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FICHAMENTO

(2-3 páginas)

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Informações Sobre a Obra


Título Presidencialismo de coalizão: conceito e aplicação.
Autor COUTO, Lucas; SOARES, Andéliton; LIVRAMENTO, Bernardo.  
Data de Publicação 2021 
COUTO, Lucas; SOARES, Andéliton; LIVRAMENTO, Bernardo.
Presidencialismo de coalizão: conceito e aplicação.Revista Brasileira de
Referência completa Ciência Política, n. 34, 2021 

1. Resumo dissertativo do Trabalho (principais argumentos apresentados/ pelo autor)

Em 1988, o cientista político Sérgio Abranches, em seu artigo "Presidencialismo de


Coalizão: O Dilema Institucional Brasileiro (1988)", publicado em Dados, usou pela primeira vez
o termo "presidencialismo de coalizão" para descrever a estrutura institucional do sistema
político brasileiro. A principal característica deste modelo, que combina um sistema
proporcional, um sistema multipartidário e um sistema presidencial, seria a organização do
executivo com base em grandes coalizões. Na época, o autor escrevia com base na experiência
democrática na Segunda República (1946-1964). Sua argumentação foi baseada no
pressuposto de que a introdução de um sistema multipartidário pode aumentar
significativamente a escala do conflito sobre a base social de apoio político ao governo,
especialmente em uma situação em que as posições ideológicas e pragmáticas dos parceiros
da coalizão diferem significativamente do programa político do governo. Abranches (1988)
indicou que o principal dilema do presidencialismo brasileiro seria a necessidade de
institucionalizar mecanismos pragmáticos de negociação e resolução de conflitos entre o
executivo e o legislativo.
Consequentemente, as pesquisas destinadas a compreender o presidencialismo de
coalizão não podem ser separadas deste primeiro estudo do presidencialismo de coalizão, que
é precisamente a literatura internacional sobre coalizões. Simplificando, os governos de
coalizão não são uma característica exclusivamente brasileira, nem são exclusivamente
presidenciais. A ideia principal do artigo analisado aqui, então, é examinar noções já
estabelecidas na academia sobre o que seria a coalizão presidencial, analisar suas gerações e
as formas pelas quais elas se manifestam no ambiente político atual.
O trabalho estudado foi estruturado da seguinte forma: apresentou-se as diferentes
fases da pesquisa sobre coalizões, começando com estudos que simplesmente consideraram
as coalizões como objetos matemáticos lógicos, passando pela primeira geração de pesquisas,
e terminando com a mais recente onda de pesquisadores interessados em compreender o
fenômeno da coesão das coalizões em diferentes níveis de governo. Dando seguimento ao
estudo, analisou-se o presidencialismo a partir de uma perspectiva coalienacional, focalizando
os problemas gerais relacionados à definição de governo presidencial com coalizões, e
fornecemos uma breve visão geral do presidencialismo coalienacional no contexto latino-
americano. Por fim, os autores abordaram as novas tendências na literatura, a saber, o debate
sobre a governança da coalizão e os instrumentos do presidencialismo, a dinâmica bicameral
no presidencialismo e, finalmente, a coalizão como um fenômeno eleitoral e vertical.

2. Hipóteses apresentadas (se houver) – Ou objetivos apresentados

Seu propósito é apresentar o debate teórico sobre o que são coalizões a partir da
perspectiva de quatro grandes gerações de literatura, para explicar onde o presidencialismo se
encaixa neste debate, para fornecer uma breve visão geral das coalizões existentes na América
Latina e para delinear algumas das direções atuais de pesquisa sobre coalizões presidenciais.

3. Pontos mais marcante da obra (reprodução, com citação direta, de três a cinco
trechos)

“O que chamamos de primeira geração dos estudos de coalizão nada mais é do


que a abertura de um novo campo de estudos feita por um conjunto de pesquisadores
entre os anos 50 e 70. Como um campo inexplorado até então, os autores da primeira
geração foram responsáveis por estabelecer a primeira percepção sobre o que seria
uma coalizão e como ela operaria. Dessa forma, trata-se de uma etapa de estudos
eminentemente teórica, na qual se buscou construir uma série de proposições sobre o
funcionamento das coalizões (p.5)”.

“Por outro lado, a característica marcante dos estudos da segunda geração foi
exatamente o teste empírico das proposições teóricas desenvolvidas pela primeira
geração. Para isso, o locus de análise dos testes foram os países parlamentaristas e
multipartidários da Europa no período pós-Guerra. De forma geral, os demais traços
dessa fase que também são dignos de menção são a adoção de desenhos
comparativos de pesquisa, o uso de métodos dedutivos e quantitativos, bem como a
negligência do caráter histórico dos gabinetes e das diferenças institucionais entre
cada país. (p.07)”

“De qualquer modo, a grande inquietação da segunda fase foi o mau


desempenho dos modelos teóricos para a predição de quais partidos comporiam a
coalizão governista (BROWNE, 1971; DE SWAAN, 1973). Em profundo contraste, o
princípio da proporcionalidade de Gamson apresentou incrível suporte empírico. A
partir da operacionalização de que os recursos dos partidos à coalizão são as cadeiras
na câmara baixa, e que as recompensas são as pastas ministeriais, inúmeros trabalhos
apontaram que os ministérios são distribuídos de forma quase proporcional 5 aos
membros da coalizão, com base na porcentagem de assentos de cada partido da
coalizão na câmara baixa (BROWNE; FRANKLIN, 1973; BROWNE; RICE, 1979; MORELLI,
1999; LAVER; SCHOFIELD, 1990). Porém, a despeito dos pontos positivos, há um grave
problema com a relação proposta por Gamson: ela carece de um mecanismo causal
explícito. A proporção entre ministérios e cadeiras asseguradas na câmara baixa
surgiu, na verdade, da construção de uma mera hipótese intuitiva por parte de
Gamson (INDRIDASON, 2015).(p.08)”

“Como visto, todas as três gerações expostas previamente têm as suas especificidades.
A primeira se dedicou a teorizar sobre a existência das coalizões e a construir modelos
que justificassem os seus comportamentos. Já a segunda buscou testar empiricamente
a validade das teorias acerca das coalizões nos regimes parlamentaristas europeus. Em
contrapartida, a terceira ampliou o escopo de pesquisa, analisando não somente as
coalizões sob o parlamentarismo, mas também sob o presidencialismo. Mais do que
isso, a partir da realização de trabalhos indutivos, a terceira geração também
prescindiu ao uso exclusivo de métodos dedutivos no estudo das coalizões,
incorporando, também, às suas análises variáveis institucionais e sociais. (p.12)”

4. Dúvidas sobre o texto (quais dúvidas ou questionamentos o texto deixou em aberto)

Acredito que os autores do texto poderiam ter apresentado os conceitos de forma


mais direta, apenas.

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