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LEGISLAÇÃO PENAL
E PROCESSUAL
PENAL ESPECIAL
Autoria
Profa. Mirtes Muniz Alves dos Santos
Revisão
Prof. Diogo Lemos Aguiar
Como citar este documento
SANTOS, Mirtes Alves do. Legislação Penal e Processual Penal especial. Valinhos: 2018
2018
Editora e Distribuidora Educacional S.A.
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LEGISLAÇÃO PENAL E PROCESSUAL PENAL ESPECIAL
SUMÁRIO
Apresentação da disciplina 04
Após analisar estes dois temas, será abordado um dos temas mais de-
batidos nos fóruns jurídicos na atualidade: execução penal. Neste ponto
será abordado os principais entendimentos exarados sobre o tema, bem
como as modificações implementadas na Lei n. 7.210/84.
Objetivos
1
STJ: HC 138.058/RJ, 6ª T., Rel. Ministro HAROLDO RODRIGUES, j. 22/03/2011, DJe 23/05/2011.
2
STF: HC 96007, 1ª T., Rel. Min. MARCO AURÉLIO, J. 12/06/2012, DJe 07/02/2013.
3
Voto proferido no julgamento do HC 96.007/SP.
4
Idem.
5
LIMA, Renato Brasileiro. Legislação criminal especial comentada. Salvador: Editora JusPodivm, 2015. p. 487.
6
HABIB, Gabriel. Leis penais especiais. Salvador: Editora JusPodivm, 2017, p. 677.
Art. 3o Em qualquer fase da persecução penal, serão permitidos, sem preju-
ízo de outros já previstos em lei, os seguintes meios de obtenção da prova:
I. colaboração premiada;
II. captação ambiental de sinais eletromagnéticos, ópticos ou acústicos;
III. ação controlada;
IV. acesso a registros de ligações telefônicas e telemáticas, a dados cadastrais
constantes de bancos de dados públicos ou privados e a informações elei-
torais ou comerciais;
V. interceptação de comunicações telefônicas e telemáticas, nos termos da
legislação específica;
VI. afastamento dos sigilos financeiro, bancário e fiscal, nos termos da legisla-
ção específica;
VII. infiltração, por policiais, em atividade de investigação, na forma do art. 11;
VIII. cooperação entre instituições e órgãos federais, distritais, estaduais e mu-
nicipais na busca de provas e informações de interesse da investigação ou
da instrução criminal.
9
LIMA, Renato Brasileiro. Legislação criminal especial comentada. Salvador: Editora JusPodivm, 2015, p. 524.
10
STF: HC 127483, PLENO, Rel. Min. DIAS TOFFOLI, j. 27/08/2015, DJe 03/02/2016.
11
TJDF: Apel. 0001139-15.2014.8.07.0005, 2ª T., Rel. Des. SILVÂNIO BARBOSA DOS SANTOS. DJe 14/08/2014.
12
DELMANTO, Roberto. et al. Leis penais especiais comentadas. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2014, p. 1033.
1
STJ: HC 396.658/SP, 6ª T., Rel. Min. ANTONIO SALDANHA PALHEIRO, j. 27/06/2017, DJe 01/08/2017.
13
LIMA, Renato Brasileiro. Legislação criminal especial comentada. Salvador: Editora JusPodivm, 2015, p. 516.
14
STF: AI 560223 AgR, 2ª T., Rel. Min. JOAQUIM BARBOSA, j. 12/04/2011, DJe 28/04/2011.
15
GONÇALVES, Victor Eduardo Rios. Legislação penal especial esquematizado. 3. ed., São Paulo: Saraiva, 2017, p. 897.
4. Processo e procedimento
1
LIMA, Renato Brasileiro. Curso de processo penal. Rio de Janeiro: Editora JusPodivm, 2016, p. 702.
