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Álgebra Linear II

Exercícios Programados 13 – EP13 - Tutor

Este EP13 é relativo às aulas 26 e 27. O objetivo destas aulas é compreender o


conceito de formas quadráticas e de cônicas e aplicar esses conceitos em exemplos
importantes.

Regina Moreth

1- Determine, em cada caso, uma mudança de variável p que transforme as formas


quadráticas q: R3 → R, definidas abaixo, dadas na base canônica, em uma forma
diagonal. Obtenha também a expressão dessa forma diagonal.

a) q(x1, x2, x3) = 3x12 + 5x22 + 3x32 – 2 x1x2 + 2x1x3 – 2x2x3

Observando os coeficientes de q, podemos observar que a matriz A que


representa q na base canônica é dada por:

3 −1 1
A = −1 5 −1
1 −1 3

Diagonalizar a forma quadrática q é equivalente a diagonalizar a matriz


simétrica A.
Temos que o polinômio característico de A é dado por:
x−3 1 −1
p(x) = det(x I3 – A) = 1 x−5 1 = ( x -2) ( x - 3) ( x –
−1 1 x−3

Logo, as raízes do polinômio característico são 2, 3 e 6, ou seja, os autovalores de A são


6, 2 e 3 .

6−3 1 −1 x 0 3 1 −1 x 0
Se λ = 6, temos 1 6−5 1 . y = 0 . Daí, 1 1 1 . y = 0
−1 1 6−3 z 0 −1 1 3 z 0

S = {(x, y, z) / x = z e y = - 2z } = {(z, -2z, z)/ z ∈ ℜ } = [(1, -2, 1)]


Logo v1 = (1, -2, 1)
2−3 1 −1 x 0 −1 1 −1 x 0
Se λ = 2, temos 1 2−5 1 . y = 0 . Daí, 1 −3 1 . y = 0
−1 1 2−3 z 0 −1 1 −1 z 0

S = {(x, y, z) / y = 0 e z = -x} = {(x, o, -x)/ z ∈ ℜ } = [(1, 0, -1)]


Logo v2 = (1, 0, -1)

3−3 1 −1 x 0 0 1 −1 x 0
Se λ = 3, temos 1 3−5 1 . y = 0 . Daí, 1 − 2 1 . y = 0
−1 1 3−3 z 0 −1 1 0 z 0

S = {(x, y, z) / z = y e x = y} = {(y, y, y)/ y ∈ ℜ } = [(1, 1, 1)]


Logo v3 = (1, 1, 1)

6−3 1 −1 x 0 3 1 −1 x 0
Se λ = 6, temos 1 6−5 1 . y = 0 . Daí, 1 1 1 . y = 0
−1 1 6−3 z 0 −1 1 3 z 0

S = {(x, y, z) / x = z e y = - 2z } = {(z, -2z, z)/ z ∈ ℜ } = [(1, -2, 1)]


Logo v3 = (1, -2, 1)

A base dos autovetores é B = {(-1, 0, 1), (1, 1, 1), (1, -2, 1)} – que é uma base
ortogonal, porém, precisamos determinar a base ortonormal, ou seja,
P = {( − 1 , 0, 1 ), ( 1 , 1 , 1 ), ( 1 , − 2 , 1 )}, ou seja:
2 2 3 3 3 6 6 6

1 1 1
6 3 2
P= −2 1 0
6 3
1 1 −1
6 3 2

OBSERVE QUE DEVEMOS TOMAR OS AUTOVETORES DE TAL FORMA


QUE O det P = 1.

A matriz diagonal correspondente é:


6 0 0
D= 0 2 0
0 0 3

A expressão na forma diagonal de q é dada por:


6 0 0 y1
q(y1, y2, y3) = [y1 y2 y3] 0 2 0 y 2 = 6 y12 + 2 y22 + 3 y32
0 0 3 y3

b) q(x1, x2, x3) = x12 + x22 + x32 + 2x2x3

Observando os coeficientes de q, podemos observar que a matriz A que


representa q na base canônica é dada por:

1 0 0
A= 0 1 1
0 1 1

Diagonalizar a forma quadrática q é equivalente a diagonalizar a matriz


simétrica A.
Temos que o polinômio característico de A é dado por:

x −1 0 0
p(x) = det(xI3 – A) = 0 x −1 − 1 = (x – 0)(x – 1)( x – 2)
0 −1 x −1

Logo, os autovalores são 0, 1 e 2.

Se λ = 0, temos que: (0I3 – A) v = 0, ou seja,

−1 0 0 x 0
0 −1 −1 . y = 0
0 −1 −1 z 0

Este sistema é equivalente a: x = 0 e z = -y, logo a solução é da forma:


(0, y, -y) = y(0, 1, -1), para todo y ∈ ℜ .

Portanto, v1 = (0, 1, -1) é o autovetor associado a λ = 0.


