Lei n. 5.250/67).
O prazo para o oferecimento da queixa, na ação penal privada exclusiva, é de
seis meses, contados do dia em que a vítima vier a saber quem é o autor do crime (Cf,
art. 38 do CPP), e também na ação penal privada subsidiária, do dia em que se esgota
o prazo para o oferecimento da denúncia (Cf, art. 103 do CP e art. 29 do CPP). Trata-
se de prazo decadencial conforme a regra do art. 10 do Código Penal.
No mesmo sentido o processualista Mirabete[14] assevera:
Enquanto a ação pública pode ser instaurada até ocorrer prescrição da
pretensão punitiva, a queixa só será admitida dentro do prazo de seis meses, contado
do dia em que o ofendido veio a saber quem é o autor do crime, na ação privada
exclusiva, e do dia em que se esgota o prazo para o oferecimento da denúncia, na
hipótese de ação subsidiária (arts. 103, do CP, e 38 do CPP). Trata-se de prazo
ordenatório, em que a lei faculta a prática de um ato; escoado ele sem a propositura da
queixa, ocorre a decadência, causa extintiva da punibilidade.
Cabe ainda ressaltar que, se ocorrer a morte do ofendido ou sendo ele
declarado ausente por decisão judicial, o direito de queixa-crime ou de prosseguir na
ação passa ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão (Cf, art. 100, § 4º do CP).

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VII – CONDIÇÕES DA AÇÃO


A doutrina processual usualmente identifica três condições genéricas da ação.
São classificadas como genéricas porque são aplicáveis a qualquer ação judicial,
pouco importando a natureza - penal ou civil - da pretensão vinculada por meio da
ação, ou quem seja seu titular.
São condições genéricas da ação penal:

7.1 POSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO


No caso específico do direito processual penal, a possibilidade jurídica do pedido
expressa-se na circunstância de que a conduta imputada na peça acusatória pelo autor
da ação penal seja típica, ilícita e culpável. Dessa forma, para que o pedido seja
juridicamente possível, é preciso que haja um dispositivo de lei determinando que a
conduta descrita pelo acusador e imputada ao acusado constitua delito de natureza
penal (crime ou contravenção).
Em outros termos, é preciso haver um tipo penal incriminando a conduta que,
segundo o acusador, foi praticada pelo acusado.
Diferentemente ocorre na seara do Direito Processual Civil, em que o pedido
veiculado por meio da ação não pode ser vedado pelo ordenamento jurídico.

7.2 LEGITIMIDADE DE PARTES


A legitimidade ad causam consiste em existir previsão legal para que as partes
que figuram no processo ocupem suas respectivas posições processuais. Fala-se,
assim, em legitimidade ativa, referindo-se à existência de previsão legal no sentido de
que o autor da ação figure como parte acusadora no processo, e em legitimidade
passiva, quando se cogita de análoga qualificação, porém, com relação ao réu.
A ação penal, via de regra, deverá ser proposta pelo único titular do jus
puniendi (direito de punir): o Estado. No caso específico da propositura da ação penal,
o Estado agirá por meio do órgão do Ministério Público, titular da ação penal (art. 129,

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I, da Constituição Federal).
Essa instituição, portanto, na maioria dos casos, deterá a legitimidade para o
ajuizamento - por meio de seus órgãos - da ação penal: será o dominus litis.
Em certos casos, detalhados adiante, será legitimado para a propositura da ação
penal um particular: determinada pessoa do povo ou, mesmo, uma pessoa jurídica.
Nesse caso, o próprio particular - e não um órgão do Estado - é que atuará no
processo, militando para a condenação do acusado.
Importa ressaltar que esses casos, ao contrário do que pode parecer, não
constituem exceção à regra de que o direito de pleitear a punição dos infratores da lei
penal assiste ao Estado.
Com efeito, o particular, ajuizando a ação penal e conduzindo o processo
postulará pleiteando direito alheiro em nome próprio. A pretensão punitiva, portanto,
pertence sempre ao Estado, em caráter de monopólio, de modo que ocorre, no caso da
ação penal de iniciativa privada, o fenômeno da substituição processual (legitimação
extraordinária), em que aquele que exerce a ação penal não é - nem necessita ser -
titular do direito material que a ação visa pleitear.
Quanto à legitimidade passiva, no processo penal ela ocorre quando a pessoa a
que atribui à prática da infração penal pode, do ponto de vista jurídico, sofrer a sanção
determinada na lei penal. O ajuizamento da ação penal, com efeito, visa, do ponto de
vista do acusador, à imposição de uma penalidade ao acusado. Se o acusado não
pode, sequer em tese, ser penalmente punido - seja porque contava, na data do crime
a ele imputado menos de 18 anos, seja porque em seu favor incide uma causa de
imunidade - não poderá figurar no pólo passivo do processo, sendo, portanto, parte
ilegítima, de modo que o processo contra ele, acusado, não poderá ser instaurado.

