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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE

PÓS-GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Primeiro semestre de 2021

ALUNO: Eliel Lucas Batista Baía

TÍTULO: A PENA E O MARTELO


RESSONÂNCIAS E IMPACTOS DO CONSTRUTIVISMO RUSSO NA ARQUITETURA MODERNA
BRASILEIRA

RESUMO

Esta pesquisa e todo esforço investigativo direcionado para este estudo, aspiram,
inicialmente, resgatar fragmentos da história da arquitetura brasileira pouco discutidos,
através de apontamentos sobre as ressonâncias do Construtivismo Russo e alguns arquitetos
brasileiros, proeminentes dentro do movimento moderno da arquitetura brasileira. Em
busca de discutir o diálogo existente entre o movimento moderno da segunda metade do
século XX no Brasil e o próprio Construtivismo através de ressonâncias históricas. Busca se
desenvolver argumentações sobre os momentos que antecederam o próprio século XX, a fim
de dimensionar essas ressonâncias, e suas motivações que ampliaram seu espectro até
ressoarem no Brasil.
Fazendo uma análise do pensamento europeu do final do século XIX, e a filosofia do
martelo, como catalisador que potencializou a eclosão de movimentos de vanguarda até a
revolução de outubro. Observando e investigando os textos produzidos em ambos os
movimentos, viagens e ligações formais, propondo-se a reflexão sobre diálogos entre
arquiteturas praticadas em diferentes momentos do século XX, ainda que hora formais, suas
ressonâncias através do tempo, possibilitam apreciar a fundo seu contexto projetual.
Considerando que exista esse envolvimento, o estudo não somente é tensionado como
também reclama em sua ideia de partida uma inquirição da relação existente entre
arquitetura e experimentação, de formas e materiais na busca por um formalismo técnico.
Logo, parte a ideia de buscar no modernismo Brasileiro, diálogos com o construtivismo,
considerando ideias dos arquitetos envolvidos, suas inclinações político-partidárias e visões
de mundo. Dessa forma, o estudo propõe-se a investigar as ressonâncias da arquitetura de
vanguarda russa no Brasil.
Considerando essas análises preliminares, busca-se contribuir para a ampliação do
pensamento sobre o diálogo existente entre os movimentos, bem como, na crítica, a arte e
arquitetura, e nas influências das artes plásticas e experimentações ocorridas em ambos os
movimentos no desenvolver da arquitetura moderna. Apresentando novas perspectivas
sobre os estudos ligados à arquitetura construtivista e sua ligação com o Brasil. Foca-se
também na adesão das experimentações técnicas com materiais e formas que partiram do
Construtivismo e encontram-se aplicadas na arquitetura moderna.

Palavras-chave: Construtivismo Russo; Arquitetura moderna; Modernismo Brasileiro;


Modernismo; Filosofia do Martelo.

ABSTRACT

TITLE: A FEATHER AND HAMMER

THE RESONANCE OF RUSSIAN CONSTRUCTIVISM IN BRAZILIAN MODERN ARCHITECTURE

This research and every investigative effort directed towards this study, initially
aspires to rescue little discussed fragments of the history of Brazilian architecture, through
notes on the resonances of Russian Constructivism and some Brazilian architects, prominent
within the modern movement of Brazilian architecture. Seeking to discuss the existing
dialogue between the modern movement of the second half of the 20th century in Brazil
and Constructivism through historical resonances. It seeks to develop arguments about the
moments that preceded the 20th century, in order to scale these resonances, and their
motivations that widened their spectrum until they resonated in Brazil.
Making an analysis of European thought at the end of the 19th century, and the
philosophy of the hammer, as a catalyst that potentialized the emergence of avant-garde
movements until the October revolution. Observing and investigating the texts produced in
both movements, travels and formal connections, proposing a reflection on dialogues
between architectures practiced in different moments of the 20th century, although formal
times, their resonances through time, make it possible to fully appreciate their design
context . Considering that this involvement exists, the study is not only tensioned but also
demands in its starting idea an inquiry into the existing relationship between architecture
and experimentation, of forms and materials in the search for a technical formalism.
Therefore, the idea is to seek in Brazilian modernism, dialogues with constructivism,
considering the ideas of the architects involved, their political-partisan inclinations and
worldviews. Thus, the study proposes to investigate the resonances of Russian avant-garde
architecture in Brazil.

Considering these preliminary analyses, we seek to contribute to the expansion of


thought about the existing dialogue between the movements, as well as, in criticism, art and
architecture, and the influences of plastic arts and experiments that occurred in both
movements in the development of architecture Modern. Presenting new perspectives on
studies related to constructivist architecture and its connection with Brazil. It is also focused
on the adhesion of technical experiments with materials and shapes that started from
Constructivism and are applied in modern architecture.

Keywords: Russian Constructivism; Modern architecture; Brazilian Modernism; Modernism;


Hammer Philosophy.