Se λ = 1, temos que: (1I3 – A) v = 0, ou seja,

0 0 0 x 0
0 0 −1 . y = 0
0 −1 0 z 0

Este sistema, para qualquer valor de x, é equivalente a y = 0 e z = 0, logo


todas as soluções são da forma:
(x, 0, 0) = x(1, 0, 0), para todo x ∈ ℜ .

Portanto v2 = (1, 0, 0) é o autovetor associado a λ = 1.

Se λ = 2, temos que: (2I3 – A) v = 0, ou seja,

1 0 0 x 0
0 1 −1 . y = 0
0 −1 1 z 0

Este sistema é equivalente a: x = 0 e z = y, logo todas as soluções são da


forma:
(0, y, y) = y(0, 1, 1), para todo y ∈ ℜ .
Portanto v3 = (0, 1, 1) é o autovetor associado a λ = 2.

A base dos autovetores é B = {(0, 1, -1), (1, 0, 0), (0, 1, 1)} – que é uma base
ortogonal, porém, precisamos determinar a base ortonormal, ou seja,
P = {( 0, 1 , − 1 ), (1,0,0), (0, 1 , 1 )}, ou seja:
2 2 2 2

0 1 0
P= 1 0 1 , det P = 1
2 2
−1 0 1
2 2

A matriz diagonal D, semelhante a matriz A, é dada por:

0 0 0
D= 0 1 0
0 0 2

A expressão na forma diagonal de q é dada por:


0 0 0 y1
q(y1, y2, y3) = [y1 y2 y 3] 0 1 0 y 2 = 0 y12 + 1 y22 + 2 y32
0 0 2 y3

2- Em cada caso, aplique o procedimento apresentado na aula 27, simplificando a


equação ao máximo e identificando a cônica apresentada.

Resumindo a aula 27 temos que os passos a seguir devem ser:

• Reescrever a equação da cônica na forma matricial; (vt A v + Bv + n = 0)

- vt A v é a forma diagonal e Bv a forma linear e n é o termo independente;

• Determinar os autovetores (base ortonormal – P ) e autovalores da matriz


simétrica A- Lembre-se que P é a matriz que diagonaliza a matriz A e a matriz
diagonal D é composta dos autovalores e D = Pt A P;

x1
• A forma diagonal de q é dada por q(x1, y1) = [x1 y1] D
y1

• A forma linear se transforma em Bv = B(P(x1, y1)) – o que vai ser feito aqui é
simplesmente uma mudança de base.

• Reescreva a equação com a forma diagonal e a forma linear

• Resolva os quadrados perfeitos e a equação estará simplificada.

• Classifique a cônica

– Se os autovalores forem diferentes de zero: Se os autovalores forem tiverem o


mesmo sinal (todos maiores que zero ou menores que zero) teremos uma elipse,
um ponto ou o conjunto vazio; Se os autovares tiverem sinais contrários a cônica
será uma hiperbole ou um par de retas concorrentes.

- Se um dos autovalores for igual a zero teremos uma parábola, ou um par de retas
paralelas ou uma única reta ou um conjunto vazio.

a) 7x2 + y2 – 8 xy – 17 5 x + 11 5 y + 41 = 0

• Reescrever a equação da cônica na forma matricial; (vt A v + Bv + n = 0)

7 −4 x x
[x y] + [-17 5 11 5 ] + 41 = 0
−4 1 y y
• Determinar os autovetores (base ortonormal – P ) e autovalores da matriz
simétrica A- Lembre-se que P é a matriz que diagonaliza a matriz A e a matriz
diagonal D é composta dos autovalores e D = Pt A P;

7 −4
A=
−4 1

Os autovalores de A são: 9 e -1 A cônica pode ser uma hipérbole

Se λ1 = 9 temos que v1 = (2, -1), logo u1 = ( 2 , −1 )


5 5

Se λ 2 = -1 temos que v1 = ( 1, 2), logo u1 = ( 1 , 2 )


5 5

2 1
9 0 5 5 , com det P = 1
D= e P=
0 −1 −1 2
5 5

x1
• A forma diagonal de q é dada por q(x1, y1) = [x1 y1] D
y1

9 0 x1
q(x1, y1) = [x1 y1]
0 −1 y1

• A forma linear se transforma em Bv = B(P(x1, y1)) – o que vai ser feito aqui é
simplesmente uma mudança de base.

2 1
5 5 x1
Bv = [-17 5 11 5 ]
−1 2 y1
5 5

• Reescreva a equação com a forma diagonal, a forma linear e o termo


independente;

2 1
9 0 x1 5 5 x1
[x1 y1] + [-17 5 11 5 ] + 41 = 0
0 −1 y1 −1 2 y1
5 5

• Resolva a equação e os quadrados perfeitos e a equação estará simplificada.