7.3 INTERESSE DE AGIR


Desdobra-se no trinômio necessidade e utilidade do uso das vias jurisdicionais
para a defesa do interesse material pretendido, e adequação à causa, do procedimento

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e do provimento, de forma a possibilitar a atuação da vontade concreta da lei segundo


os parâmetros do devido proceso legal.
A necessidade é inerente ao processo penal, tendo em vista a impossibilidade
de se impor pena sem o devido processo legal.
Por conseguinte, não está recebida a denúncia, quando já estiver extinta a
punibilidade do acusado, já que, nesse caso, a perda do direito material de punir
resultou na desnecessidade de utilização das vias processuais.
Note-se que, com a edição da Lei 11.719/2008, essa hipótese poderá, após
oferecida a defesa dos arts. 396 e 396-A do CPP, dar causa à abolvição sumária do
agente (CPP, art. 397, IV).
A utilidade traduz-se na eficácia da atividade jurisdicional para satisfazer o
interesse do autor.
Se, de plano, for possível perceber a inutilidade da persecução penal aos fins a
que se presta, dir-se-á que inexiste interesse de agir.
É o caso, e.g., de se oferecer denúncia quando, pela análise da pena possível
de ser imposta ao final, se eventualmente comprovada a culpabilidade do réu, já se
pode antever a ocorrência da prescrição retroativa.
Nesse caso, toda a atividade jurisdicional seria inútil; falta, portanto, interesse de
agir. Esse entendimento, todavia, não é absolutamente pacífico, quer na doutrina, quer
na jurisprudência.
Por fim, a adequação reside no processo penal condenatório e no pedido de
aplicação de sanção penal.

VIII – DIREITO DE DEFESA


A Constituição de 1988, inspirada e esculpida numa fase histórica de reabertura
da vida democrática, quando se expeliam as amarras de um longo tempo de restrições
ao uso dos instrumentos do Estado de Direito, pacto político que se constituiu, sem
dúvida, no mais rico monumento representativo do humanismo no Planeta.
Efetivamente, nenhuma outra Carta Política incorporou no seu texto tantas

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virtudes dirigidas à dignificação do ser humano. No seu portal de entrada, ao fincar os


cinco fundamentos da República, foram colocados em pedestal a cidadania e a
dignidade da pessoa humana.
Esses dois valores inspiraram essencialmente os cânones que deram corpo ao
rol de franquias democráticas definidas no seu artigo quinto, com destaque para o
sacrossanto direito de defesa, que recebeu a seguinte fórmula:“Aos litigantes em
processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o
contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes” (inciso LV).
E na instituição do júri, foi assegurada “a plenitude de defesa” (inciso XXXVIII, a).

8.1 CONTRADITÓRIO
Sempre que houver a alegação de um direito, o contraditório deve ser exercitado
para promover a equidade entre as partes de um processo. Para Nucci (2008, p. 78),
princípio do contraditório: "quer dizer que a toda alegação fática ou apresentação de
prova, feita no processo por uma das partes, tem o adversário o direito de se
manifestar, havendo um perfeito equilíbrio na relação estabelecida entre a pretensão
punitiva do Estado e o direito à liberdade e à manutenção do estado de inocência do
acusado".
O Estado-juiz não pode restringir os direitos de nenhuma das partes, muito
menos os diretos diretamente direcionados ao acusado ou decorrentes dele. Para
Mirarabete (2000, 43): “Dos mais importantes no processo acusatório é o princípio do
contraditório, (ou da bilateralidade da audiência), garantia constitucional que assegura
a ampla defesa do acusado”. Se a uma das partes litigantes é concedido um direito, do
mesmo direito deverá gozar a outra parte. Ainda para Mirabete (2000, p. 43), graças ao
princípio do contraditório, “o acusado goza do direito de defesa sem restrições, num
processo em que deve estar assegurada a igualdade das partes”.
Todo processo caminha em busca de uma verdade, se essa verdade for atingida
sem que uma das partes obtivesse o direito de se defender. Almeida apud Mirabete
(2000, p. 43), afirma que: "a verdade atingida pela justiça pública não pode e não deve

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valer em juízo sem que haja oportunidade de defesa ao indiciado. É preciso que seja o
julgamento precedido de atos inequívocos de comunicação ao réu: de que vai ser
acusado; dos termos precisos dessa acusação; e de seus fundamentos de fato
(provas) e de direito. Necessário também é que essa comunicação seja feita a tempo
de possibilitar a contrariedade: nisso está o prazo para conhecimento exato dos
fundamentos probatórios e legais da imputação e para a oposição da contrariedade e
seus fundamentos de fato (provas) e de direito".
Segundo Borges (on-line), o contraditório deve ser conceituado como sendo a
possibilidade de ação bilateral nos atos do processo penal, deve ser a possibilidade de
ação do acusado e da acusação, de modo equânime, visando o livre convencimento do
magistrado. Nenhuma parte pode atuar em desvantagem da outra no processo penal.
Assim sendo, o direito ao contraditório deverá permear todas as fases do
processo a fim de que não seja praticado nenhum ato atentatório ao direito do indiciado
(ou de qualquer que seja a parte) em se defender listando as melhores provas e
fundamentando-se nas mais sólidas fontes de direito. Em síntese, compreendem como
garantias do contraditório todas e quaisquer atividades praticadas com o intuito de
preparar o espírito do juiz provocando-lhe o livre convencimento em relação a tese
substancialmente vencedora.

8.2 AMPLA DEFESA


Quando se fala em ampla defesa, fala-se do direito que tem réu para se
defender. A ampla defesa deve abranger não só os recursos materiais, tais como:
provas, direito a oitiva do acusado e de suas testemunhas, respostas e argumentações
escritas e orais por meio dos patronos; mas também os recursos humanos, a exemplo
de ser representado por advogado devidamente habilitado e que lhe seja não só
eficiente, mas também eficaz. A efetividade e garantia de participação da defesa em
todos os momentos do processo constitui, na prática, o que se entende por ampla
defesa.