1 INTRODUÇÃO

Este trabalho tem como objeto principal, documentar fragmentos históricos da


arquitetura Brasileira, muito pouco estudado entre o construtivismo e a arquitetura
brasileira da segunda metade do século XX.
As ressonâncias históricas a serem estudadas buscam enriquecer a historiografia da
arquitetura Brasileira, e sul-americana.

Nada mais natural do que regredir na história para entender fenômenos, tanto
atuais, como passados, de alguma forma, entender a arquitetura praticada no brasil, exige
observar o passado através de um amplo espectro, que não só se baseia na prática
arquitetônica, mas é margeado por conceitos pessoais dos arquitetos que prosperaram em
meio a nossa arquitetura, dentre suas ideias e visões de mundo, a questão
político-partidária estava presente, e possibilitou que essa ressonância pudesse acontecer.
Quando voltamos para o final do século XIX, em meio ao caos da crescente industrialização
em determinados lugares do globo, países agrícolas, como o Brasil e o Império Russo, ambos
com suas dimensões continentais, e seus atrasas históricos no que tange aos processos de
industrialização de diversos países considerados potências. Dentro dessas proximidades, é
importante apontar elementos determinantes para o desenvolvimento da arquitetura em
ambos os países, e a forma que se deu. Ao passo que o império russo se aproxima do
império alemão, temos no Brasil uma aproximação com a república francesa, o que acaba
sendo muito determinante para os anos subsequentes.

É fundamental tratar tais elementos históricos que levaram as revoluções tanto


culturais como políticas do século XX. Nietzsche quando publica o Crepúsculo dos Ídolos em
1889, demonstra a eclosão de um fervor com a ideia da filosofia do martelo, que adiante
levará a inúmeras reações da sociedade burguesa europeia e nas academias
franco-germânicas.

Diversos elementos históricos levaram à revolução de outubro, logo o pensamento


europeu do século XIX é fundamental para apontar o início de qualquer ressonância entre a
arquitetura russa de vanguarda do início do século XX com a arquitetura brasileira da
segunda metade do século XX. É possível notar que a política, no Construtivismo, o ideário
marxista e revolucionário bolchevique era inerente aos ideais do movimento, seus
participantes mais atuantes eram abertamente revolucionários inclinados aos pensamentos
marxistas. Naturalmente, é importante ressaltar a pluralidade do movimento, abrangendo
diversos campos, não só das artes plásticas e arquitetura, mas também na literatura e nas
artes cênicas. Dessa forma, é plausível colocar que a influência do movimento construtivista
esteve presente vigorosamente na obra de diversos artistas, muito ligadas à política, à
sociedade e à cultura pan-eslava, no período da Revolução de Outubro de 1917.

Considerando que o movimento aglutinou grandes intelectuais da época em torno da


proposta de uma arte que fosse facilmente acessada por toda a população, e uma
arquitetura que não partisse de um projeto de um edifício, mas de um projeto de nação do
futuro, não só na experimentação visual estética momentânea, mas em toda a URSS,
partindo desde a proposta de uma arquitetura experimental à vivência social, considerando
elementos do princípio político de comunidade que se desenvolvia naquele período, houve
uma percepção de liberdade arquitetônica ainda desconhecida até aquele momento.

É imprescindível à pesquisa analisar a relação do movimento com as atividades


humanas no espaço e na história, além da noção da arquitetura como “condensador social”,
como foi apresentado pela Associação de Arquitetos Contemporâneos (OSA) na revista russa
Arquitetura Contemporânea (SA), em 1931. Além disso, é de imensa importância para o
trabalho investigar as intenções políticas aplicadas à arquitetura, em um primeiro momento,
com os movimentos de oposição da concepção conformista de monumentos, a negação e a
exaltação da personalidade singular em nome da coletividade, tentando se valer de uma
expressão de arte socialista e suas inúmeras utopias a serem pontuadas e investigadas com
todo seu valor teórico e conceitual.

As análises sobre as ressonâncias construtivistas no Brasil, partem, sobretudo, dos


diálogos formais, inicialmente na obra de Niemayer, aqui buscando tratar suas aproximações
formais com elementos da obra de Leonidov, onde se vale analisar os projetos para o
complexo do Ibirapuera, e do palácio da cultura proposto por Leonidov.

Na obra de Artigas, ainda que não exista relação direta entre Artigas e o
construtivismo soviético. Isso porque as correntes construtivistas foram fortemente
reprimidas na URSS a partir do fim dos anos 1920, e sobretudo em 1932, com a
homogeneização do poder de Stalin e a unificação das associações de artistas em torno de
uma só entidade aprovada pelo Partido. A partir de então, a arte soviética, em seus
diferentes gêneros, resume-se ao realismo socialista. Artigas viaja para a URSS em 1953,
quando entra em contato com a produção do realismo socialista. Isso lhe teria trazido um
momento de ceticismo quanto a suas opções políticas. Considerando essa fase de "dúvida",
e depois de já ter atacado as correntes concretistas de Max Bill e sua influência no Brasil,
Artigas dialoga com as vanguardas positivas do começo do século.

