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Motricidade e seus distúrbios

1- O sistema nervoso é bem complexo e, por isso, exige conhecimentos bem pontuais e
específicos para a compreensão da motricidade humana, assim como dos distúrbios
que a afetam. Dessa forma, disserte sobre a aprendizagem e o aperfeiçoamento motor,
considerando, de maneira global, os componentes neurológicos participantes desse
processo fisiológico e apontando os possíveis prejuízos motores a serem observados
em situações que fogem da normalidade.
Resposta:
Teoricamente aprendizagem é o processo de aquisição de habilidades e
conhecimentos obtido por meio da experiência que causa uma mudança de
comportamento, numa relação de estímulo e resposta, e são as sinapses, isto é, as
conexões entre os neurônios é que facilitam essa aprendizagem. Para que haja
aprendizado motor, é necessário a repetição de um estímulo, até que ele forme um
registro que será armazenado e evocado quando solicitado, e então, esse reflexo se
torna um movimento voluntário.
Por ser o mesencéfalo, o primeiro encéfalo a ser formado, ele é a porção mais primitiva
do ser humano. Dentre suas principais funções está o controle do tônus, sendo
responsável, também, pelos movimentos reflexos, involuntários, que darão condições
favoráveis a uma nova aquisição, ou aprendizado.
Quando ocorre uma lesão neurológica, ocorre um desequilíbrio no controle motor,
fazendo com que os movimentos involuntários sobreponham os voluntários, pois
apesar do controle voluntário se perder, o padrão involuntário permanece por ser
primitivo, isto é, reflexo. Nesse panorama, nosso trabalho é, através de estimulação
com artifícios sensoriais, direcionar a plasticidade neuronal para as áreas que estão
preservadas, de forma que ela se aproxime ao máximo da normalidade, pois a
neuroplasticidade ocorrerá de qualquer maneira.
Numa reabilitação neuropsicológica de um paciente com lesão neurológica, é
necessário a repetição de um determinado estímulo, para que haja a mudança do
comportamento, pois será através dessa repetição que o aprendizado se dará. Cada
vez que a rede neural é ativada com a repetição, mais a aprendizagem vai se
fortalecendo. No caso de um adulto, quando ele tem uma lesão neurológica, como
AVC, por exemplo, mesmo que ele tenha uma hiperreflexia no braço, quanto mais
exigirmos dele, através de estímulos, o movimento voluntário, mais estaremos inibindo
a ação reflexa de ficar com o braço retraído. Como ele tem o registro armazenado do
braço esticado, ao evocarmos essa ação estamos fazendo a regulação do seu tônus
muscular. Porém, no caso de uma criança que já nasceu com uma lesão neurológica,
ela não tem o registro do padrão voluntário, apenas o reflexo. Então nosso trabalho é
criar esse registro através da repetição do estímulo direcionado. Não basta só pedir pra
ela fazer, pois ela nunca vivenciou isso. Temos que mostrar como se faz. Será através
do direcionamento dos estímulos dado que ocorrerá a neuroplasticidade, de forma a
tornar o paciente mais funcional possível.

2- Neste módulo estivemos observando várias condições neurológicas que determinam


algumas características bem específicas em agrupamentos. Esses agrupamentos
definem, de maneira geral, lesões corticais (piramidais e extra-piramidais), medulares,
cerebelares, de núcleos da base e periféricas, as quais trazem distúrbios motores bem
característicos e restritivos aos pacientes em questão. Com base nos conhecimentos
trabalhados, aponte características específicas de cada grupamento, exemplificando-
os.
Resposta:
SÍNDROME PIRAMIDAL: A manifestação no corpo é contralateral à lesão / hipertonia
elástica (espasticidade) / sinal de Babinsky / hiperreflexia / Como exemplo temos o
AVC e o TCE.
SÍNDROME EXTRA-PIRAMIDAL: A manifestação no corpo é SEMPRE homolateral /
hipertonia plástica (rigidez muscular) / hiporreflexia ou arreflexia (depende do grau de
rigidez) / Como exemplo temos a Doença de Parkinson.
SÍNDROME CEREBELAR: a manifestação no corpo é SEMPRE homolateral / distonia
ou hipotonia / disdiadococinesia e dismetria / o reflexo pode estar inalterado / Como
exemplo temos a Ataxia Cerebelar
SÍNDROME MEDULAR; A manifestação no corpo é SEMPRE homolateral / hipotonia
(choque medular e lesão abaixo de L3-cone medular e cauda equina) / espasticidade
(hiperreflexia medula) em lesões acima de L3 / hipoestesia ou anestesia abaixo da
lesão (regra geral) / Como exemplo temos o TRM.
SÍNDROME PERIFÉRICA: A manifestação no corpo é SEMPRE homolateral
(considerar inervação comprometida) / hipotonia /o reflexo pode estar inalterado /
Como exemplo temos Hérnia de Disco, Lesão de Nervo Específico, Lesão de Plexo
Braquial.

3- Com base no vídeo apresentado para execução deste trabalho final, disserte sobre o
papel do psicólogo no contexto funcional e indispensável ao processo de reabilitação
desse tipo de pacientes, assim como todos os outros pacientes com distúrbios motores
neurológicos exemplificados durante todo o módulo. Considere todo o contexto
psicossocial que envolve o paciente, assim como todo o seu entorno.
Resposta:
Primeiramente gostaria de destacar, para que fosse levado em consideração, que em
virtude de um pequeno déficit auditivo que eu tenho, não consegui entender bem o que
falavam. O vídeo também estava bem ruim e o áudio se confundia com a música de
fundo.
O vídeo nos mostra a rotina de um paciente com doença de Parkinson, que apesar de
ter prejuízos motores significativos, próprios das síndromes extra-piramidais, como o é
caso do Parkinson, tem sua cognição ainda preservada. Os cuidadores, por sua vez,
tem um descaso quanto a sua lucidez, não dando ouvidos ao que ele fala e tirando
totalmente o pouco de autonomia que, ainda, lhe resta quando ele está sendo banhado
e arrumado. Sequer lhe perguntam sobre a temperatura da água, qual roupa quer
vestir, dentre outras coisas. Pelo seu olhar, podemos perceber sua desesperança, sua
fragilidade e sua debilidade diante dessa situação. Ao olhar as fotos, podemos
observar com que tristeza ele para, fica com o olhar longínquo, certamente se
lembrando dos tempos em que era jovem, vigoroso, independente...sua memória ainda
está preservada!
Podemos ver através desse vídeo, que um paciente com um distúrbio neurológico
progressivo, se encontra num processo de declínio de suas funções. Pacientes com
alterações motoras sofrem alterações psicológicas, mesmo sem lesão. Como
neuropsicólogo, o nosso trabalho é de, através da junção dos sinais e sintomas com os
exames e a história clínica, identificar qual ou quais os perfis que esse paciente se
enquadrapara nortear nosso trabalho de intervenção e até onde podemos atuar. Como
psicólogos, devemos entender que diante de muitas limitações trazidas pela doença, o
paciente se frustra por ter sido de uma maneira e agora está debilitado. Temos que
aprender a lidar, também, com as nossas limitações, e não criar expectativas
impossíveis de serem realizadas. Entender que não devemos buscar uma cura ou
melhora quando não existe essa possibilidade pelo prognóstico da doença, mas buscar
uma melhor qualidade de vida e funcionalidade para esse paciente enquanto ele viver.
E temos que envolver a família e os cuidadores nesse processo, num modelo
multidisciplinar, pois são eles que vão complementar o nosso trabalho, pois o êxito do
tratamento depende do compartilhamento das responsabilidades com a família.

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