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DIFERENÇA ENTRE AS MASCARAS

MÁSCARAS: UM EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL

Entende-se por equipamento de proteção individual (EPI) um acessório próprio que


sirva de barreira protetora, defendendo as mucosas, a pele e a roupa do contacto com
agentes infecciosos, nomeadamente vírus como o SARS-CoV-2. Entre estes
equipamentos estão as luvas, as viseiras e as máscaras.

OS 3 PRINCIPAIS TIPOS DE MÁSCARAS DE PROTEÇÃO

Nível 1 – Respiradores

Respiradores (Filtering Face Piece, FFP), Tipo II e IIR ou semi máscara de proteção
respiratória FFP2, FFP3, não reutilizáveis. Este equipamento de proteção individual é
recomendado para os profissionais de saúde (Norma 007/2020 da DGS).

Existem 3 tipos de semi-máscaras de proteção (FFP), os quais têm em consideração a


sua eficiência de filtração bacteriana, a saber:

 Tipo I: eficiência da filtração bacteriana >95%.


 Tipo II: eficiência da filtração bacteriana >98%.
 Tipo IIR: eficiência de filtração bacteriana >98% e resistente a salpicos.
Também há 3 categorias de semi-máscaras de proteção (FFP), as quais têm em conta a
eficácia do filtro e da fuga facial, a saber:

 Máscaras FFP1: filtram pelo menos 80% dos aerossóis (fuga de ar para o
exterior <22%).
 Máscaras FFP2: filtram pelo menos 94% dos aerossóis (fuga de ar para o
exterior <8%)
 Máscaras FFP3: filtram pelo menos 99% dos aerossóis (fuga de ar para o
exterior <2%).

Assim como as sociais, as semi-máscaras de proteção (FFP) também carecem de


certificação. No nosso país, estas máscaras devem respeitar o regulamento (UE)
2016/425 e cumprir a norma EN 149:2001+A1:2009.

Contudo, como nos encontramos num período excecional, em que a necessidade de


recorrer a este tipo de máscaras aumentou substancialmente, é aceite que além das
FFP2 que cumprem a norma europeia EN 149, se usem também as máscaras
N95 (norma americana NIOSH 42C-FR84) e as máscaras KN95 (norma chinesa GB2626-
2006).

Nível 2 – Máscaras cirúrgicas


Máscaras cirúrgicas são descartáveis e, como o próprio nome indica, utilizadas para
procedimentos cirúrgicos ou médicos. Este tipo de máscara de proteção respiratória
forma uma barreira física que previne a transmissão de vírus de uma pessoa doente
para uma pessoa saudável, ao bloquear as partículas respiratórias/aerossóis expelidas
pela tosse ou espirro (Orientação 019/202019).

As máscaras cirúrgicas tipo I são um dispositivo médico não reutilizável. Estas devem


seguir a norma EN 14683:2019 ou normas internacionais equivalentes reconhecidas.
Além disso, devem possuir marcação CE.

Estas máscaras devem ser trocadas sempre que estiverem húmidas ou, então, de 4


em 4 horas. Estas não são reutilizáveis, o que significa que devem ser descartadas
no lixo comum (e nunca no ecoponto), sempre que já tenham sido utilizadas. A sua
reutilização constitui um risco pois, após um uso, estas máscaras deixam de oferecer a
devida proteção.

Sempre que não seja estritamente necessário recorrer a estas máscaras, devem ser
substituídas por máscaras não-cirúrgicas, pois estas últimas são menos poluentes e
uma opção mais sustentável para o planeta e para o ambiente, já que são reutilizáveis.

Nível 3 – Máscaras não cirúrgicas

Este nível inclui máscaras não-cirúrgicas, comunitárias, têxteis ou sociais, que também
previnem a transmissão do vírus e devem ter um desempenho mínimo de filtração de
70% e serem usadas pela população em geral. São reutilizáveis, pelo que devem ser a
primeira escolha de pessoas a quem o uso de máscara cirúrgica não é recomendado.

No momento de adquirir uma máscara de uso social, deve ainda preferir máscaras com
o selo “Máscaras COVID-19 Aprovado” e respeitar as suas instruções de uso,
conservação e desinfeção.

Uma máscara têxtil com este selo significa que foi aprovada pela Direção-Geral da
Saúde, INFARMED, Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) e Instituto
Português da Qualidade.

Cabe à ASAE verificar o cumprimento legal dos requisitos estabelecidos para o fabrico,
distribuição e comercialização das máscaras. No site do CITEVE (Centro Tecnológico
das Indústrias Têxtil e do Vestuário), pode encontrar uma lista de empresas
fabricantes de máscaras não-cirúrgicas certificadas 3.

QUEM DEVE USAR CADA TIPO DE MÁSCARA DE PROTEÇÃO?

Respiradores (nível 1)

 Profissionais de saúde e outros profissionais com risco ocupacional acrescido.


Máscaras cirúrgicas (nível 2)
 Profissionais de saúde, das forças de segurança e militares, bombeiros,
distribuidores de bens essenciais ao domicílio, trabalhadores nas instituições de
solidariedade social, lares e rede de cuidados continuados integrados, agentes
funerários e profissionais que façam atendimento ao público;

 Pessoas com problemas respiratórios, com saúde mais vulnerável, com mais de
65 anos de idade, com doenças crónicas, em estado de imunossupressão ou que se
desloquem a hospitais ou clínicas;

 Docentes, funcionários e alunos dos estabelecimentos de ensino e das creches,


com mais de 10 anos de idade;

 Utilizadores de transportes coletivos de passageiros;

 Doentes com COVID-19 ou com sintomas de infeção respiratória como febre,


tosse ou dificuldade respiratória;

 Cuidadores de doentes com COVID-19 2.