Considerando a obra de Lina Bardi, a pesquisa se direciona para aproximações


formais e conceituais, entre a ideia de condensadores sociais, como na proximidade formal
no projeto do SESC fábrica pompéia, a forma ali proposta, de cilindro e torre, elementos que
estiveram a todo momento ligado aos construtivistas, e a própria ideia de expor o material.
Bem como conceitos próximos utilizados no construtivismo de vãos abertos para
apropriação da cidade, como utilizado no projeto do MASP.

Paulo Mendes da Rocha, diferentemente dos anteriores, escreveu sobre os russos e


participou de eventos onde falou principalmente de El Lissitzky, Artigas chega a mencionar
em aulas, que foram transcritas e em alguns textos. Mendes da Rocha, tem em sua obra,
aproximações formais e conceituais com elementos construtivos, principalmente se
observamos sua aproximação com os aspectos estruturais, do uso de tirantes e cilindros, ao
material exposto em sua forma bruta.

Logo, fez-se interessante a produção de uma pesquisa que busca investigar o diálogo
entre os movimentos, criando uma ponte de discussão sobre tais ressonâncias. As propostas
inovadoras ocorridas no campo da estética e técnica arquitetônica, sua compreensão,
experimentação de materiais, percepção do processo de transformação e produção,
utilização de vanguarda de concreto, vidro e aço, e também o método construtivo. Ligado à
sociedade industrialmente atrasada, que buscava meios para modernizar-se, é concebível
descrever, de forma objetiva, que o foco pretendido é entender a dimensão da arquitetura
Brasileira. Propor um debate através de uma pesquisa sobre movimentos ocorridos no Brasil,
visando uma discussão entre o construtivismo e suas ressonâncias na arquitetura Brasileira.

2 PROBLEMA DE PESQUISA

Com base na análise e investigação sobre o movimento construtivista, é possível


definir os diálogos que poderiam surgir através de ressonâncias históricas existentes entre o
Construtivismo russo e a arquitetura brasileira da segunda metade do século XX,
considerando suas experimentações, técnicas e produções. E, com essa análise, é possível
apontar com o intuito de contribuir para a historiografia da arquitetura brasileira, diálogos
ocorridos entre a vanguarda russa e a arquitetura brasileira.

3 Justificativa/relevância

É possível justificar a escolha do tema pela importância do Movimento Construtivista


para a arquitetura moderna, vindo a influenciar arquitetos e artistas de todo o mundo,
considerando que, no presente trabalho, trata-se da influência que se fez no Movimento
Neoconcreto, considerando o que foi dito por FER (1998), em 1920, para muitos artistas de
esquerda, o único ou mais significativo ponto de referência não era mais a vanguarda
parisiense, mas as conotações revolucionárias da construção, sendo a U.R.S.S. um novo
símbolo de cultura avançada. Como o processo de industrialização dos países soviéticos foi
tardio, o período pós revolução de outubro mostra uma grande obsessão pelo avanço
industrial, que veio a impulsionar e justificar a produção da arte construtivista. Da mesma
forma, ocorreu no Brasil, o processo de industrialização foi tardio e a procura por uma
identidade nacional dos teóricos do Movimento Neoconcreto embasaram-se em ideias
ocorridas no início do século XX, entre elas, as ideias propostas pelos construtivistas.

Assim sendo, é fundamental levar em conta isso. Segundo LODDER (1988), a época
do coletivismo industrial estava aberta à possibilidade de usar conscientemente a tecnologia
para criar e construir a vida social. Assim, os construtivistas ligavam a tecnologia à época
revolucionária, as leis da produção industrial converteram-se nas formas de toda a atividade
social, incluindo a arte. A arquitetura, frente a este cenário artístico, adere ao mesmo
princípio, qual seja, citando DE FEO (1979), “o campo mais amplo da experiência
construtivista e seu meio difusor foi a arquitetura”, tornando-se possível compreender a
importância deste período para a arquitetura moderna mundial. Considerando o Movimento
Neoconcreto, seu principal meio difusor foram as artes plásticas, em especial, as esculturas,
mas, da mesma forma, foram ligadas à produção industrial.
A pequena quantidade de estudos sobre tais ligações, entendendo e analisando a
dimensão do movimento construtivista ligado à arquitetura, é essencial para esse trabalho
gerar material em língua portuguesa sobre o tema, e sua riqueza histórica e levar a
apontamentos e ligações com a arquitetura brasileira, onde se busca entender e investigar o
impacto da produção arquitetônica construtivista no início do século XX na produção
arquitetônica que se deu no Brasil na segunda metade do mesmo século. A análise dos
métodos de produção construtivista encontra-se em uma dimensão muito ampla e
complexa. Todavia, a busca por trazer luz às ideias desses arquitetos, desenvolvidas há
pouco mais de cem anos, torna esse trabalho um desafio, com possibilidades muito vastas
para enriquecer a produção acadêmica Brasileira sobre arquitetura estrangeira.

