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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA

INSTITUTO DE LETRAS E LINGUÍSTICA

Prof.: Eliana Dias e Paula Arbex Data: 12/04/2021


Disciplina: Estágio supervisionado de L.P. Turma: J e K
Aluna: Gabriela Lima de Oliveira Matrícula: 11711LET203

Resumo “A produção textual nas aulas de Língua Portuguesa”


MESQUITA, E.; DIAS, E. A produção textual nas aulas de Língua Portuguesa. Anais do
Sielp, v. 1, n. 1. Uberlândia: Edufu. 2011. p. 295-303.

Este é um texto escrito como Eliana Dias e Elisete Mesquita – professoras adjuntas na
UFU – em 2011, para o primeiro volume dos Anais do Sielp. O texto, inicia ressaltando a
importância da escrita no dia a dia e, também, a necessidade de uma mudança nas práticas de
ensino dessa escrita e como essa mudança deve ser realizada.
A escrita tem uma importância para a identificação de si mesmo, do outro e do mundo;
sendo assim, essa habilidade deve ser trabalhada de forma que o aluno possa produzir um texto
e, não apenas, escrever uma redação. Visando essa habilidade, a produção deve ser realizada na
prática, uma vez que a escrita é um processo que sempre terá como variantes: o que se quer
dizer, a forma que se quer dizer e para quê se quer dizer.
Para uma maior contextualização, o texto é divido entre seções, sendo a primeira sobre
algumas considerações gerais acerca da produção textual. Afirma-se que, apesar de os PCN
serem criados na década de 1990, os alunos escrevem sem uma função comunicativa/social. É
comum que os alunos se questionem o por quê de escreverem, sem encontrar uma resposta o
que contribuir para que os alunos não tenham sucesso em suas produções.
Entende-se que, para contornar essa falha é necessário que, de acordo com os PCN,
ofereça-se aos alunos a oportunidade de escreverem de acordo com os usos reais da língua. O
trabalhos com os gêneros discursivos é o que trará ao professor a oportunidade de expandir a
produção textual para além da sala de aula. Além disso, é preciso lembrar aos docentes que
existem formas de se produzir textos orais e escritos que vão além da redação escolar, e que são
utilizados pelos alunos em suas vidas reais. Esse ensino possibilitará uma maior participação
social dos alunos.
Nesse sentido, acredita-se que os professores devam, então, apresentar uma maior
variedade de textos aos alunos para que, a partir de então, seja possível destrinchar as
características dos diferentes gêneros e os esquemas textuais possam ser recordados com
facilidade pelos alunos. Em adição, é interessante mostrar ao aluno que a aprendizagem do
gênero se dá, também, pela escrita e reescrita, e o texto pronto apenas se dá após sucessivas
versões de si mesmo.
A seção subsequentes refere-se à produção textual nas aulas de língua portuguesa no
Brasil, em prática. As autoras atentam-se ao fato de que já há muitas produções no Brasil acerca
da escrita dos alunos em diferentes contextos e níveis de ensino o que auxiliou em uma
generalidade acerca dessa atividade: a produção textual ainda traz problemas, e problemas
grandes, a serem solucionados pelos professores.
Os PCN estipulam a não normatização do ensino de Língua Materna, afinal, para um
trabalho com a língua natural do falante deve objetivar a transição fluída nas esferas de uso
dessa língua. Portanto os professores precisam, urgentemente, passar a pautar seu ensino no
trabalho com os gêneros discursivos; isso significa, essencialmente, que todos os gêneros que
circulam na sociedade devem ser vistos em sala de aula, e o professor deve os conhecer de
forma eficiente para traçar seu caminho de ensino.
A produção textual é, sem dúvidas, merecedora de grande atenção e, para que realmente
seja um momento produtivo em sala o professor deve conduzir suas lições de forma que o aluno
saiba que também possui o que falar e para quem falar.
Nas aulas observadas pelas professoras, foi constatado que a professora do ensino básico
buscava, justamente, desenvolver a habilidade do aluno para transitar entre os gêneros e esferas
sociais. De forma prática, ela informava os alunos acerca do tema escolhido para o dia e
destrinchava as características do gênero proposto, falando sobre as maneiras formais do gênero
para sua confecção e, só após, solicitava a escrita. Contudo, ao final das aulas, o aluno tinha
apenas um texto produzido em seu caderno que, normalmente, ficava sem interlocutor pois a
professora não oferecia um feedback acerca do que fora escrito. Essa situação leva a questão de
como esse texto poderia, produtivamente, auxiliar no desenvolvimento da habilidade escrita
dos alunos?
A falta de objetividade, atrelada à ausência de uma sequência didática teórica quantos
aos gêneros não traz uma exploração real acerca da produção textual dos alunos e a atividade
se torna mecânica e padronizada, resultando em um despreparo dos alunos para a escrita.
Após essas observações acerca das aulas, as professoras iniciam uma seção denominada
Por uma abordagem interacionista sociodiscursiva da escrita, em que afirmam que apesar de
o texto ter grande espaço em sala de aula, ainda há um grande fracasso do indivíduo como
usuário da língua. E esse fracasso ao conceber um texto é resultado, provavelmente, do modo
como o professor aborda a escrita. Para uma abordagem mais específica, as autoras trazem,
então, um quadro baseado em Dolz e Schneuwly (2004) com uma sequência didática que
poderia, positivamente, levar o aluno a obter maior sucesso em suas tarefas. A sequência
consiste na apresentação de uma situação, que geraria uma produção inicial, composta por
diversos módulos, e resultaria na produção final; esta estaria atrelada em sequência com a
produção inicial, sendo uma constantemente ligada à última.
Os módulos, no esquema, seriam resultados das atividades do professor ao analisar a
produção inicial, tais atividades melhorariam o texto inicial do aluno, levando-o a considerar
os pontos de melhoria em sua escrita, visando a um texto final mais coeso e coerente. É, por
meio dessa produção final, que o professor poderá comparar e ligar à produção inicial e verificar
o avanço do aluno durante o processo da sequência didática.
A sequência apresentada, contudo, não apresenta um passo a passo pois, justamente,
crê-se que o sucesso será obtido apenas com o professor avaliando as necessidades de cada
aluno e, então, realizando suas atividades baseadas nesse conhecimento, e no objetivo de – de
acordo com os PCN – formar escritores competentes.
Observa-se, contudo, que a prática da sequência didática, bem como a reescrita tão
importante nessa sequência, não é uma prática cotidiana em salas de aula de produção textual,
e não é vista como um processo e sim como uma solicitação – quando há – muito vaga e
superficial, de forma negativa para que o aluno apenas possa ser marcado em seus erros (
geralmente de concordância ou gramaticais) sem que o aluno realmente reflita sobre sua escrita
e sua própria evolução.
Em conclusão, as autoras consideram os pressupostos teóricos adotados em adição às
observações das aulas e afirmam que o ensino de produção textual ainda deixa muito a desejar,
mesmo que os documentos oficiais, em teoria, avancem cada vez mais em suas versões, não
têm tido resultados práticos. É possível afirmar que as aulas de produção textual não possuem
tanto destaque quanto deveria

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