Máscaras não-cirúrgicas, comunitárias, têxteis ou sociais (nível 3)

 População em geral

DIFERENÇAS ENTRE OS RESPIRADORES E AS MÁSCARAS CIRÚRGICAS

Há, efetivamente, diferenças de proteção entre as máscaras cirúrgicas e as semi-


máscaras de proteção (FFP), daí os seus destinatários serem, também eles, distintos.

A máscara cirúrgica é capaz de evitar a projeção de gotículas de saliva expelidas por


quem usa a máscara, assim como protege o seu utilizador das gotículas emitidas por
aqueles que estejam perto e não usem qualquer máscara.
Portanto, a grande diferença entre as máscaras cirúrgicas e as semi-máscaras de
proteção é mesmo o facto das cirúrgicas, ao contrário das FFP, não protegerem o
indivíduo da inalação de partículas muito pequenas e finas no ar, de que são exemplo
os aerossóis.

Também ao contrário das máscaras cirúrgicas, as FFP ou máscaras com filtro de


partículas devem incluir a sigla NR ou R, a qual indica se a máscara não é reutilizável
ou se é reutilizável, respetivamente.

No caso das FFPNR, o seu uso é limitado a um dia útil (8 horas). Já as FFPR podem ser
usadas durante mais do que um dia útil.

QUANDO E COMO USAR OS DIFERENTES TIPOS DE MÁSCARA DE PROTEÇÃO?

Quando é obrigatório usar máscara?

Desde maio que usar máscaras de proteção se tornou obrigatório para a generalidade


das pessoas, em espaços interiores fechados, no nosso país, nomeadamente 3:

 Estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços;

 Serviços e edifícios de atendimento ao público;

 Estabelecimentos de ensino e creches

 Transportes públicos.
O incumprimento destas regras constitui uma contraordenação, que pode ser punida
com uma coima que pode ir dos 120€ aos 350€ 4. Excluídos desta obrigatoriedade
estão as crianças com menos de 10 anos de idade e os cidadãos portadores de
declaração médica que ateste que “a condição clínica da pessoa não se coaduna com o
uso de máscaras ou viseiras” 5.

Note, contudo, que apesar do Decreto-Lei n.º 20/2020 de 1 de maio e do Comunicado


do Conselho de Ministros de 29 de maio de 2020 permitirem a escolha entre máscara
ou viseira, as entidades de saúde defendem que a viseira pode ser utilizada, mas
sempre como complemento à máscara.

Isto porque, segundo os especialistas, só a máscara é capaz de funcionar como um


método de barreira contra as gotículas que são expelidas através de espirros, tosse ou
da própria fala 6.

Importa também recordar que, de acordo com a Lei n.º 62-A/2020, desde o dia 28 de
outubro, também passou a ser obrigatório o uso de máscara por pessoas com idade a
partir dos 10 anos para o acesso, circulação ou permanência nos espaços e vias
públicas, sempre que o distanciamento físico recomendado pelas autoridades de
saúde se mostre impraticável. Esta medida excecional vai estar em vigor durante 70
dias, sendo que poderá ser renovada.

Como colocar e retirar a máscara corretamente?

Sempre que colocar ou retirar a máscara, lembre-se do seguinte passo a passo 3:

 Lave as mãos, com água e sabão ou com uma solução à base de álcool.

 Confira qual o lado interior e exterior da máscara e coloque-a adequadamente.

 Ajuste-a à cabeça com os elásticos, sem os cruzar.

 Ajuste, também, a banda flexível na cana do nariz, tapando a boca, o nariz e o


queixo.

 Evite tocar na máscara, enquanto a tiver colocada.


 Substitua a máscara por outra, assim que a sinta húmida ou se já tiver colocada
a mesma máscara há mais de 4 horas. Nesse caso, deve higienizar as mãos, antes e
depois de colocar a nova máscara.

 Quando quiser remover a máscara, deve segurar nos elásticos, fixados atrás das
orelhas, de modo a não tocar na frente da máscara.

 Descarte ou lave a máscara, em função de ser cirúrgica ou não-cirúrgica,


respetivamente.

 Lave as mãos, depois de remover a máscara.

PLANO DA SAÚDE PARA O OUTONO-INVERNO 2020-2021

Em concreto, relativamente à utilização de máscaras, a legislação atualmente em vigor


prevê o uso obrigatório, para pessoas com mais de 10 anos, de máscara em espaços
públicos fechados, recomendando-se o seu uso em qualquer espaço aberto ou fechado
sempre que não esteja garantido o distanciamento físico mínimo de 2 metros.

A opção por máscaras comunitárias (certificadas) deve ser incentivada, não apenas
para evitar a escassez de máscaras cirúrgicas nas unidades prestadoras de cuidados de
saúde, mas também em nome da sustentabilidade ambiental.

Referência: Tipos de máscaras de proteção respiratória: quais são e que diferenças têm
(unilabs.pt)

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