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1 (Antologia)
Tarde aprendi
bom mesmo
é dar a alma como lavada.
Não há razão
para conservar
este fiapo de noite velha.
Que significa isso?
Há uma fita
que vai sendo cortada
deixando uma sombra
no papel.
Discursos detonam.
Não sou eu que estou ali
de roupa escura
sorrindo ou fingindo
ouvir.
No entanto
também escrevi coisas assim,
para pessoas que nem sei mais
quem são,
de uma doçura
venenosa
de tão funda.
Movido contraditoriamente
por desejo e ironia
não disse mas soltou,
numa noite fria,
aparentemente desalmado;
Te pego lá na esquina,
na palpitação da jugular,
com soro de verdade e meia,
bem na veia, e cimento armado
para o primeiro a andar.
Fisionomia
não é mentira
é outra
a dor que dói
em mim
é um projeto
de passeio
em círculo
um malogro
do objeto
em foco
a intensidade
de luz
de tarde
no jardim
é outrart
outra a dor que dói.
Contagem regressiva
Estrelas
Cinco pontas
cinco destinos
são areias tontas
de desatinos
Cinco sentidos
cinco caminhos
grãos tão moídos
por mares e moinhos
Estrela-guia
em alto mar
outra Maria
veio me chamar.
Primeiro Mar
Maresia
Brisa na restinga
traz maresia
a onda respinga
a gota suspira
o ar que se inspira.
Naus e Nós
Naus
saem de Sagres
e deixam infantes,
partem de portos
e deixam mortos,
sangram amores
e rumam ao longe.
Singram
águas salgadas
algas sargaças
a pouco nós.
Lonas e telas
pranchas e cascos
cordas e cabos
rangem e puxam,
fazem e desfazem
nós.
Algumas naufragam
soçobram em escolhos
só sobram sem escolha,
sem escolta,
poucas naus
– e nós.
do deserto do Sertão!
Forje, no Sol do meu Sangue,
o Trono do meu clarão:
cante as Pedras encantadas
e a Catedral Soterrada,
Castelo deste meu Chão!
Nobres Damas e Senhores
ouçam meu Canto espantoso:
a doida Desaventura
de Sinésio, O Alumioso,
o Cetro e sua centelha
na Bandeira aurivermelha
do meu Sonho perigoso!
Noturno
A viagem