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Álgebra Linear II

Exercícios Programados 4 – EP4 - Tutor

Esses exercícios programados referem às aulas 9 e 10 do módulo 1 de Álgebra Linear


II. Com esse material, você já pode se preparar para a AD1. Nada de desânimo, não se
isole no estudo. Procure um grupo para estudar as matérias e entre em contato com os
tutores, eles estão sempre prontos a ajudar você...

Regina Moreth

1- Determine o valor de k ∈ ℜ tal que os vetores u = (1, 2, k, 3) e v = (3, k, 7, -5)


sejam ortogonais.

Para que u e v sejam ortogonais pe necessário que u . v = 0, logo:

<u . v> = <(1, 2, k, 3) . (3, k, 7, -5)> = 3 + 2k + 7k – 15 = 0

Resolvendo o sistema encontramos: 9 k - 12 = 0

k= 4
3
RESPOSTA: k = 4
3

2- Dado u = (0, 1, -2, 5) ∈ ℜ 4 . Determine uma base ortogonal de ℜ 4 que contenha u.

Observe, nesta questão que foi pedida uma base ortogonal. Logo, várias respostas são
possíveis.

Seja u1 = (0, 1, -2, 5), pra começar, vamos determinar u2 = (a, b, c, d) ortogonal a u1.
Mas se são ortogonais então u1 . u2 = 0. Temos então que:

<(0, 1, -2, 5) . (a, b, c, d)> = 0. a + b – 2c + 5 d = 0

Em particular, podemos escolher a = 1, b = c = d = 0. Obtemos então o u2 = (1, 0, 0, 0)

Considerando os vetores u1 e u2 , devemos determinar o vetor u3 = (e, f, g, h) ortogonal


a estes dois outros vetores. Assim, temos que:

<u1 . u3> = <(0, 1, -2, 5) . ( e, f, g, h)> = 0


<u2 . u3> = <(1, 0, 0, 0) . ( e, f, g, h) > = 0

Logo temos que: f–2g+5h=0 e e=0


Daí. f=2g+5h e e=0

Ou seja, u3 = (0, 2 g – 5 h, g, h) onde g, h ∈ ℜ . Tomemos g = 1 e h = 0.

Temos então u3 = (0, 2, 1, 0)

Considerando os vetores u1, u2 e u3 , devemos determinar o vetor u4 = (i, j, l, m)


ortogonal a estes dois outros vetores. Assim, temos que:

<u1 . u4> = <(0, 1, -2, 5) . ( i, j, l, m) > = 0


<u2 . u4 >= <(1, 0, 0, 0) . ( i, j, l, m) >= 0
<u3 . u4> = <(0, 2, 1, 0) . ( i, j, l, m) > = 0

Logo temos que: j – 2l + 5m = 0 i=0 2j + l = 0

Daí. i=0 l = - 2j m = -j

Ou seja, u3 = (0, j, -2 j, -j) onde j ∈ ℜ . Tomemos j = 1.

Temos então u4 = (0, 1, -2, -1)

RESPOSTA: u1 = (0, 1, -2, 5), u2 = (1, 0, 0, 0), u3 = (0, 2, 1, 0) e u4 = (0, 1, -2, -1)

3- Seja S o subconjunto de ℜ 3 formado pelos vetores: u1 = (1, 1, 1), u2 = (1, 2, -3) e


u3 = (5, -4, -1). Mostre que S é uma base ortogonal de ℜ 3 e transforme essa base
numa base ortonormal.

<u1 . u2> = < (1, 1, 1) . (1, 2, -3) > = 0


<u1 . u3> = < (1, 1, 1) . (5, -4, -1) >= 0
<u2 . u3 >= < (1, 2, -3) . (5, -4, -1) >= 0.

