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ISBN 978-85-7304-373-0
MENSAGEM QUARENTA E UM
O MINISTÉRIO DO SALVADOR-HOMEM
EM SUAS VIRTUDES HUMANAS
COM SEUS ATRIBUTOS DIVINOS
DA GALILEIA PARA JERUSALÉM
(19)
Leitura Bíblica: Lc 18:9-30
HUMILHAR-SE
Em 18:9-14 vemos que, para entrar no reino de
Deus, precisamos humilhar-nos. No versículo 14 o
Senhor diz: “Todo o que a si mesmo se exalta, será
humilhado; mas o que a si mesmo se humilha, será
exaltado”. Não devemos pensar que somos alguém;
pelo contrário, devemos humilhar-nos e considerar-
nos como ninguém e nada.
A oração do fariseu
174
ETUDO-VIDA DE LUCAS
Vista e salvação
Já enfatizamos que o versículo 35 diz que o
Senhor se aproximou de Jericó. Os versículos
seguintes dizem que perto de Jericó o Salvador-
Homem curou um cego. Isso quer dizer que Ele
curou o cego antes de entrar em Jericó, mas, de
acordo com Mateus 20:29 e Marcos 10:46, a cura
ocorreu quando Ele saía de Jericó. A narrativa de
Lucas possui significado espiritual. A salvação de
Zaqueu em 19:1-9 veio logo depois de o cego
recuperar a vista. Isso indica que, para receber a
salvação, é preciso primeiro recobrar a vista para ver
o Salvador. Esses dois casos, que ocorreram em
Jericó um após o outro, devem ser considerados,
espiritualmente, como um caso completo. Um
pecador em trevas precisa recobrar a vista para
perceber que necessita de salvação (At 26:18).
O que é abordado em 18:35-19:10 mostra como
alguém pode preencher as condições reveladas nos
versículos 9-30 para entrar no reino de Deus:
primeiro, deve recuperar a vista por meio do
Salvador (vs. 35-43) e, em seguida, deve receber o
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ESTUDO-VIDA DE LUCAS
A SALVAÇÃO DE ZAQUEU
Um dos maiores pecadores
Lucas 19:1-2 diz: “Tendo entrado em Jericó,
atravessava Ele a cidade. Eis que havia ali um
homem chamado pelo nome de Zaqueu; era ele chefe
dos cobradores de impostos, e era rico”. Como chefe
dos cobradores de impostos, Zaqueu era um dos
maiores pecadores, um grande pecador. Ele se tomou
rico por meio de sua pecaminosidade como cobrador
de impostos.
Em sua confissão ao Senhor, relacionada com a
restituição e clarificação do passado, Zaqueu Lhe
disse: “Eis que dou aos pobres a metade dos meus
bens; e, se alguma coisa tomei a alguém mediante
falsa denúncia, restituo-a quatro vezes mais” (v. 8).
Podemos considerar as palavras “se alguma coisa
tomei” como eufemismo, uma maneira suave de se
referir a extorsão. Os cobradores de impostos
19
MENSAGEM QUARENTA E TRÊS
Os judeus incrédulos
O versículo 14 diz: “Mas os seus cidadãos o
odiavam, e enviaram após ele uma embaixada,
dizendo: Não queremos que este reine sobre nós”. Os
cidadãos representam os judeus incrédulos. Sua
declaração de que não queriam que o Senhor reinasse
sobre eles foi cumprida em Atos 29.
A SALVAÇÃO, O SERVIÇO
E O DESFRUTE DO JUBILEU
Enquanto fazia a jornada da Galileia para
Jerusalém, o Senhor teve muitas conversas com Seus
discípulos, nas quais certas coisas principais foram
abordadas. Primeiro, Ele lhes mostrou como receber
a salvação de Deus. Depois revelou-lhes como servir
a Deus. Receber a salvação de Deus é desfrutar Seu
jubileu hoje na era da graça. Servir a Deus nos
qualifica a entrar no reino vindouro para desfrutar o
jubileu na próxima era. Pelo menos cinco vezes no
Evangelho de Lucas, o Senhor fala sobre como segui-
Lo e servi-Lo de modo que estejamos qualificados a
entrar no reino vindouro e desfrutar o jubileu na
próxima era. Ele fala disso nos capítulos 14, 16, 17, 18
e 19, em que conta a parábola dos servos que
receberam dons com os quais servi-Lo (19:11-27).
Como servos que receberam dons do Senhor,
precisamos obter lucro para Ele a fim de estar
qualificados para herdar a terra e governar como reis.
Participar do jubileu vindouro no milênio, portanto,
será um galardão para os santos vencedores.
O ministério do Salvador-Homem foi levado a
cabo primeiro na Galileia. Ele começou com a
proclamação do jubileu da graça e continuou até Sua
transfiguração. A transfiguração do Senhor significa
que todos os Seus seguidores precisam ser
transformados a fim de partilhar o desfrute do
jubileu. Depois de completar Seu ministério na
Galileia, o Senhor a deixou e foi para Jerusalém. A
caminho da Galileia para Jerusalém, Ele
repetidamente ensinou Seus discípulos e seguidores
sobre como tomar a salvação de Deus, isto é, como
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MENSAGEM QUARENTA E QUATRO
O SACERDOTE E AS OFERTAS
O Evangelho de Lucas pode ser dividido em sete
seções: a introdução: (1:1-4), a preparação do
Salvador-Homem em Sua humanidade com Sua
divindade (1:5- 4:13), o ministério do Salvador-
Homem em Suas virtudes humanas com Seus
atributos divinos (4:14-19:27), o Salvador-Homem
apresentando-Se à morte para redenção (19:28-
22:46), a morte do Salvador-Homem (22:47- 23:56),
Sua ressurreição (24:1-49) e Sua ascensão (24:50-
53). Nesta mensagem começaremos a considerar a
quarta seção desse livro: o Salvador-Homem
apresentando-Se à morte para redenção.
O Senhor Jesus fez a longa jornada da Galileia
para Jerusalém com o objetivo de ser levado à morte.
Ele sabia que em Jerusalém Ele Se apresentaria a
Deus no altar. No livro de Levítico as ofertas feitas no
altar prefiguram Cristo e, no cumprimento do Novo
Testamento, o altar é a cruz.
A Bíblia revela que Cristo não é somente as
ofertas, mas também o Sacerdote ofertante para fazer
os sacrifícios a Deus. Isso quer dizer que Ele é o
Sacerdote e as ofertas. Como Sacerdote ofertante, Ele
Se apresentou no altar, na cruz. A ideia de que Cristo
é tanto a oferta como o Sacerdote é revelada
claramente na Epístola de Hebreus. Em Hebreus,
vemos que Cristo é o Sumo Sacerdote que Se
ofereceu a Deus como o sacrifício eterno (Hb 9:11,14).
Agora, no Evangelho de Lucas, vemos que Cristo foi
da Galileia, o lugar onde fazia a obra, para Jerusalém,
20
MENSAGEM QUARENTA E QUATRO
O EXAME DO HOMEM-DEUS
Precisamos perceber que Aquele que foi
examinado aqui era o Homem-Deus. Sim, naquela
situação o Salvador-Homem era um homem, mas era
também Deus. Isso quer dizer que, como Deus, Ele
estava rodeado por opositores que O examinavam.
Quão tolos, cegos e ignorantes eles eram! Não
perceberam que Aquele que eles examinavam era o
próprio Deus.
Se tivermos essa compreensão, veremos que
paciencia o Homem-Deus exercitou ao ser
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MENSAGEM QUARENTA E SEIS
HOMEM
De acordo com Êxodo 12, cada família devia
tomar o cordeiro sem defeito para a Páscoa (Êx 12:3-
5). Podemos dizer que o Senhor Jesus era o Cordeiro
pascal designado para morrer pela família da
humanidade. No Antigo Testamento o cordeiro tinha
de ser examinado para determinar se era sem defeito.
Em Lucas 20 os principais sacerdotes, escribas,
anciaos, fariseus e saduceus examinaram o
verdadeiro Cordeiro pascal, mas não perceberam que
Aquele que era examinando era o Cordeiro fornecido
por Deus para morrer por eles. Esse Cordeiro tinha o
mais alto padrão de moralidade. Nas palavras de
Êxodo 12, Ele era sem defeito; ou seja, era totalmente
perfeito, sem mácula, sem mancha. Por isso o termo
“sem defeito” equivale à expressão “o mais alto
padrão de moralidade”.
Reflitam sobre quem era Aquele que foi
examinado em Lucas 20. Ele era o Homem-Deus
como o Cordeiro pascal. Como tal, o Senhor tinha
posição tríplice: de Deus, de homem e de Cordeiro
pascal. Ele era o Cordeiro ordenado por Deus e
provido por Ele tanto para a família judia como para
a gentia. Ele era o único Cordeiro ordenado antes da
fundação do mundo. Assim, foi examinado não só
pelos fariseus, o grupo religioso, mas também pelos
herodianos, o grupo político. Isso significa que o
Cordeiro pascal foi examinado pelos judeus e pelos
gentios. Além disso, antes de morrer, foi examinado
não só pelo Sinédrio judeu, como também por Pilatos,
o governador romano, e por Herodes, o rei.
Como o Homem-Deus, o Senhor Jesus é único.
Ele tem a essência divina e a humana. A essência
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MENSAGEM QUARENTA E SEIS
TÉRMINO E GERMINAÇÃO
Vimos que o Senhor Jesus desvendou Sua morte
e ressurreição aos discípulos três vezes (9:22; 9:44-
45; 18:31-34). Por que o Salvador lhes desvendou Sua
morte e ressurreição? A resposta completa a essa
pergunta requer as quatorze epístolas de Paulo.
A morte do Senhor envolve o término de Seus
seguidores. Os seguidores do Salvador-Homem
estavam na velha criação, e era necessário que essa
velha criação fosse levada à cruz e tivesse um término.
Depois do término da cruz, há a germinação. Para a
germinação há a necessidade de ressurreição. Por
isso era necessário que o Senhor morresse e fosse
ressuscitado. Ele morreu para introduzir Seus
seguidores na terminação e ressurgiu para introduzi-
los numa nova vida.
Quando o Senhor desvendou Sua morte e
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ESTUDO-VIDA DE LUCAS
A DESTRUIÇÃO DO TEMPLO
Lucas 21:5-6 diz: “E falando alguns a respeito do
templo, como estava ornado de belas pedras e de
ofertas consagradas, disse Jesus: quanto a essas
coisas que vedes, dias virão em que não ficará pedra
sobre pedra que não seja derrubada”. Porquanto os
discípulos se gabavam sobre o templo, o Senhor lhes
disse que o que contemplavam seria destruído. Ele
revelou que haveria uma destruição completa, um
arrasamento do templo. Essa destruição ocorreu
cerca de trinta anos depois da ascensão do Senhor.