Nesse sentido, estudar a produção arquitetônica, e a experimentação de materiais,


apresenta-se de forma congruente para a investigação e a análise da produção em ambos os
momentos. E para a compreensão da ligação de ambos, a fim de comprovar o diálogo
existente entre eles através de uma ressonância histórica. Não somente pela riqueza da
produção, que viria a influenciar fortemente a arquitetura no século XX, mas também pelos
programas de docência em arquitetura, onde ocorrem sistematicamente em diversos
programas, em inúmeras universidades brasileiras, é conveniente não somente o ensino da
história da arte, mas também trabalhos que envolvem a produção de esculturas, produções
pictóricas e têxteis como ocorrido nas escolas de vanguarda de arquitetura do início do
século XX.

A procura pela aplicação dos princípios construtivistas no campo do design e


arquitetura, através da experimentação de materiais por meio do designer de esculturas,
demonstra o traço que a arquitetura moderna viria a tomar.

A posição de vanguarda de alguns arquitetos e artistas plásticos tornou possível esse


processo de experimentação de materiais e, na forma desta experimentação, fez-se possível
a expressão de suas ideias políticas e preocupações sociais, criando processos estéticos que
viriam a influenciar a arquitetura dos anos 20 até a atualidade. Logo, torna-se relevante
destacar a importância do estudo do trabalho e a busca por um diálogo entre as obras
produzidas na União Soviética e nas produções realizadas no Brasil. Dessa forma, partindo
desse posto, é essencial estudar, investigar o trabalho de arquitetos construtivistas para
fortalecer a discussão que se busca e dar lastro ao diálogo entre obras de arquitetos
brasileiros.

Promover um diálogo nessa ponte entre arquitetura de vanguarda e arquitetura


moderna, entre Brasil e Rússia, e na temporalidade dos movimentos ocorridos com décadas
de diferença. Com base nessa investigação, visa-se traçar um enquadramento internacional
do construtivismo, e analisar a produção e seus elementos técnicos e estéticos, ligações
políticas e sociais, procurando perceber as dimensões da arquitetura através da
experimentação de formas e materiais que se deu pela produção da epoca, abordando seus
projetos e compreendendo seus conceitos, em busca de um entendimento do movimento e
seu lastro de ideias pelo mundo, em particular, no contexto político-revolucionário e como
esse contexto continuou a movimentar ideais na segunda metade do século XX através da
produção ocorrida no Brasil.

Assim, faz-se pertinente propor esse estudo, não somente para contribuir com os
conhecimentos de historiografia da arquitetura moderna e sua crítica, mas para demonstrar
as ligações ocorridas entre diversos movimentos de vanguarda. Assim buscando contribuir,
sobretudo, com o enriquecimento da pesquisa acerca da história da arquitetura brasileira,
aqui, de forma objetiva na investigação das ressonâncias e diálogos que ocorreram na
segunda metade do século XX na arquitetura brasileira, partindo de movimentos de
vanguarda pouco estudados, ocorridos no período entre guerras.

4 OBJETIVOS
“Sem forma revolucionária não há arte revolucionária” Vladimir Mayakovsky em "As
metamorfoses de Oswald de Andrade" (ANDRADE, 1972 p.62)

4.1 OBJETIVO GERAL


Este trabalho aspira, em primeiro plano, a intenção de investigar a influência do
Construtivismo russo no Movimento Neoconcreto, a fim de elucidar e demonstrar o impacto
das ideias difundidas pelo Construtivismo no cenário brasileiro na busca por uma arte
nacional pós-guerra, estabelecendo, dessa forma, um diálogo entre os movimentos para
registrar seu impacto na arquitetura moderna brasileira.

Discutir as possíveis ligações históricas, através da ressonância entre o movimento


construtivista, e a arquitetura brasileira, a fim de elucidar e demonstrar o impacto através do
tempo de diálogos entre arquitetos, que mesmo vivendo em épocas diferentes, por ligações
através de semelhanças de visões de mundo movidas por ideários políticos, com base em
ideias difundidas no século XIX, ideias que ecoam até a atualidade, e sua ressonância através
do tempo, liga indivíduos que compartilham de uma mesma visão de mundo, no caso, em
estrito, quanto aos arquitetos em específico, se permitiram projetar sociedades.

4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

1. Identificar o lastro ideológico que houve entre o Construtivismo russo e


movimentos ocorridos no Brasil no século XX, a fim de contribuir academicamente
para a difusão do impacto dos movimentos de vanguarda na arquitetura, na
perspectiva de docência em teoria e história da arquitetura.

2. Investigar a dimensão da ressonância da arquitetura de vanguarda e suas


experimentações de materiais, e técnicas, na arquitetura moderna brasileira.

3. Estabelecer pontes entre o ensino de arquitetura nas escolas de vanguarda e a


dinâmica de experimentar geometrias e materiais na forma de escultura.

