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Multiplexação DWDM em fibras ópticas

Article · April 2015

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Henrique Frank Werner Puhlmann


Instituto de Pesquisas Tecnológicas
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Multiplexação DWDM em fibras ópticas


por Henrique Frank W. Puhlmann

Introdução

A fibra óptica começou como uma tecnologia misteriosa, que era utilizada
principalmente na construção de redes de comunicação metropolitanas, nacionais e
internacionais, ou seja, distante do usuário comum. Hoje, a rede de fibra óptica chega
até as nossas residências, oferecendo canais de televisão por assinatura em alta
definição e conexões de banda larga à internet com altas velocidades. Vale a pena
conhecer um pouco mais a tecnologia que há por trás desses serviços.

Neste artigo será abordado um resumo sobre os tipos mais comuns de multiplexação de
canais de comunicação em fibra óptica e detalhada um pouco mais a multiplexação do
tipo DWDM (Dense Wavelength Division Multiplexing). Se você ainda não possui um
conhecimento básico sobre fibras ópticas ou sobre a comunicação através das fibras,
você pode pesquisar na internet e encontrará farto material sobre esse extenso assunto.
Algumas referências bastante interessantes para ajudar na sua pesquisa:

 Comunicação Óptica - Antônio Abelém e Michael A. Stanton [1];


 Sistema de comunicação óptica - Keylly Eyglys [2].

A seguir será apresentado um resumo sobre os principais tipos de multiplexação. Esse


texto é baseado no curso DWDM Primer [3], de 21 de maio de 2004, oferecido
gratuitamente pela Fujitsu. A Fujitsu também oferece outros cursos gratuitos sobre
assuntos relacionados com a comunicação de fibra óptica, tais como SONET, Ethernet e
TCP/IP. Confira os Prerequisite Self-Study Documents [4].
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Multiplexação de sinais

A multiplexação é a transmissão de vários sinais usando uma única linha de


comunicação ou canal. Em sistemas de transmissão por fibra óptica são usados
basicamente 3 tipos de sistemas de multiplexação:

 FDM - Frequency Division Multiplexing - Multiplexação por Divisão de Frequências;


 TDM - Time Division Multiplexing - Multiplexação por Divisão do Tempo;
 WDM - Wavelength Division Multiplexing - Multiplexação por Divisão de comprimento
de onda de luz.

As multiplexações TDM e a WDM são as mais utilizadas pelos provedores de serviços


em fibra óptica. Além disso, é necessário definirmos os seguintes termos:

 Transceiver: O termo equivalente em português é transceptor. Um dispositivo que


combina em um único dispositivo um transmissor e um receptor. Em sistemas de
comunicação com fibra óptica, o dispositivo opera normalmente em canal duplex, com
uma fibra dedicada para a transmissão e outra para a recepção. Os transceptores
convertem um sinal elétrico de transmissão em sinal de luz para fibra óptica e na
recepção recebem um sinal de luz de outro transmissor e o converte para sinal
elétrico;

 Transponder: De acordo com a definição encontrada na ITU-T (Recomendation G.691


Terms and definitions, 3.1.4 - pg. 8) [5], da União Internacional de Telecomunicações,
um transponder é um dispositivo que combina um transmissor e um receptor, com ou
sem recuperação de pulso e ajuste de temporização, que converte um sinal óptico em
outro sinal óptico por uma transformação em sinal elétrico. Numa definição um pouco
mais detalhada, um transponder óptico é composto por dois transceptores, um que
transmite e recebe os sinais ópticos num comprimento de onda padrão e outro que
transmite e recebe os sinais em outro comprimento predeterminado. A conexão entre
os transceptores é elétrica.
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Multiplexação TDM

Este método permite combinar múltiplos canais independentes de comunicação,


combinando-os de acordo com uma sequência bem definida. Cada sequência é
remontada do lado do receptor, baseada no conhecimento da sequência e na
temporização. (Figura 1)

Figura 1 -
Multiplexação do tipo TDM

Multiplexação WDM

Essa forma de multiplexação aumenta a capacidade de transmissão das fibras ópticas,


definindo um comprimento de onda e uma determinada banda de tolerância para cada
canal de comunicação, onde banda de tolerância refere-se a uma faixa máxima de
variação de frequência em torno de uma frequência central. Assim pode-se até combinar
canais multiplexados em TDM para canais em WDM aumentando consideravelmente a
capacidade de transmissão. (Figura 2)

Figura 2 - Multiplexação WDM


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Um sistema tradicional de WDM permite a transmissão simultânea de 2, 4, 8, 12 e 16


canais nas instalações. A transmissão utilizando esse tipo de técnica limita-se a
distâncias abaixo de 100 km.

Para prosseguir na definição de WDM e DWDM e descrição de suas partes, vamos


ilustrar o que é comprimento de onda. Por definição, comprimento de onda é a distância
entre os máximos de uma onda. Portanto, quanto maior a frequência da onda, tanto
menor o seu comprimento. (Figura 3)

Figura 3 - Onda senoidal e a relação entre comprimento e frequência

Sistema DWDM

O DWDM é um sistema de multiplexação por múltiplos comprimentos de ondas, que


são transmitidas em uma única fibra óptica. Neste modo de multiplexação cada
comprimento de onda é um canal separado permitindo assim multiplicar a capacidade
de transmissão da fibra.

O DWDM permite um espaçamento muito próximo de comprimentos de onda,


alcançando assim uma capacidade de trafegar até mais de 128 canais a distâncias de
alguns milhares de quilômetros, com amplificação apropriada ao longo da rota.
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Cabe agora detalhar um pouco mais a arquitetura e as partes de uma rede de


comunicação por fibra óptica que utiliza DWDM.