Em cumprimento da profecia do Senhor, Tito, o
príncipe romano, destruiu Jerusalém com o exército
romano em 70 d.C.
Guerras
No versículo 7 os discípulos questionaram o
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MENSAGEM QUARENTA E SETE
O SINAL DA FIGUEIRA
Em 21:29-31 o Senhor diz aos discípulos uma
parábola: “Vede a figueira e todas as árvores. Quando
já brotam, vendo-o, sabeis por vós mesmos que o
verão está próximo. Assim também vós, quando
virdes acontecer essas coisas, sabei que está próximo
o reino de Deus”. A figueira, representando a nação
de Israel, foi amaldiçoada em Mateus 21:19. Ela
passou por um longo “inverno”, do primeiro século
até 1948 d.C., quando a nação de Israel foi restaurada.
Aquilo foi seu ramo renovando-se e suas folhas
brotando.
Essa figueira é um sinal aos crentes do fim desta
era. A renovação da figueira (Mt 24:32) significa que
a vida voltou. O brotar das folhas em Lucas 21:30
simboliza atividades exteriores. Inverno representa o
período de seca, o período de tribulação, ao passo
que verão representa a era do reino restaurado (Lc
21:30-31), que começará na segunda vinda do Senhor.
No versículo 30 o Senhor fala de o verão estar
próximo e no versículo 31, de o reino de Deus estar
próximo. Todavia na Bíblia a palavra “próximo” não
quer dizer que algo acontecerá em alguns dias ou até
mesmo em muitos anos. Para o Senhor, um evento
que ocorrerá em dois mil anos pode ainda ser
considerado próximo, porque para Ele tempo e
espaço nada significam.
Quando ouvi sobre a reformação de Israel em
1948, fiquei empolgado. Disse para mim mesmo:
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ESTUDO-VIDA DE LUCAS
DIANTE
DO FILHO DO HOMEM
Em 21:36 o Senhor diz: “Vigiai, porém, a todo
tempo, rogando para que tenhais a força de escapar
de todas essas coisas que hão de acontecer, e estar de
pé na presença do Filho do Homem”. Ter força e
habilidade é prevalecer. A força e habilidade de
escapar da grande tribulação advêm da vigilância e
do rogo.
A palavra “escapar” em 21:36 indica ser tomado,
arrebatado, antes da grande tribulação (Mt 24:21),
que será severa provação sobre toda a terra habitada
(Ap 3:10; Lc 17:34-36). Ser assim arrebatado é ser
guardado “da hora da provação, que há de vir sobre
toda a terra habitada, para pôr à prova os que
habitam sobre a terra” (Ap 3:10). Além disso, “todas
essas coisas” são as coisas da grande tribulação. Estar
de pé diante do Filho do Homem corresponde à
posição daqueles em Apocalipse 14:1. Isso indica que
os vencedores arrebatados estarão em pé diante do
Salvador no monte Sião nos céus, antes da grande
tribulação (cf. Ap 12:5-6, 14).
O CÁLICE DA PÁSCOA
Lucas 22:17 -18 diz: “E, tendo recebido um cálice,
havendo dado graças, disse: Tomai isto e reparti-o
entre vós; pois vos digo que, de agora em diante, de
nenhum modo beberei do fruto da videira, até que
venha o reino de Deus”. Determinados leitores desse
capítulo podem pensar que esse é o cálice da mesa do
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MENSAGEM QUARENTA E NOVE
LEMBRAR-SE DO SALVADOR-HOMEM
Já enfatizamos que o Salvador-Homem instituiu
Sua ceia, a mesa do Senhor, depois que Ele e os
discípulos comeram a Festa da Páscoa. Ele iniciou a
ceia, que era para que os crentes se lembrassem Dele,
em continuação e substituição à Festa da Páscoa do
antigo testamento, que era para que os eleitos se
lembrassem da salvação do Senhor (Êx 12:14; 13:3).
Essa nova prática do Novo Testamento é em
memória do Salvador-Homem, comendo-se o pão,
que representa Seu corpo dado em favor de Seus
crentes (1Co 11:24), e bebendo-se do cálice, que
representa Seu sangue derramado em favor dos
pecados deles (Mt 26:28). O pão denota vida (Jo
6:35), a vida de Deus, a vida eterna, e o cálice denota
bênção (1Co 10:16), que é o próprio Deus como
porção dos crentes (Sl 16:5). Como pecadores, os
crentes deveriam ter tomado o cálice da ira de Deus
como sua porção (Ap 14:10). Mas o Salvador-Homem
o bebeu por eles (Jo 18:11), e Sua salvação se tomou
sua porção, o cálice da salvação (SI 116:13) que
transborda (Sl 23:5), cujo conteúdo é Deus como a
bênção todo-inclusiva dos crentes. Esse pão e esse
cálice são os elementos que constituem da ceia do
Salvador-Homem, que é uma mesa (1Co 10:21), uma
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MENSAGEM QUARENTA E NOVE
MENSAGEM CINQUENTA
O SALVADOR-HOMEM
APRESENTOU-SE À MORTE
PARA REALIZAR A REDENÇÃO
(7)
Leitura Bíblica: Lc 22:7-46
crentes.
Na instituição da mesa do Senhor, o pão é o
elemento principal. Na cruz vemos o Cordeiro, mas
na mesa vemos o pão. Quando estamos à mesa do
Senhor, precisamos perceber que o pão inclui a
Cabeça e o Corpo; isto é, inclui Cristo e todos os
crentes. Assim, é um pão completo, uma entidade
corporativa. Louvado seja o Senhor porque o
Cordeiro se tornou o pão! Mediante Sua morte e em
Sua ressurreição, o Cordeiro se tornou o pão. De
acordo com João 12:24, o Senhor caiu na terra e
morreu como grão de trigo; e depois, em ressurreição,
tornou-se um pão composto de muitos grãos. Esse
pão é inexaurível!
Depois de considerar a mesa do Senhor
repetidas vezes, por muitos anos, posso testificar que
o pão e o cálice são inexauríveis. Antes de o Senhor
Jesus ter ido à cruz, Ele era o Cordeiro
individualmente, mas, depois de passar pela morte e
surgir em ressurreição, tornou-se um pão que inclui
tanto Ele como nós. Além disso, o sangue que Ele
derramou na cruz tornou-se uma aliança, e essa
aliança tornou-se um cálice, uma porção que é o
próprio Deus como bênção para nosso desfrute. Deus
é aquinhoado a nós nesse cálice; Ele é nossa porção
para desfrutar. Nisso vemos o sentido da ceia do
Senhor instituída no capítulo vinte e dois. Somos
gratos ao Senhor por nos dar essa compreensão de
Sua ceia.
MORTE E RESSURREIÇÃO
Em Seu ministério, seja na Galileia ou a caminho
de Jerusalém, o Salvador-Homem enfatizou Sua
morte e ressurreição. Três vezes Ele desvendou Sua
morte e ressurreição aos discípulos (9:21-22, 44-45;
18:31- 34). Agora, com a instituição de Sua ceia, o
ponto mais importante enfatizado por Ele foi
novamente Sua morte e ressurreição. Foi por meio de
Sua morte e ressurreição que Ele aniquilou os
discípulos, enterrou-os, redimiu-os e os fez germinar.
Fazendo-os germinar, Ele os fez um com Ele para ser
o pão. Além disso, por meio de Sua morte e
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MENSAGEM CINQUÊNTA
SINAL DO JUBILEU
Ser um com o Senhor como o Corpo é questão de
vida e desfrutar o Deus Triúno é questão de bênção.
À mesa do Senhor temos o pão representando o
Corpo em vida e temos o cálice representando a
bênção do Deus Triúno. À mesa temos vida e bênção.
Aqui estamos livres do cativeiro e estamos no
desfrute do Deus Triúno. Esse é o sentido da mesa do
Senhor como sinal do jubileu.
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ESTUDO-VIDA DE LUCAS
EXPÔS JUDAS
Em 22:21-23 vemos que o Senhor enfatizou que
um dos discípulos O trairia: “Mas eis que a mão do
Me trai está Comigo à mesa. Porque o Filho do
Homem vai, segundo o que está determinado; mas ai
daquele homem por intermédio de quem Ele é
traído! E eles começaram a discutir entre si sobre
quem seria dentre eles o que estava para fazer isso”.
Quem O estava para trair era Judas, é claro. Depois
de ser exposto, Judas saiu (Jo 13:21-30) antes da ceia
do Sa1vador-Homem (Mt 26:20-26). Ele não
participou do corpo e do sangue do Salvador-Homem
porque não era crente verdadeiro Nele, mas filho da
destruição (Jo 17:12), considerado pelo Salvador-
Homem como diabo (Jo 6:70-71).
Lucas 22:21- 23 parece indicar que Judas saiu
depois da ceia do Senhor, mencionada em 22:19-20.
O registro de Marcos, porém, bem como o de Mateus,
mostra que Judas foi apontado pelo Senhor Jesus
como Seu traidor em Marcos 14:18-21, antes de Ele
ter instituído Sua ceia nos versículos 22-24. O
registro de Marcos está de acordo com a sequência
histórica, ao passo que o de Lucas está de acordo com
a sequência da mora1idade.
Você sabe por que o Senhor Jesus expôs Judas?
Ele o expôs para apressar a hora de ser entregue aos
opositores. Sabendo que estava próxima a hora de ser
crucificado, o Senhor fez Judas se apressar para traí-
Lo.
MENSAGEM CINQUENTA E UM
A MORTE DO SALVADOR-HOMEM
(1)
Leitura Bíblica: Lc 22:47-23:25
PRESO
A morte do Salvador-Homem começou com Ele
sendo preso. Quando o Senhor Jesus foi ao Jardim
do Getsêmani, percebeu que seria preso lá.
Entretanto, assim como tomou a iniciativa de ir da
Galileia para Jerusalém, Ele tomou a iniciativa de ir
ao Getsêmani. É claro, os onze discípulos não sabiam
o que estava acontecendo. O Salvador-Homem,
porém, sabia o que estava fazendo e quais passos
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MENSAGEM CINQUÊNTA E UM
JULGADO
Pelo Sinédrio
Em 22:66-23:25 o Salvador-Homem foi julgado
pelo Sinédrio judeu (22:66-71) e pelos governantes
romanos (23:1-25). “Quando se fez dia, reuniu-se a
assembleia dos anciãos do povo, tanto os principais
sacerdotes como os escribas, e O conduziram ao
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MENSAGEM CINQUÊNTA E UM
QUATRO FIGURAS
288
ESTUDO-VIDA DE LUCAS
O retrato do Salvador-Homem
Em 22:47-23:25 precisamos ficar
impressionados com quatro figuras. A primeira é o
retrato do Salvador-Homem, do Homem-Deus.