6. Considerações finais
• Considerações iniciais e definição de organização criminosa
• Ação controlada
• Colaboração premiada
• Infiltração de agentes
• Processo e procedimento
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
TEMA 01
1. (IBADE – PC-PA - 2017) Consoante à legislação que dispõe
sobre o Crime Organizado (Lei n° 12.850/2013), considera-
se organização criminosa:
a) a associação de 4 (quatro) ou mais pessoas estrutural-
mente ordenada e caracterizada pela divisão de tare-
fas, ainda que informalmente, com objetivo de obter,
direta ou indiretamente, vantagem de qualquer natu-
reza, mediante a prática de infrações penais cujas pe-
nas máximas sejam superiores a 4 (quatro) anos, ou
que sejam de caráter transnacional.
b) a associação de 3 (três) ou mais pessoas estrutural-
mente ordenada e caracterizada pela divisão de tare-
fas, ainda que informalmente, com objetivo de obter,
direta ou indiretamente, vantagem de qualquer natu-
reza, mediante a prática de infrações penais cujas pe-
nas máximas sejam superiores a 4 (quatro) anos, ou
que sejam de caráter transnacional.
c) a associação de 5 (cinco) ou mais pessoas estrutural-
mente ordenada e caracterizada pela divisão de tare-
fas, ainda que informalmente, com objetivo de obter,
direta ou indiretamente, vantagem de qualquer natu-
reza, mediante a prática de infrações penais cujas pe-
nas máximas sejam superiores a 4 (quatro) anos, ou
que sejam de caráter transnacional.
DELMANTO, Roberto. et al. Leis Penais Especiais Comentadas. 2. ed. São Paulo:
Saraiva, 2014.
LIMA, Renato Brasileiro de. Curso de Processo Penal. 4. ed. Rio de Janeiro: JusPodivm,
2016.
LOPES JUNIOR, Aury. Direito Processual Penal. 10. ed. São Paulo: Saraiva, 2013.
MARQUES, José Frederico. Elementos de Direito Processual Penal. 3. ed. São Paulo:
Millenium, 2009.
MIRABETE, Julio Fabbrini. Processo Penal. 18. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
OLIVEIRA, Eugênio Pacelli. Curso de Processo Penal. 19. ed. São Paulo: Atlas, 2015.
Gabarito – Tema 01
Questão 1 – Resposta: A
Artigo 1º, § 1º, da Lei n. 12.850/13.
Questão 3 – Resposta: E
Artigo 288 do Código Penal: Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas,
para o fim específico de cometer crimes.
Questão 4 – Resposta: B
Artigo 4º, § 4º, da Lei n. 12.850/13: “O Ministério Público poderá dei-
xar de oferecer denúncia contra quem tenha colaborado efetiva e
voluntariamente para a investigação, permitindo a identificação dos
demais coautores e partícipes da organização criminosa e das infra-
ções penais por eles praticadas, desde que não seja o líder da orga-
nização criminosa e seja o primeiro a colaborar.”
Questão 5 – Resposta: D
Objetivos
Da mesma forma feita por outros países, o Brasil não só incluiu o tráfi-
co de ilícito de drogas como crime antecedente, mas também incluiu, à
época, diversos outros crimes que, se cometidos, poderiam desdobrar no
branqueamento de capitais.
2. Conceito
Estes atos praticados para trazer a “licitude” dos valores e bens obtidos
também são chamados de “branqueamento de capitais”, “lavagem de ca-
pital”, “reciclagem”, etc.
Todavia, a expressão “lavagem de dinheiro” foi a preferida pelo legislador
para que não fosse inferida um cunho racista do vocábulo. Na exposição
de motivos da Lei 9.613/98, o legislador afirma que “a expressão ‘lavagem
de dinheiro’ já está consagrada no glossário das atividades financeiras
e na linguagem popular, em consequência de seu emprego internacio-
nal (money laudering). Por outro lado, conforme o Ministro da Justiça teve
oportunidade de sustentar em reunião com seus colegas de língua portu-
guesa em Maputo (Moçambique), a denominação ‘branqueamento’, além
de não estar inserida no contexto da linguagem formal ou coloquial em
nosso País, sugere a inferência racista do vocábulo, motivando estéreis e
inoportunas discussões.”2
1
BOTTINI, Pierpaolo Cruz; BADARÓ, Gustavo Henrique. Lavagem de dinheiro: aspectos penais e processuais penais:
comentários à Lei 9.613/1998, com alterações da Lei 12.683/12. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, p. 21.