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Para Nucci (2008, p. 76), “ao réu é concedido o direito de se valer de amplos e
extensos métodos para se defender da imputação feita pela acusação”. Do princípio à
ampla defesa são emanados “inúmeros direitos exclusivos do réu, como é o caso de
ajuizamento de revisão criminal – o que é vedado à acusação” (idem).
Para Portanova, (2001, p. 125), o princípio à ampla defesa "não é uma
generosidade, mas um interesse público”. Para ele, todo e qualquer estado que se diga
minimamente democrático deve entender o direito de defesa na forma mais ampla
como sendo essencial a todos os cidadãos e cidadãs.
Cabe ainda salientar que o princípio da ampla defesa deve, sobremaneira, ser aplicado
em todos e quaisquer processos em que haja de um lado o poder sancionatório e
absoluto do Estado e do outro as pessoas, quer sejam físicas, quer sejam jurídicas.
Sendo assim, será o princípio da ampla defesa o elemento de equilíbrio entre
partes, principalmente, quando elas são formadas por entes visivelmente desiguais em
poder e em força, como é, geralmente, o caso do Estado versos o acusado.

XIX – PROCESSO
10.1 CONCEITO
Processo é instrumento usado para tornar efetivo um direito material (de
conteúdo efetivo). O direito material gera direitos e obrigações, mas não se efetiva
sozinho por isso há uma relação de instrumentalidade (complementaridade) entre o
direito processual e o direito material.
"Processo é o método pelo qual se opera a jurisdição, com vistas à composição
dos litígios. É instrumento de realização da justiça; é relação jurídica, portanto, é
abstrato e finalístico". (Elpídio Donizetti)
10.2 PROCESSO E PROCEDIMENTO
10.2.1 CONCEITO DE PROCEDIMENTO
"Procedimento é o modus operandi do processo". (Carreira Alvim)
"Procedimento é a exteriorização do processo, é o rito ou o andamento do
processo, o modo como se encadeiam os atos processuais." (Pinto Ferreira)

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"Procedimento é o meio extrínseco pelo qual se instaura, desenvolve-se e


termina o processo; é a manifestação extrínseca deste, a sua realidade
fenomenológica perceptível." ( Araújo Cintra, Ada Pellegrini Grinover e Cândido Rangel
Dinamarco)
Assim, é uma sucessão de atos coordenados a partir da iniciativa da parte e
direcionada a um provimento. É o modo como os atos processuais se manifestam e
desenvolvem para revelar o processo.

10.2.2 DISTINÇÃO
Inicialmente processo e procedimento eram considerados a mesma coisa. Com
o tempo e aprofundamentos jurídicos, Oscar Bulow publicou o livro "Teoria das
Exceções Processuais" que marcou a distinção entre ambos.
O processo passou então a ser o meio, o instrumento através do qual se obtém
a prestação jurisdicional, o caminho formado por atos processuais que obedecem uma
regra e que vão culminar em uma sentença.
Já o procedimento configurou-se como o modo em que se executa estes atos
processuais.

10.2.3 NÃO HÁ PROCESSO SEM PROCEDIMENTO


O que caracteriza o processo não é ser um procedimento. O que o caracteriza é
ser um procedimento em contraditório.
Nem todo procedimento em contraditório é processo, mas todo processo é
procedimento em contraditório. O contraditório deve ser previsto em abstrato para que
a parte possa se defender. Apenas a possibilidade de defesa já caracteriza o
contraditório.
Processo é a relação jurídica entre três sujeitos que cria obrigações e deveres
para ambos. Essa relação é desenvolvida progressivamente mediante atos
processuais.

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10.2.4 ESPÉCIES DE PROCESSO


Em todo processo há declaração de direito ainda que de caráter negativo, sendo
então, a primeira tarefa do juiz, antes de ordenar a coação estatal, é a de verificar o
que é direito.
Primeiramente, declara-se a verdadeira situação jurídica, para depois realizá-la.
i) Processo de Cognição - se há uma pretensão jurídica contestada,
compõe-se o litígio declarando a vontade concreta da lei através do processo de
cognição (para obtenção de uma sentença, para solucionar uma pretensão resistida
entre as partes).
Processo de Execução - quando, porém, há certeza prévia do direito do
credor e a lide se resume na insatisfação do crédito, o processo limita-se a tomar
conhecimento liminar da existência do título do credor, para, em seguida, utilizar a
coação estatal sobre o patrimônio do devedor, e, independente mente da vontade
deste, realizar a prestação a que tem direito o primeiro. Trata-se do processo de
execução. (coagir o devedor a cumprir uma obrigação a que se absteve)
Processo Cautelar - Outras vezes, o processo é utilizado, não para uma solução
definitiva da controvérsia estabelecida; sua aplicação se faz preventivamente, em
caráter emergencial e provisório, para precatar o interesse da parte do risco a que se
acha exposta, prevenindo a situação da lide contra as alterações de fato ou de direito
que possam ocorrer antes que a solução de mérito seja prestada pela Justiça.

10.2.5 ESPÉCIES DE PROCEDIMENTO


Como já visto, o processo se revela mediante o procedimento. Mas há diferentes
espécies desta revelação e por este motivo o procedimento pode ser Comum (ordinário
e sumário) e Especial .
A natureza do conflito de interesse a ser solucionado é que define a espécie de
procedimento.

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O procedimento comum é aquele pelo qual não há procedimento especial


previsto em lei para que seja solucionado o conflito. O procedimento comum ordinário é
sempre residual: sempre que não for especial ou comum sumário será ordinário.
O procedimento sumário é aquele que concentra a prática de determinados atos
em uma mesma fase.
O procedimento especial é aquele disciplinado pela lei. São exemplos o
mandado de injunção, habeas data, ação civil pública.