Devido às pessoas ao redor, o retrato do Salvador-
Homem é muito claro. Nele vemos o Homem-Deus,
Aquele que é perfeito, digno e cheio do esplendor
divino e das virtudes humanas. Quando
consideramos a figura apresentada por Lucas do
Salvador-Homem desde a época em que Ele foi preso
até ser Ele sentenciado à morte por Pilatos, vemos o
retrato do Senhor Jesus como o Homem-Deus
perfeito e completo.
Sempre enfatizamos que, como Homem-Deus, o
Senhor Jesus é o Deus completo e homem perfeito.
Entretanto talvez não tenhamos apreciado antes o
retrato do Homem-Deus apresentado nesse trecho da
Palavra. Espero que, ao ler essa seção do Evangelho
de Lucas, todos os santos, principalmente os jovens,
tenham visão clara desse retrato do Homem-Deus.
O Senhor Jesus em 22:47-23:25 é retratado
como o Deus verdadeiro e homem real. Esse
Homem-Deus foi preso, escarnecido, blasfemado,
desprezado e julgado. Mas, enquanto passava por
tudo isso, Ele foi plenamente retratado como quem
tem o mais alto padrão de moralidade, as virtudes
humanas com o elevadíssimo esplendor divino. Aqui
não vemos só os atributos divinos do Salvador-
Homem, mas também Seu esplendor divino. Neste,
vemos o verdadeiro Deus e homem adequado. Ele foi
totalmente qualificado para ser o Substituto dos
pecadores pelos quais tencionava morrer. De acordo
com o registro de Lucas, Ele estava pronto para
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MENSAGEM CINQUÊNTA E UM
A MORTE TODO-lNCLUSIVA
DO SALVADOR-HOMEM
Vimos na mensagem anterior que o Salvador-
Homem foi levado por Deus à morte como nosso
Substituto, como nosso Redentor. Agora precisamos
ver que o Senhor Jesus teve uma morte todo-
inclusiva. Sua morte na cruz não foi meramente
vicária; foi todo-inclusiva. Por ser o Salvador-
Homem alguém todo-inclusivo, na cruz Ele teve uma
morte todo-inclusiva. Vamos agora considerar vários
aspectos de Sua morte todo-inclusiva.
O Cordeiro de Deus
De acordo com o relato em todo o Novo
Testamento, quando o Salvador-Homem morreu na
cruz, Ele morreu como sete itens. Primeiro, como o
Cordeiro de Deus para lidar com o pecado e pecados.
João 1:29 diz: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o
pecado do mundo”. O mundo aqui denota a
humanidade. Em 1Coríntios 15:3, 1 Pedro 2:24 e
Hebreus 9:28, vemos que, como Cordeiro de Deus, o
Senhor Jesus morreu por nossos pecados. Além disso,
de acordo com 2Coríntios 5:21 e Hebreus 9:26, Sua
morte eliminou com o pecado. Por isso o pecado e os
pecados foram solucionados pelo Cordeiro de Deus,
304
ESTUDO-VIDA DE LUCAS
Um homem em carne
Quando morreu na cruz, o Salvador-Homem
também morreu como homem em carne. Como a
Palavra que estava com Deus e era Deus, Ele se
tornou carne (Jo 1:1, 14). Primeira Pedro 3:18 nos diz
que Ele foi “morto, sim, na carne”. Como homem em
carne, Ele tinha somente a semelhança, a forma de
homem caído; não tinha a natureza de homem caído.
Isso significa que Ele estava na semelhança da carne
do pecado (Rm 8:3), mas não tinha a verdadeira
natureza do pecado. Visto que o Salvador-Homem
morreu como homem em carne, Sua morte lidou com
a carne caída. Louvado seja o Senhor que o pecado,
os pecados e a carne caída foram eliminados pela
morte do Salvador-Homem!
A serpente
Pode ser uma grande surpresa ouvir que o
Salvador-Homem morreu na cruz até mesmo como
serpente. “E do modo por que Moisés levantou a
serpente no deserto, importa que o Filho do Homem
seja levantado, para que todo o que Nele crê tenha a
vida eterna” (Jo 3:14-15). Aqui, o Senhor Jesus aplica
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MENSAGEM CINQUÊNTA E TRÊS
O pacificador
306
ESTUDO-VIDA DE LUCAS
Um grão de trigo
Por fim, Cristo morreu na cruz como grão de
trigo: “Em verdade, em verdade vos digo: Se o grão
de trigo não cair na terra e morrer, fica ele só; mas se
morrer, produz muito fruto” (Jo 12:24). O Senhor
morreu na cruz como grão de trigo a fim de liberar a
vida divina de Si.
O Novo Testamento revela que o Senhor Jesus
morreu na cruz como sete itens: o Cordeiro de Deus,
um homem em carne, um homem da velha criação, a
serpente, o Primogênito da criação, o Pacificador e o
grão de trigo. Isso não é meramente nossa palavra; é
o que a Bíblia revela. Precisamos proclamar que,
segundo a Palavra de Deus, o Salvador-Homem
morreu como esses sete itens.
30
MENSAGEM CINQUÊNTA E TRÊS
SEPULTADO
De maneira dignificante
Lucas 23:50-56 fala do sepultamento do
Salvador-Homem. Os versículos 50-52 dizem: “E eis
que havia um homem, de nome José, que era
membro do Conselho, homem bom e justo (que não
havia consentido no desígnio e na ação dos outros),
de Arimateia, cidade dos judeus, e esperava o reino
de Deus. Este foi ter com Pilatos e pediu o corpo de
Jesus”. Depois de o Senhor ter cumprido Sua morte
todo-inclusiva, Sua situação de sofrimento logo
mudou para uma situação de honra. Ele foi sepultado
por José de Arimateia, homem rico de alta posição
(Mt 27:57). José desceu o corpo de Jesus, “envolveu-
o num pano de linho fino, e O depositou num túmulo
talhado em rocha, onde ninguém ainda havia sido
posto” (Lc 23:53). Isso foi para o cumprimento de
Isaías 53:9. Em honra humana de alto padrão
descansou o Senhor no dia de sábado, aguardando a
30
MENSAGEM CINQUÊNTA E TRÊS
ASPECTOS DA RESSURREIÇÃO
DO SALVADOR-HOMEM
Antes de chegar a Lucas 24, gostaria de dar uma
palavra sobre a ressurreição de Cristo. Depois que
viveu na terra por trinta e três anos e meio,
trabalhando em Seu ministério por três anos e meio,
o Senhor foi crucificado e sepultado. Se Ele tivesse
permanecido no túmulo, isso demonstraria que Deus
não justificara o ato e a pessoa do Salvador-Homem.
Todavia o Salvador-Homem ressuscitou.
Sua vitória
A ressurreição de Cristo foi também Sua vitória
sobre o mundo, Satanás, a morte, o Hades e a
sepultura. Essas cinco coisas fizeram com que o
Senhor Jesus fosse posto no túmulo, nas sair do
túmulo em ressurreição foi Sua vitória sobre ) mundo,
Satanás, a morte, o Hades e a sepultura. Como Pedro
disse em Atos 2:24: “Deus ressuscitou, rompendo os
grilhões da morte; porquanto não era possível fosse
Ele retido por ela”. Visto que Cristo está em
ressurreição (Jo 11:25), a morte não pôde retê-Lo, E
impossível a morte reter a ressurreição; esta vence a
morte.
Sua glorificação
A ressurreição de Cristo foi também Sua
glorificação. Ela O introduziu na glória (Lc 24:26;
1Co 15:43a; At 3:13a ;15a).
A natureza divina do Senhor, Seu ser divino, foi
escondida e confinada em Sua carne. Por meio da
morte, o confinamento de Sua humanidade, Sua
carne, foi quebrado e, em ressurreição, Ele foi
liberado como o próprio Deus com Sua natureza e
riquezas. Uma vez liberado do confinamento de Sua
carne em ressurreição, Ele foi glorificado. Esse foi o
motivo de. ter dito aos discípulos a caminho de
Emaús que era necessário que o Cristo sofresse e
entrasse em Sua glória (Lc 24:26). FOI por meio de
Sua ressurreição que Ele entrou na glória.
Sua transfiguração
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ESTUDO-VIDA DE LUCAS
Gerar a igreja
Além disso, a ressurreição de Cristo gerou a
igreja como Seu Corpo, até mesmo como Sua
reprodução (Jo 12:24; 1Co 10:17). Por isso a igreja é a
reprodução de Cristo em ressurreição. Quando se
encarnou, Ele era um indivíduo, mas, ao ressuscitar,
tomou-se corporativo, um Cristo corporativo (1Co
12:12), o Cristo que é a Cabeça e o Corpo.
Precisamos compreender esses sete aspectos da
31
MENSAGEM CINQUÊNTA E QUATRO
A DESCOBERTA DA RESSURREIÇÃO
DO SALVADOR-HOMEM
No capítulo 24 Lucas nos dá um relato da
ressurreição de Cristo e, especificamente, de Suas
atividades em ressurreição. O versículo 1 diz: “No
primeiro dia da semana, alta madrugada, vieram elas
ao túmulo, trazendo os aromas que haviam
preparado”. Cristo ressurgiu no primeiro dia da
semana. Isso significa que Sua ressurreição trouxe
novo início com uma nova era para o reino de Deus.
Nesse versículo, “elas” se ré fere às mulheres
mencionadas no versículo 10 e em 23:55. A
ressurreição do Senhor foi cumprida, mas a
descoberta dela exigiu dos discípulos buscar o Senhor
em amor. Sabemos por 24:10 que as mulheres que
vieram ao túmulo cedo de manhã incluíam Maria
Madalena, Joana e Maria, mãe de Tiago, que era a
mãe do Salvador-Homem.
De acordo com os versículos 4-7, “dois varões se
puseram ao lado delas, com vestes deslumbrantes.
Ficando elas amedrontadas e inclinando o rosto para
o chão, eles lhes disseram: Por que buscais entre os
mortos Aquele que vive? Ele não está aqui, mas
318
ESTUDO-VIDA DE LUCAS
O SALVADOR-HOMEM RESSURRETO
APARECE A DOIS DISCÍPULOS
No caminho de Jerusalém a Emaús
Em 24:13-35 temos uma narrativa da aparição
do Salvador-Homem a dois discípulos: “Eis que, no
mesmo dia, dois deles estavam indo para uma aldeia,
cujo nome era Emaús, distante de Jerusalém
sessenta estádios. E conversavam um com o outro a
respeito de todas essas coisas que haviam sucedido”.