2
Exposição de Motivos da Lei 9.613/98. <http://www.coaf.fazenda.gov.br/menu/legislacao-e-normas/legislacao-1/
Exposicao%20de%20Motivos%20Lei%209613.pdf/view>. Acesso em: 14 set. 2017.
1
LIMA, Renato Brasileiro. Legislação Especial Criminal Comentada. 3. ed. rev. ampl. e atual. Salvador:
Editora JusPodivm, 2015, p. 287.
3
LIMA, Renato Brasileiro. Legislação Especial Criminal Comentada. 3. ed. rev. ampl. e atual. Salvador: Editora JusPodivm,
2015, p. 287.
4
Exposição de Motivos da Lei 9.613/98. <http://www.coaf.fazenda.gov.br/menu/legislacao-e-normas/legislacao-1/
Exposicao%20de%20Motivos%20Lei%209613.pdf/view>. Acesso em: 14 set. 2017.
5
PITOMBO, Antônio Sérgio A. de Moraes. Lavagem de dinheiro. A tipicidade do crime antecedente. São Paulo: Ed. RT, 2003,
p. 96.
6
<http://www.coaf.fazenda.gov.br/menu/atuacao-internacional/participacao-no-gafi>. Acesso em: 14 set. 2017.
7
LIMA, Renato Brasileiro. Legislação Especial Criminal Comentada. 3. ed. rev. ampl. e atual. Salvador: Editora JusPodivm,
2015, p. 292.
5. Aspectos penais
8
BOTTINI, Pierpaolo Cruz; BADARÓ, Gustavo Henrique. Lavagem de dinheiro: aspectos penais e processuais penais:
comentários à Lei 9.613/1998, com alterações da Lei 12.683/12. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, p. 33.
9
NUCCI, Guilherme de Souza. Leis penais e processuais penais comentadas. 8. ed. rev., atual. e ampl. v. 2. Rio de Janeiro:
Forense, 2014, p. 760.
10
Ob. Cit., p. 292.
1
<http://www.stf.jus.br//arquivo/informativo/documento/informativo866.htm#>. Lavagem de dinhei-
ro, prescrição e crime permanente – 2. Acesso em: 15 set. 2017.
O art. 1°, § 1°, da Lei n° 9.613/98, faz menção expressa ao elemento sub-
jetivo especial “para ocultar ou dissimular a utilização de bens, direitos
ou valores provenientes de infração penal”, porém as figuras delituosas
constantes do caput e do § 2° do art. 1° da Lei n° 9.613/98 silenciam acer-
ca desse ”dolo específico”.
Por isso, parte da doutrina entende que a tipificação dessas figuras deli-
tuosas demanda apenas o dolo de ocultar ou dissimular os bens oriun-
dos das infrações antecedentes. Não há necessidade de qualquer outro
elemento subjetivo chamado dolo específico da doutrina tradicional (ou
especial fim de agir).
11
Ob. Cit. p. 93.
12
<http://www.conjur.com.br/2015-set-22/direito-defesa-lavagem-dinheiro-consiste-ocultar-necessario-crime>. Acesso em:
15 set. 2017.
5.3.1. Autolavagem
13
LIMA, Renato Brasileiro. Legislação criminal especial comentada. Salvador: Editora JusPodivm, 2015, p. 327.
14
Art. 173, § 5º: A lei, sem prejuízo da responsabilidade individual dos dirigentes da pessoa jurídica, estabelecerá a
responsabilidade desta, sujeitando-a às punições compatíveis com sua natureza, nos atos praticados contra a ordem
econômica e financeira e contra a economia popular.
15
STF: AP 694, 1ª T., Rel. Min. ROSA WEBER, j. 02/05/2017, DJe 30/08/2017.