10.3 PRINCÍPIOS INFORMATIVOS DO PROCESSO


10.3.1 Principio Lógico
Os meios mais eficazes e rápidos para o julgamento. O processo deve se
adequar até mesmo com a tecnologia. A justiça está se digitalizando, justamente por
causa desse princípio. Isso decore da necessidade de procurar meios rápidos e
eficazes.

10.3.2 Principio Jurídico


Igualdade de tratamento e justiça das decisões. Igualdade é em sentido
substancial, que enxerga as diferenças.
10.3.3 Principio Politico
A máxima de garantias com o mínimo de sacrifício. Mesmo aquele que não tem
razão, ele não pode ser ofendido. Dar razão a quem tem razão, mas quem não tem
razão não precisa ser pisado. Deve-se uma política de tratamento assim.
10.3.4 Principio Econômico
Amplo e geral acesso a justiça. Evidente que quem tem condições pode ter a
justiça a qualquer momento, mas e quem não tem condições? Isso quem tem que se
preocupar é os defensores públicos. Facilitação. Qualquer pessoa pode se declarar
pobre na forma da lei e fica isenta de pagamento de despesas dos processos.

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10.3.5 Principio Instrumental


Prevalência do conteúdo sobre a forma. Processo é instrumento. Forma e
conteúdo devem andar de mãos dadas. O conteúdo do ato processual é mais
importante que a forma, embora se ato atingir o seu fim sem causar prejuízo sera
valido ainda que praticado de forma errada.

10.4 RELAÇÃO JURÍDICA PROCESSUAL


10.4.1 Definição
Para que se estabeleça uma relação jurídico processual é necessária a
participação de três sujeitos: o litigante autor (que pede ao juiz uma providência
urgente, ou o reconhecimento de um direito ou, ainda, a realização de um direito já
reconhecido); o litigante réu (que se defende da obrigação de atender o direito
reclamado) e o juiz (que deverá estabelecer o direito de cada qual, mediante uma
decisão).
Para que a se obtenha o reconhecimento de um direito, ou a execução (efetiva
realização) de um direito já reconhecido é necessário que o interessado provoque o
Poder Judiciário através de uma ação.
Portanto, a relação jurídico processual é o vínculo dinâmico que se estabelece
entre os sujeitos processuais e se expressa nas situações por ele ocupadas (direitos,
deveres, sujeições e ônus). Objeto na relação jurídico processual é a prestação
jurisdicional: a obtenção de uma sentença.
10.4.2 Sujeitos da Relação Jurídico Processual
A relação jurídico processual se forma por meio da participação de três sujeitos:
autor, réu e Estado juiz, que formam uma relação angular em que não há comunicação
direta entre autor e réu, possuindo estes apenas direitos e deveres para com o Estado
juiz.
"O juiz e as partes são sujeitos do processo, isto é, os integrantes da relação
jurídica processual". (Nelson Nery Júnior)

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10.4.3 Efeitos da relação jurídico processual


Através da relação jurídico processual forma-se um vínculo entre o direito
material e o direito processual, em que o primeiro fornece ao segundo o conteúdo.
Esta relação que se forma, está, contudo, sujeita a certos requisitos próprios de
validade, que não se confundem com aqueles da relação de direito material, pois o
processo cria ônus, obrigações, deveres e faculdades novos aos seus sujeitos.
Estes efeitos podem ser positivos: direitos e faculdades ou negativos: ônus,
deveres e obrigações, mas quaisquer que sejam vão acompanhar os sujeitos
processuais em determinado momento do processo.

10.4.3.1 Direitos das partes


Podemos citar como principais direitos das partes:
o direito de ação para o autor;
o direito de defesa para o réu;
o direito das partes de participar de todos os atos processuais, de recusar o juiz
incompetente, impedido ou suspeito, ou de recorrer, etc..
Cabe lembrar que estes direitos são individuais e pertencem ao ramo do direito
público.

10.4.3.2 Obrigações das partes


Todo vínculo que sujeita alguém a uma prestação de valor econômico, gera
como efeito uma obrigação. Podem ser citadas como exemplo de obrigação:
pagar a taxa judiciária;
adiantar o numerário referente às despesas processuais (art. 19 do CPC);
arcar com as despesas relacionadas com a sucumbência (art. 20 do CPC); etc..
10.4.3.3 Deveres das partes
"Art. 14., CPC. São deveres das partes e de todos aqueles que de qualquer
forma participam do processo:

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I - expor os fatos em juízo conforme a verdade;


II - proceder com lealdade e boa-fé;
III - não formular pretensões, nem alegar defesa, cientes de que são destituídas de
fundamento;
IV - não produzir provas, nem praticar atos inúteis ou desnecessários à declaração ou
defesa do direito.
V - cumprir com exatidão os provimentos mandamentais e não criar embaraços à
efetivação de provimentos judiciais, de natureza antecipatória ou final."
Toda obrigação processual que não tem valor econômico é, portanto, um dever
da parte. A parte tem possibilidade de agir ou não. Se o dever não é cumprido, pode
ser transformado em uma relação de sujeição. Nesta, há impossibilidade da parte de
recusar o efeito, devendo, assim suportar os efeitos do seu ato de forma coercitiva.
A título exemplificativo são:
dever de testemunhar;
exibir documentos;
colaborar com a Justiça no esclarecimento dos fatos e da verdade;
agir com lealdade e boa fé, pois ao contrário a parte pode ser condenada à litigância de
má fé;
"Art. 17, CPC. Reputa-se litigante de má-fé aquele que:
I - deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato incontroverso;
II - alterar a verdade dos fatos;
III - usar do processo para conseguir objetivo ilegal;
IV - opuser resistência injustificada ao andamento do processo
V - proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo;
Vl - provocar incidentes manifestamente infundados;
VII - interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório."
10.4.4 Características da relação jurídica processual
A relação jurídica processual é:

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Autônoma: não está obrigatoriamente vinculada à relação jurídica de direito material;


Caráter público;
Progressividade: o processo é dinâmico (caminha em busca de uma sentença).
A relação jurídico processual se forma de maneira progressiva. Esta progressividade é
obrigatória, ou seja, cada vez que se invoca o Poder Judiciário para dizer o direito no
caso concreto, o juiz está obrigado a dizer o direito. O primeiro momento é a petição
inicial, o segundo momento é a citação válida. A citação válida transforma a relação
jurídica em perfeita e acabada;
Complexidade: os atos são complexos;
Unicidade: um único objetivo que a prestação da tutela jurisdicional;
Angularidade: é a relação que se forma entre autor, réu e Estado juiz.

10.4.4.1 Juiz
O juiz é o sujeito processual que se mantém sempre imparcial e eqüidistante das
partes.
É o juiz quem dirige o processo, competindo-lhe assegurar às partes igualdade
de tratamento, velar pela rápida solução do litígio, prevenir ou reprimir qualquer ato
contrário à dignidade da justiça e, tentar a qualquer momento, conciliar as partes (art.
125, CPC).
Cabe a ele, ainda, dar a prestação jurisdicional nos limites em que for pedida
(art. 128, CPC) e observando o art. 132 do CPC que dispõe que o juiz titular ou
substituto, que concluir a audiência, julgará a lide, salvo se estiver convocado,
licenciado, afastado por qualquer motivo, promovido ou aposentado, casos em que
passará os autos ao seu sucessor.
Existem três pressupostos a ele relativos: investidura, competência e
imparcialidade.

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10.4.4.1.1 Investidura ou juiz natural


O juiz deve estar dotado de jurisdição brasileira para resolver a ação.
Conforme dispõe Nelson Nery Jr. em sua obra Princípios do Processo Civil na
Constituição Federal. 7ª ed. rev. e atua. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2002, p. 66.
a garantia do juiz natural tem três vertentes: a) não haverá juízo ou tribunal de exceção
ou ad hoc; b) todos têm o direito de serem julgados por juiz competente, pré-constituído
na forma da lei; c) o juiz competente deve ser imparcial.

10.4.4.1.2 Competência
É do juiz a atribuição para solucionar aquele litígio dentro da jurisdição que lhe é
dada. O CPC adota o princípio da indeclinabilidade da jurisdição de forma a compelir o
juiz a sentenciar ou despachar. Assim, o mesmo não pode alegar lacuna ou
obscuridade na lei, deverá sempre aplicar as normas legais e, quando estas não
existirem, recorrer à analogia, aos costumes e aos princípios gerais do direito.
Cabe ressaltar ainda que, nos casos previstos em lei (por exemplo, o art. 1.109
do CPC), o juiz poderá decidir por equidade, escorando-se em seu poder discricionário.
"Equidade. Na concepção aristotélica, equidade não é o legalmente justo, mas
sim a correção da justiça legal. Eqüitativo é o justo. ... Na classificação de Alípio
Silveira (Conceito e funções da equidade, p. 60-62), há três acepções para o conceito
de equidade: a) em sentido amplíssimo, é o princípio universal de ordem normativa
relacionado a toda conduta humana, do ponto de vista religioso, moral, social e jurídico,
que todo homem deve obedecer porque se constitui em suprema regra de justiça; b)
em sentido amplo, confunde-se com os conceitos de justiça absoluta ou ideal, com os
princípios de direito e com a idéia de direito natural; e, c) em sentido estrito, equidade é
a justiça no caso concreto". (NELSON NERY JUNIOR E ROSA MARIA DE ANDRADE
NERY, Código de Processo Civil comentado e legislação extravagente. 7ª ed. Editora
Revista dos Tribunais. 2003, pág. 127).

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10.4.4.1.3 Dever de Imparcialidade


O juiz é sujeito imparcial.
As causas de quebra da imparcialidade são especificadas pelo CPC e geram o
afastamento do juiz da demanda que lhe cabe julgar. Os pressupostos processuais
relativos à pessoa do juiz levam à invalidade do processo, mas não há extinção sem
resolução do mérito. São de duas ordens: o impedimento e a suspeição.
O impedimento , tratado pelo art. 134 do CPC, taxativamente expõe as hipóteses
em que é defeso ao juiz exercer as suas funções.
Como se percebe, o grau de parcialidade é maior, havendo impedimento do juiz,
o processo é nulo. O impedimento leva à invalidação do processo, é concernente à
pessoa do juiz e quaisquer de suas hipóteses podem ser reconhecidas a qualquer
tempo.
A suspeição , tratada pelo art. 135, CPC fere-se a questões de ordem subjetiva,
com menor grau de parcialidade do juiz.

10.5 PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS


A instauração de um processo exige que o advogado, procurador judicial do
autor, cumpra vários requisitos, todos elencados no Código de Processo Civil, caso
contrário, dá ensejo a que o juiz indefira a petição inicial ou ordene que corrija as falhas
ou complete as faltas.
São pressupostos processuais o atendimento de requisitos mínimos,
estabelecidos na lei, para que o processo possa ser constituído e desenvolvido
regularmente, por exemplo: a capacidade civil das partes; a representação por
advogado (quando não se tratar se Juizado Especial, em causas inferiores a 20
salários mínimos); a competência do juízo; o uso do procedimento adequado, a
existência de citação do réu, etc.
Como já visto, a relação jurídico processual é uma relação autônoma e abstrata,
que se desenvolve entre os sujeitos: autor, réu e juiz.