Um estádio equivale a cerca de 180 metros; portanto,
60 estádios equivaleriam a cerca de onze quilômetros.
Esse dois discípulos estavam totalmente
31
MENSAGEM CINQUÊNTA E QUATRO
A proclamação do jubileu
Proclamar o perdão de pecados é proclamar o
jubileu. Lucas 4 fala da libertação de cativos.
Proclamar o perdão de pecados é proclamar a
libertação de cativos da escravidão e cativeiro. O
Senhor Jesus parecia dizer aos discípulos: “Vocês
foram introduzidos em Minha ressurreição e no
jubileu. Agora precisam proclamar esse jubileu”.
O primeiro aspecto do jubileu, um aspecto do
lado negativo, é o perdão de pecados. De acordo com
os livros seguintes do Novo Testamento, o perdão de
pecados conduz os perdoados às riquezas do Deus
Triúno. Por isso o perdão de pecados nos introduz no
desfrute do Deus Triúno. Esse é o jubileu.
A ASCENSÃO DO SALVADOR-HOMEM
Lucas 24:50-51 diz: “Então os levou para fora,
até Betânia, e, erguendo as mãos, os abençoou.
Aconteceu que, enquanto os abençoava, apartou-se
deles, e era elevado ao céu”. Isso ocorreu no monte
das Oliveiras (At 1:12). Enquanto o Salvador-Homem
falava aos discípulos, foi elevado ao céu. Ele ascendeu
ao mais elevado ponto no universo. Os discípulos
ficaram empolgados e voltaram a Jerusalém com
grande gozo (v. 52), aguardando ser equipados com o
330
ESTUDO-VIDA DE LUCAS
Entronizado
Em ascensão Cristo foi assentado no trono do
governo de Deus. Em Sua ascensão Ele foi
entronizado. Sobre isso, Hebreus 12:2 diz que Cristo
está agora “assentado à destra do trono de Deus”.
em Sua ascensão.
ESTUDO-VIDA DE LUCAS
O FRACASSO DE ADÃO
EM TORNAR-SE UM HOMEM-DEUS
Se tivesse comido da árvore da vida e assim
tivesse tomado Deus em si como vida, Adão seria
pleno de Deus, e suas virtudes humanas teriam sido
344
ESTUDO-VIDA DE LUCAS
O SEGUNDO HOMEM
Por meio da encarnação de Cristo, Deus no Filho
se tomou um homem. De fato, isso é grandiosíssimo!
Deus criara o homem com um propósito de acordo
com Seu projeto, mas o homem falhou com relação a
Seu projeto e o destruiu. Em vez de criar outro
homem, o próprio Deus veio para ser o segundo
Homem (1Co 15:47), e não o fez no Pai nem no
Espírito, mas no Filho.
A maneira de falar do Novo Testamento sobre a
encarnação é dizer que a Palavra, que é Deus, tomou-
se carne (Jo 1:1, 14) e Deus foi manifestado na carne
(1Tm 3:16). Uma vez que o primeiro homem falhou
com relação ao propósito de Deus e estragou Seu
projeto, o próprio Deus veio para ser o segundo
Homem. Aleluia pelo segundo Homem!
um Homem-Deus.
O amor do Homem-Deus
Porquanto a natureza divina do Salvador-
Homem foi expressa em Sua natureza humana com
as virtudes humanas, é difícil dizer, quando Ele vivia
na terra, se quem amava os outros era Deus ou um
homem. Na vida do Salvador-Homem vemos o amor
de um Homem-Deus, o amor de quem viveu uma
vida humana cheia da vida divina. Porquanto o
Senhor viveu dessa forma, Seu amor era a virtude
humana do amor cheia do atributo divino do amor.
Certos casos relatados no Evangelho de Lucas
ilustram o fato de que, no amor do Salvador-Homem,
o atributo do amor divino é expresso na virtude de
amor humano. Vemos esse amor no caso do bom
samaritano (Lc 10:25-37), no da mulher pecadora na
casa de Simão, no do fariseu (7:36-50) e no do ladrão
na cruz que pediu ao Senhor Jesus que se lembrasse
dele (23:39-43). Em cada caso, o Senhor Jesus
348
ESTUDO-VIDA DE LUCAS
SALVADOR-HOMEM
O mais elevado padrão de moralidade constitui a
qualificação para a salvação dinâmica do Salvador-
Homem. Somente o Salvador-Homem tem essa
qualificação; ninguém mais, inclusive Confúcio e
Platão, é qualificado. No Evangelho de Lucas há
muitos casos a ilustrar que o padrão de moralidade
do Salvador-Homem O qualifica para a salvação
dinâmica. A melhor ilustração é a parábola do bom
samaritano (Jo:25-37). Esse samaritano viveu o mais
alto padrão de moralidade e salvou o caído por seu
padrão de moralidade.
O mais alto padrão de moralidade também
constitui o fator básico da salvação dinâmica do
Salvador-Homem. Vemos isso no caso de Zaqueu
(19:1-10). Por causa da salvação dinâmica do
Salvador-Homem, Zaqueu se tornou outra pessoa
logo após entrar em contato com Ele.
Quando foi à casa de Zaqueu, o Salvador-
Homem foi com o Espírito de poder (Lc 4:18) e com a
vida eterna indestrutível (Hb 7:16) para transmiti-la
a ele quando ele cresse Nele (Jo 3:15). O Espírito de
poder e a vida eterna foram conduzidos ao mais alto
padrão de Sua moralidade. Quando Ele, como o
Salvador-Homem, dinâmico olhou para Zaqueu e lhe
disse: “Zaqueu, desce depressa; porque convém que
Eu fique em tua casa hoje”, Zaqueu reagiu.
Podemos comparar Zaqueu a um brinquedo
elétrico que reage tão logo a eletricidade corre nele.
Que fez Zaqueu reagir como reagiu? Foi o Espírito
com a vida eterna, a eletricidade divina, proveniente
do Salvador-Homem que fluiu a ele. Sem o Espírito,
não teria havido como Ele, como a vida eterna, entrar
370
ESTUDO-VIDA DE LUCAS
MENSAGEM SESSENTA
O VIVER DIVINO-HUMANO
DO SALVADOR-HOMEM
(1)
Leitura Bíblica: Hb 2:14a; 16-17a; Fp 2:6-8; Ia
1:1, 14; 5:30; 6:38
O VIVER DE UM HOMEM-DEUS
O Salvador-Homem passou por longo processo
não para salvar-nos tirando-nos do inferno, mas
executando Sua salvação dinâmica. O termo
“salvação dinâmica” significa que Deus se tornou um
homem e viveu uma vida de homem para expressar
Deus. Embora vivesse uma vida de homem, Ele não
expressou o homem; expressou Deus. Como o
Salvador-Homem viveu essa vida na terra, os anjos e
demônios podem testificar que Ele era um homem a
viver a vida humana para a expressão de Deus. Esse é
o viver divino-humano do Salvador-Homem. Os
quatro evangelhos nos falam Daquele que viveu a
vida de homem-Deus.
Em Lucas 2:40-52 vemos o Salvador-Homem
crescendo e se desenvolvendo. Quando atingiu doze
anos de idade, Ele foi com Seus pais a Jerusalém para
a Festa da Páscoa, de acordo com o costume (vs. 41-
42). Lucas também nos conta que Ele começou Seu
ministério quando tinha cerca de trinta anos (3:23).
Somente no Evangelho de Lucas é-nos dito o que
aconteceu ao Senhor Jesus nas idades de doze e
trinta anos. O motivo disso é que Lucas apresenta o
Senhor Jesus como um homem típico e genuíno. Em
380
ESTUDO-VIDA DE LUCAS
MENSAGEM SESSENTA E UM
O VIVER DIVINO-HUMANO
DO SALVADOR-HOMEM
(2)
Leitura Bíblica: Hb 2:14a, 16-17a; Fp 2:6-8; Jo
1:1, 14; 5:30; 6:38
O SALVADOR-HOMEM
O HOMEM-DEUS
Teve a natureza humana com suas virtudes
para conter e expressar Deus
38
MENSAGEM SESSENTA E UM
O VIVER DO HOMEM-DEUS
O viver de um homem genuíno, mas não pela
vida de homem
para expressar o homem em virtudes do
homem
Passemos agora a considerar o viver divino-
humano do Salvador-Homem. Esse é o viver de um
homem genuíno, mas não pela vida de homem:
mente, emoção e vontade do homem, para expressar
o homem nas virtudes humanas.
Dois versículos do Evangelho de João são úteis
para compreender isso. Em João 5:30 o Senhor Jesus
diz: “Eu nada posso fazer de Mim mesmo; conforme
ouço, julgo; e o Meu juízo é justo, porque não busco a
Minha própria vontade, e, sim, a vontade Daquele
que Me enviou”. Em João 6:38, Ele então diz:
“Porque Eu desCldo céu não para fazer a Minha
própria vontade, e, sim, a vontade daquele que Me
enviou”. Nesses versículos vemos que o Senhor Jesus
não fazia ou buscava a própria vontade.
Num sentido muito real, nossa vontade
representa todo o nosso ser. Sim, em certo sentido,
nosso ser é representado pela mente. A mente,
entretanto, só representa nosso ser em conceitos; a
vontade representa nosso ser, ou nossa alma, em
ações. Você pode ter pensado muitas coisas, mas
quantas você praticou? Talvez, de cem coisas sobre as
quais pensou, somente duas foram realizadas. O
ponto aqui é que a mente representa nosso ser
idealmente e a vontade o representa em atividade,
em ações.
O fato de o Senhor Jesus não buscar ou fazer a
390
ESTUDO-VIDA DE LUCAS
uma imagem,
para expressar os atributos divinos de modo
que Deus seja expresso no viver do homem
No viver divino-humano do Salvador-Homem,
as virtudes humanas se tornaram uma casca, uma
imagem, para expressar os atributos de Deus de
modo que Deus fosse expresso no viver do homem.
Com isso vemos que nossas virtudes humanas, como
amor, luminosidade, santidade e justiça, não passam
de uma casca, a imagem criada por Deus em Gênesis
1:26. Deus criou o homem à Sua imagem de modo
que fosse expresso no viver do homem.