16
BOTTINI, Pierpaolo Cruz; BADARÓ, Gustavo Henrique. Lavagem de dinheiro: aspectos penais e processuais penais:
comentários à Lei 9.613/1998, com alterações da Lei 12.683/12. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, p. 74.
6.1. Procedimento
I. ordinário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada for
igual ou superior a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade;
II. sumário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada seja
inferior a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade;
III. sumaríssimo, para as infrações penais de menor potencial ofensivo, na forma
da lei.
6.2. Competência
17
TÁVORA, Nestor; ALENCAR, Rosmar Rodrigues. Curso de direito processual penal. 8. ed. Salvador: JusPodivm, 2016, p.
1171. Renato Brasileiro de Lima defende que o prazo seja contado a partir da data do despacho do magistrado designando
a audiência. (Manual de Processo Penal. 4. ed, 2016, p. 1298)
18
LOPES JÚNIOR, Aury. Direito processual penal. 10. ed. São Paulo: Saraiva, 2013, p.905.
• Origem
• Conceito
• Aspectos penais
• Aspectos processuais
Glossário
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
TEMA 02
1. (MPRS – 2017) O detentor de recursos provenientes da
exploração do jogo do bicho, usando empresa da qual
é proprietário, emite títulos de crédito frios em favor de
seu parceiro, com a finalidade específica de dar aparên-
cia de licitude à parte deste nos lucros da atividade ilegal.
Propositadamente, os títulos não são pagos no vencimen-
to e encaminhados a cartório para protesto. Notificado, o
Referências Bibliográficas
Gabarito – Tema 02
Questão 1 – Resposta: B
Incluem-se nas legislações de terceira geração as leis que não pos-
suem um rol de crimes, sendo possível a punição por lavagem de
dinheiro a prática de qualquer infração penal antecedente. Esta foi
a orientação adotada com as modificações implementadas na Lei n.
9.613/98, com a edição da Lei 12.683/2012.
Questão 2 – Resposta: C
Artigo 1º, § 5º, da Lei n. 9.613/98.
Questão 3 – Resposta: B
O delito de lavagem de dinheiro cuida-se de crime acessório, pois de-
pende da prática de uma infração penal antecedente, podendo ser
tanto crime como uma contravenção penal.
Questão 5 – Resposta: D
Artigo 17-D, da Lei n. 9.613/98.
Objetivos
Não por outra razão, em observância a esse princípio, a LEP prevê que os
condenados serão classificados de acordo com o sexo, idade, crime prati-
cado, antecedentes, etc.
Resultado
A manifestação do relator pelo reconhecimento da repercus-
são geral foi seguida por unanimidade no Plenário Virtual.
O mérito foi decidido diretamente no mesmo sistema, por
tratar-se de reafirmação da jurisprudência consolidada no
STF. O entendimento, nesse ponto, foi firmado por maioria,
vencidos os ministros Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski,
Marco Aurélio e Celso de Mello. A ministra Rosa Weber não
se manifestou.
3. Competência
4. Da classificação
1
FARIA, Marcelo Uzeda de. Execução penal. 4. ed. rev., ampl. e atual. Salvador: Editora Juspodivum, 2015, p. 24.
5. Do trabalho
2
STJ: HC 282.192/RS, Rel. Ministro MOURA RIBEIRO, QUINTA TURMA, julgado em 15/05/2014, DJe 22/05/2014.
São eles:
Art. 39. Constituem deveres do condenado:
I. comportamento disciplinado e cumprimento fiel da sentença;
II. obediência ao servidor e respeito a qualquer pessoa com quem deva
relacionar-se;
III. urbanidade e respeito no trato com os demais condenados;
IV. conduta oposta aos movimentos individuais ou coletivos de fuga ou de sub-
versão à ordem ou à disciplina;
V. execução do trabalho, das tarefas e das ordens recebidas;
VI. submissão à sanção disciplinar imposta;
VII. indenização à vitima ou aos seus sucessores;
VIII. indenização ao Estado, quando possível, das despesas realizadas com a
sua manutenção, mediante desconto proporcional da remuneração do
trabalho;
IX. higiene pessoal e asseio da cela ou alojamento;
X. conservação dos objetos de uso pessoal.
Parágrafo único. Aplica-se ao preso provisório, no que couber, o disposto
neste artigo.