4. Analisar e documentar projetos publicados nas revistas de vanguarda na URSS na


década de 20, ainda não transcritos para a língua portuguesa, a fim de contribuir
para a análise de suas ressonâncias históricas na arquitetura brasileira.
5 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A rápida expansão dos processos de industrialização no século XIX tiveram, em parte,


como objetivo, propagar a ideia de progresso pelo mundo e de avanço tecnológico social
para a comunidade, em especial, a sociedade europeia. Amplamente ligado ao
desenvolvimentismo, os processos ocorridos, em especial na Inglaterra, transformaram as
perspectivas sociais, ligando o indivíduo ao processo industrial.

Logo, surgiram grupos contrários à industrialização e suas formas de exploração do


indivíduo. Mas, pode-se observar que o processo de industrialização foi a oposição ao
progresso técnico, inclusive por intelectuais, como William Morris e Baudelaire. O processo
de modernidade da sociedade europeia absorveu o método rapidamente, acompanhando a
Revolução Industrial, que possibilitou a fácil manufatura de objetos do cotidiano, visão essa
que permeariam na replicação e padronagens observadas nos movimentos de vanguarda.

A sociedade, diante da Revolução Industrial e de seus processos que mudavam


drasticamente o cotidiano do corpo social, que há poucos anos era puramente rural e
artesanal, levou a um questionamento progressista desse novo contexto social.

Desse modo, pode-se contextualizar o surgimento das ideias construtivistas


amplamente ligadas ao contexto social e à industrialização e a busca por processos que
contemplassem facilmente as camadas mais amplas da sociedade. O Construtivismo, em
seus escritos, buscou a modernização de um território que fora considerado feudal até a
queda do regime czarista. Como foi dito por Lissitzky(1922), “uma arte Construtivista não é a
que decora mas a que organiza a vida.” Demonstrou-se forte preocupação do movimento em
mudar o contexto social, tido como atrasado até aquele momento, atrasado principalmente
por promover a arte e a arquitetura para camadas sociais mais abastadas, e o avanço à
modernidade somente existiria junto à toda a sociedade.

Em meados do século XX, no período entre guerras, até o contexto do pós guerra
entre o movimento de maio de 69, surge e alastra-se o que se considera,
historiograficamente, principalmente em História e teoria da Arte, o que passa a ser
denominado como arte moderna, principalmente ligado aos processos de modernização da
sociedade.
Então, sendo este período marcado por manifestações, considerou-se que quase
todos os movimentos redigiram um manifesto ao qual se propuseram a seguir devido a um
objeto proposto e à necessidade da busca pela individualidade. Em muitos dos casos, os
manifestos basearam-se em críticas aos movimentos apegados a ideias anteriores. Dessa
forma, como antítese de propostas anteriores, consideraram-se como revolucionários,
originando uma forma de arte politizada, uma proposta de arte revolucionária, onde existe
uma ação e um pensamento politizado. Há de se ressaltar o Cubismo nesse momento em
que se inicia o século XX, onde a arte é produzida por definição, embasada sob o conceito do
que o artista pensa e percebe da sociedade, abdicando da expressão pura e simples da
experimentação objetivamente visual ou, até mesmo, em detrimento dos sentidos e
direcionando-se pelo racionalismo.

No caso do cubismo a arte produzida é definida por aquilo que o


artista pensa e não aquilo que ele vê, isto implica então a questão de
um certo afastamento do referente ainda que seja possível identificar
alguns elementos nas obras, como por exemplo na obra de Pablo
Picasso “Les Demoiselles d’Avignon” de 1907 em que podemos
facilmente identificar 5 figuras femininas, este movimento defende
que a representação não é um espetáculo para os olhos do
observador mas sim para o seu intelecto. (MATHEUS, C. 2018)

Uma consideração que se faz pertinente, na primeira metade do século XX a questão


que se punha no meio artístico, não somente se manifestava pela pura representação visual,
mas a arte se viu no contexto de guerras e revoluções, logo se entende a fundamental
contribuição do construtivismo russo como movimento proliferador de propaganda,
tornando então a arte uma arma política amplamente explorada, assim levando o campo de
batalha diretamente a mente da população.

A questão aqui tratada, com enfoque no objeto de pesquisa, que se dá no


movimento construtivista e aqui demonstrada, considera que os nomes mais ligados ao
movimento iniciaram suas obras sob um contexto e ideário populista, com o claro objetivo
de difundir ideias através do impacto causado pela arte e arquitetura.
A própria busca por uma identidade nacional movimenta a ideia de propaganda
alimentada pela arte e nota-se isso ocorrer nos movimentos que se sucederam e foram
influenciados pelo Construtivismo. Daí a proposta de investigação de ressonâncias do
movimento de vanguarda russo na arquitetura Brasileira.