Se virmos isso, teremos a resposta à pergunta
levantada na mensagem anterior sobre o motivo de
ser necessário ao Senhor Jesus viver na terra por
trinta e três anos e meio antes de morrer para
cumprir a redenção. Se Ele tivesse vivido na terra
somente pouco tempo, teria havido apenas uma
expressão momentânea dos atributos divinos em Seu
viver. Essa expressão breve pode ser comparada com
o arco- íris, que aparece por breve instante e depois
se desvanece. O Salvador-Homem viveu uma vida
humana plena por trinta e três anos e meio. Naqueles
anos Ele foi provado como alguém sem defeito ou
imperfeição. Ele não falhou de modo nenhum. Suas
virtudes eram a imagem para a expressão dos
atributos de Deus. Por isso Deus foi expresso em Seu
viver.
A REPRODUÇÃO DO HOMEM-DEUS
(1)
Leitura Bíblica: Jo 3:6b; 2Co 3:17-18; Fp 1:19b,
20b, 21a; 2:5-8; 3:9-10; 4:8,13
A REGENERAÇÃO:
O PRIMEIRO PASSO DA REPRODUÇÃO
DO HOMEM-DEUS PELO ESPÍRITO TODO-
lNCLUSIVO
O primeiro passo da reprodução do Homem-
Deus pelo Espírito que dá vida todo-inclusivo é a
regeneração. O Senhor Jesus falou sobre a
regeneração a Nicodemos em João 3. Para esse
cavalheiro ético, culto e religioso, Ele disse:
“Importa- vos nascer de novo” (Jo 3:7). Nascer de
novo é nascer de outra essência, a essência divina. O
Senhor parecia dizer a Nicodemos: “Você nasceu da
essência humana e agora precisa nascer de novo de
outra essência: a essência de Deus. Nicodemos, você
precisa nascer de Deus”.
Nascer do Espírito
Nascer de Deus é nascer do Espírito. Que é
Espírito? O Espírito é o extrato de Deus. Na verdade,
esse extrato não é meramente de Deus, é também de
Jesus Cristo.
Se compararmos João 3:6 com João 3:14-15,
veremos que o Espírito aqui é o extrato de Jesus
Cristo. Em João 3:6, o Senhor Jesus diz: “O que é
nascido do Espírito é espírito”. Se quisermos ter a
vida divina, precisamos ser nascidos do Espírito. Em
João 3:14-15 o Senhor Jesus prossegue: “E do modo
por que Moisés levantou a serpente no deserto, assim
importa que o Filho do homem seja levantado, para
que todo o que Nele crê tenha a vida eterna”. O
Senhor aqui se refere a Si mesmo como o Cristo
crucificado e ressurreto. Quem quer que creia Nele
terá vida eterna. Ter vida eterna é igual a nascer de
398
ESTUDO-VIDA DE LUCAS
todo-inclusivo.
Em Atos 2 temos o derramamento do Espírito.
No versículo 17 Pedro cita a palavra de Joel sobre o
derramamento do Espírito de Deus sobre toda carne
e diz que “todo aquele que invocar o nome do Senhor
será salvo” (At 2:21). Uma vez que Deus derramou
Seu Espírito, o que as pessoas precisam fazer para ser
salvas é invocar o nome do Senhor. Todo aquele que
invocar o nome do Senhor será salvo e ser salvo é na
verdade receber o Espírito.
Como já enfatizamos muitas vezes, o nome
denota a pessoa. Jesus é o nome do Senhor e o
Espírito é Sua pessoa. Por isso, quando invocamos o
nome do Senhor, recebemos Sua pessoa, o Espírito.
Isso é o que significa ser salvo.
Alguns cristãos se opõem à questão de invocar o
Senhor. Dizem falsamente que isso é mero gritar ou
vã repetição. Entretanto invocar o nome do Senhor
não é em vão. Quando o invocamos, invocamos o
nome do amado, todo-inclusivo, que está acima de
tudo. Deus Lhe deu um nome que está acima de todo
nome (Fp 2:9). Podemos testificar que, quando
invocamos Seu nome, o Espírito vem. Jesus é Seu
nome e o Espírito é Sua pessoa, o extrato de Seu ser.
A realidade do nome de uma pessoa é a própria
pessoa. Por esse motivo, quando chamamos o nome
de certa pessoa presente, ela responde. O princípio é
o mesmo com invocar o nome de Jesus. Sempre que
o invocamos, obtemos a pessoa. Uma vez que a
pessoa é o Espírito, quando invocamos o nome de
Jesus, recebemos o Espírito. Pela experiência,
sabemos que, quando cremos em Jesus e invocamos
Seu nome, o Espírito vem como a Pessoa todo-
inclusiva para ser nossa vida.
400
ESTUDO-VIDA DE LUCAS
O Espírito regenerador
Para entrar em nós como o Espírito que dá vida,
o Senhor Jesus precisava passar por longo processo.
No Espírito que dá vida, o extrato todo-inclusivo de
Cristo, não há somente a essência do que Cristo é,
mas também o elemento do processo por meio do
qual Ele passou. O Senhor não veio apenas para
habitar entre os homens. Ele viveu na terra por trinta
e três anos e meio, experimentando muitas coisas.
Ele nasceu de uma virgem e cresceu de forma
humana, normal. Por fim, foi à cruz para ser
espremido a fim de liberar o Espírito como Seu
extrato.
Hoje o Espírito regenerador é o extrato do Cristo
todo- inclusivo. Como tal, Ele compreende o
elemento divino com os atributos divinos e o
elemento humano com todas as virtudes humanas.
Esse Espírito inclui o elemento da vida maravilhosa
do Senhor de expressar Deus. O Espírito também
inclui o elemento das virtudes humanas resgatadas,
restauradas, recobradas, aperfeiçoadas, melhoradas,
santificadas, fortalecidas, energizadas e elevadas.
Você alguma vez percebeu isso? O Espírito todo-
inclusivo que dá vida contém o elemento das virtudes
humanas elevadas do Salvador-Homem.
A REPRODUÇÃO DO HOMEM-DEUS
(2)
Leitura Bíblica: Jo 3:6b; 2Co 3:17-18; Fp l:l9b,
20b, 21a; 2:5-8; 3:9-10; 4:8, 13
Vimos que, para a reprodução do Homem-Deus,
precisamos renascer do Cristo pneumático em nosso
espírito com Sua vida e natureza divinas. Nesta
mensagem vamos prosseguir vendo que para essa
reprodução precisamos também ser transformados
pelo Cristo pneumático em nossa alma e depois viver
Cristo como o Homem-Deus.
Salvação metabólica
É bem fácil entender o significado da
regeneração, mas não o da transformação. Em
2Coríntios 3:18 a Versão King James até usa a
palavra “mudados” em vez de “transformados”. O uso
de “mudados” nesse versículo não é adequado.
Embora transformação seja mudança, ela envolve
mais que mera mudança exterior. Transformação
envolve mudança metabólica, mudança interior em
vida. Essa mudança metabólica requer o operar em
nós do elemento da vida divina. Isso produz
mudança não só de aparência e de comportamento,
mas também em vida, natureza e essência intrínseca.
Não devemos pensar que o Senhor nos salva
meramente de forma objetiva. Não devemos esperar
que, quanto mais orarmos, mais o Senhor nos salvará
objetivamente dos céus. Pelo contrário, quanto mais
invocarmos Seu nome, mais Ele se moverá em nós
para acarretar mudança metabólica que afeta nosso
ser intrínseco. Isso significa que a salvação do Senhor
é uma salvação metabólica, não apenas uma salvação
406
ESTUDO-VIDA DE LUCAS
O JUBILEU
(2)
Leitura Bíblica: Lv. 25:8-13, 23-24, 28, 39-41
PROCLAMAR LIBERAÇÃO
A terra vendida era liberada para seu
proprietário
Se quisermos entender a definição do jubileu,
precisamos ver que significa a proclamação da
liberação e liberdade. Primeiro, ele era a
proclamação da liberação da terra vendida a seu
proprietário. Sobre isso, Levítico 25:13 diz: “Neste
ano do jubileu tomareis cada um à sua possessão”.
Nesse versículo, vemos que de fato a liberação não é
a da terra ao possuidor, mas do possuidor à terra. De
acordo com a ordenação do Senhor, a terra não devia
ser vendida para sempre, mas podia ser redimida:
“Também a terra não se venderá em perpetuidade,
430
ESTUDO-VIDA DE LUCAS
NO QUINQUAGÉSIMO ANO
Depois de sete anos sabáticos
O jubileu era, é claro, no quinquagésimo ano. “O
ano quinquagésimo vos será jubileu” (Lv. 25:11a).
Esse ano vinha depois de sete anos sabáticos, isto é,
depois de sete vezes sete anos. Em prefiguração o
sábado se refere ao descanso. Assim, sete anos
sabáticos significam sete vezes sete descansos.
O ano do jubileu devia ser no primeiro ano de
um novo período de sete anos, ou um oitavo ano.
43
MENSAGEM SESSENTA E CINCO
O ANO DO JUBILEU
Levítico 25:10 fala de consagrar o
quinquagésimo ano. Aqui vemos que o jubileu era
um ano santo, um ano consagrado a Deus e também
a nós. Em outro lugar, o ano do jubileu é chamado de
o ano aceitável do Senhor. De acordo com Lucas
4:18-19, o Senhor Jesus na sinagoga leu em Isaías
61:1-2: “O Espírito do Senhor está sobre Mim, pelo
que Me ungiu para anunciar o evangelho aos pobres;
enviou-Me para proclamar libertação aos cativos, e
restauração da vista aos cegos; para pôr em liberdade
os oprimidos, para proclamar o ano aceitável do
Senhor”. O ano aceitável foi o ano no qual o Senhor
aceitou Seu povo que estava perdido e que voltou
para Ele. Por isso, do lado do Senhor, o ano do
jubileu foi o ano de aceitação.
O ano do jubileu era santo e também aceitável.
Era um ano de proclamar liberdade a todo o povo e
era hora de liberdade, descanso, desfrute e satisfação.
Já enfatizamos em outras mensagens neste
Estudo-Vida que a proclamação do jubileu pelo
Senhor Jesus em Lucas 4 governa todo o Evangelho
de Lucas. Na verdade, toda a era do Novo
Testamento é o jubileu. A era do Novo Testamento é
um tempo de proclamar liberação a todos os que
perderam suas possessões e se venderam à
escravidão. Hoje a proclamação do evangelho é trazer
essas pessoas de volta a suas possessões e a suas
famílias, de volta para Deus e à sua família, à casa de
Deus.
434
ESTUDO-VIDA DE LUCAS
O JUBILEU
(3)
Leitura Bíblica: Lv 25:9-13, 39-41, 54: Sl 16:5;
90:1; Ef 2:12; At 26:18; Ef 1:14; Cl 1:12; Lc 15:12-23:
Rm 7:14b; Jo 8:34, 36; Rm 6:6-7; 8:2; Gl 5:1
A INTENÇÃO DE DEUS
EM SER A POSSESSÃO DO HOMEM
A verdadeira possessão do homem é Deus, e o
homem foi criado como vaso para conter Deus.