Além dos deveres, a Lei de Execução Penal prevê também quais são os
direitos do condenado definitivo ou provisório:
3
Informativo 415 do STJ. Disponível em: <https://ww2.stj.jus.br/jurisprudencia/externo/informativo/>. Acesso em: 22 set.
2018.
• Regime Semiaberto
A Lei das Execuções Penais adota o sistema progressivo, pois tem por ob-
jetivo a ressocialização do agente.
Na exposição dos motivos do Código Penal, no item 35, o legislador afir-
ma que:
A fim de humanizar a pena privativa da liberdade, adota o projeto o siste-
ma progressivo de cumprimento da pena, de nova índole, mediante o qual
poderá dar-se a substituição do regime a que estiver sujeito o condenado,
segundo seu próprio mérito. A partir do regime fechado, fase mais severa
do cumprimento da pena, possibilita o projeto a outorga progressiva de
parcelas da liberdade suprimida.
4
STF: HC 111.840, Rel. Min. DIAS TOFFOLI, Tribunal Pleno, j. 27/06/2012, DJe 16/12/2013.
5
TJPR - 5ª C. Criminal - RA 995219-4 - Tibagi - Rel.: Maria José de Toledo Marcondes Teixeira - Unânime - j. 27.03.2013.
• Regime Aberto
Segundo o Código Penal, o regime aberto baseia-se na autodisciplina e
senso de responsabilidade do condenado. Isto porque o condenado deve-
rá, fora do estabelecimento e sem vigilância, trabalhar, frequentar curso
ou exercer outra atividade autorizada, permanecendo recolhido durante
o período noturno e nos dias de folga.
Além do lapso temporal previsto na Lei de Execução Penal ou a depender
do caso da Lei dos Crimes Hediondos, o condenado deverá estar traba-
lhando ou demonstrar a possibilidade de emprego. Contudo, as pessoas
maiores de 70 anos, portadoras de doenças graves ou condenada com
filho menor ou deficiente físico mental e gestantes são dispensadas das
referidas condições.
O condenado será transferido do regime aberto se praticar fato definido
como crime doloso, se frustrar os fins da execução ou se, podendo, não
pagar a multa cumulativamente aplicada.
São condições obrigatórias do regime aberto as previstas no art. 115 da
LEP, quais sejam:
Pode decorrer da prática de falta grave, caso em que a data para aquisi-
ção de novos benefícios da execução penal será do cometimento da fal-
ta grave ou, se a falta grave consistir em fuga, da data da recaptura do
condenado.
Por fim, para que haja a regressão de regime, deve ser instaurado proces-
so administrativo, observando-se o contraditório e a ampla defesa.
Para que seja concedida a saída temporária é necessário que o preso aten-
da os seguintes requisitos: apresentar bom comportamento carcerário,
bem como ter cumprido 1/6 da pena, se primário, ou 1/4, se reincidente.
Ademais, segundo a Súmula 40 do STJ, para obtenção do benefício da saí-
da temporária e trabalho externo, considera-se o tempo de cumprimento
da pena no regime fechado
10.1.3. Da remição
O tempo de pena pode ser remido de duas maneiras: pelo trabalho e pelo
estudo.
Além dos requisitos, como o próprio nome do benefício já diz, serão im-
postas condições para a concessão do livramento. São condições obri-
gatórias a obtenção de ocupação lícita, dentro de prazo razoável se for
apto para o trabalho; comunicar periodicamente ao juiz sua ocupação;
não mudar do território da comarca do juízo da execução, sem prévia au-
torização deste.
6
Marcão, Renato. Curso de execução penal. 11. ed. São Paulo: Saraiva, 2013, p. 229.