Gan pública em 1922 “O Construtivismo” afirmando que os


construtivistas baseiam-se no materialismo histórico e dialético para
refundar as regras da arte e os modos de operar a cidade, propondo
que invenção e objetividade fossem determinantes para a prática
projetual nos diversos campos artísticos. Esta forma de enfrentar a
cidade será um marco diretor na condução dos trabalhos dos artistas
revolucionários russos e diretriz central no plano de propaganda
monumental implantado por Lênin. (CORAZÓN. A, 1972)

Parafraseando Lênin: "Em sua luta pelo poder, o proletariado não tem outra arma
senão a própria organização" (FELIZARDO 2008. p. 77), sendo um chamado que demonstra a
intenção construtivista como vanguarda e como movimento ligado à causa social em dar
poder à população na forma de experimentação das artes, até então limitadas à elite, e a
busca pela organização da sociedade, não somente no contexto da Revolução de Outubro,
como também na consolidação do Estado, ocorrida pelo esforço construtivista em proliferar
suas ideias pela sociedade.

A utilização de uma linguagem alternativa, baseada em símbolos,


para comunicar uma ideologia, torna sua compreensão e
abrangência maior e mais fácil; isso ocorre porque símbolos e figuras
ajudam na reverberação de uma mensagem, além de tornar a
mesma compreensível para uma parcela maior da população (HALL.
2012).

Ressalta-se que a utilização dos símbolos dentro da ideologia política


está associada à teoria de conquista e controle das massas,
embasada na concepção de meios de estruturação em prol da ordem
e da integração social. Imagens, símbolos são ideais quando se trata
de comunicar uma ideia ou ideologia de forma rápida e eficaz. Sua
utilização cria uma identidade visual sólida e que desvela o caráter e
conceito da mensagem (HALL, 2012).

Com o advento da Revolução Russa, os líderes revolucionários viram


a necessidade de criar uma identidade visual que representasse a
revolução e seus ideais. Dos signos adotados, os mais importantes e
que se tornaram sinônimos universais do socialismo foram a foice
juntamente com o martelo. Ambos, representam a união da classe
operária junto aos camponeses em prol de um objetivo comum:
melhores condições sociais e a propagação do comunismo. Os traços
minimalistas permitem uma fácil identificação das formas, garantem
uma facilidade em reproduzir tais figuras, além de vinculá-las ao
trabalho operário/camponês (HELLER, 2008).

Com um conceito atrelado à ideologia da Revolução Russa e uma


bandeira de cor marcante, os comunistas russos conseguiram
espalhar seus ideais e a imagem da revolução por todo o globo. O
impacto e a aceitação da cor vermelha e dos símbolos (foice, martelo
e estrela) adotados como ícones do comunismo perduram, sendo
eles os representantes gráficos que identificam os ideais comunistas
a nível global (HELLER, 2008).

Os artistas desse movimento abdicaram a concepção artística


meramente contemplativa, buscando formas de expressões artísticas
que pudessem transformar a arte estabelecendo um novo paradigma
de arte com sensibilidade, crítica e participação, que ajudava no
desenvolvimento da nova arte Construtivista, a qual recebia grandes
influências do modernismo europeu, como explica Salles: “A
chamada vanguarda russa tinha como objetivo primordial a busca
pelas estruturas formativas do olhar, olhar esse que não vê o mundo
mas, antes o define, o conforma, o estabelece enquanto realidade“
(SALLES, 2001)

A vanguarda arquitetônica desenvolvida na Rússia, o Construtivismo, é a única que se


insere numa tensão e depois numa realidade revolucionária concreta e, deste modo, coloca
explicitamente a função social da arte como uma questão política. Esta vanguarda é não só
artística como também ideológica e a favor da revolução. A relação da arte com uma
ideologia influenciará todo o mundo artístico, começando a aparecer programas políticos
das diversas ideologias que oferecem também um programa artístico ou, em alguns dos
casos, uma censura artística.

Curtis (2001) descreve o momento e o que se passa nesse contexto de elaboração


artística com materiais variados. Os construtivistas tinham a possibilidade de novas
estruturas que se desenvolveram por processos de experimentações diversas sobre
materiais e formas. Levantando assim a questão fenomenológica da arte que passa a existir
como diálogo do artista com o material e suas características.

Muitos construtivistas que se expressaram através de categorias


artísticas tradicionais acabaram por migrar para o universo do design
gráfico […] Optaram por uma produção visual de maior alcance
comunicacional devido ao caráter da reprodutibilidade e do impacto
persuasivo da mensagem visual, visando interferir diretamente na
mudança da mentalidade da população (CURTIS, 2001, p.35-36).

Para fundamentar o estudo, é essencial esclarecer sua proposta libertadora, como


era assim entendido naquele momento de fervor artístico em um mundo onde o sistema
colonial entrava em profundo colapso e as sociedades começaram a se movimentar sob a
perspectiva de ideias mais sociais.
Esta vanguarda é não só artística como também ideológica e a favor
da revolução. A relação da arte com uma ideologia irá influenciar
todo o mundo artístico começando a aparecer programas políticos
das diversas ideologias que oferecem também um programa
artístico, ou em alguns dos casos uma censura artística. (ARGAN,
1970)

Ficando claro nos textos de Argan, é essa característica que faz do Construtivismo um
movimento muito singular. Tal movimento teve início sob uma perspectiva revolucionária,
onde a revolução consolidou-se e o movimento concretizar de fato na sociedade
pós-revolução, podendo desenvolver suas ideias políticas da forma que propuseram. E, aqui,
desenvolver não significa executar, mas desenvolver e tratar intelectualmente suas
propostas.