9x12 - y12 - 45 x1 + 5 y1 + 41 = 0
9( x12 - 5 x1) - ( y12 - 5 y1) = - 41

9( x1 - 5 )2 - ( y 1 - 5 )2 = - 41 + 9 (25 ) - 25 = -41 + 8 (25 )


2 2 4 4 4

9( x1 - 5 )2 - ( y 1 - 5 )2 = - 41 + 50 = 9
2 2

9( x1 - 5 )2 - ( y 1 - 5 )2 = 9
2 2

Seja x2 = ( x1 - 5 ) e y2 = ( y1 - 5 )
2 2

A equação reescrita será:

2
y2
x 22 - = 1 - Que é a equação de uma hipérbole.
9

b) 4x2 + y2 + 4 xy + 5 5 x + 10 5 y + 5 = 0

• Reescrever a equação da cônica na forma matricial; (vt A v + Bv + n = 0)

4 2 x x
[x y] + [5 5 10 5 ] + 5 =0
2 1 y y

• Determinar os autovetores (base ortonormal – P ) e autovalores da matriz


simétrica A- Lembre-se que P é a matriz que diagonaliza a matriz A e a matriz
diagonal D é composta dos autovalores e D = Pt A P;

4 2
A=
2 1

Os autovalores de A são: 0 e 5 A cônica pode ser uma parábola

Se λ1 = 0 temos que v1 = (1, -2), logo u1 = ( 1 , −2 )


5 5

Se λ 2 = 5 temos que v1 = ( 2, 1), logo u1 = ( 2 , 1 )


5 5
1 2
0 0 5 5 com det P = 1
D= e P=
0 5 −2 1
5 5

x1
• A forma diagonal de q é dada por q(x1, y1) = [x1 y1] D
y1

0 0 x1
q(x1, y1) = [x1 y1]
0 5 y1

• A forma linear se transforma em Bv = B(P(x1, y1)) – o que vai ser feito aqui é
simplesmente uma mudança de base.

1 2
5 5 x1
Bv = [5 5 10 5 ]
−2 1 y1
5 5

• Reescreva a equação com a forma diagonal, a forma linear e o termo


independente;

1 2
0 0 x1 5 5 x1
[x1 y1] + [5 5 10 5 ] +5=0
0 5 y1 −2 1 y1
5 5

• Resolva a equação e os quadrados perfeitos e a equação estará simplificada.

5 y12 - 15 x1 + 20 y1 + 5 = 0

(5y12 + 20 y1) =15 x1 – 5 (dividindo por 5)

(y12 + 4 y1) =3 x1 – 1

(y1+ 2) 2 =3 x1 – 1 + 4

(y1+ 2) 2 =3 x1 + 3 = 3(x1 + 1)

( y1+ 2) 2 = 3( x1 + 1)

Seja x2 = ( x1 + 1) e y2 = ( y1+ 2)
A equação reescrita será:

y22 = 3 x2 - Que é a equação de uma parábola.

c) 3x2 + 3y2 - 2 xy + 2 2 x - 6 2 y + 2 = 0

• Reescrever a equação da cônica na forma matricial; (vt A v + Bv + n = 0)

3 −1 x x
[x y] + [2 2 -6 2 ] + 2 =0
−1 3 y y

• Determinar os autovetores (base ortonormal – P ) e autovalores da matriz


simétrica A- Lembre-se que P é a matriz que diagonaliza a matriz A e a matriz
diagonal D é composta dos autovalores e D = Pt A P;

3 −1
A=
−1 3

Os autovalores de A são: 4 e 2. Esta cônica pode ser uma elipse.

Se λ1 = 4 temos que v1 = (1, -1), logo u1 = ( 1 , −1 )


2 2

Se λ 2 = 2 temos que v1 = ( 1, 1), logo u1 = ( 1 , 1 )


2 2

1 1
4 0 2 2
D= e P=
0 2 −1 1
2 2

x1
• A forma diagonal de q é dada por q(x1, y1) = [x1 y1] D
y1

4 0 x1
q(x1, y1) = [x1 y 1]
0 2 y1

• A forma linear se transforma em Bv = B(P(x1, y1)) – o que vai ser feito aqui é
simplesmente uma mudança de base.
1 1
2 2 x1
Bv = [-17 5 11 5 ]
−1 1 y1
2 2

• Reescreva a equação com a forma diagonal, a forma linear e o termo


independente;

1 1
4 0 x1 2 2 x1
[x1 y 1] + [2 2 -6 2 ] +2 =0
0 2 y1 −1 1 y1
2 2

• Resolva a equação e os quadrados perfeitos e a equação estará simplificada.

4x12 + 2 y12 + 8 x1 - 4 y1 + 2 = 0

4(x12 + 2 x1) + 2(y12 - 2 y1) = - 2

4(x1 + 1)2 + 2(y1 - 1 )2 = -2 + 4 + 2 = 4

( y1 − 1) 2
(x1 + 1)2 + =1
2

Seja x2 = (x1 + 1 ) e y2 = (y12 - 1 )

A equação reescrita será:

2
y2
x22 + = 1 - Que é a equação de uma elipse.
2

Até a próxima semana...

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