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Os pressupostos processuais, como requisitos mínimos para que a relação


jurídico processual se constitua e desenvolva divide-se em:
Pressupostos de existência - que constituem validamente a ação.
Pressupostos de desenvolvimento - que fazem com que a ação se desenvolva.
Ausentes quaisquer dos pressupostos, o processo é extinto sem resolução do
mérito com base no art. 267, IV do CPC: "Art. 267. Extingue-se o processo, sem
resolução de mérito: IV - quando se verificar a ausência de pressupostos de
constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo;"
No entanto, o juiz deve dar a oportunidades à parte de corrigir seu erro antes de
extinguir o processo de imediato.
Os pressupostos jurídicos se classificam em subjetivos e objetivos.

10.5.1 Pressupostos Processuais Subjetivos


Os requisitos subjetivos de validade para a relação jurídica processual estão
relacionados com o juiz e as partes.

10.5.2 Pressupostos Processuais Objetivos


Os pressupostos processuais objetivos estão relacionados com a forma
procedimental utilizada para ajuizar a ação e com a inexistência de fatos que impeçam
a regular constituição e continuidade do processo. Compreendem:
A observância da forma processual correta para a pretensão requerida (pressuposto
positivo);
Existência nos autos da procuração ao advogado (pressuposto positivo);
Inexistência de coisa julgada, compromisso, litispendência, perempção, inépcia da
inicial (pressuposto negativo);
Inexistência de qualquer das nulidades previstas na legislação processual (pressuposto
negativo).
A inexistência dos pressupostos positivos ou a existência dos pressupostos
negativos levam à extinção do processo sem sentença de mérito: sentença terminativa.

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Os pressupostos não são taxativos, mas a sua falta impede que o juiz profira
uma sentença com mérito resolvido.
A extinção do processo pode se dar de maneira automática ou o pressuposto pode ser
regularizado. Caso o juiz opte por esta segunda hipótese, cabe a ele dar a
oportunidade à parte de fazê-lo.
A regra é que os pressupostos processuais podem ser analisados de oficio e em
qualquer fase processual (exceção: STJ), mas há há alguns casos em que ocorre
preclusão (exceção).
São exemplos de pressupostos processuais objetivos: a petição inicial apta, a
citação válida, o preparo e as custas, a coisa julgada, a litispendência, a perempção,
etc..

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APLICAÇÃO DA LEI PENAL


Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime,
cessando em virtude dela a execução e os efeito penais da sentença condenatória”.
Parágrafo único - Lei posterior, que de qualquer modo favoreça o réu, aplica-se a fatos
anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado.
Dessa leitura, tira-se duas conclusões:
# Em regra, lei penal não retroage para atingir fatos passados.
# A lei penal mais benéfica ao réu, retroage para atingir fatos passados.
O art. 2° trata da ABOLITIO CRIMINIS, que é a lei posterior que deixa de considerar
crime um fato ocorrido no passado. Todos os efeitos são anulados, prevalecendo
apenas os efeitos civis (indenização, por exemplo).
Tempo do Crime (Art. 4º)
Existem três teorias que definem o tempo do crime;
a) teoria da atividade: considera-se o crime praticado no momento da conduta omissiva
ou comissiva
b) T. do resultado: considera-se o crime praticado no momento da produção do
resultado
c) T. da ubiqüidade ou mista: considera-se o crime praticado no momento da conduta e
no momento do resultado.
O Código Penal adotou a teoria da atividade, segundo a qual "considera-se praticado o
crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado"
(art. 4º).
Lugar do Crime (Art. 6º)

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Teorias:
a)T. da atividade: lugar do crime é o da ação ou omissão, sendo irrelevante o local da
produção do resultado
b) T. do resultado: lugar do crime é aquele em que foi produzido o resultado.
c) T. da ubiqüidade ou mista: o lugar do crime é tanto o da conduta quanto o do
resultado.
Nos termos do art. 6º do Código Penal "considera-se praticado o crime no lugar em que
ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou
deveria produzir-se o resultado".
MACETE:

CRIMES CONTRA A PESSOA


HOMICÍDIO SIMPLES
Art. 121 - Matar alguém: Pena- reclusão, de 6 a 20 anos.
- é “crime hediondo”quando praticado em atividade típica de grupos de extermínio,
mesmo que por uma só pessoa.
Caso de diminuição de pena (Homicídio privilegiado)
Comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ( matar bandido perigoso
que aterroriza o bairro )ou relevante valor moral (matar quem estuprou a filha), ou sob o
domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima( ex.: tirar
o agente totalmente do sério; injusta provocação da vítima- ex.: xingar, fazer
brincadeiras de mau gosto, flagrante de adultério; reação imediata- “logo em seguida”),
o juiz pode (deve)reduzir a pena de 1/6 a 1/3.
Homicídio Qualificado
Par. 2º - Se o homicídio é cometido:
I - Mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outromotivo torpe(motivo vil,
repugnante, que demonstra depravação moral do agente - ex.: matar os para conseguir
herança).