Diferem na questão do Construtivismo ser uma arte ao serviço da


revolução pois possui um programa que inclui uma não política, vão
produzir obras com o intuito de servirem a revolução. (ARGAN, 1970)

Sendo assim, o Construtivismo mostra-se uma vanguarda artística amplamente ligada


à política e ao contexto social em que o mundo se encontrava no pós-guerra e
pós-revolução, em meio a uma guerra civil e contradições dentro do próprio movimento.
Não obstante disso, o movimento seguiu contribuindo, principalmente, com a sua ideia
programática de uma arte amplamente acessível à comunidade. “Mais que um sintoma,
mais que uma expressão de um homem pós revolucionário. É uma corajosa tentativa de dar
à arte uma importante função social. ” (FIGUEIREDO, 2017).

O monumento moderno deve refletir a vida social da cidade; além


disso, a própria cidade deve viver nele. Apenas o ritmo do
metrópole, fábricas e máquinas, apenas a organização das massas
pode promover a nova arte; portanto, as obras Os plásticos da
revolução devem brotar do espírito do coletivismo (Tatlin, apud De
FEO, 1979)

Tatlin veio a dizer em meados de 1920 que “Não o antigo, não o novo, mas o
necessário.” Dessa forma, ele deixa claro que o movimento não quer manter tradições
culturais, nem mesmo forçar uma nova ideia estilística como ocorrido em outros
movimentos anteriores, mas o que ele propõe é que o movimento insira-se em todas as
camadas e que tente transformar toda a sociedade.

As formas abstratas, as geometrias suprematistas das cores puro em


círculos, quadrados, retângulos, figurações cheias de carga literária
futurista, invadir as praças e ruas de Moscou, Vitebsk, Leningrado;
cobrir trens, veículos públicos, navios; Em todos os lugares há
suportes, pódios para alto-falantes, stands de propaganda política,
pavilhões; capa vermelha monumentos e até edifícios de estilo
burguês; a objetos do cotidiano, caixas, pratos, copos, etc., são
decorados com combinações de cores vivas, legendas e imagens
revolucionário. (DE FEO, 1979: 24)

A arte é conceituada levando em consideração a necessidade programática da


proposta, observando, então, seu proponente às necessidades e interesses do seu público.
Considerando isso, não poderia existir uma forma de arte que fosse comum ou universal,
tendo em conta as diversas diferenças das classes e suas prioridades.

Logo, a proposta artística sempre dependerá do momento em que surge e existe. No


caso deste estudo, considerando a sociedade russa dos anos 20, é o proletariado de uma
nação que emergia de uma revolução. Então, mais uma vez nesse cenário construtivista,
houve algo que fora singular ao movimento: a arte não se propôs a uma encomenda social,
mas à arte construtivista. E, aqui, esta é tratada nos mais diversos campos possíveis de
manifestação artística e técnica. Então a arte faz-se na forma de uma busca de
transformação de mentalidade, na busca por reflexões do programa de governo que ali era
proposto para a sociedade, a fim de consolidar o Estado sob uma propaganda movida pela
arte construtivista.

Considerando que poucos fora do contexto revolucionário estavam cativados de fato


nas ideias sociais do movimento russo, o interesse estava ligado à forma artística do
movimento, suas propostas estéticas e experimentações, tanto na arquitetura como nas
esculturas.

O monumento moderno deve refletir a vida social da cidade; além


disso, a própria cidade deve viver nele. Apenas o ritmo da metrópole,
fábricas e máquinas, apenas a organização das massas pode
promover a nova arte; portanto, as obras Os plásticos da revolução
devem brotar do espírito do coletivismo. ( LODDER. C, 1988, p.57)