Por fim, se durante o livramento condicional este não for revogado, con-
siderar-se-á extinta a pena.
Ao término do prazo mínimo fixado deverá ser feito o exame das condições
pessoais (cessação da periculosidade), mediante requerimento do interes-
sado ou do Ministério Público, nos termos dos artigos 175 e 176 da LEP.
7
NUCCI, Guilherme de Souza. Leis penais e processuais especiais. P. 840.
• Conceito e finalidades
• Competência
8
Execução penal, p. 252.
• Do trabalho
• Do juízo da execução
• Da anistia e do indulto
Glossário
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
TEMA 03
1. (MPPR – 2016) Assinale a alternativa incorreta:
a) O preso que presta oito horas de trabalho durante o
dia, e estuda no período noturno por quatro horas,
terá remidos dois dias de sua pena a cada três dias do
exercício conjunto das referidas atividades.
Referências Bibliográficas
LOPES JUNIOR, Aury. Direito Processual Penal. 10. ed. São Paulo: Saraiva, 2013.
MARQUES, José Frederico. Elementos de Direito Processual Penal. 3. ed. São Paulo:
Millenium, 2009.
MIRABETE, Julio Fabbrini. Processo Penal. 18. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
. Leis Penais e Processuais Penais Comentadas. 4. ed. rev., atual. e ampl. São
Paulo: Revista dos Tribunais, 2014.
OLIVEIRA, Eugênio Pacelli. Curso de Processo Penal. 19. ed. São Paulo: Atlas, 2015.
Gabarito – Tema 03
Questão 1 – Resposta: B
Art. 127 da LEP.
Questão 2 – Resposta: C
Art. 36, § da LEP.
Questão 3 – Resposta: E
Art. 52, da LEP.
Questão 4 – Resposta: A
Art. 128 da LEP.
Questão 5 – Resposta: D
Art. 123, LEP.
Objetivos
A Constituição Federal garante, em seu artigo 5º, XII, como um dos mais
importantes instrumentos de preservação do Estado Democrático de
Direito, a inviolabilidade do sigilo das comunicações. A interceptação
constitui exceção a esse direito fundamental.
2. Conceito
1
MENDES, Gilmar Ferreira. Curso de direito constitucional. 12. ed. São Paulo: Saraiva, 2017, p. 254.
2
STF: HC 74116, 2ª T., Rel. Min. NÉRI DA SILVEIRA, Rel. p/ Acórdão: Min. MAURÍCIO CORRÊA, j. 05/11/1996, DJ 14/03/1997.
3. Requisitos
3
Ob. Cit. p. 987.
4
PITOMBO, Sérgio Marcos de Moraes. Sigilo nas comunicações: aspecto processual penal. Boletim IBCCRIM. São Paulo, n.
49, p. 07-08, dez. 1996.
5
STJ: HC 131225/SP, 6ª T., Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, j. 27/08/2013, DJe 16/09/2013.
6
NUCCI, Guilherme de Souza. Leis penais e processuais penais comentadas. 4. ed. rev., atual. e ampl. São Paulo: Revista
dos Tribunais, 2009, p. 763.
7
As nulidades no processo penal. 10. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2007, p. 219.
8
STJ: HC 186.118/RS, 6ª T., Rel. Min. SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, j. 05/06/2014, DJe 29/10/2014.
9
LIMA, Renato Brasileiro. Manual de Processo Penal. 4. ed. Salvador: Editora JusPodivm, 2016, p. 1016.
10
HABIB, Gabriel. Leis penais especiais. Salvador: Editora JusPodivm, 2017, p. 396.
11
GOMES, Luiz Flávio. Interceptação telefônica: Lei 9296, de 24.07.96. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 1997, p. 214.
12
STJ: HC 150.995/PR, 6ª T., Rel. Min. SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, j. 19/11/2015, DJe 09/12/2015.
13
Trecho do voto do Min. Rel. Nilson Naves, no julgamento do HC nº 76.686.