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II- Por motivo fútil (matar por motivo de pequena importância, insignificante. Ex: matar o
dono do bar porque ele não quis lhe vender cerveja).
III- Com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso(é
o uso de uma armadilha ou de uma fraude para atingir a vítima)
IV- À traição (quebra de confiança depositada pela vítima ao agente, que desta se
aproveita para matá-la), de emboscada (ou tocaia; Ex: o agente aguarda escondido a
passagem da vítima) ou mediante dissimulação (é a utilização de um recurso qualquer
para enganar a vítima) ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do
ofendido(surpresa; efetuar disparo pelas costas, matar a vítima que está dormindo).
V- Para assegurar a execução (ex.: matar um segurança para conseguir seqüestrar um
empresário), a ocultação (o sujeito quer evitar que se descubra que o crime foi
praticado), a impunidade (o sujeito mata alguém que poderia incriminá-lo), ou
vantagem de outro crime (ex.: matar co-autor de “roubo” para ficar com todo o
dinheiro).
Homicídio culposo
§3º - Se o homicídio é culposo: Pena- detenção, de 1 a 3 anos.
(Perdão judicial) -Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a
pena, se as consequências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave
que a sanção penal se torne desnecessária.
Suicídio
Art.122- Induzir (participação moral; significa dar a ideia do suicídio a alguém que ainda
não tinha tido esse pensamento) ou instigar (participação moral; significa reforçar a
intenção suicida já existente) alguém (pessoa ou pessoas determinadas) a suicidar-se
ou prestar-lhe auxílio para que o faça (participação material);
§ único- A pena é duplicada:
I -se o crime é praticado por motivo egoístico (ex.: para ficar com a herança da vítima,
com o seu cargo);
II - se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade de
resistência (ex.: vítima está embriagada, com depressão).

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Infanticídio
Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal (é uma perturbação psíquica que
acomete grande parte das mulheres durante o fenômeno do parto e, ainda, algum
tempo depois do nascimento da criança; em princípio, deve ser provado, mas, se
houver dúvida no caso concreto, presume-se que ele ocorreu), o próprio filho, durante o
parto ou logo.
Aborto
É a interrupção da gravidez com a consequente morte do feto.
Art.124- Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lhe provoque.
Art.125- Provocar aborto, sem o consentimento da gestante.
Art: 126- Provocar aborto com o consentimento da gestante:
Art.127- As penas cominadas nos dois artigos anteriores (arts. 125 e 126) são
aumentadas de 1/3, se, em consequência do aborto ou dos meios empregados para
provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza grave; e são duplicadas, se, por
qualquer dessas causas, lhe sobrevém a morte.
Aborto legal ou permitido
Art.128- Não se pune o aborto praticado por médico:
I- (aborto necessário)- se não há outro meio de salvar a vida da gestante;
(aborto sentimental)- se a gravidez resulta de estupro(ou de “atentado violento ao
pudor”, já que é possível em face da mobilidade dos espermatozóides - embora o CP
não permite, mas é pacífico o entendimento de que pode ser aplicada a chamada
analogia) e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de
seu representante legal.
Aborto de Anecéfalos. (Bebê gerado sem cérebro).
Dos Crimes Conta a Pessoa Lesões Corporais
Art.129- Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: (De natureza leve)
Dos Crimes Conta a Pessoa Lesão corporal de natureza grave
§1º - Se resulta: I -incapacidade para as ocupações habituais, por mais de 30
dias(atividade habitual é qualquer ocupação rotineira, do dia-a-dia da vítima, como

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andar, trabalhar, praticar esportes etc.;


Lesão corporal de natureza gravíssima
§2º - Se resulta: I -incapacidade permanente para o trabalho(prevalece o entendimento
de que dever ser uma incapacidade genérica para o trabalho, ou seja, para qualquer
tipo de labor, uma vez que a lei se refere à palavra “trabalho” sem fazer ressalvas);
Inquérito Policial
Para apuração de infrações penais, comporta duas fases bem distintas: o inquérito
policial e a fase processual.
Conceito: é procedimento administrativo (natureza jurídica), preliminar, presidido pelo
delegado de polícia, no intuito de identificar o autor do ilícito e os elementos que
atestem a sua materialidade (existência), contribuindo para a formação da opinião
delitiva do titular da ação.
Existem inquéritos não policiais?

Características do Inquérito
Discricionariedade : o delegado de polícia conduz o inquérito da maneira que melhor
entender.
Escrito: por exigência da lei, o inquérito deve ser escrito. Os atos produzidos oralmente
devem ser reduzidos a termo. Pode-se utilizar gravações de vídeo e som.
Sigiloso: não comporta publicidade, sendo procedimento essencialmente sigiloso. O
advogado do indiciado pode consultar o inquérito.
Oficialidade: O delegado constitui-se em órgão oficial do Estado.
Oficiosidade : no inquérito a autoridade policial deve atuar de ofício. Ao contrário do que
ocorre nas ações condicionadas e privadas, onde depende da representação da vítima.
Indisponibilidade: a persecução criminal é de ordem pública, e uma vez iniciado o
inquérito, não pode o delegado de polícia dispor (desistir) do mesmo.
Inquisitivo : não há oportunidade para o exercício do contraditório e da ampla defesa.
Autoritariedade : o delegado de polícia, presidente do inquérito, é autoridade pública.
Dispensabilidade : o inquérito não é imprescindível para propositura da ação penal.

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Pode-se iniciar uma ação penal sem o inquérito.