Nas formas tradicionais de comunicação em fibra óptica, os dados são transmitidos por
meio de canais discretos, interligando os transmissores e receptores, cada canal com um
par de fibras ópticas. Para ilustrar, vamos analisar um sistema hipotético com 9 canais,
cada um com taxa de transmissão de 10 Gb/s, utilizando 9 pares discretos de fibras
ópticas. No método tradicional SONET (Synchronous Optical Network), são necessários
3 regeneradores para condicionar o sinal em cada um dos canais de comunicação,
totalizando 27 (Figura 4).

Figura 4 - 9 canais SONET utilizando uma solução tradicional

Se for utilizado o DWDM, a comunicação de vários canais pode ser realizada através de
um único par de fibras ópticas. DWDM é acrônimo de Dense Wavelength Division
Multiplexing, que significa numa tradução livre “Multiplexação por divisão densa de
comprimentos de onda”.

DWDM é uma técnica de transmissão por fibra óptica que utiliza comprimentos
distintos de onda da luz para a comunicação de dados. A utilização de DWDM permite
uma rápida implantação de redes de comunicação e uma significativa redução de custo
na sua implantação. Essa implantação permite a utilização de menos fibra óptica e
hardware e permite a utilização de uma largura de banda de transmissão bem maior do
que as instalações convencionais de redes com fibras ópticas. Pode-se observar, na
Figura 5, as diversas partes que compõem essa rede.

Figura 5 - 9 canais SONET utilizando DWDM


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No exemplo citado, os 9 canais podem ser transmitidos num único par de fibra óptica
numa taxa equivalente a 90 Gb/s. (Figura 5)

Pode-se facilmente perceber que há um ganho e uma redução de custos de instalação e


operação. Outra aplicação imediata é a de ampliar a capacidade de redes já instaladas e
que operam na forma tradicional.

Conforme pode ser visto na Figura 6, as partes constituintes de um sistema DWDM


típicas são:

 Transmissor:
o Transforma sinais elétricos em pulsos de luz;
o Utiliza uma frequência bastante específica;
o Utiliza um Laser de banda estreita para gerar os pulsos ópticos.

 Multiplexador / Demultiplexador:
o Combina / Separa os sinais ópticos;

 Amplificador Óptico que pode ser:


o Pré-amplificador – amplifica os sinais ópticos no lado da recepção;
o Pós-amplificador – amplifica os sinais do lado do transmissor (Pós-
amplificador) e do lado do receptor (pré-amplificador);
o Amplificador em linha (ILA) – é instalado na linha a diversas distâncias dos
transmissores com a finalidade de recuperar o formato do sinal, degradado
devido a perdas na fibra.

 Fibra óptica:
o Mídia de transmissão que transporta os pulsos ópticos;
o São utilizados diversos tipos de fibra;
o Frequentemente acomodadas em cabos com 144 a 256 fibras.

 Receptor:
o Converte pulsos ópticos para sinais elétricos;
o Utiliza detectores a laser de banda larga.

Figura 6 - Sistema típico de DWDM representado de forma resumida


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Dentre os componentes fundamentais para a implementação da multiplexação DWDM,


encontra-se o laser sintonizável.

Um laser sintonizável é composto por múltiplos lasers individuais montados num único
substrato de silício. Na Figura 7 pode-se observar 8 no total. Para utilizá-lo, liga-se o
laser desejado, ajusta-se a temperatura para a operação até obter-se o comprimento de
onda desejado.

Figura 7 - Laser sintonizável

Um guia de ondas alimenta um circuito combinador que soma o comprimento de onda


de entrada de 1310 nm com o comprimento de onda desejado e depois conduz esse sinal
do laser até o amplificador óptico em silício (SOA) que amplifica o sinal de saída. As
configurações são controladas por software.

Dessa forma, um transmissor de fibra óptica pode utilizar um laser sintonizável como
fonte de sinal. Para realizar a transferência de dados para a fibra óptica, utiliza-se um
modulador, tal como indicado na Figura 8.

Figura 8 - Forma como é utilizado o modulador para transferir informação à fibra


óptica
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Um modulador típico modifica o sinal de laser pulsando-o nos estados desligado e


ligado, ou por alteração de fase, inserindo assim a informação a ser transmitida. Os
sistemas DWDM utilizam tipicamente os moduladores que realizam uma modulação de
fase do sinal.

Conclusão

Neste artigo foram apresentadas as vantagens de se utilizar o recurso de multiplexação


de canais de comunicação por DWDM e as partes constitutivas de um transponder
desse tipo. Esses transponders ópticos foram padronizados quanto às suas dimensões
físicas e características elétricas e ópticas, por iniciativa dos diversos fabricantes desse
tipo de produto, de forma a permitir a intercambiabilidade dos produtos. Trata-se do
padrão conhecido por 300-pin MSA [6].

Referências

[1] https://memoria.rnp.br/_arquivo/sci/2002/comunicacao_optica.pdf

[2] http://www.dca.ufrn.br/~eyglys/std/aula_trasmissao_otica.pdf

[3] http://www.fujitsu.com/downloads/TEL/fnc/pdfservices/DWDM_Tutorial.pdf

[4]
https://partners.fnc.fujitsu.com/training/resources/jsp/content/essf/showPrequisiteTutori
als.do

[5] https://www.itu.int/rec/dologin_pub.asp?lang=e&id=T-REC-G.691-200603-I!!PDF-
E&type=items

[6] http://300pinmsa.org/documents.html

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