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UNIVERSIDADE DE SANTA MARIA

CENTRO DE CIÊNCIAS NATURAIS E EXATAS


CURSO DE GEOGRAFIA – LICENCIATURA (A DISTÂNCIA)

Geografia da População A
Dalcinei Sacheti

MIGRAÇÕES CONTEMPORÂNEAS

Os enormes fluxos migratórios em direção da Europa revelam uma realidade


muito triste e difícil de ser resolvida. Em sua grande maioria os migrantes saem de seus
países por causa dos conflitos existentes, porém no meio deles também existem aqueles
que preferem não pedir asilo e ficam em situação muito complicada.
A situação difícil para as pessoas e para os países que recebem esses migrantes,
eles usam de certa boa vontade porém a chegada de um enorme número de pessoas
pelas fronteiras abertas causa preocupação.
Na origem problemas difíceis de serem resolvidos, o ódio, o fanatismo religioso
agindo irracionalmente são como murros que impedem as pessoas de viver em
segurança. Ou as pessoas fogem ou correm riscos que uma guerra trás. Ainda mais
sabendo que são alvos.
A maioria dos países em que as pessoas fogem estão sob ataque do grupo radical
Estado Islâmico, num ódio cego, irracional àqueles que não querem seguir sua
ideologia. No material didático desta semana, no texto “De onde vem os refugiados e
por quê”, é colocado um ponto comum dos vários conflitos:

A maioria deles alcançou a auto-determinação quando as potências imperiais


se retiraram depois da Segunda Guerra Mundial. Até o final dos anos 1960 e
o início dos anos 1970, eles eram governados por líderes militares que
dirigiam estados totalitários. [...] Como as justificativas para o autoritarismo
eram normalmente hipócritas, cheias de interesses e mascaravam a corrupção
generalizada pela elite dominante, frequentemente era esquecido que países
como Iraque, Síria e Líbia tinham governos centrais poderosos por um
motivo — e poderiam se desintegrar sem estes regimes.1

Vemos que o enfraquecimentos de sistemas totalitários de governo em países de


constituição jovem mostrou os conflitos internos que procuram ser resolvidos, mas de

1
MATERIAL Didático. Unidade 3. De onde vem os refugiados e para onde vão, p. 4
forma violenta apoiados por grupos irracionais que nem sempre representam uma
crença. Pelo contrário mostram somente uma sede de poder alimentada pela falta de
opção e pouca cultura de pessoas dominadas.
Há ainda locais em que grupos se tornam rivais e se digladiam simplesmente por
diferença de cultura e não aceitam as diferenças.
O resultado é que uma enorme massa de pessoas se vê sem saída perante o
horror desses conflitos e prefere abandonar sua pátria a ter que enfrentar a incerteza e
insegurança.
Alguns, ao sair levam a esperança de retornar, mas os intermináveis conflitos
acabam por desestimular essa vontade. Segundo o texto citado acima, no ano de 2015
eram nove conflitos deste tipo na África e Oriente médio, desses cinco haviam
começado em 2011 e nos dias atuais ouvem-se notícias praticamente dos mesmo
conflitos.
Nessas regiões as enormes massas de pessoas fugindo de sua terra natal há
bastante tempo não se comporta mais nos países vizinhos. Os fluxos enormes vão em
direção à Europa. Pela África partem da Líbia em direção à Itália pelo mar
Mediterrâneo em embarcações precárias em viagens organizadas por quadrilhas que
aproveitando-se do desespero dessas pessoas exploram-nas e as põe em risco. Milhares
morrem em meio à viagem.
Já no Oriente Médio acumulam-se campos de refugiados na Turquia e na Grécia,
que também não comportam mais tantos refugiados. Para estes a jornada segue em
direção ao centro da Europa que está em alerta pelo volume de pessoas que entram
como podemos ver no trecho da reportagem do jornal El País:

Somente nos últimos dois anos, a UE recebeu 2,6 milhões de pedidos de


asilo. Considerando que a taxa de reconhecimento desses pedidos é de cerca
de 57%, todo o resto se encontra no âmbito dos que, na avaliação de
Bruxelas, deveriam ser deportados (aproximadamente 1,1 milhão).[...]
Bruxelas entende que expulsar aqueles que não pedem proteção internacional
permite dedicar todos os recursos para acolher e integrar os que chegam à
Europa fugindo de guerras ou perseguições.2

Por estes números, que são deste ano pode-se ter uma ideia do problema
enfrentado. É possível que em caso de não haver solução para estes conflitos o

2
ABELLÁN, Lucía. União Europeia também estuda expulsão massiva de imigrantes. El País,
Madrid, 2 de mar. 2017. Disponível em: < http://brasil.elpais.com/
brasil/2017/03/02/internacional/1488459361_892675.html>. Acessado em 14/05/2017.
problema se torne cada vez maior uma vez que a intenção de levar de volta as pessoas
que estão ilegais sugere que não há mais lugares para acomodar tanta gente.
Aqui no Brasil não existe o caos que se mostra na Europa, porém, já a algum
tempo o Brasil recebe pessoas do continente africano e também de países da América
Latina, como mais recentemente com os venezuelanos que vão para Roraima pedir
refúgio em um assustador crescimento nos últimos tempos.
Como não concluir que é preciso mais tolerância para poder conviver com as
diferenças, se estes conflitos todos são por causa de lutas entre pessoas que deveriam
trabalhar juntas para construir seus países?
REFERÊNCIAS

ABELLÁN, Lucía. União Europeia também estuda expulsão massiva de imigrantes. El


País, Madrid, 2/03/2017. Disponível em: < http://brasil.elpais.com/
brasil/2017/03/02/internacional/1488459361_892675.html>. Acessado em 14/05/2017.

COSTA, Emily. Pedidos de refúgio de venezuelanos em RR cresceram 22.000% em 3


anos. Portal G1, São Paulo, 13/03/2017. Disponível em: <http://g1.globo.com/rr/roraima
/noticia/2017/03/pedidos-de-refugio-de-venezuelanos-em-rr-cresceram-22000-em-3-
anos.html>. Acessado em 14/05/2017

MATERIAL Didático. Unidade 3. De onde vem os refugiados e para onde vão.

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