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Em um ano de pandemia (março de 2020 a fevereiro de 2021), a inflação sentida pelas famílias
brasileiras mais pobres foi de 6,75%.
Essa taxa representa o dobro do impacto para as famílias mais ricas, de 3,43% no mesmo
período, segundo os dados do indicador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) de
inflação por faixa de renda. O indicador divide as famílias brasileiras em seis faixas de renda e
avalia como a inflação afeta, mês a mês, cada um desses grupos.
A classificação da pesquisa considera como famílias de renda muito baixa as que têm ganho
domiciliar menor que R$ 1.650,50. E as famílias classificadas como de renda alta são aquelas
cujo ganho domiciliar é superior a R$ 16.509,66.
A alta de alimentos vista em 2020 é explicada tanto por fatores internos quanto
externos.
Lameiras destaca que a pandemia levou muitas pessoas para casa, o que aumenta o
consumo de supermercado, e lembra que houve um medo geral em relação às condições
de abastecimento.
"Além do aumento do consumo imediato, muitos países começaram a ter medo de falta
de abastecimento e o que aconteceu: países que produziam e exportavam parte da sua
produção começaram a diminuir ou ficar com a produção interna. Então teve aumento
da demanda e, ao mesmo tempo, a oferta não consegue dar conta."
Ela lembra que, diferente de outros itens, o alimento é um produto que você não tem
como aumentar a oferta rapidamente. "Você está colhendo uma coisa que plantou um
ano atrás, em outro cenário."
O auxílio emergencial também entra nessa conta, na avaliação de Lameiras. "As vendas
de supermercado cresceram ao longo de 2020, a indústria de alimentos foi uma das
poucas que subiram em 2020. Mesmo o alimento estando mais caro na prateleira, as
pessoas o compraram porque elas tinham renda, porque veio o auxílio emergencial",
diz.
A disparidade entre a taxa de inflação dos mais pobres e dos mais ricos já chegou a ser
maior em 2020, considerando o acumulado de janeiro a setembro. Naquele período, o
aumento para as famílias mais pobres (2,5%) foi mais de 10 vezes maior que a alta
sentida pelas pessoas mais ricas (0,2%).
https://www.bbc.com/portuguese/brasil-56413841
Além disso, prévia da inflação de março foi puxada, mais uma vez, por alta nos
combustíveis (12,88%), mas preços dos alimentos também voltaram a acelerar (0,90%).
Apenas educação (-1,87%) e vestuário (-0,68%) tiveram quedas médias dos preços.
A inflação, deste mês de março, foi puxada pela alta nos preços dos combustíveis
(12,88%) e também dos alimentos (0,90%). Um motivo a mais de preocupação para as
famílias. Como é o caso de Edmea Chagas que perdeu o emprego em 2020 durante a
pandemia da Covid-19. Ela recebia R$ 1,2 mil de auxílio emergencial, era o que
permitia aliviar as contas. Mas agora, sem auxílio e sem emprego, tudo ficou mais
complicado.
https://g1.globo.com/ba/bahia/noticia/2021/03/25/previa-da-inflacao-de-marco-e-
puxada-pela-alta-dos-combustiveis-e-alimentos-em-salvador-e-rms-ipca-15-chega-a-
088percent.ghtml