[...]Na Europa ocorreu intenso interesse pela divulgação das idéias e


projetos construtivistas e, artistas como Mayakóvsky, Archipenko,
Puni, Gabo, Lissítski, Kandinsky estreitam contatos com o grupo De
Stijl, da Bauhaus e do politizado grupo DADÁ berlinense. Em 1922,
todo este cruzamento vai resultar em um congresso na cidade de
Düsseldorf intitulado “A arte como construção da vida”. Todo um
trabalho foi se desenvolvendo em distintos campos fazendo aparecer
um verdadeiro ativismo em torno da arte e da arquitetura. Embora
este período entre guerras tenha sido decisivo para a construção de
um ideário moderno no desenho das cidades, tanto os princípios de
uma estética urbana postulada por Camilo Sitte quanto à proposição
de uma arte e arquitetura relacional dos Construtivistas foram sendo
refutados. Como primeiro fator, destacamos a ascensão de Hitler na
Alemanha e Stalin na Rússia, interrompendo o efervescente processo
de debate e construção de uma estética urbana com referência nos
postulados das vanguardas, substituindo por uma arte pública de
espaço político altamente conservador. Como segundo, apontamos a
hegemonia gradual do racionalismo positivista, tanto à arquitetura
como o urbanismo que assumem o ideário funcionalista promovendo
um desmonte da proposição de um desenho integral de cidade como
“Arte Pública”. Deslocada pelos novos conceitos e paradigmas da
urbanística e arquitetura moderna, o conceito de estética urbana foi
substituído pelo de função urbana. A partir do urbanismo
funcionalista, a escultura integrada na arquitetura, os monumentos
públicos e a arte da jardinaria passaram a ser considerado obsoleto e
puro ornamento desnecessário. A arquitetura racionalista passa a
protagonizar a síntese de todas as artes, ou melhor, a ausência de
todas as artes. (FLORIANO,C.. 2011)

3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Considerando a temática de estudo e sua ambição em investigar movimentos que


ocorreram há um século, o método que será aplicado, principalmente, e o referencial teórico
e pesquisa histórica, focar-se-á na análise de trabalhos voltados para a mesma temática. A
pesquisa e investigação bibliográfica têm, por intuito, aglutinar o conhecimento disposto em
publicações e trabalhos acadêmicos, bem como na literatura crítica e historiográfica à
análise dos autores sobre os movimentos de vanguarda artística bem como suas críticas e
análises relacionadas aos movimentos.

Em busca de referenciais teóricos para dar lastro ao argumento e a historiografia, a


pesquisa será baseada na consulta a livros, teses, dissertações e artigos. Considerando:

● Análise e investigação sobre o pensamento europeu no século XIX


● Análise e investigação sobre ressonâncias e diálogos entre ambos os
movimentos.

● Levantamento da produção artística e arquitetônica que fundamentam e


demonstram ligação entre os movimentos.

● Levantamento dos escritos e publicações relativa arquitetura o Construtivismo.

● Levantamento de publicações e transcrições de aulas e conferencias de


arquitetos brasileiros acerca do movimento construtivista.

● Análise e investigação do impacto e observância nas questões sociais e políticas


dos movimentos.

● Investigação para demonstração dos elementos técnicos e experimentais que


possam ter ressoado através dos movimentos.

6 RESULTADOS ESPERADOS

O resultado não somente é o que tange todo o espirito que rodeia e motiva a
pesquisa, é também o que movimenta a vida acadêmica na busca para contribuir de alguma
forma para uma sociedade melhor. Esse trabalho tem como objetivo contribuir para a
compreensão dos movimentos de vanguarda arquitetônica em todo seu espectro
historiográfico dentro da arquitetura do século XX, na intenção de que o estudo possa
colaborar para a ampliação do estudo do Construtivismo em língua portuguesa,
considerando sua importância para o desenvolvimento de técnicas, e sua valorização do
contexto social e da experimentação de formas e materiais. Logo, o resultado que se espera
é a ampliação dos estudos e conhecimentos sobre o Construtivismo russo no Brasil. Bem
como é esperado que a pesquisa venha a contribuir com os estudos da própria história do
brasil, considerando que serão tratadas questões que demonstram comportamentos
similares entre nações, mesmo que em partes opostas do globo. Considera-se fundamental
que o trabalho disponha-se a levantar debates sobre o comportamento dos movimentos de
vanguarda e também contribuir para a ampliação do debate sobre suas influências e
consequências no comportamento da arquitetura do século XX. A pesquisa também espera,
como resultado, uma ampliação do estudo e registro historiográfico da arquitetura e artes
de vanguarda. Por fim, é uma ambição deste trabalho a demonstração da importância da
arquitetura no cotidiano das pessoas no século XX, considerando seu uso como instrumento
de difusão de ideias.

5 PREVISÃO DE SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO AO CONTEXTO SOCIAL E POLÍTICO


1.1 Apontamentos Históricos
1.2 O Pensamento Social europeu do final do século XIX
1.3 O Estado como manifestação da Ideia ou produto do homem
1.4 “Böse Menschen haben keine Lieder.” - Wie kommt es, dass die Russen Lieder
haben? “Homens maus não têm canções. ” Como os russos podem ter canções?
1.5 Catalisadores do século XX

2 A ARQUITETURA DE VANGUARDA CONSTRUTIVISTA


2.1. Arquitetos revolucionários para uma arquitetura revolucionária
3.2. O Construtivismo na Sociedade Soviética e suas difusões
4.1. Projetando a sociedade do futuro
4.2. Experimentações; Formas, técnicas e sociais.
4 O CONSTRUTIVISMO RUSSO E A ARQUITETURA BRASILEIRA.
4.1 Ressonâncias e impactos.
4.2 Diálogos formais e proximidades conceituais.
4.3 Niemeyer.
4.4 Artigas.
4.5 Lina Bardi.
4.6 Paulo Mendes da Rocha
5 Considerações Finais

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