Logo, u1, u2 e u3 são ortogonais e formam uma base de ℜ 3 . Para transformar essa base
ortogonal numa base ortonormal temos somente que normalizar os vetores dados, ou
u
seja, determinar û = . Como:
|| u ||

|| u1 || = < u1 ,u1 > = 3


|| u2 || = < u 2 ,u 2 > = 14
|| u3 || = < u 3 ,u 3 > = 42

RESPOSTA: Temos que:


1 1 1 1 2 −3 5 −4 −1
û1 = ( , , ) û2 = ( , , ) e û3 = ( , , )
3 3 3 14 14 14 42 42 42
4- Determine uma matriz ortogonal cuja primeira coluna seja o vetor ( 1 , 2 , 2 ).
3 3 3

Observe que devemos determinar uma base ortogonal, logo, isso significa, que
podemos encontrar várias bases ortogonais que tenha esse vetor na primeira coluna.
Observe também, que no gabarito do livro, a questão está errada, pois a primeira
coluna da matriz não é ( 1 , 2 , 2 ).
3 3 3

Para determinar esta matriz ortogonal, sendo sua primeira coluna o vetor dado u1 =
( 1 , 2 , 2 ). Devemos, na verdade, determinar u2 e u3 tal que esses vetores sejam
3 3 3
unitários e <u1, u2> = 0, <u1, u3> = 0 e <u2, u3> = 0.

Logo, seja u2 = ( a, b, c), tal que <u1, u2> = 0, ou seja:

<( 1 , 2 , 2 ). (a, b, c)> = 0, daí, a + 2b + 2c = 0


3 3 3

Logo, podemos dizer que: a = -2b – 2 c

Seja b = 1 e c = -1, temos então que: u2 = (0, 1, -1), daí, , −1 )


û2 = ( 0, 1
2 2
Seja u3 = (d, e, f), temos que além de ser um vetor unitário, também deve ser ortogonal
com u1 e u2. Ou seja:

<u1, u3> = 0 daí, <( 1 , 2 , 2 ). (d, e, f)> = 0


3 3 3

<u2, u3> = 0. daí, <( 0, 1 , −1 ) . (d, e, f)> = 0


2 2
Ou seja: d + 2e + 2f = 0 e e=f

Daí, e=f e d = -4e

Seja e = -1, logo d = 4, ou seja, u3 = (4, -1, -1) ( este vetor não é unitário –
precisamos então, como no item acima, determinar o vetor normal – ou seja, normalizar
u3.)

Logo, û3 = ( 4 , −1 , −1 )= ( 4 , −1 , −1 )
18 18 18 3 2 3 2 3 2
13 0 4 3 2
RESPOSTA: P = 2 3 1 2 −1 3 2
2 3 −1 2 −1 3 2
5- Determine uma matriz ortogonal cuja primeira coluna tenha a direção do vetor v =
(1, 2, 1) Determine uma matriz ortogonal A, cuja primeira coluna tenha a direção do
vetor v = (1, 2, 1).

Seja u = ( x, y, z). Para que u seja ortogonal a v = ( 1, 2, 1) é necessário (e suficiente)


que: <v, u> = 0

<(1, 2, 1), (x, y, z)> = 0

Ou seja, x + 2y + z = 0

Logo, x = -2y – z

Assim todo vetor da forma: u = (-2y – z, y, z) = y(-2, 1, 0) + z(-1, 1, 0)


com y, z ∈ ℜ e tal que ou y ≠ 0 ou z ≠ 0 é ortogonal ao vetor v = ( 1, 2, 1).

Tomemos y = 1 e z = 0. Obtemos u = ( -2, 1, 0) ortogonal ao vetor v.

Queremos agora obter o vetor w = (a, b, c) ortogonal aos vetores u = (-2, 1, 0) e v = (1,
2, 1).

< v, w >= 0
Logo, temos que:
< u , w >= 0

< (1,2,1), (a, b, c) >= 0


Daí:
< (−2,1,0), (a, b, c) >= 0

a + 2b + c = 0
Ou seja:
− 2a + b = 0

b = 2a
Resolvendo esse sistema encontramos:
c = −5a

Assim todo vetor da forma: w = (a, 2a, -5a) = a(1, 2, -5) para qualquer a ∈ ℜ ,
tal que a ≠ 0 é ortogonal aos vetores u e v.