Gênesis 1:26 diz que o homem foi feito à imagem de
Deus e Romanos 9 revela que o homem foi criado
para ser um vaso. O homem foi criado como vaso
para conter Deus de modo que Ele pudesse enchê-lo
e Se expressar por meio do homem.
Veja uma garrafa, que é um vaso. Em si mesma,
ela é vazia. Qual é a possessão de uma garrafa? É seu
conteúdo. O princípio é o mesmo com qualquer tipo
de vaso: a possessão de um vaso é seu conteúdo. Se
um vaso não tem seu conteúdo, não tem sua
possessão. Um vaso ficar sem conteúdo, sem sua
possessão, significa estar vazio, e estar vazio é estar
43
MENSAGEM SESSENTA E SEIS
pobre.
O homem foi criado como vaso para conter Deus.
Se não contém Deus, isso quer dizer que o homem
não tem sua possessão. Sem Deus como seu conteúdo,
o homem permanece um vaso pobre, vazio. A
intenção de Deus é ser o conteúdo do homem, sua
possessão.
No âmbito das coisas materiais, se tivermos as
possessões necessárias, teremos terra para produzir
comida e casa para habitar. Diariamente precisamos
de alimento para comer e casa na qual habitar. Em
resumo, precisamos de terra e casa. Essas são as
necessidades básicas no viver do homem.
O Novo Testamento indica que Deus é nossa
verdadeira terra. Para Seu povo escolhido, os filhos
de Israel, Deus deu uma boa terra que manava leite e
mel. Com que propósito Ele lhes deu a terra? Deus a
deu a Seu povo para que pudessem ter alimento para
comer. Essa boa terra é um tipo de Deus em Cristo
como provisão para nossa alimentação. Comer é uma
necessidade espiritual e Cristo é a provisão que a
satisfaz.
No Salmo 90:1 vemos que Deus é também nossa
habitação: “Senhor, Tu tens sido o nosso refúgio de
geração em geração”. Você alguma vez percebeu que
Deus é nossa habitação? Até no Antigo Testamento é-
nos dito que Deus era a habitação de Seu povo
escolhido. Por isso Deus é nossa terra e também
nossa casa, nossa habitação
Salmo 16:5 diz: “O Senhor é a porção da minha
herança e do meu cálice”. Aqui vemos que o Senhor é
nossa porção para nossa herança e para nosso cálice.
Ele é nossa porção de duas maneiras: como alimento
para comer e como casa para habitar. De acordo com
440
ESTUDO-VIDA DE LUCAS
O JUBILEU
(4)
Leitura Bíblica: Lv 25:9-13, 39-41, 54; SI 16:5;
90:1; Ef2:12; At 26:18; Ef 1:14; Cl 1:12; Lc 15:12-23;
Rm 7:14b; Jo 8:34, 36; Rm 6:6-7; 8:2; Gl 5:1
LIBERTOS DA ESCRAVIDÃO
A segunda bênção do jubileu é que os que se
venderam como escravos estão libertos da escravidão
(Lv 25:39- 41, 54). De acordo com a tipologia em
Levítico 25, um israelita poderia empobrecer tanto
que precisava vender sua possessão. Ele então
poderia afundar-se mais na pobreza e até vender a si
mesmo. Tendo perdido a si mesmo, ele se tomava
escravo.
O que se vendera à escravidão podia tentar
redimir- se. Entretanto, se não conseguisse fazê-lo
antes do ano do jubileu, deveria ser libertado naquele
ano. “Se desta sorte se não resgatar, sairá no ano do
448
ESTUDO-VIDA DE LUCAS
APRECIAR O JUBILEU
Vamos agora aplicar isso à nossa experiência de
salvação. Assim como o ano do jubileu veio depois de
sete períodos completos de anos, muitos de nós
experimentaram salvação somente depois de passar
por muitos “períodos” na vida humana. Por um lado,
é muito bom ser salvo cedo na vida, na juventude;
por outro, há também um ponto bom de ser salvo
depois de passar por uma quantidade de períodos
longos na vida humana. Por exemplo, suponha que
um homem seja salvo aos cinquenta anos. Ele passou
por muitos períodos: juventude, faculdade,
casamento e desenvolveu-se na sua profissão. Tendo
passado por todos esses períodos, ele experimenta
um verdadeiro jubileu quando é salvo. Por anos,
conforme indicam as sete semanas de anos antes do
ano do jubileu, ele pode ter tentado redimir-se, mas
sem sucesso. Um dia ele ouve o soar do jubileu por
meio da pregação do evangelho e é salvo. Ele chega a
45
MENSAGEM SESSENTA E SETE
O JUBILEU (5)
Leitura Bíblica: Lv 25:10-12,19-22; Mt 11:28; Fp
4:5-7, 9: Lc 15:23; 1Co 5:8; Ef 3:8; Fp 1:19; 2Co 12:9;
13:13
A Festa da Páscoa
Quando os filhos de Israel estavam no Egito,
estavam em cativeiro. Não tinham descanso,
satisfação e desfrute, mas Deus chegou para resgatá-
los, salvá-los de sua situação caída. Deus salvou Seu
povo pela Páscoa.
Na Bíblia a Páscoa é chamada de festa. A Festa
da Páscoa era a primeira das sete festas anuais
observadas pelos filhos de Israel (Lv 23). A palavra
“festa” implica feriado, um tempo de descanso,
satisfação e desfrute. Um feriado é um dia sem
trabalho, um dia de deleite. Em todos os países,
quando há um feriado, as pessoas cessam de
trabalhar e têm um tempo de descanso, satisfação e
desfrute. A Festa da Páscoa era a hora dos filhos de
Israel. Era a hora de o povo escolhido por Deus
462
ESTUDO-VIDA DE LUCAS
Vida no deserto
Deus tirou os filhos de Israel do Egito através do
mar Vermelho e deserto adentro. Nos anos em que
esteve no deserto, o povo não tinha qualquer
atividade ou labor. Que, então, fizeram por quarenta
anos? Podemos dizer que tiveram um feriado muito
longo. Por quarenta anos não trabalharam; pelo
contrário, descansaram com Deus. Não semearam
nem segaram, mas simplesmente colhiam o maná.
Além disso, o que colhiam não era o resultado do seu
labor, mas algo presenteado por Deus. Por isso os
filhos de Israel descansaram com Deus e desfrutaram
Sua dádiva. É um caso único na história que um povo,
atingindo mais de dois milhões de pessoas,
subsistisse quarenta anos sem qualquer atividade
industrial ou agrícola. Nesses quarenta anos os filhos
de Israel descansaram com Deus dia após dia.
Ao considerar a história dos filhos de Israel no
deserto, vemos que na verdade eles não sabiam como
descansar com Deus ou desfrutar Seus dons. Eles
ainda tentaram laborar, isto é, fazer algo por si
mesmos. Esse labor ofendia a Deus. Depois de entrar
no deserto, os filhos de Israel não deviam ter feito
nada exceto louvar o Senhor, desfrutá-Lo e descansar
com Ele. Entretanto eles ainda lutavam por fazer algo
por si mesmos. Sempre que laboravam dessa
maneira, causavam problemas.
A boa terra
Depois de um feriado de quarenta anos no
46
MENSAGEM SESSENTA E OITO
repetição da Páscoa.
No ano do jubileu havia a proclamação de
liberdade: “Santificareis o ano quinquagésimo, e
proclamareis liberdade na terra a todos os seus
moradores: ano de jubileu vos será, e tornareis, cada
um à sua possessão, e cada um à sua família” (Lv
25:10). Essa liberdade era uma liberação; denotava a
libertação do cativeiro.
De acordo com Levítico 25:10, no ano do jubileu
uma pessoa podia ser devolvida à sua possessão e à
própria família. Que significa isso? Significa a volta
ao descanso, à satisfação e ao desfrute, um retorno à
condição e estado no qual as pessoas tinham sido
trazidas pela Páscoa. A Páscoa os introduziu numa
condição e estado em que podiam possuir Deus como
sua boa terra para seu descanso e desfrute, mas eles
perderam essa possessão e caíram em cativeiro
novamente. Sua condição tornou-se como a dos
filhos de Israel no Egito. Por isso havia a necessidade
do jubileu como a repetição da Páscoa para
proclamar liberdade a todos os que haviam perdido
sua possessão e que estavam em cativeiro. No ano do
jubileu, as pessoas podiam ser devolvidas à sua
possessão e à sua família a fim de ter descanso,
satisfação e desfrute. Essa é a figura retratada na
tipologia em Levítico 25.
Como veremos mais plenamente na mensagem
seguinte, esse tipo é uma figura do que deve ser a
vida cristã. A vida cristã é uma vida de liberdade,
libertação e liberação, uma vida cheia de descanso,
satisfação e desfrute.
ESTUDO-VIDA DE LUCAS
O JUBILEU (6)
Leitura Bíblica: Lv 25:10-12,19-22; Mt 11:28; Fp
4:5-7,9: Lc 15:23; 1Co 5:8; Ef3:8; Fp 1:19; 2Co 12:9;
13:13
VIDA DE DESFRUTE
Lucas 15:23 indica que a vida cristã deve ter
desfrute: “Trazei também o novilho cevado e matai-o;
comamos e regozijemo-nos”. O resultado da volta do
filho pródigo à casa do pai foi que ele e todos os da
casa podiam comer, beber e se regozijar. Isso indica
que devemos comer Cristo como o novilho cevado,
beber o Espírito que dá vida e nos regozijar no
desfrute do Deus Triúno e nas riquezas da casa do
Pai.
Quando prosseguimos para 1Coríntios 5:8,
vemos que a vida cristã é uma festa: “Por isso
celebremos a festa, não com o velho fermento, nem
com o fermento da maldade e da malícia; e, sim, com
os asmos da sinceridade e da verdade”. Essa festa se
refere à dos pães asmos como a continuação da
Páscoa (Êx 12:15-20). Essa festa durava sete dias, um
466
ESTUDO-VIDA DE LUCAS
ansiedade”.
O terceiro tipo de labor revelado na Bíblia é o
sofrimento. Sofrer é um labor muito difícil. Quando
desfrutamos Deus no jubileu, não deve haver
sofrimento. Paulo, por exemplo, sofreu com um
“espinho na carne” (2Co 12:7). Sobre esse espinho,
ele rogou ao Senhor três vezes que o removesse dele
(v. 8). Entretanto, em vez de remover o espinho, o
Senhor lhe disse: “Minha graça te basta”. O Senhor
parecia dizer- lhe: “Não, Eu não removerei o espinho,
porque Minha graça é suficiente. Se você Me
desfrutar, não terá sofrimento”.