14
STJ: HC 76.686/PR, 6ª T., Rel. Min. NILSON NAVES, j. 09/09/2008, DJe 10/11/2008.
Recurso extraordinário em que se discute, à luz dos artigos 5º; 93, IX e 136,
§ 2º, da Constituição Federal, a possibilidade de se renovar sucessivamen-
te a autorização de interceptação telefônica, sem limite definido de prazo
— seja de 30 (trinta) dias, previsto no art. 5º da Lei 9.296/1996, seja de 60
(sessenta) dias, nos moldes do art. 136, § 2º, da Constituição Federal —, por
decisão judicial fundamentada, ainda que de forma sucinta.16
15
STF: Inq 2.424, Rel. Min. CEZAR PELUSO, Tribunal Pleno, DJe 26/03/2010.
16
Até a data de conclusão deste texto não houve o julgamento da repercussão geral. Orienta-se o aluno a acompanhar o
julgamento de mencionado recurso.
17
STF: HC 96986, 2ª T., Rel. Min. GILMAR MENDES, j. 15/05/2012, DJe 13/09/2012.
18
STF: AP 508 AgR, PLENO, Rel. Min. MARCO AURÉLIO, j. 07/02/2013, DJe 16/08/2013.
19
STF: HC 118371, 2ª T., Rel. Min. GILMAR MENDES, j. 19/08/2014, DJe 04/09/2014.
20
TÁVORA, Nestor; ALENCAR, Rosmar Rodrigues. Curso de direito processual penal. 11. ed. Salvador: Editora JusPodivm,
2016, p. 773.
21
GOMES, Luiz Flávio. Natureza jurídica da serendipidade nas interceptações telefônicas. Disponível em: <http://www.lfg.
com.br>. Acesso em: 18 de mar. 2009.
22
STJ: HC 69.552/PR, 5ª T., Rel. Min. FELIX FISCHER, j. 06/02/2007, DJ 14/05/2007.
• Interceptação Telefônica
• Requisitos
• Procedimentos
• Degravação
• Serendipidade
• Prova Ilícita
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
TEMA 04
1. (IBADE – PC-AC - 2017) No que tange à Lei n° 9.296/1996,
que regulamenta a interceptação de comunicação telefô-
nica, assinale a alternativa correta:
a) A decisão que autorizar a interceptação de comunica-
ção telefônica será fundamentada, sob pena de nuli-
dade, indicando também a forma de execução da di-
ligência, que não poderá exceder o prazo de dez dias,
renovável por igual tempo uma vez comprovada a in-
dispensabilidade do meio de prova.
b) Não será admitida a interceptação de comunicações te-
lefônicas quando o fato investigado constituir infração
penal punida, no máximo, com pena de detenção.
c) O juiz no prazo máximo de quarenta e oito horas, deci-
dirá sobre o pedido de interceptação de comunicação
telefônica representado pela autoridade policial.
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<https://www.significados.com.br/ultima-ratio/>. Acesso em: 21 set. 2017.
Referências Bibliográficas
AVENA, Norberto Cláudio Pâncaro. Processo Penal Esquematizado. 5. ed. Rio de
Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2014.
DELMANTO, Roberto. et al. Leis Penais Especiais Comentadas. 2. ed. São Paulo:
Saraiva, 2014.
FERNANDES, Antônio Scarance. Processo Penal Constitucional. 7. ed. São Paulo:
Editora Revista dos Tribunais, 2012.
GOMES, Luiz Flávio. Interceptação Telefônica: Lei 9296, de 24.07.96. São Paulo:
Editora Revista dos Tribunais, 1997.
Gabarito – Tema 04
Questão 1 – Resposta: B
Artigo 2º, III, da Lei n. 9.296/96.
Questão 2 – Resposta: A
Artigo 1º, da Lei n. 9.296/96.
Questão 4 – Resposta: A
Art. 3º, da Lei n. 9.296/96.
Questão 5 – Resposta: C
Artigo 2º, III, da Lei n. 9.296/96.