COMPETÊNCIA
Critério territorial : leva-se em consideração o local onde se consumou o crime.
Critério material : leva-se em consideração o crime praticado. O inquérito é iniciado pela
delegacia especializada naquele determinado crime.
Critério em razão da pessoa : leva-se em consideração a figura da pessoa. Ex:
delegacia da mulher, do idoso, da criança e adolescente.
PRAZOS
Para conclusão do inquérito : 10 dias se o indiciado estiver preso e 30 dias se estiver
solto. Este ultimo pode ser prorrogado por +30 dias.
Contagem de prazo : exclui-se o dia do começo e inclui o ultimo dia se estiver solto. Se
estiver preso, já contabiliza o dia do início.
NOTITIA CRIMINIS (NOTÍCIA CRIME)
Normalmente, é encaminhada à autoridade policial, ao membro do ministério público ou
ao magistrado. É o conhecimento de um fato criminoso.
Espontânea (cognição imediata) : é o conhecimento direto dos fatos pela autoridade
policial.
Provocada (cognição mediata ): requisição do juiz, do promotor; requerimento da vítima;
delação.
Coercitiva : quando é apresentada juntamente com o infrator preso. No caso de
flagrante, por exemplo.
PEÇAS INAUGURAIS DO INQUÉRITO POLICIAL
Autos de prisão em flagrante, requisições, requerimentos, portarias.
PROVIDENCIAS: ARTs. 6º e 7º do CPP.
Sãoprovidencias previstas a serem adotadas pela autoridade policial.
I – Dirigir-se ao local dos fatos, isolando a área para atuação dos peritos;
II – Apreender objetos;
III – Colher todas as provas;
IV – Ouvir o ofendido (quando possível);

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V – Ouvir o indiciado;
VI – Proceder a recolhimento de pessoas e coisas e a acareações.
VII – Realização do exame de corpo de delito e outras perícias;
VIII e IX;
REPRODUÇÃO SIMULADA DOS FATOS
É a reconstituição do crime. O indiciado não é obrigado a participar, pois não pode ser
obrigado a produzir provas contra si mesmo.
INDICIAMENTO
É quando oficializa o suspeito como indiciado no inquérito. A partir de agora ele é o
principal investigado pelo crime. É ato privativo da autoridade policial (delegado de
polícia).
ARQUIVAMENTO DO INQUÉRITO
Somente o ministério público (promotor) pode pedir arquivamento do inquérito.
Delegado nunca poderá, em hipótese alguma .
ENCERRAMENTO DO IP
Os autos do inquérito, integrados com o relatório, serão remetidos ao judiciário, para
que sejam acessados pelo titular da ação (ministério público).
O promotor pode oferecer denuncia, requisitar novas diligencias ou promover o
arquivamento do inquérito.

DO EXAME DO CORPO DE DELITO E DAS PERÍCIAS EM GERAL (ART. 158 E


SEGUINTES, CPP)
Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito,
direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado.
O exame de corpo de delito poderá ser feito qualquer dia e qualquer hora.
Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem desaparecido os
vestígios, a prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta.

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PRISÕES
Prisão em flagrante : é a que resulta no momento e no local do crime. É uma medida
restritiva de liberdade, de natureza cautelar e que não exige ordem escrita do juiz.
ESPÉCIES DE FLAGRANTE
Flagrante próprio : o agente e surpreendido cometendo a infração penal ou quando
acaba de cometê-la. A prisão deve ocorrer de imediato.
Flagrante impróprio : o agente é perseguido, logo após a infração, em situação que faça
presumir ser o autor do fato.
Flagrante presumido : o agente é preso, logo depois de cometer a infração, com
instrumentos, armas, objetos ou papeis que presumam ser ele o autor da infração.
Flagrante esperado : a atividade da autoridade policial antecede o início da execução do
delito. A polícia antecipa-se ao criminoso, e tendo ciência de que a infração ocorrerá,
sai na frente, fazendo campana (tocaia), e realizando a prisão quando forem praticar o
crime.
Flagrante preparado : o agente é induzido a cometer o crime, e, neste momento, acaba
sendo preso. Esse tipo de flagrante não é aceito pelo nosso direito.
Flagrante prorrogado : há a possibilidade de aguardar o melhor momento para fazer a
prisão em flagrante.

PRISÃO PREVENTIVA
Pode ser decretada tanto na fase do inquérito como na fase processual.
PRESSUPOSTOS PARA DECRETAÇÃO
Prova da existência do crime;
Indícios suficientes de autoria;

HIPÓTESES DE DECRETAÇÃO
Garantia da ordem pública: quando o criminoso simboliza um risco a ordem pública,
pela possibilidade da prática de novos delitos.
Conveniência e instrução criminal: para a livre produção de provas, sem a interferência

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do suspeito, como, ameaçar testemunhas, modificar provas etc.


Garantia de aplicação da lei penal: evita-se a fuga do agente para eximir-se de
eventual cumprimento de pena.
Garantia da ordem econômica.
Descumprimento de qualquer das obrigações impostas por força de outras medidas
cautelares do art. 282, CPP.

REVOGAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA


Somente o juiz pode revogar prisão preventiva.
PRISÃO TEMPORÁRIA
Conceito: é a prisão com prazo estabelecido de duração, cabível exclusivamente na
fase do inquérito.
CABIMENTO
Quando imprescindível à investigação do inquérito.
Quando o indiciado não tem residência fixa ou não fornecer elementos ao
esclarecimento de sua identidade;
Quando houver fundadas razões de participação em crimes, como homicídio, cárcere
privado, extorsão, roubo, estupro, quadrilha ou bando etc.

PRAZOS
Prazo de 5 dias, prorrogáveis por mais 5 dias.
Nos crimes hediondos o prazo é de 30 dias, prorrogáveis por mais 30 dias.

Ação Penal

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