Dizer que não temos sofrimento quando
desfrutamos o Senhor não quer dizer que as
circunstâncias ao redor serão melhores. Pelo
contrário, em muitos casos, elas mudam para pior.
Veja a situação de Paulo e Silas em Atos 16: foram
lançados na prisão em Filipos. Poderíamos esperar
que essa prisão fosse grande sofrimento para eles;
contudo, eles não estavam sofrendo ali, mas
desfrutavam o jubileu. Eles cantavam e louvavam o
Senhor. Embora na prisão, eles tinham desfrute,
satisfação e descanso.
UM CONCEITO ERRÔNEO
Como crentes não devemos ter o conceito de que,
uma vez que somos salvos, amamos o Senhor Jesus,
damos- Lhe tudo ou queremos dar-Lhe tudo, nossa
situação será próspera. Nenhum cristão deve ter esse
conceito. Se essa for nossa filosofia de vida cristã,
precisamos abandoná-la. Esse ponto de vista está
absolutamente errado.
Muitos dos que serviram o Senhor foram
martirizados. João Batista, por exemplo, o precursor
470
ESTUDO-VIDA DE LUCAS
A RESSURREIÇÃO DO SALVADOR-HOMEM
(1)
Leitura Bíblica: At 2:24; 3:15; Rm 4:25; At 10:41;
Jo 10:15, 17-18; Hb 2:14; 1Co 15:52-54; Jo 13:31-32;
17:1; Lc 24:26; Jo 12:24
A vindicação de Deus
A Pessoa e obra do Salvador-Homem foram
rejeitadas e condenadas. Os líderes religiosos
pensaram que O haviam exterminado e agora
poderiam descansar contentes. Deus, porém, veio
para ressuscitar o Senhor Jesus. Ele não discutiu
como os líderes religiosos; não teve uma conferência
para negociar com eles. Antes, Deus parecia dizer:
“Não quero falar com vocês, tolos. Farei uma coisa:
ressuscitarei Aquele que vocês crucificaram. O fato
de Eu ressuscitá-Lo é Minha vindicação Dele e de Sua
obra, mas é uma vergonha para quem O condenou”.
O Senhor Jesus foi o ponto de virada da história
humana. O que ele fez afetou o mundo todo. Por
meio da ressurreição, Deus, o Supremo Juiz,
vindicou o Salvador-Homem e Sua obra redentora.
Aprovação de Deus
A ressurreição de Cristo não foi só a vindicação
de Deus, mas também Sua aprovação Dele e de Sua
obra. Ao ressuscitar o Senhor Jesus, Deus parecia
dizer à nação judia com seus líderes: “Eu aprovo o
que vocês condenam. Vocês dizem que Jesus
blasfemou contra Mim, mas Eu aprovo o que Ele fez,
o que disse e o que foi. Vocês pensavam que
poderiam levá-Lo à morte. Na cruz, Ele sofreu a
perseguição de vocês e depois consumou Minha
redenção. Eu aprovo Sua obra redentora. Ele
consumou a redenção que planejei na eternidade
passada. Não só vindico a Ele e Sua obra, como
482
ESTUDO-VIDA DE LUCAS
também os aprovo”.
De acordo com João 10 o Senhor Jesus entregou
Sua vida e a retomou pelo mandamento de Deus.
Deus ordenou que Ele entregasse Sua vida. Por isso
Deus veio para vindicar e aprovar o Senhor Jesus e
Sua obra. Novamente Deus parecia dizer: “Se não
aprovasse Jesus de Nazaré, Eu O teria deixado no
Hades. Depois de sepultado, Ele foi ao Hades, mas
Eu O ressuscitei do Hades e do túmulo para
proclamar a vocês que aprovo o que Ele fez e O
vindico”. Assim, ressuscitando o Senhor Jesus, Deus
silenciou os que condenaram o Salvador-Homem.
MENSAGEM SETENTA E UM
A RESSURREIÇÃO DO SALVADOR-HOMEM
(2)
Leitura Bíblica: At 2:24; 3:15; Rm 4:25; At 10:41;
Jo 10:15, 17-18; Hb 2:14; 1Co 15:52-54;Jo 13:31-32;
17:1; Lc24:26;Jo 12:24
O SUCESSO DO SALVADOR-HOMEM EM
TODAS AS
SUAS REALIZAÇÕES
As pessoas sempre se gabam de seu sucesso, mas
não importa quão bem sucedida uma pessoa seja na
vida, ela perde tudo quando morre. Isso quer dizer
que a morte é o fim do sucesso de alguém.
Essa com certeza foi a situação do rico na
parábola em 12:16-21. Ele disse a si mesmo:
“Derrubarei os meus celeiros e construirei outros
maiores, e ali recolherei todo o meu trigo e os meus
bens. E direi à minha alma: Alma, tens em depósito
muitos bens para muitos anos; descansa, come, bebe,
regala-te” (vs. 18-19). Deus, porém, lhe disse:
“Insensato, esta noite te pedirão a tua alma; e o que
tens preparado, para quem será?” (v. 20). O rico foi
486
ESTUDO-VIDA DE LUCAS
sucesso.
A GLORIFICAÇÃO DO SALVADOR-HOMEM
Além disso, a ressurreição do Salvador-Homem
foi Sua glorificação (Jo 13:31-32; 17:1; Lc 24:26).
Porquanto essa questão é difícil de compreender e
definir, seria útil usar a ilustração do grão de trigo.
Quando é semeado na terra, o grão “morre”, mas ao
mesmo tempo cresce. Se não for semeado no solo, o
grão de trigo não vai morrer nem crescer, mas uma
semente colocada no solo, por fim, é glorificada por
meio do crescimento.
O princípio é o mesmo com outras sementes
como, por exemplo, uma semente de cravo. Como o
grão de trigo, a semente de cravo morre no solo, mas
posteriormente cresce, ressurge da terra e floresce. O
flores cimento de uma flor de cravo é sua glorificação.
Por isso a semente de cravo é plenamente glorificada
no flores cimento da flor de cravo.
De acordo com Sua palavra em João 12:24, o
Senhor Jesus era um grão de trigo que caiu na terra e
morreu, mas, enquanto morria no solo, Ele também
crescia. Por fim, em ressurreição, Ele “floresceu” e
gerou muitos grãos, que são Sua glorificação.
O trigo que cresce no campo é a glorificação de
todos os grãos de trigo semeados ali. Espigas de trigo
maduras são descritas como “espigas douradas de
cereal”. Está chegando a hora quando no universo
49
MENSAGEM SETENTA E UM
A RESSURREIÇÃO DO SALVADOR-HOMEM
(3)
Leitura Bíblica:1Co 15:45b; Jo 14:16-20; 12:24b;
1Pe 1:3; Ef20-23
A TRANSFIGURAÇÃO DO SALVADOR-
HOMEM
EM ESPÍRITO QUE DÁ VIDA
PARA ENTRAR EM SEUS CRENTES
O primeiro item do aspecto subjetivo da
ressurreição do Salvador-Homem é que ela foi Sua
transfiguração no Espírito que dá vida a fim de entrar
em Seus crentes (1Co 15:45b; Jo 14:16-20). A
ressurreição de Cristo como Sua transfiguração é
difícil de explicar porque envolve a Trindade divina.
O Filho e o Espírito
Além disso, o Espírito Santo foi envolvido na
concepção do Senhor Jesus. Assim, o nascimento de
Cristo foi diretamente do Espírito Santo, porque Sua
mãe, Maria, ficou “grávida pelo Espírito Santo”,
porque o que foi gerado nela era do Espírito Santo
(Mt 1:18, 20). Então, na idade de trinta anos, quando
o Salvador-Homem começou a ministrar, o Espírito
desceu sobre Ele (Lc 3:22). Em Seu ministério, o
Senhor pregou o evangelho pelo Espírito. Em Lucas
4:18, é-nos dito que Ele leu essas palavras de Isaías:
“O Espírito do Senhor está sobre Mim, pelo que Me
ungiu para anunciar o evangelho aos pobres”. A
pregação do Filho foi a obra do Espírito. O Filho
nunca fez nada por Si mesmo. Ele até expulsou
demônios pelo Espírito de Deus (Mt 12:28).
O Deus Três em Um
O Pai, o Filho e o Espírito constituem um único
Deus, o Deus Triúno. A palavra “triúno” significa
três-um. Assim, Deus é o Deus “três em um”. Visto
que é triúno, três em um, não devemos pensar que o
Pai, o Filho e o Espírito podem ser separados.
Precisamos sempre lembrar-nos que os Três: o Pai, o
Filho e o Espírito são um só. Entretanto, enquanto
são um, são três ao mesmo tempo.
A RESSURREIÇÃO DO SALVADOR-HOMEM
(4)
Leitura Bíblica:1Co 15:45b; Jo 14:16-20; 12:24b;
1Pe 1:3; Ef 1:20-23
O PROCESSO DE RESSURREIÇÃO
A ressurreição do Salvador-Homem foi um
processo iniciado logo após o nascimento do Senhor.
Não devemos pensar, portanto, que Sua ressurreição
começou no terceiro dia após a crucificação.
Se considerarmos o Novo Testamento como um
todo, perceberemos que a ressurreição começa com a
morte. Pelos trinta e três anos e meio do viver
humano do Senhor na terra, Ele experimentou morte
- morte para Si mesmo e para todas as coisas além de
Deus. Assim, a vida que Ele viveu foi uma vida sob o
operar da morte.
Em Lucas 12:50 o Salvador-Homem indicou que
estava constrangido e desejava ser liberado: “Tenho,
porém, um batismo com que ser batizado; e como Me
angustio até que se realize!”. A palavra grega
traduzida por “angustiar- se” pode também ser
50
MENSAGEM SETENTA E TRÊS
O SALVADOR-HOMEM GERMINOU
EM NOVA CRIAÇÃO PARA TRANSMITIR
A VIDA DIVINA AOS CRENTES PARA
REGENERÁ-LOS
Em João 12:24 o Senhor Jesus diz que, se um
grão de trigo cair no chão e morrer, dá muito fruto.
Isso é questão de germinação por meio da
ressurreição. Sobre isso Pedro diz:
“Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor e Salvador
Jesus Cristo que [ ... ] nos regenerou para uma viva
esperança mediante a ressurreição de Jesus Cristo
dentre os mortos” (1Pe 1:3). Quando Cristo foi
ressuscitado, nós, Seus crentes, fomos todos
incluídos Nele. Assim, fomos ressuscitados com Ele
(Ef2:6). Em Sua ressurreição, Ele nos transmitiu a
vida divina e nos fez o mesmo que Ele em vida e
natureza.