Tomemos a = 1, obtemos w = (1, 2, -5)

Já temos aqui uma base ortogonal de vetores formada pelos vetores:

v = (1, 2, 1), u = (-2, 1, 0) e w = (1, 2, -5)

Para construirmos a matriz ortogonal, devemos normalizar esses vetores, ou seja,


determinar os vetores de comprimento igual a 1.
v 1
v1 = = (1, 2, 1) = ( 1 , 2 , 1 )
|| v || 6 6 6 6

u 1
v2 = = (-2, 1, 0) = ( − 2 , 1 ,0)
|| u || 5 5 5

w 1
v3 = = (1, 2, -5) = ( 1 ,2 ,−5 )
|| w || 30 30 30 30

Agora podemos determinar a matriz A da seguinte forma:

1 −2 1
6 5 30
RESPOSTA: A= 2 1 2
6 5 30
1 0 −5
6 30

Observe que: (i) Existem várias respostas pra essa questão; (ii) o vetor da primeira
coluna v1 = ( 1 , 2 , 1 ), tem a mesma direção do vetor v ( 1, 2, 1).
6 6 6

6- Mostre que se A e B ∈ M n (ℜ) são matrizes ortogonais então o produto AB é


também ortogonal.
Prova:
Sejam A e B ∈ M n (ℜ) , ortogonais.
Se A e B são ortogonais então At A = In e Bt B = In . Para concluir que AB é
ortogonal, devemos mostrar que (AB)t AB = In . Temos que:

(AB)t (AB) = (Bt At ) (AB) = Bt At A B = Bt (At A) B =


Bt In B = Bt B = In

OBSERVE que mostramos que isto é válido pra qualquer matriz ortogonal. Um erro
muito comum é o aluno tomar duas matrizes dois por dois ortogonais e mostrar que
o produto entre elas é também ortogonal, mas neste caso o aluno estará mostrando
para um caso especial.
7- Determine quais das seguintes matrizes são ortogonais. Para as que são ortogonais,
obtenha a matriz inversa.

Pelo teorema 2 da aula 9 temos que uma matriz é ortogonal se suas colunas
formam um conjunto de n vetores ortonormais, e, portanto, formam uma base
ortormal.

1 2 −1 2
a) A = .
1 2 1 2

Seja v1 = ( 1 , 1 ) e v2 = ( − 1 , 1 ) os vetores formados pelas


2 2 2 2
colunas da matriz A.

<v1, v2> = < ( 1 , 1 ), ( − 1 , 1 ) > = −1 + 1 =0


2 2 2 2 2 2

Logo v1 e v2 são ortogonais, e ortonormais também. Logo a matriz A é


ortogonal.

1 2 1 2
A-1 = At =
−1 2 1 2

0 1 1 2
b) B = 1 0 0 .
0 0 1 2

Seja v1 = (0, 1, 0), v2 = (1, 0, 0) e v3 = ( 1 , 0, 1 )


2 2

<v1, v2> = <(0, 1, 0), (1, 0, 0)> = 0

<v1, v3> = <(0, 1, 0), ( 1 , 0, 1 )> = 1


2 2

<v2, v3> = <(1, 0, 0), ( 1 , 0, 1 )> = 1


2 2 2

Logo, esses vetores não são ortogonais. Assim a matriz B não é ortogonal
−1 2 1 6 1 3
c) C = 0 −2 6 1 3
1 2 1 6 1 3

Seja v1 = ( − 1 , 0, 1 ), v2 = ( 1 ,− 2 , 1 ) e v3 = ( 1 ,
2 2 6 6 6 3
1 , 1 )
3 3

<v1, v2> = ( − 1 , 0, 1 ), ( 1 ,− 2 , 1 )>=0


2 2 6 6 6

<v1, v3> = < ( − 1 , 0, 1 ), ( 1 , 1 , 1 )>= 0


2 2 3 3 3

<v2, v3> = < ( 1 ,− 2 , 1 ),( 1 , 1 , 1 )>= 0


6 6 6 3 3 3

Logo v1, v2 e v3 são ortogonais, mas como eles são ortonormais também, dizemos
que a matriz C é ortonormal.

−1 2 0 1 2
-1 T
C =C = 1 6 −2 6 1 6
1 3 1 3 1 3

Até a próxima semana...

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