514
ESTUDO-VIDA DE LUCAS
A PROPAGAÇÃO DO SALVADOR-HOMEM
PARA
PRODUZIR A IGREJA COMO SUA
REPRODUÇÃO
A ressurreição do Salvador-Homem foi também
Sua propagação para produzir a igreja como Sua
reprodução. Por Sua ressurreição, o Salvador-
Homem pôde multiplicar- Se e assim ter Sua
propagação.
Como ilustração da propagação do Senhor por
meio da ressurreição, veja um grão de trigo que cai
na terra e morre. Depois que cai na terra e morre, ele
cresce e se transforma em muitos grãos. Os muitos
grãos são a multiplicação do único grão, e essa
multiplicação é sua propagação.
De acordo com João 12:24, o Senhor Jesus é o
grão de trigo que caiu no chão e morreu a fim de ser
multiplicado. Por meio de Sua morte e ressurreição,
Ele com certeza foi multiplicado e se propagou. Essa
propagação visa produzir Sua reprodução, e a
reprodução de Cristo é a igreja. Por isso a
ressurreição do Senhor é Sua propagação para
produzir a igreja como Sua reprodução.
O PONTO CRUCIAL
Já consideramos três pontos relacionados com o
aspecto subjetivo da ressurreição do Salvador-
Homem. Sua ressurreição é Sua transfiguração no
52
MENSAGEM SETENTA E QUATRO
A RESSURREIÇÃO DO SALVADOR-HOMEM
(6)
Leitura Bíblica:1Co 15:45b; Jo 14:16-20,26;
12:24b; 1Pe 1:3; 2Co 5:17
A NOSSA EXPERIÊNCIA
DE CRISTO EM RESSURREIÇÃO
O Cristo que é ressurreição
Com relação à nossa experiência de Cristo em
ressurreição, podemos usar o termo “o Cristo
pneumático”. Embora não gostemos de falar do
Cristo espiritual, gostamos da expressão “o Cristo
pneumático”. Essa expressão indica que Cristo é o
Espírito que dá vida. O Cristo pneumático é na
verdade o próprio Espírito que dá vida não de forma
doutrinária, mas experimental. Através dos séculos,
muitos mestres cristãos disseram que, em nossa
experiência, Cristo é idêntico ao Espírito. Em
52
MENSAGEM SETENTA E CINCO
Andar em ressurreição
O Novo Testamento nos encarrega de andar pelo
Espírito (GI 5:16, 25), o que simplesmente significa
andar em ressurreição. Para experimentar isso,
precisamos negar a nós mesmos para que Cristo viva
em nós. Se morrermos, Cristo vive; Cristo vive em
nós por nosso morrer.
A ASCENSÃO DO SALVADOR-HOMEM
(1)
Leitura Bíblica: Hb 2:9; 12:2; At 2:36
A POSSE DO SALVADOR-HOMEM
EM SEU CARGO CELESTIAL
A ascensão do Salvador-Homem constitui a
posse de Seu cargo celestial por meio do processo de
criação, encarnação, viver humano, crucificação e
ressurreição como Deus e homem, como o Criador e
a criatura, e como o Redentor, o Salvador e o Espírito
que dá vida, para executar a administração de Deus e
levar a cabo Sua economia (dispensação) do Novo
Testamento.
Se quisermos entender a ascensão do Salvador-
Homem, precisamos ver que ela constitui a posse de
Seu cargo celestial. Essa posse exigiu um longo
processo que começou com a criação e continuou
com a encarnação, viver humano, crucificação e
ressurreição. Esse processo envolveu o Salvador-
Homem como Deus, homem, Criador, criatura,
Redentor, Salvador e. Espírito que dá vida. O Senhor
Jesus foi empossado para executar a administração
de Deus e levar a cabo Sua economia do Novo
Testamento. No aspecto objetivo, a ascensão do
53
MENSAGEM SETENTA E SEIS
O STATUS DO SALVADOR-HOMEM
COMO AQUELE QUE ASCENDEU
Como o que foi empossado em Seu cargo
celestial por meio de Sua ascensão, o Salvador-
Homem tem uma posição maravilhosa. Ele é Deus e
homem, é o Criador e a criatura. Alguns teólogos
concordam que Cristo é Deus, homem e o Criador,
534
ESTUDO-VIDA DE LUCAS
A EXECUÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO DE
DEUS
E A REALIZAÇÃO DE SUA ECONOMIA
DO NOVO TESTAMENTO
Como Aquele que passou pelo processo de
criação, encarnação, viver humano, crucificação e
ressurreição, o Salvador-Homem com Seu status
536
ESTUDO-VIDA DE LUCAS
O ASPECTO OBJETIVO
DA ASCENSÃO DO SALVADOR-HOMEM
Coroado de glória e honra
Em Sua ascensão, o Salvador-Homem foi
coroado de glória e honra. Hebreus 2:9 diz: “Vemos,
todavia, aquele que, por um pouco, tendo sido feito
menor que os anjos, Jesus, por causa do sofrimento
da morte, foi coroado de glória e de honra”. Aqui,
glória e honra são consideradas uma coroa. Glória é o
esplendor relacionado com a pessoa de Jesus; honra
é a preciosidade relacionada com Seu valor (1Pe 2:7).
Aqui podemos também ressaltar que a dignidade do
Senhor está relacionada com Sua posição (2Pe 1:17).
Como o ascendido que foi coroado de glória e honra,
Cristo está num estado de glória e tem posição de
53
MENSAGEM SETENTA E SEIS
honra.
É sempre uma honra para uma pessoa ter
posição elevada. Por exemplo, o diretor de uma
escola tem posição elevada e ela constitui sua honra.
Um faxineiro, pelo contrário, não tem qualquer
posição ou honra. Cristo é glorioso em estado e
honrado em posição. Ele está acima de todas as
coisas e governos: essa é a Sua honra. Ele recebeu
essa glória e entrou nela. Essa glória e honra
constituem a coroa da qual Ele foi coroado.
A ASCENSÃO DO SALVADOR-HOMEM
(2)
Leitura Bíblica: Hb 2:9; 12:2; At 2:36
NOSSO RELACIONAMENTO
COM O CRISTO ASCENDIDO
Quando alguns ouvem sobre o aspecto objetivo
da ascensão de Cristo, podem dizer: “Sim, em Sua
ascensão o Salvador-Homem foi empossado no cargo
celestial. Isso é maravilhoso, mas parece ser algo
elevado demais e distante demais para mim. Que isso
tem a ver comigo?”. Ao responder a essa pergunta,
precisamos perceber que o próprio Cristo em
ressurreição, o Cristo pneumático, vive em nós. De
acordo com João 20:22, em Sua ressurreição, Ele
542
ESTUDO-VIDA DE LUCAS
A ASCENSÃO DO SALVADOR-HOMEM
(3)
Leitura Bíblica: Ef 1:22,10; Cl1:l8; Ef 1:23; 3:19b;
Hb 4:14; 7:26, 22; 8:6; 9:15-16; Ap 1:13; 2:1
“À igreja”
O fato de Deus dar a Cristo o encabeçamento
sobre todas as coisas é para a igreja. “À igreja”, como
55
MENSAGEM SETENTA E OITO
O gemido da criação
Sobre o encabeçamento de todas as coisas em
Cristo e por meio da igreja, gostaria de pedir-lhes que
olhem Romanos 8:19-22: “A ardente expectativa da
criação aguarda a revelação dos filhos de Deus. Pois a
criação está sujeita à vaidade, não voluntariamente,
mas por causa daquele que a sujeitou, na esperança
de que a própria criação será redimida do cativeiro
da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de
Deus. Porque sabemos que toda a criação a um só
tempo geme e suporta angústias até agora”. Aqui
vemos que toda a criação geme e suspira por causa de
sua corrupção. A criação espera, ansiosamente
aguardando, a manifestação dos filhos de Deus.
Naquela época todas as divisões e separações serão
removidas e todas as coisas, não só a humanidade,
serão encabeçadas em Cristo.
Primeiro, Cristo encabeça os crentes. Depois, por
meio de Seu Corpo, Ele encabeçará todas as coisas.
Isso é maravilhoso. Embora o encabeçamento de
todas as coisas em Cristo e por meio da igreja esteja
muito longe de nossa compreensão, é sem dúvida um
fato. Por isso precisamos crer que, cedo ou tarde,
Deus cumprirá isso.
A ASCENSÃO DO SALVADOR-HOMEM
(4)
Leitura Bíblica: Ef 1:22,10; Cl 1:18; Ef 1:23;
3:19b; Hb 4:14; 7:26, 22; 8:6; 9:15-16;Ap 1:13; 2:1
Sustenta-nos e mantém-nos
No Antigo Testamento, o sumo sacerdote tipifica
Cristo como nosso Sumo Sacerdote. De acordo com o
livro de Êxodo, o sumo sacerdote levava o nome das
doze tribos de Israel nos ombros e no coração:
“Tomarás duas pedra de ônix, e gravarás nelas os
nomes dos filhos de Israel; seis de seus nomes numa
pedra, e os outros seis na outra pedra, segundo a
ordem do seu nascimento [ ... ] e Arão levará os seus
nomes sobre ambos os seus ombros, para memória
diante do Senhor” (Êx 28:9-10, 12). O nome das doze
tribos também foi gravado nas doze pedras postas no
peitoral de ouro usado pelo sumo sacerdote: “As
pedras serão conforme os nomes dos filhos de Israel,
doze segundo os seus nomes: serão esculpidas como
sinetes, cada uma com o seu nome, para as doze
tribos [ ... ] assim Arão levará os nomes dos filhos de
Israel no peitoral do juízo sobre o seu coração,
quando entrar no santuário para memória diante do
Senhor continuamente” (Êx 28:21, 29). Os nomes
gravados nas pedras de ônix e nas pedras do peitoral
significam que o sumo sacerdote sustentava os
nomes do povo escolhido de Deus diante Dele. Hoje,
Cristo é nosso Sumo Sacerdote e nós estamos em
Seus ombros e em Seu peito. Ele está nos céus como
o Sumo Sacerdote sustentando-nos e mantendo-nos.
Como nosso Sumo Sacerdote, Cristo também
cuida de nós. Ele é “misericordioso e fiel sumo
sacerdote nas coisas referentes a Deus” (Hb 2:17), um
Sumo Sacerdote capaz de compadecer-se de nossas
fraquezas (Hb 4:15).
Embora Cristo como o Sumo Sacerdote cuide de
nós, todos temos nossos conceitos e sentimentos
572
ESTUDO-VIDA DE LUCAS